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Natação e cia.

O Clube dos Cinco – A História do Julio Delamare de 1988

Com a iminente destruição do Parque Aquático Julio Delamare, decidi escrever a historia que mais me marcou em suas águas!

Acredito que em algum momento da carreira, todo nadador sonhou em integrar a seleção brasileira. Até o final de 1987, isso aí pra mim era de fato só um sonho longínquo, mas uma espetacular conversa mudaria em breve esse sonho para objetivo.

Em Fevereiro de 1988, o William, na época técnico do Paulistano, chamou na salinha dele cinco nadadores. Eu, José Rodrigo Messias, Luciana Fleury, Paula Marsiglia e Yoemi Uehara. O William sempre conversava bastante, mas normalmente com toda a equipe. Fui caminhando pra salinha intrigado com aquela conversa e cheguei a pensar que podia ser uma bronca, mas o William basicamente disse o seguinte: “Esse ano o Troféu Julio Delamare será eliminatória para o Campeonato Sul-americano Juvenil. Se vocês se dedicarem 100% nos treinos, sem desculpas e sem faltas, eu boto os cinco na seleção brasileira”.

Caramba! Aquelas palavras foram um total divisor de águas pra mim. Eu nunca tinha parado pra contemplar a possibilidade de fazer parte da seleção brasileira. Não havia reparado que dos cinco caras que me venceram nos 200m peito no último Julio Delamare, quatro mudariam de categoria. A possibilidade de ser convocado para a seleção brasileira, até então apenas um sonho, mexeu muito comigo.

Só que tinha uma pegadinha nessa história toda. Pela regra do Sul-americano Juvenil cada país só podia levar 22 atletas Juvenis B (sendo 12 homens e 10 mulheres). Acontece que a natação tinha 13 provas e geralmente levam mais nadadores de 100m livre por causa do revezamento. Então não bastava eu ganhar os 200m peito. Eu precisaria, pra garantir a vaga, de uma medalha nos 100m peito também, prova que até então eu não tinha tradição alguma. As esperanças estavam assim divididas:

Luciana: Era favoritíssima ao ouro nos 200m e 400m Medley. Somente um desastre lhe tiraria a vaga;

Paula: Iria disputar o ouro nos 50m e 100m livre, mas uma boa posição nessa última já garantiria a vaga por causa do revezamento

Messias: Esse tinha tarefa complicada. O ouro era impossível. Castor (Cristiano Michelena) era hours concour nos 200m, 400m e 1500m livre, exatamente as provas do Messias. Pra ele o sonho era prata em ambas as provas longas e isso deveria ser o bastante para ser convocado como o segundo homem do fundo.

Eu: Eu queria o ouro nos 200m peito. Nos 100m eu queria uma medalha. Esse era o meu Plano A – ouro nos 200m e pelo menos bronze nos 100m. Eu não tinha Plano B.

Yoemi: A Mika, como era conhecida, tinha a tarefa mais difícil de todas. Ela não era favorita pra nada, mas disputaria medalha nos 100m e 200m borboleta e nos 200m e 400m livre. Se trouxesse três ou quatro medalhas, quem sabe sua versatilidade lhe desse a vaga.

Foi com isso na cabeça que encaramos o inicio da temporada de 1988. Se alguém me perguntar qual foi o ano que treinei com mais afinco, eu não saberia responder. Qualquer ano pré 1993 seria uma boa resposta. Mas se me perguntarem em qual ano treinei mais focado em um objetivo, eu não hesitaria em responder que foi o ano de 1988. A convocação para a seleção beirou a obsessão. Algo parecido com o que passou o Marcelo Grangeiro no ano anterior, com a expectativa de uma vaga olímpica nos 1500m livre em uma história que merece um post só seu. O ano inteiro foi assim: treinos com completa dedicação e foco absoluto no objetivo.

Vamos adiantar a história para o dia 24 de Janeiro de 1989 (O Troféu Julio Delamare foi remarcado para Janeiro, para remover da competição os “coroas” nascidos em 1970, já que esses, pela idade, estariam inelegíveis para nadar o Sul-americano). O campeonato começava no dia seguinte e eu estava sozinho sentado atrás das balizas do Parque Aquático Julio Delamare encarando a piscina. Era final de tarde e o céu do Rio de Janeiro estava laranja. Nunca senti tanta confiança antes de uma competição como naqueles minutos. Eu estava pronto pra pegar minha primeira seleção brasileira. Acho importante ressaltar, no entanto, que o Troféu Brasil aconteceria na mesma piscina uma semana depois e serviria também como seletiva para o Sul-americano Juvenil, embora os medalhões estivessem mesmo de olho na Copa Latina de Nice, que tinha esse mesmo TB como seletiva. Eu planejava garantir minha vaga já no Julio Delamare, mas sabia que teria que aguardar até o termino do Troféu Brasil para conhecer os convocados.

1º DIA – A TRAGÉDIA

Acordei concentrado para nadar os 100m Peito. Queria começar a competição com os 200m ou 400m Medley, provas que eu tinha poucas chances e nenhuma responsabilidade. Quem é ou foi nadador sabe que é difícil começar a competição mais importante da vida com uma prova crucial, mas a vida é assim, e assim eu fui nadar. No ônibus a primeira grande noticia. O Castor (Michelena) não nadaria os 1500m. O Messias foi ao delírio! E foi com esse alto astral que iniciamos o Troféu Julio Delamare. As eliminatórias dos 100m Peito correram dentro do esperado. Nadei forte, mas no estilo e me classifiquei com o 3º tempo. A melhor notícia, no entanto, foi que nadaria a final ao lado do Renato Alves, melhor tempo das eliminatórias. Eu considerava o Renalves (apelido que nós paulistas dávamos a ele) favoritíssimo ao ouro. Meu objetivo a tarde era simples: Grudar no Renalves e trazer no mínimo uma medalha de bronze.

Cheguei à tarde na piscina bem ansioso, um pouco pelo Messias que sem o Castor disputaria o ouro nos 1500m, um pouco pela expectativa da Final dos 100m Peito logo em seguida.

A prova do Messias foi sensacional. Ele e Fábio Costa nadaram lado a lado o tempo todo. Eu dividido entre levantar e torcer pra cassete ou permanecer sentado descansando. Com um final de prova espetacular, Messias levou o ouro com 16’11, contra 16’12 do Fábio Costa. A promessa do William começava com o pé direito. O polimento aparentemente tinha dado certo pra galera do Clube Paulistano!

Desci as arquibancadas confiante para nadar a Final. Comecei bem a prova, boa saída e o estilo encaixou. Como gostava de fazer, comecei forte. Passei os 50m nas “cabeças” e junto com o Renalves. O objetivo estava dando certo! Na volta senti que éramos só os dois na água. Forcei o ritmo. Ele também. Por volta dos 80-85m ainda estávamos lado a lado e ali tive a convicção do ouro ou prata. Próximo à chegada perdi um pouco o gás e notei que ele estava um pouco à frente. Caramba, eu ia ficar com a prata mesmo. Bati e demorei uma fração de segundos pra olhar o placar. O suficiente pra ver o Ricardo Benasayag comemorando lá na raia 7. “Meu Deus, será que fui bronze?” Virei pro placar eletrônico e vi o número 5 do lado do meu nome. Demorei pra entender que o 5 significava 5º colocado. O tempo parece que parou! Eu simplesmente não acreditava. Não era possível. Só que o placar mostrava:

Ricardo Benasayag 1’07’64

Rodrigo Munhoz 1’07’82

Renato Alves 1’08’02

Luis Miguita 1’08’02

Marcelo Menezes 1’08’30

Fiquei tão focado no Renalves que não vi o Munhoz voando na raia 1. O Bena na 7 não dava pra ter visto mesmo, assim como o Miguita na 5. Aquele período após a prova, ainda dentro d’água, foi com absoluta certeza o pior momento, psicologicamente falando, da minha carreira de nadador.

Enrolei pra voltar para as arquibancadas. Não queria assistir a premiação dos 100m Peito com os amigos me consolando. Quando finalmente voltei me senti num velório. Tive a impressão que a galera me olhava com pena! O William ainda tentou me animar dizendo que o ouro nos 200m Peito deveria ser suficiente pra me dar uma vaga. Enquanto ele falava, eu só tinha um pensamento – A minha tão sonhada vaga para o Sul-americano tinha ido pro saco!

Assisti o resto do 1º dia sem animo algum. Nos 100m Livre não consegui forças pra torcer pela Paula. Ela passou na frente, mas não conseguiu segurar o ritmo da Isabele Vieira que bateu recorde com 59’35. Paula fez 1’00’46 e foi bronze, perdendo no final pra Renata Leão. Mesmo assim tava bom! O forte dela era os 50m e esse bronze lhe dava muito crédito por causa do revezamento. A curiosidade do dia foi o ainda desconhecido Gustavo Borges, ainda nadando por São Carlos terminando em 6º nos 100m Livre.

E assim terminava o 1º dia. Fomos jantar no La Mole do Botafogo. Eu estava de péssimo humor e a bagunça da turma me incomodou. A noite tive muita dificuldade pra dormir. Cogitei pedir pro William me sacar dos 400m Medley no dia seguinte, mas não achei nenhuma boa desculpa que não desse a clara impressão que eu estava arregando. Abandonei a idéia e finalmente consegui cair no sono.

 

2º DIA – A REDENÇÃO

Acordei surpreendentemente bem. A seleção podia estar perdida, mas eu ainda tinha chances de ganhar o ouro nos 200m peito no 3º dia e tentei me manter positivo pra alcançar essa meta.

Eu não tinha esperança de medalha nos 400m Medley. Eu estava com o 5º tempo, mas Mauricio Cunha, José Luiz Ganem e Jaime Mitropoulos nadariam todos na casa dos 4’40 – 4’43. Eu queria nadar por volta dos 4’46 – 4’47. Nadei as eliminatórias segurando bastante e esperava 4’50 – 4’51 já que achava que uns 4’53 me colocariam na Final. Quando cheguei e olhei o placar, me surpreendi pra caramba: 4’46. “Uhmmm! Talvez a segunda medalha não fosse mais tão impossível assim”. Passei a acreditar de novo!

O segundo dia de Finais começou novamente com boa notícia pra grupo dos cinco do William. A Mika surpreendeu a todos e conseguiu a prata nos 200m Livre nadando pra 2’09’30, ficando atrás somente da Isabele Vieira. O problema é que a coitada nadou logo em seguida os 200m borboleta e cansada, perdeu o bronze no final da prova para a Sandra Hassimoto. O ouro, com recorde, foi para a Daniela Lavagnino que nadou pra 2’20’58.

Depois ainda torci pra Paula nos 50m Livre e ela não decepcionou, vencendo por apenas 3 centésimos a Raquel Finizola e de quebra batendo o recorde com 27’78.

E chegava a hora dos meus 400m Medley, mas antes assisti com alegria, embora já concentrado, a Luciana confirmar seu favoritismo ao vencer com muita facilidade a prova feminina com 5’08. Fui para a baliza pensando que dos cinco que faziam parte do “pacto” com o William, três já tinham ouro e uma tinha prata. Não dava pra acreditar que eu seria o único a desapontar. Eu precisava buscar essa medalha nos 400m Medley.

Eu nadaria a Final na raia 5 com Mauricio Cunha do meu lado direito na 4 e o Jaime Mitropoulos do lado dele na 3. No meu lado esquerdo, na raia 7, José Luiz Ganem. Eu não ia cometer o mesmo erro dos 100m peito. Eu precisava ficar de olho em todos eles, embora a real possibilidade de ficar em 4º não saia da minha cabeça.

Comecei bem a prova e fui mantendo um bom ritmo até os 200m. Eu sempre tive muito medo do nado Costas porque eu era ruim e não conseguia ver o quanto o resto da turma estava abrindo de mim, mas quando virei pro nado peito, vi somente o Cunha um quilometro na frente. O resto da galera estava próximo. Era hora de buscar todo mundo. Nadei forte o peito, como de costume, e virei pro livre em terceiro e ainda estava inteiro. Na minha frente o Mauricio Cunha era inalcançável, mas o Jaime estava apenas um corpo na frente e na virada dos 350m eu já tinha grudado nele. Verifiquei o campo de batalha pra evitar surpresas e percebi que o bronze estava garantido. Surpreendentemente o Ganem não foi bem nesse dia. Nadei os últimos 50m respirando pra esquerda pra tentar passar o Jaime e ficar em segundo. Faltando 25m eu já tinha certeza da prata e nadei o final de prova bem emocionado. Bati na borda pra 4’41’16. A prata era minha e o sonho da seleção estava de volta!

Ainda no 2º dia e logo após os 400m Medley, eu fecharia o 4x200m Livre do Paulistano numa das provas mais sensacionais da minha vida. Estávamos na raia 2, ou seja, com o 5º tempo. A estratégia era por o Messias pra abrir pra dar uma boa vantagem pra gente. Flamengo e Pinheiros disputariam o ouro, mas o bronze estava meio aberto embora a aposta mais certa fosse o Curitibano que nadava pela raia 3. Messias abriu bem e entregou em 2º. O Adriano Yonezaki em seguida foi bem também e entregou na 3º colocação. Daniel Fernandes segurou a bucha e eu subia no bloco para tentar segurar o bronze e única oportunidade de medalha para o Daniel e o Adriano. Eu nunca havia nadado 200m livre polido e raspado e ao meu lado, fechando pelo Curitibano o Carlos Becker, prata na prova com 1’56. O Daniel me entregaria com apenas um corpo de vantagem. O bronze parecia impossível. Pulei e o Becker veio com tudo. Nos 100m ele já estava um pouco à frente e ali perdi o pingo de esperança que tinha de medalha, mas decidi terminar com dignidade e mantive a estratégia de prova. Becker abriu um corpo até os 150m. Eu virei para os últimos 50m olhando as demais raias para tentar garantir o 4º lugar (quem sabe um dos três primeiros não seria desclassificado), mas já nas primeiras braçadas notei que o Becker estava cansado e perdendo terreno! Faltando 25m estávamos quase lado a lado. Forcei com tudo que me sobrava de força! Cheguei em terceiro com o parcial de 1’59’00, quatro décimos na frente do Curitibano. Foi um grande dia pra mim! Pinheiros terminou em primeiro e Flamengo em segundo e a festa que fizemos pelo bronze no revezamento foi inesquecível!

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Premiação do 4x200m Livre

3º DIA – O DIA D

Finalmente chegava o dia dos 200m Peito. Nadei de manhã segurando bem, mas tentando garantir uma raia central na Final. Acabei as eliminatórias em 4° e fiquei feliz. Sempre gostei muito da raia 6. Meio superstição minha. Voltei pro hotel confiante.

As Finais não começaram tão bem pra gente. A Mika foi mal nos 100m borboleta e terminou somente em 5º numa prova que a Lavagnino dominou de cabo a rabo e quebrou mais um recorde nadando para 1’04’20. Não deixei isso me abalar e desci extremamente focado para os 200m peito. Na apresentação, do meu lado esquerdo o Ricardo Benasayag, do direito o Renalves. Não podia pedir melhor balizamento! Na raia 4 o Ricardo Minguez tinha feito um tempaço nas eliminatórias e na 3 o sempre perigoso João Fernando Almeida. Isso sem contar o Miguita e o Munhoz, ambos fortíssimos concorrentes. Dos 8 finalistas, 7 não seriam zebra se levassem o ouro.

Comecei a prova forte, como sempre gostei de fazer e virei os 100m em 2º, atrás apenas do João Fernando de Almeida, que passou muito forte. Resolvi forçar o ritmo, mas tentando manter o nado esticado. Não queria perder o “estilo”. O João Fernando ainda passou na frente os 150m, mas eu já estava grudado nele, assim como o Benasayag, que estava praticamente empatado comigo. Nos últimos 50m deu pra sentir que o ouro seria meu ou dele. O João ficou pra trás e o resto da galera estava longe. Nadamos os últimos 50m o tempo todo juntos, forçando. No final cheguei melhor e venci por meros nove centésimos. Finalmente o tão sonhado ouro! Foi a única vitória da minha carreira que vibrei com certa euforia ainda dentro da piscina. Eu sempre fui muito contido nas comemorações. Minutos depois, já na piscina de saltos eu ficava submergindo, quase explodindo de alegria e desencanei de soltar para os 4x100m Livre, prova que terminamos em 5º, sem chances de medalha. Durante a premiação dos 200m peito, eu estava tão feliz que nem notei o Bena, com a prata no peito, de óculos escuros, rasgando o diploma na frente do Coaracy, em atitude que não sei até hoje se lhe rendeu alguma suspensão. A noite não dormi direito, mas dessa vez foi de pura alegria.

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Premiação dos 200m Peito com o Bena rasgando o diploma!

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Diploma dos 200m Peito

O 4º dia foi totalmente descontraído. Eu nadei os 200m Medley e fiquei em 5º, com 2’14’33, longe da medalha. A Luciana, minutos antes, confirmava novamente seu favoritismo vencendo com 2’26. O Messias conseguiu a prata nos 400m Livre com 4’03, perdendo somente para o imbatível Castor, que bateu mais um recorde com 3’58’88. Cheguei a sonhar com um bronze no 4x100m Medley, mas infelizmente terminamos em 4º, cerca de um segundo atrás do Flamengo.

O Pinheiros venceu o Julio Delamare com certa facilidade. A noite jantamos novamente no La Mole. O William não comentou nada sobre a conversa de quase um ano atrás, e nem tão pouco nós cinco, embora eu tenha certeza que na cabeça de todos, a sensação era de orgulho e dever cumprido. No dia seguinte a delegação adulta que nadaria o Troféu Brasil chegou. Fiquei muito feliz com os parabéns de todos. Numa época pré internet, e-mail e celular, eu não sabia se a notícia do nosso sucesso tinha chegado ao resto da equipe que permaneceu em São Paulo.

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Carta que recebi do Coaracy, parabenizando o titulo de Campeão Brasileiro!

Quanto ao Troféu Brasil, nadei muito mal. Acho que o desgaste emocional do Julio Delamare foi demais pra mim. No entanto, alguns juvenis do nado peito surpreenderam. Munhoz garantiria sua convocação ao chocar a todos com a prata nos 100m peito, com apenas 16 anos de idade, fazendo o excelente tempo de 1’06. Cacá (Carlos Araujo) também garantiria sua vaga ao terminar os 200m Peito com impressionantes 2’26.

O bom desempenho do Cacá me tirou da primeira posição dos 200m peito e me preocupou. No final da competição, o Sidão, técnico do Luso de Bauru, me parabenizou pela convocação. Pensei com meus botões “Esse cara ta louco! A convocação não saiu ainda!” O William não veio falar nada comigo e comecei a ficar ansioso. Não me lembro da festa do último dia! Não sei dizer nem onde foi, mas lembro-me muito bem daquela noite. Literalmente não dormi! A ansiedade era tamanha que não consegui nem uma soneca. Por isso fui o primeiro a descer para o café da manhã. Sentei sozinho por um bom tempo ali nas mesas do restaurante, aguardando a entrada do William e o anúncio da convocação. Quando ele apareceu e não disse nada, pensei “Ferrou”! Sai do restaurante muito preocupado, mas sem coragem de perguntar pro William da convocação.

Já no ônibus, voltando à São Paulo, enquanto eu lá na turma do fundão fingia que nada me afligia, o William solicitou silêncio e pediu a palavra. Imaginei o famoso discurso do “Parabéns”, que ele religiosamente dava agradecendo a equipe por não ter enchido a lata na festa na noite anterior. Só que o discurso foi outro: “Pessoal, no inicio do ano chamei cinco atletas para uma conversa, o Lelo, o Messias, a Luciana, a Paula e a Mika e dei a eles um desafio. Se confiassem no trabalho e se dedicassem por completo, eu colocaria os cinco na seleção brasileira. Ontem saiu a convocação e tenho orgulho de dizer que os cinco foram convocados.”

Foi uma explosão de alegria dentro do ônibus. Parabéns para todos os lados! Eu na verdade sentia muito mais alívio do que qualquer outra emoção. Depois da bagunça ainda consegui dormir por um bom tempo. Um dos melhores sonos que tive!

A nota triste de toda essa história foi que alguns dias depois, quando a convocação saiu na mídia oficialmente, cortaram a Mika em prol da Sandra Hassimoto que havia ido muito bem no TB. Em retrospecto, a decisão foi acertada, mas pra Mika foi um golpe duro!

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A convocação sai oficialmente na mídia.

O Sulamericano Juvenil de Rosário, em Março de 1989, talvez tenha sido a competição mais bacana da minha carreira. Não pela competição em si, mas pelo laço de amizade que se firmou entre grande parte da equipe e que pra muitos perdura até hoje, como também pelas histórias inusitadas que ocorreram nessa competição como a falta de verba da CBDA que nos fez ir para Rosário com um avião da FAB, a guerra de fruta no corredor do Hotel, o emblemático restaurante La Rural, as bagunças do baiano Repolho e muito mais, só que isso vai ficar pra outro post.

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Foto Oficial da Seleção Brasileira Juvenil, em Rosário, Argentina!

Nesse concluo dizendo que curti bastante tê-lo escrito, porque revivi todo aquele ano de 1988, cheio de dramas e conquistas e que culminou com a minha primeira e tão sonhada convocação para a seleção brasileira. O curioso dessa história toda é que tenho uma convicção que se a história fosse outra e eu tivesse ficado de fora dessa seleção (que em termos absolutos foi a menos importante que fiz parte), minha carreira de nadador, que chegaria ao fim em 1997, teria sido outra, mais curta e bem menos vitoriosa.

51 comentários em “O Clube dos Cinco – A História do Julio Delamare de 1988

  1. Rodrigo M. Munhoz
    4 de abril de 2013

    Boas lembranças, Lelo!
    Eu estive muito próximo dessas histórias e das pessoas desse clube dos 5! Todos gente boa!
    Lembro de ter chegado nesse JD com altas expectativas e, apesar de não ter ido mal, fiquei meio desapontado…. Felizmente na semana seguinte tivemos o TB na mesma piscina e melhorei bastante nos 100 peito, peguei 2o e garanti vaga no Sula, também. Foram dias marcantes na beira da saudosa piscina do Júlio de Lamare…
    Abraços!

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Boa Munhoz! Você esteve nessa e em muitas outras! Esse seu 1’06 foi espetacular!

  2. rcordani
    4 de abril de 2013

    Excelente Lelo, esse tipo de post é do tipo dos que eu mais gosto, histórias pessoais com detalhes. Interessante que as histórias pessoais vão se entrelaçando, eu já havia tangenciado esse seu janeiro de 1989 no meu antigo post Sonho Olímpico.

    Isso me lembrou uma entrevista com o Oscar Galindez na noite antes do Ironman Brazil 2001, quando ele apontou as 1000 bicicletas enfileiradas na transição e disse: “aí tem 1000 bicicletas, são 1000 participantes com 1000 sonhos diferentes”.

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Eu também gosto muito dessas historias mais pessoais. Acho que nesse caso todo mundo se identifica porque todos passaram por situações semelhantes! Do céu ao inferno e vive-versa! O esporte em geral é assim. Feito de momentos altos e momentos baixos!

  3. Marina Cordani
    4 de abril de 2013

    Você curtiu escrever o post e eu curti lê-lo! Estou atrasada, mas não consegui ler pela metade! Emocionou!

  4. Beatriz Nantes
    4 de abril de 2013

    Assim como a Marina também estou meio atrasada mas não consegui parar de ler. Precisei ir para uma salinha separada aqui no trabalho, já antecipando que ia me emocionar, assim como aconteceu quando li a Saga dos 200 peito do Renato. Sensacional ler um texto como esse numa quinta de manhã!

    Três partes que eu gostei muito:
    1- quando você fala sobre a sensação de depcepção ao olhar o placar, depois de sentir ter nadado bem, e ver que o tempo/colocação não foi o esperado (quem nunca passou por isso?/ E quão genial é, depois de passar por isso algumas vezes, o momento em que você olha o placar e vê que de fato a coisa saiu como esperado?)

    2- a parte que menciona “decidi terminar com dignidade e mantive a estratégia de prova”… muito significativo. No caso ainda mais porque ter mantido a dignidade levou à medalha, mas acho muito bonito quando vejo pessoas terminando uma prova com dignidade mesmo quando ela já está perdida;

    3- “Minutos depois, já na piscina de saltos eu ficava submergindo, quase explodindo de alegria”. Acho que de todos os momentos, entre ver o placar, abraçar o técnico, receber a medalha, esse é um dos mais legais.. quando depois de uma prova você vai pra piscina de soltura e, sozinho, se toca do que aconteceu.

    Parabéns, adorei 🙂

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Valeu Beatriz! Alias, parabéns pela sua reportagem com as meninas da natação. Achei excelente!

  5. Cassiano Leal
    4 de abril de 2013

    Muito bom Lelo. Lembro também desse campeonato. Principalmente a disputa dos 4 x 200 com o Flamengo do Castor. Pelas contas, soma dos tempos individuais, iríamos perder por um pouco. Estávamos os 4 muito nervosos antes da prova. O pior é que a missão de fechar com o Castor sobrou para mim. Eu estava 9 segundos atrás dele. Fiz até contagem regressiva e calculei cerca de 7 segundos que estávamos na frente, ou seja, ele iria me pegar e vencer com 2 segundos de vantagem. Já no saída meus óculos encheram d’água. Imagine o desespero. Passei forte e vi o Castor vindo com tudo, com aquela perna que mais parecia um maremoto, até fui para o outro lado da raia para não pegar essa marola. No final melhorei 2 segundos e o Castor pirou 2 e vencemos.
    Abraço,

    Cassiano Leal

    • Fernando Cunha Magalhães
      4 de abril de 2013

      Cassiano, meu velho,
      segurar o Castor no fechamento do reveza é linha obrigatória no currículo de qualquer um.
      Parabéns!

      • Lelo Menezes
        5 de abril de 2013

        Ouso dizer que pouquíssimos tem isso no CV

    • Cristiano Michelena
      4 de abril de 2013

      Boas lembrancas…

      • Lelo Menezes
        5 de abril de 2013

        Boa Castor! Um dia vou escrever sobre algumas “bagunças” no Arizona, aí sim vamos ter boas lembranças… Ou quem sabe sobre aquela guerra de farinha em Rosário, um ano depois desse relato aqui! Aquele Sulamericano absoluto tem muita história boa! Inclusive o seu 1500m ao lado do Andreas Minelli merece um post só pra ele! Você conseguiu calar e levar ao desespero toda uma arquibancada Argentina!

        Abração

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Valeu Cassiano. Segurar o Castor era pra poucos! E você ta devendo nos contar a sua história do inferno ao céu. Da frustrante seletiva olímpica de 92 até a gloria em 96!

      Abraços

      • Rogério Aoki Romero
        6 de abril de 2013

        Opa, o sulamericano da farinha é antológico! Pena que eu não tenha esta memória de vocês, mas o La Rural é inesquecível.

      • Lelo Menezes
        8 de abril de 2013

        Pô Piu! Você tem 6 mil convocações de seleção brasileira. Ai fica difícil lembrar de tudo mesmo! Nós, os PEBAS, lembramos das poucas convocações!
        Mas uma coisa você tem razão! Nem o Phelps esqueceria a sensacional Guerra da Farinha!

        Abraços

  6. Guilherme Belini
    4 de abril de 2013

    Muito bom…
    À bastante tempo (desde que parei) não lia coisas sobre a natação.
    Vocês estão me devolvendo a paixão…
    Lelo: A história é fabulosa…
    Parabéns e uma grande Abraço.
    Guilherme Belini

    • Fernando Cunha Magalhães
      4 de abril de 2013

      Olha o Belini aí… que bacana.
      Forte abraço meu amigo!

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Valeu Belini! Apareça mais vezes aqui. Ta cheio de textos sobre os ex-petistas!

      Abraços

  7. Jorge Fernandes
    4 de abril de 2013

    Lelo… simplesmente excelente seu relato…
    acho que muitos (eu inclusive) relembraram estes momentos pré-prova e as emoções pós-prova…
    simplesmente obrigado por relatar tão bem os momentos vividos, que trazem boas lembranças dos tempos de competição…

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Valeu Jorge! Você bem que podia escrever outros textos! Você deve ter mil historias interessantes pra contar, inclusive uma que eu adoraria ler seria sobre os detalhes da prova do bronze olimpico!

      Abraços

  8. Miyahara
    4 de abril de 2013

    Sensacional Lelo!!!! Muito bom post!!!

    muito boa a descrição das provas é mais ou menos os pensamentos que temos.

  9. Luiz Carlos Miguita Jr.
    4 de abril de 2013

    Belíssimo post, Lelo, que memória, quantos detalhes, Parabéns!! Este JD foi muito especial e este post me trouxe boas recordações. Achei tbm muito interessante o relato da parte emocional e psicológica que antecedem estes eventos, muito bom!!
    Abraços, Miguita

    • Lelo Menezes
      4 de abril de 2013

      Valeu Miguita! Você viveu em primeira mão essas provas! Essas recordações são impagáveis!

      Abraços

    • rcordani
      5 de abril de 2013

      Miguita, você lembra dessa prova dos 100 peito? Você também não viu o Bena e o Munhoz, e se surpreendeu na chegada?

      • Luiz c. Miguita jr.
        6 de abril de 2013

        Renato, me lembro bem do Renato Alves e apenas dele. Nao vi Lelo, Munhoz ou Bena. Foi uma prova parelha. Boas recordacoes!
        Um grande abraco,
        Miguita

  10. Fernando Cunha Magalhães
    4 de abril de 2013

    DIMENSÃO FILOSÓFICA
    Por que dedicar-se a essa causa?
    Um ideal, um propósito de busca de superação e realização de um sonho.

    DIMENSÃO CAUSAL
    Para quem?
    Para você, para o Willian, para seus colegas e o crescimento da natação do clube.

    A JUGULAR
    Conquistar a vaga na Seleção Brasileira

    DIMENSÃO POTENCIAL
    Como fazer?
    Fé, disciplina, persistência, dedicação, obstinação, iniciativa, conhecimento, planejamento, foco, entusiasmo, concentração, mais fé.

    DIMENSÃO ECONÔMICA
    O que fazer?
    Treinar pesado, não faltar, descansar, questionar, alongar, cuidar da alimentação, pensar estratégia, testar estratégia, observar, discutir, puxar ferro.

    CRUEL INDICADOR DE DESEMPENHO
    Não convocação – fracasso
    Convocação – sucesso

    Parabéns Lelo pela realização desse sonho, por celebrá-lo anos depois com a importância que ele tem em sua história e obrigado por dividir conosco.

    • Fernando Cunha Magalhães
      4 de abril de 2013

      Sobre as provas, achei sensacional a fechada do 4x200m.
      Ser ultrapassado, tomar um corpo e conseguir se recuperar depois é algo raríssimo. Não lembro de ter visto em outra situação.

      • rcordani
        4 de abril de 2013

        Michael Heath contra Michael Gross nos 4×200 de 1984 não foi precisamente assim?

      • Fernando Cunha Magalhães
        4 de abril de 2013

        Precisamente.
        Acabei de assistir no youtube. Gross cata nos 1os 100m, acelera depois da virada e abre, vira mal nos 150m, o americano cresce e vem pra cima, passa, mas chega mal e ainda assim ganha por 4 centésimos. Prova espetacular.

      • rcordani
        4 de abril de 2013

        Boa, o link para o 4×200 de 1984 está aqui.

        Outro exemplo similar foi o Thorpe em 2004. Pegou dois corpos mas perdeu no fim. Aqui.

      • Lelo Menezes
        5 de abril de 2013

        É interessante como a estratégia de prova é fundamental e muitas vezes é esquecida pela emoção. Se o Becker fizesse uma prova parecida com a que lhe deu a prata no individual, certamente teria me buscado e conseguido o bronze no revezamento, mas a sede de vencer foi tanta que ele deu um tiro para me alcançar e isso lhe custou caríssimo no final de prova. É a vida nos ensinando lições!

    • Lelo Menezes
      5 de abril de 2013

      Valeu Esmaga! O que eu acho mais fascinante nessas historias pessoais é que não existe uma verdade absoluta. A realidade tem muito a ver com a percepção e a expectativa de cada um. As vezes o fracasso em um objetivo tem consequências devastadoras e muitas vezes inexplicáveis. Veja o caso do Grangeiro que com 17 anos chegou muito próximo de uma vaga olímpica. Racionalmente deveria ter sacudido a poeira e focado em Barcelona quando estaría no auge, com 21 anos. Mas o “fracasso” de não ter ido a Seul simplesmente acabou com qualquer sonho futuro na natação. Impressionante como as vezes nos cobramos de uma maneira quase abusiva e muitas vezes redefinir o objetivo na teoria parece simples, mas na pratica é impossível!

  11. Fabio Yamada
    4 de abril de 2013

    Que post sensacional!

    Queria muito ter nadado esse Brasileiro para tentar Rosário, mas não deu, me contundi no fim de 88. Fiquei tão traumatizado na época que nunca busquei relatos daquele campeonato, foi muito bacana ler isso agora e lembrar dos figuraças da época!

    Parabéns Lelo!

    Abração

    • Lelo Menezes
      5 de abril de 2013

      Poxa Yamada! Não sabia dessa sua contusão! Que pena! É sempre muito traumático perder uma prova pro causa de doença/contusão. Aconteceu comigo no JD de Porto Alegre em 86 e novamente em Goiânia 89.

      Abraços

  12. Oscar Godoi
    4 de abril de 2013

    Lelo, belo texto, esta competicao me marcou bastante, ganhei minha primeira medalha de brasileiro, participei desta como juvenil A e se nao me engano fui segundo de 100p depois da desclassificao do Marcelo Okamoto, nao me lembro quem ganhou. Estava defendendo o Palestra de Sao Jose do Rio Preto, como estava so eu e meu tecnico sempre pegavamos carona depois da competicao, no dia que voce venceu peguei uma carona no mesmo onibus que estavam os atletas do paulistano, nao me lembro se voces tambem estavam de carona ou se era o onibus da equipe, lembro como se fosse hoje voce entrou no onibus eu ja estava sentado, passou por mim com o seu buquet de flores demos um breve oi e meu tecnico virou para mim e disse no proximo ano voce pega ele. Como sabemos este era apenas o comeco de uma grande historia de provas. Abraco

    • Lelo Menezes
      5 de abril de 2013

      Valeu Oscar. O 100m peito Juvenil A foi vencido, se não me falha a memória, pelo Marco Barros, vulgo Bite, de Ribeirão Preto, que estranhamente desapareceu pra natação logo após o Sulamericano Juvenil em Rosário! Bem legal esse detalhe do ônibus! Não me recordava. Sabe que eu dormi com a medalha de ouro no bolso do shorts essa noite. Foi talvez a vitoria que eu mais curti na vida!

      Abraços

  13. ANTONIO CARLOS ORSELLI
    4 de abril de 2013

    Caro Lelo. Só o esporte para nos dar, em tão curtos espaços de tempo, sensações tão díspares, de alegria, frustração e encantamento. Parabéns pelo seu relato, que, estou certo, a maioria dos nadadores de alto nível, como você, tem para contar. Embora sem o brilho do seu texto. Um detalhe sobre o J.D 88/89 foi a prata da Raquel Finizola, hoje Stellet e ainda nadando no Flamengo, com 27.78. Quase vinte anos depois, em 21.04.2008 a moça mandou 27.60 na mesma prova para ser a recordista sul-americana da faixa 35/39. Um assombro!

    • Lelo Menezes
      5 de abril de 2013

      Muito obrigado pelo elogio Orselli. Espetacular esse relato da Raquel! Eu não sabia que ela nadava Master. Que tempaço esse dela!

      Grande Abraço!

  14. Ruy Araujo
    4 de abril de 2013

    Excelente texto Lelo. Agora um comentário que pode virar post algum dia. Como eramos ratinhos nessa época. Olha as fotos de todos os nadadores, que participaram de Olimpíada inclusive, e compare com a molecada de hoje. Eramos verdadeiros fiapos.

    • Lelo Menezes
      5 de abril de 2013

      Valeu Ruy. Sem duvida éramos semi-raquíticos! Engraçado e ao mesmo tempo amador como não sabíamos que força física é fundamental na natação.

  15. Viviane
    4 de abril de 2013

    É engraçado como esse JD marcou a carreira de tanta gente,a minha nem se fala.O mais legal é que no clube olimpico vivemos essa mesma situação.Sergio fez uma reunião e tb disse que teria condições de colocar 5 atletas na seleção brasileira:Eu,Cintia Verena,Luizinho Ganem ,Ivea Carolina e o Heraldo. De todos ele disse que eu seria a mais difícil mas se eu treinasse direitinho teria uma chance.Nadava com a Bia Lages,Dani Ishimaru,Angela Tupynambá que no ano anterior tinham detonado no Brasileiro nas minhas provas.Não sei se tomei isso como desafio e não sei se foi o ano que mais treinei mas deve ter sido um dos que mais treinei. o final da historia foi que não só me classifiquei para o Sul americano juvenil como tb para a copa Latina e dos 5 nadadores apenas Ivea não classificou,ficou doente dias antes e não participou do campeonato.Completando o time dos baianos o famoso Repolho.

    • Lelo Menezes
      5 de abril de 2013

      Sensacional a semelhança da história Viviane! Você sabe que no 1º dia, o da tragédia dos 100m peito, a primeira prova da competição foi o 1500m feminino. Confesso que assisti com pouco interesse, por não ser uma prova oficial e porque estava concentrando pra minha prova. Só que o seu estilo me chamou a atenção e acompanhei bem o final de prova. Você ganhou com 17’19 e eu pensei na hora “Caramba, como é f… essa menina.” É que eu havia ganhado o Paulista de 86 com exatamente o mesmo tempo. Bateu uma certa vergonha….rsrsrsrsrs!

  16. Viviane
    5 de abril de 2013

    Ate eu me surpreendi com aquela prova.Eu nadei muito fácil aquele JD e lamento não ter guardado com tantos detalhes cada virada,cada pensamento que tive enquanto nadava.Lembro que Cada vez que eu batia na borda e via o tempo eu pensava:como foi que fiz isso!!!!!.queria ter sua memória,rsrsr.

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Publicado às 4 de abril de 2013 por em Natação e marcado , , .
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