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Natação e cia.

5 Dicas de Um Viajante PEBA

Até uns anos atrás, cada regresso de viagem me dava uma grande vontade de parar de nadar. A tentativa de retomar a rotina de treinos depois de dias parado era dolorosa e frustrante… e nada fácil se livrar do piano nas costas.  Manter algum condicionamento físico durante viagens de negócios, com agenda apertada e rotina zoada pode ser complicado mesmo. Contudo, nesses últimos anos, venho aperfeiçoando um método que maximiza nadadas “na estrada”, minimizando a afundada no retorno.

Esse método foi colocado a prova neste mês passado, quando passei 5 semanas trabalhando nos EUA, entre San Francisco e San José – Califórnia, acompanhando projetos críticos para minha área. De quebra, ainda utilizei esse período para fazer aulas de Comunicação e Digital Marketing, de segunda a sexta das 18 as 20:15hs. Sim, eu fiquei bem ocupado.

Mas no fim desse período, posso afirmar que felizmente foi um mês de muita produtividade, aprendizado, e manutenção do meu shape PEBA.  Cheguei hoje (atrasado para o post de segunda novamente, foi mal, R e leitores…) e fiz um T30 no forever shape, que comprovou isso.  Se você for como eu, que gosta muito de molhar as guelras, mas frequentemente se frustra com a aridez esportiva das viagens de negócios, vou passar hoje umas dicas que funcionaram para mim.

Agora, um disclaimer importante para quem não me conhece: Estou com 44 anos, nado uns 10K por semana e não tenho pretensões de melhorar meus tempos. Porém, também não quero passar vergonha  na próxima competição ou travessia que resolver ir ou se o Lelo resolver me desafiar para um 50 peito… Sim: Pode acontecer ainda!

Como sempre, ofereço aqui uma abordagem empírica (ou seria “Empichúrica”?), mas posso dizer que um modesto planejamento e disciplina, geram ótimos retornos. Em resumo, meu (pseudo) método se resume a cinco pontos principais, bem simples e práticos, que tento ilustrar aqui:

1) Tenha sempre uma sunga (maiô) e um par de oclinhos na mala. Sempre! Não ocupam quase espaço nenhum e maximizam suas chances de nadar. No meu caso, tenho sempre um par desses apetrechos na gaveta das meias, assim não preciso correr até o carro, buscar na mochila da natação ou ir até o clube pegar os ditos cujos na hora de fazer a mala. Ultimamente tenho levado uma touca também, o que é bom em academias que exigem esse acessório e em águas mais frias. As vezes eu não levo nem um par de tênis, mas a sunga e oclinhos nunca faltam. O pessoal do Dolphin Club em San Francisco, usa apenas calção, oclinhos e touca para encarar águas que baixam aos 11o C no inverno. Eu sou testemunha que não precisa mais que isso.

2) Mapeie as opções de natação antes de viajar. Ao reservar um hotel, escolher o apartamento ou o que o valha, dê preferência aos que tem águas nadáveis facilmente acessíveis. Esta é frequentemente a parte mais difícil, mas o negócio é fazer escolhas razoáveis. Lembre-se que se o hotel não tem uma piscina decente, você não precisa se conformar e deve buscar as opções na região: Piscinas públicas, academias e clubes – especialmente com equipes de masters – ACMs (YMCAs) ou escolas são boas opções. Não descarte, porém, as praias, lagos e rios – você pode até se surpreender positivamente com os lugares que o povo nada!  Achei uma academia Fitness SF, com piscina de 25 jardas bem perto do meu apartamento, o que ajudou muito na logística. Cerca de USD 120 para usar o lugar quanto quiser me pareceu caro, porém razoável. Nos fins de semana buscava nadar no mar e depois passava lá para uma jacuzzi ou sauna.

3) Esteja aberto a novas experiências aquáticas. Isso está meio que ligado com o ponto anterior: Alguns lugares para nadar vão nos tirar da zona de conforto. Outros podem até te enervar: Ter que desviar de crianças tentando pular na sua cabeça ou partilhar o espaço com mais três idosos usando a raia para caminhada aquática pode ser complicado. Mas isso é passageiro: Encare, adapte-se! Em viagens, já nadei em piscinas horrorosas, quentes demais, curtas demais, etc. Mas também já nadei em lugares paradisíacos, com nadadores que considero “sortudos”. O importante é fazer o possível para pelo menos manter a memória muscular da natação ativa durante a viagem. O lugar mais doido que caí desta vez foi Fort Point – para pegar jacarés bem embaixo da Golden Gate. Na verdade, neste caso entrar foi fácil, mas apanhei bastante para sair pelas pedras com as ondas batendo.

4) Fale com seus colegas nadadores. Pergunte, converse. Você pode se surpreender com as coisas em comum que vão muito além da piscina! Boas dicas de restaurante dessa última viagem vieram de nadadores: Breakfast sandwich do Devils´ Teeth e Chile do Greens. Um nadador pós treino me deu dicas de onde pegar ondas em SF (Ocean Beach e Fort Point) e até dos ônibus que deveria tomar. Consegui uma reunião importante com um importante executivo da minha empresa graças a uma outra fria nadada no Dolphin Club. E foi um ex-nadador russo que me deu a dica da academia com boa piscina perto do meu apartamento. Isso vale para as redes sociais também. Cheque os grupos de nadadores na área e siga as dicas que com certeza virão. Somos uma comunidade, querendo ou não. (N. do A. O leitor Alexandre Bulhões Costa ofereceu uma ótima idéia para quem viaja muito aos EUA: se filiar a USMC http://www.usms.org/  pagando uma taxa anual para assim poder usar piscinas afiliadas gratuitamente)

5) Use sua agenda de maneira disciplinada, mas usando de criatividade e flexibilidade enquanto evita o stress. Viagens de negócio podem ser pesadas na cabeça. Nadar deveria te fazer relaxar e se centrar e não gerar mais pressão no seu dia. Se não puder nadar de manhã por conta de uma reunião muito cedo, tente ir de noite. Se não puder contar azulejos, num dia de muita correria, tente nadar um pouco mais no dia seguinte. Na minha opinião, contudo, não adianta surtar e nem ficar com sentimento de culpa por “matar treino”. Em último caso, encha a banheira do quarto com água e faça uma apneiazinha para variar.

Ou vá pedalar, correr, sambar… não fique parado!

Para mim, os “bônus” adicionais do exercício físico e da natação nessas viagens são que me sinto muito melhor durante o dia, me adapto mais rápido ao fuso horário e me mantenho ocupado com algo saudável. Sair à noite, beber e comer fora todo dia é tentador e até divertido por uns dias, mas me cansa – e também não resolve a saudade da família e de casa. Aliás, para esse último problema, não tenho dicas nem métodos para oferecer e estou bem feliz de estar de volta!

Sobre Rodrigo M. Munhoz

Abrace o Caos... http://abraceocaosdesp.wordpress.com

10 comentários em “5 Dicas de Um Viajante PEBA

  1. rcordani
    22 de março de 2016

    Boa Munhoz, gostei das dicas, e realmente, algumas piscinas públicas são de matar se vocêã no escolher bem os horários. “Fast lane” para média de 2:30 a cada 100 é f…

    • Rodrigo M. Munhoz
      22 de março de 2016

      Pois e’… A “Fast Lane” no caso da FitnessSF era apenas uma sutil sugestao… ninguem respeitava muito. A sorte era que em 90% das vezes tinha no maximo 2 por raia entao nao precisava rodar…

    • ale steinberg
      22 de março de 2016

      E aquelas que o pessoal até nada, mas tem tanta gente na raia que a chegada fica a quase 10m da parede?

      • Rodrigo M. Munhoz
        22 de março de 2016

        Phoda. Ainda bem que nao enfrento mais congestionamentos desse tipo fora dos aquecimentos lotados na piscina de RP!

  2. Fabiano Marcondes
    24 de março de 2016

    Rodrigo,
    Muito legal o post e sua ‘ metodologia’ ! Também a uso, e com frequência.
    Quando estou viajando (toda semana, kkk!), acordo 4, 5hs da manhã, sem nenhum problema. Seja pra nadar ou pra correr.
    Aliás, usei-a ontem, em Curitiba (na GB).
    Obrigado Fernandão (que carinhosamente apelidei de o ´Armando Nogueira da Natação´) pela oportunidade de poder treinar e rever alguns amigos na academia.
    Abraços.

    • Rodrigo M. Munhoz
      28 de março de 2016

      Oi Fabiano,
      Eu já não viajo toda semana faz tempo e 4 da matina, só em casos excepcionais… Vc deve ser mega disciplinado, muito bom ouvir isso! Keep it up!
      Abrtz!

  3. Daniel
    25 de março de 2016

    Realmente legal o post e também me identifiquei pois tenho vivido “na estrada”. Dicas de algumas piscinas que usei recentemente:
    – em San Francisco, a da YMCA (“ACM”) de Embarcadero fica muito próxima do centro financeiro/negócios (http://www.ymcasf.org/locations/embarcadero-ymca) então dá para ir a pé. $20/day pass no esquema que os gringos gostam de raias divididas por “velocidade” e um salva vidas que fica tentando organizar a coisa. Também já usei em SanFran a piscina pública de North Beach, mais barata ($5) só que é mais longe. Ambas são de 25m o que também é legal.
    – em Miami, nadei recentemente em uma piscina pública em Miami Beach (http://miamibeachfl.gov/parksandrecreation/scroll.aspx?id=12204). $10 pelo day pass, piscina aquecida ao ar livre com astral bem legal. 25m também.
    – em Boston, vou experimentar daqui uns 10 dias a piscina do MIT (http://www.mitrecsports.com/work-out/open-recreation/). Ela é 50m por 25 jardas (geralmente raiada para 25 jardas) e se Vc avisar antes parece que rola fazer o treino com o time de masters do MIT.

    Grande abraço e continuem escrevendo!

    • Rodrigo M. Munhoz
      28 de março de 2016

      Oi Daniel,
      Dei uma olhada nessa Y, mas ficava fora de mão para ir ao trabalho depois. Outra dica de SF (no SoMa) é a piscina da UCSF – Bakar Fitness Center (http://campuslifeservices.ucsf.edu/fitnessrecreation/ ), que tbem tem um time de Masters. Um pessoal da minha empresa nada lá e curte.
      Em Miami, eu curto nadar no mar, mas nem sempre é possível, então a dica é boa também.
      Abraços e obrigado pelas dicas!

      • Daniel
        28 de março de 2016

        Legal a dica da UCSF, obrigado Munhoz.

  4. Lelo Menezes
    29 de março de 2016

    Boas dicas Munhoz! Quem sabe um dia eu crie coragem pra voltar a nadar regularmente. Me impressiona no entanto essa sua vida high society dividida entre SP e SF… Aí fica mais fácil curtir as nadadas na baía de SF…

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