EPICHURUS

Natação e cia.

Faltou acreditar…

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Basta aparecer qualquer notícia sobre o fracasso de alguém ao tentar o quase impossível como “Velhinha de 106 anos não consegue terminar o Ironman” ou “Mantega garantiu crescimento acima de 10%” que alguém já lança o famoso “Faltou acreditar…” em tom de chacota. No nosso grupo de ex-nadadores escuto isso quase diariamente, seja em relação a algum fracasso no esporte, seja na política ou economia. Virou piada!

Hoje é muito óbvio que acreditar não basta. Não importa o quanto o Fumagalli acredita, o quanto treina, o quanto se dedica, ele nunca vai jogar futebol no nível do Ronaldo Fenômeno ou do Neymar. Porque embora acreditar seja importante, assim como treinar, talento é fundamental. Na equação do sucesso de um atleta, talento é elevado ao cubo, enquanto o resto não. Hoje sabemos disso, mas o que é óbvio hoje nem sempre o foi.

Eu cresci com a convicção de que para ser campeão olímpico bastava acreditar e treinar. Acreditar muito e treinar muito sem duvida, mas era tão simples assim. Aprendi dessa forma e acreditei piamente nisso e treinei com essa convicção em mente.

Em 1990, já treinando nos Estados Unidos com Ernest Maglischo, renomado técnico e autor dos consagrados livros “Swimming Faster” e “Swimming Even Faster”, no qual orgulhosamente sou mencionado em algumas páginas, fomos instruídos a escrever qual era nosso objetivo de longo prazo na natação. Não pensei duas vezes e escrevi “Campeão Olímpico nos 200m peito!” Eu acreditava cegamente nesse objetivo, treinava com total dedicação e ainda tinha mais de dois anos pra saltar de nadador de ponta no Brasil pra nadador de ponta no mundo. Na minha cabeça era tempo suficiente e não era prepotência minha! Era ignorância mesmo!

No dia seguinte Maglischo me chamou no seu escritório para conversar sobre o meu objetivo e com toda frieza que lhe era peculiar me disse “Marcelo, você tem talento pra ser um nadador de nível olímpico, mas nunca um campeão olímpico” e muito provavelmente vendo o choque nos meus olhos ainda tentou explicar por alguns minutos a raridade de ter esse nato talento do ouro olímpico. Mas enquanto ele explicava a única coisa que passava na minha cabeça era provar que o velho estava errado! E como eu tentei…

Em 1991 a sensível melhora que me projetaria no âmbito mundial não veio e comecei a questionar o ouro em Barcelona. Talvez eu tivesse sido muito exigente. Talvez em Barcelona eu lute por final e em Atlanta, aí sim, o ouro! Em 1992 com a garantia do Maglischo que eu nadaria para 1´03 nos 100m peito no meio do ano, eu adiei por mais 4 anos o sonho do ouro olímpico mas continuava acreditando numa improvável final em Barcelona. A ficha só caiu quando nadei para um terrível e inesperado 1’06 na seletiva nas águas do Fluminense. Ali, pela 1ª vez na vida, me liguei que nunca seria campeão olímpico.

Maglischo não estava errado. Ele tinha toda razão ao afirmar que eu não tinha talento pra o ouro nas Olimpíadas, como também estava correto ao dizer que 1’03 de 100m peito era viável, afinal menos de um ano depois eu faria 1’02 no José Finkel que embora em piscina curta, pra quem nunca primou por boas viradas e filipinas, parecia um tempo razoavelmente compatível com 1’03 na longa.

O “x” da questão, no entanto, não é se o Maglischo estava certo ou errado, mas sim se o Magischo estava correto em me informar naquele fatídico dia de 1990 que eu não tinha talento pra ser campeão olímpico. Será que não foi muito cedo? Será que se tivesse alimentado mais minha ilusão, eu poderia ter tido uma carreira mais longa, com participação olímpica em 1996? Essas respostas eu não tenho, nem nunca terei, mas garanto que aquela conversa franca do Maglischo veio em momento inoportuno e não me ajudou em nada. Eu não estava preparado e não tinha maturidade pra entender aquilo e com certeza contribuiu para um fim de carreira prematuro. Meu sonho nunca foi ir para as Olimpíadas. Meu sonho era ganhar o ouro olímpico. Quando vi que não seria possível, a natação perdeu o brilho pra mim.

Eu conheci o Gustavo Borges em 1986, numa clinica de natação no Justus Aquatic Center em Orlando, Flórida. Éramos simples coadjuvantes naquela época onde a promessa era o (Marcelo) Grangeiro. Se naquele ano alguém dissesse que Gustavo não tinha talento pra uma medalha olímpica, muito provavelmente todo mundo concordaria.

Em 1988 o Gustavo ganhou os 200m livre em uma competição no DEFE da Água Branca. Não lembro se foi um Paulista de Inverno ou um Regional qualquer, mas lembro que o (José Rodrigo) Messias, que era muito amigo meu e ficou com a prata, reclamou do “grandalhão” que só consegue nadar em piscina curta. Era quase um consenso que com aquele tamanho todo, as viradas eram o grande diferencial do Gustavo, mas na longa ele teria dificuldades. Naquele ano em que o Biondi se sagrava campeão olímpico nos 100m livre, ninguém poderia imaginar que quatro anos depois Gustavo o derrotaria levando a prata em Barcelona. Novamente se alguém tivesse avisado que o Gustavo não tinha talento para uma medalha olímpica, muito provavelmente todo mundo concordaria.

No início de 1990 Gustavo pegou se não me engano sua primeira seleção brasileira – Sulamericano Absoluto em Rosário na Argentina. Foi surpresa! Eu estava indo pra minha segunda seleção e éramos um dos mais novos ali, no meio de veteranos como Julio Rebolal, Vladimir Ribeiro, Cristiano Azevedo, Rogério Romero, Renato Ramalho, Marcelo Grangeiro, David de Castro, entre outros. Gustavo foi pra nadar o 4x100m livre e não era uma das estrelas do revezamento. Naquele momento, no início de 1990, mais ou menos na mesma época que o Maglischo desmoronava minhas ilusões olímpicas, se alguém dissesse que o Gustavo não tinha talento pra ganhar uma medalha apenas dois anos depois, novamente todo mundo estaria de acordo.

Naquele mesmo ano Gustavo virou uma realidade mundial. Dois anos depois iniciaria sua coleção de medalhas olímpicas e se consagraria como o maior nadador da história do Brasil até então. A história todo mundo conhece, mas teria sido a mesma se alguém tivesse “martelado” em sua cabeça que ele não tinha talento pra ouro olímpico anos antes? Eu não sei se alguém tentou persuadi-lo ao longo de sua carreira, mas sei que garantir que alguém não tem talento para medalha olímpica pode ter um efeito devastador, mesmo sendo verdade. Só que o discurso que ser campeão olímpico é um resultado de muita crença e muito treino também não é muito adequado, ate porque não pode ser mais fantasioso. Então como lidar com a questão do talento? Se é fundamental, como deixar isso claro pro atleta sem afetar sua motivação?

Tentei achar uma solução quando o Amendoim, atual técnico do Pinheiros e da seleção Brasileira, me convidou para dar uma palestra para seus nadadores há alguns anos atrás. Eu aceitei com uma condição: Eu não queria dar aquele discurso barato do “Basta acreditar pra ser campeão…”. Ele concordou!

Ali na frente de 30-40 adolescentes, eu contei um pouco sobre o orgulho de nadar pela seleção brasileira, da bagunça sadia das viagens, da vida nos Estados Unidos e concluí tentando explicar o talento. “O mais importante na carreira de um nadador não são os títulos. Uma medalha olímpica, uma participação em mundial, ouro no Troféu Brasil, no José Finkel, ou no Julio Delamare vai depender do talento de vocês e sobre esse talento vocês não terão controle. Mas vai chegar um ponto, daqui 20, 30 anos que vocês serão pais e mães de família e a natação será uma lembrança quase diária de um passado importante. Os títulos lhe darão orgulho certamente, os grandes amigos vão permanecer, mas o que lhes vai proporcionar aquela saudades gostosa, aquele sentimento de dever cumprido e paz de espírito será a certeza que alcançou o degrau maximo dentro das suas limitações. Porque ser bronze nas Olimpíadas só é maravilhoso se você tiver convicção que não dava pra ganhar o ouro. Caso contrario aquele bronze que podia ser dourado se você tivesse se dedicado mais, vai lhe assombrar a vida toda.”

34 comentários em “Faltou acreditar…

  1. rcordani
    19 de junho de 2012

    Boa Lelo. Realmente difícil essa decisão do técnico sobre se diz ou não ao seu atleta que ele é PEBA, ou ao menos não é talentoso o suficiente para atingir determinado nível.

    Agora, gostaria de estabelecer uma distinção entre os desafios nos quais realmente “basta acreditar” para os que dependem muito de talento portanto “não basta só acreditar”.

    Exemplificando: para completar uma maratona, “basta acreditar”. Já para ser medalhista olímpico, “acreditar” é apenas um dos milhares atributos que o sujeito tem que ter.

    Então realmente há desafios difíceis em que “basta acreditar”.

    • Lelo Menezes
      19 de junho de 2012

      Boa! Você tem razão. Existem desafios onde acreditar/treinar bastam mas geralmente consistem em completar algo. Terminar uma maratona basta acreditar e treinar. Ganhar a Maratona de NY precisa o tal talento…

  2. Fralda
    19 de junho de 2012

    Lelo,
    Puxando pela memória, no início de carreira ouvi que o Gustavo Borges tomou uma bela de uma bronca de um professor de cursinho do Ângulo.
    Lá pelas tantas, na véspera do vestibular naqueles auditórios lotados do Ângulo um professor pediu para os alunos que não achassem o vestibular a coisa mais importante do momento deveriam levantar a mão.
    Pelo que ouvi, o Gustavo foi o único que se pronunciou, e por isso tomou um belo de um esporro do professor, que natação não levaria a lugar algum etc e tal. (lembrando naquele tempo natação era um dos muitos esportes Pebas do Brasil diferente do Futebol e do Vôlei).
    O tempo passou e agora sabemos até onde a natação levou o GB.
    Parabéns pra ele.
    Mas e daí?
    Não dá pra saber se o destino dele ou seu seria melhor ou pior com ou sem olimpíada, com ou sem medalha. Ou melhor, dá pra saber uma coisa que é ter tentado e não conseguido, ter acreditado, se sacrificado e morrer na praia. Essa é a grande dor, a de não ter alcançado o tal do ouro. Que pode ser comparado com o ter trabalhado anos a fio em uma empresa, atrás do bônus e infelizmente não ter alcançado o pote de ouro.
    Maglisho dizer que não dava olimpíada foi chato, mas não foi culpado por não chegar ao topo. O que vc queria? Continuar sonhando, sofrendo? Nessa hora, quando ele disse, “meu caro vc não é elite”, talvez valesse a pergunta “ok coatch então devo fazer o que?”
    Ganhar uma prova é uma sensação de embriagues e extrema felicidade, mas isso dura pouco, muito mais valor tem os amigos que foram feitos durante os anos de inocência dentro da água.
    A natação nos permite, devido a tenra idade que praticamos, viver uma vida com metas e objetivos, alguns vão atingir, outros não. Quando vc sai da água e vem para o outro mundo estes mesmos desafios se repetem. Na água o dom da flutuação, o dom de gostar de fazer força faz diferença. Fora da água outras características são valorizadas, a comunicação, a inteligência e até a sorte. As ferramentas mudam, mas o jogo é o mesmo só que nadar bem na terra firme não faz diferença nenhuma.
    Tenho outra noticia que não dá pra contornar. Um dia todos vão morrer. Pare de sonhar com a olimpíada que não veio troque o disco.

    • Anônimo
      19 de junho de 2012

      Fralda,
      Sabe aquele primo mais velho e babaca que conta pra criança de 5 anos que Papai Noel não existe. Pois é, ele ta certo! Papai Noel não existe e um dia todo mundo morre mas precisa contar isso pra criança? O Maglischo tava certo mas deu uma de primo babaca…simples assim!
      Lelo

  3. Fralda
    19 de junho de 2012

    Ok Ok Ok
    Me diga aí…
    Vc queria uma infância feliz até que idade 20, 25 ou só um pouquinho mais?

    • Lelo Menezes
      19 de junho de 2012

      Se o Master começa nos 25, que seja até os 24…

  4. Rodrigo Munhoz
    19 de junho de 2012

    A minha interpretação da história pessoal do Lelo foi: Acreditar é fundamental pra começar a jornada mas frequentemente insuficiente para chegar no destino incialmente planejado. Tenho dúvidas sobre a motivação – um pouco sádica IMHO – do Maglischo em acelerar o processo de “amadurecimento da consciência” do Lelo. De qualquer forma, bom depoimento.

    • Lelo Menezes
      20 de junho de 2012

      Boa Munhoz! Foi isso mesmo o que eu quis dizer. Quanto ao sadismo do Maglischo, acho que a Marina lá embaixo esta certa! O papo teve a melhor das intenções. Você que nadou muitos anos no Missouri sabe que os americanos tendem a ser mais diretos que os brasileiros. Eu é que não fui maduro pra entender o recado e ele falhou em não identificar essa falta de maturidade e conduzir a conversa de forma diferente!

  5. Indiani
    20 de junho de 2012

    PATA de ELEFANTE !
    Este termo comumente usado, traduzido ao portugues coloquial quer dizer: “ONDE PISA, FODE” ! Hoje como Profissional da Natacao, vejo claramente que cheguei onde cheguei(nada muito especial), as custas de muito treino. Sempre amei a natacao, os amigos, as viagens, as “zonas” e sim… os treinos, a rotina chata, os pentelhos da raia que no aquecimento ja mantinham media de 1’05” nos 100 e por ai afora.
    Na minha opiniao, saber a verdade(sobre ser ou nao um talento), faz parte de um universo um pouco maior…
    Familia, amigos, treinadores e afins, fazem parte deste universo !
    Descobrir se Voce chegara la ou nao tambem.
    Por este motivo, apenas defendo que devemos sim falar a verdade; apenas com a sensibilidade e a propriedade de : QUANDO e COMO !
    Tive o prazer de contar com pessoas que me fizeram refletir muito em varios momentos da minha carreira de nadador e, o QUANDO e COMO, forao descobertos de forma natural e sem frustracoes…
    Lelo, pra mim foi DU KARAI te ver nadar aquele Mundial da praia em 95 ! Vou te mandar as fotos que tirei durante os teus 200 peito mas, o melhor foi termos passado 10 dias juntos em Jericoacoara depois do JUB’S de Fortaleza neste mesmo ano !
    Te admiro muito, nao so Voce mas toda essa galera que faz parte da Natacao dos anos 80 e 90 ! Na minha opiniao(again), foi a melhor epoca. Renato(Cordani), nao acreditei quando Voce foi pro ECP(nada contra e nem a favor) mas voce sempre foi e sempre sera junto com o Barros, o Rodrigao o Carlao e tantos outros os MAIORES NADADORES que o Paineiras ja teve !
    Fralda, quando Voce foi pro Paineiras com o Capitao(sei la quem foi primeiro), ai sim achei DU KARAI pois o ECP ja nao tinha mais a atmosfera desta Natacao !
    Enfim amigos, estamos todos vivos(ate a unica certeza que temos chegar…) e contribuindo muito nas coisas que nos propusemos a fazer !

    • rcordani
      20 de junho de 2012

      Grande Indiaaani. Você deve saber que os técnicos tinham GRANDE influência sobre nós (o mesmo que você tem hoje sobre seus atletas). Pois bem, em janeiro de 1991 o Willian tinha saído do CPM, a equipe desmantelada, Barros e Oscar ainda eram nenês, o Alberto Klar me chamou para uma conversinha e disse: Corrrdani, você pode muito mais do que conseguiu até hoje, mas o relógio está correndo, é agora ou nunca! Eu fui e nadei o ano todo pelo ECP, e ia ficando por lá até que o Pancho retornou em 1992, aí minha volta ao CPM foi natural. Bom ano aquele de 1991, fiz bons amigos no ECP, mas de fato, meu lugar era no CPM mesmo.

      Quanto ao Fralda no CPM, nadamos um TB (jan 1994) com Fralda e Mayra Kikuchi, o Paineiras ficou em oitavo geral e foi sensacional.

    • Lelo Menezes
      20 de junho de 2012

      Excelente Indiani! Aquele Mundial em Copacabana foi memorável mas a viagem pra Jericoacoara foi inesquecível! Espero que você participe mais vezes das nossas conversas aqui no Epichurus! Grande abraço!

    • rmmunhoz
      21 de junho de 2012

      A discussão e comentários complementaram o texto do Lelo super bem! Gostei da resposta do Indiani e mais alguns pontos novos em particular: a. A sensação individual de conquista é super relativa – colocada pela Marina e b. O “não acreditar nos limites” do Cacá – este último mais radical, mas que combinados com o c. A falibilidade de qualquer um (incluindo nossos técnicos) – ponto colocado pelo Oscar – criam uma tese mais forte … que a comunicação, motivação, planejamento podem e devem ser diferentes para cada indivíduo. O que funciona para muitos pode não funcionar para você, etc… Daí entra a importância de ser consciente das opções disponíveis (sempre há opções) e principalmente tomar controle da própria vida – o que, convenhamos, nem sempre foi muito fácil, especialmente quando éramos mais novos e imaturos…

  6. Marina Cordani
    20 de junho de 2012

    Vários de vocês, que tiveram resultados muito melhores do que os meus, não sabem. Mas vou contar: a sensação de embriaguez e felicidade não vem só de resultados absolutos excelentes, mas de resultados pessoais excelentes! Ninguém foi mais feliz do que eu quando, em 1982, fui tri campeã paulista no Ibirapuera. Ganhei os 100 livre, 200 livre e 400 livre, prata nos 200 costas e bronze nos 200 medley. Não cheguei nem perto do record, que era da Ana Keila, mas e daí? Eu nunca havia sido medalha de paulista! Fiquei felicíssima com minhas marcas, feliz também de ter ganho de outras nadadoras pela primeira vez, e de ter sido destaque naquele campeonato. E daí que a safra era fraca? Era na época que você fazia aniversário e mudava de categoria. Todas as “boas” haviam feito aniversário. Eu fiz um dia depois! E daí que era só um Paulista? Para mim foi importante, e a maioria dos nadadores não conseguem o que consegui!
    Tenho uma amiga que foi uma nadadora muito pior do que eu e tinha sonho de ir para a Olimpíada. Eu sinto uma certa pena dela, pois não sei se ela ficou feliz com o que alcançou. Me parecia muita ingenuidade dela! Era óbvio para mim que eu nunca iria para uma Olimpíada, e acho que isso me fez valorizar o que consegui. Acho que o Maglischo está certo. Não sei como foi a conversa, mas acho que ele tinha a melhor das intenções.

    • Lelo Menezes
      20 de junho de 2012

      Marina, uma das provas mais emocionantes da minha vida de nadador foi o ouro nos 4x100m Medley no Paulista de 89. Ganhamos do ECP numa vitoria quase impossível e inedita e guardo esse título como um dos momentos de maior alegria que tive como atleta!
      Quanto ao Maglischo, ele estava certo na conclusão e com certeza absoluta teve a melhor das intenções, mas não acho que aquela conversa foi necessária ou positiva. Se o approach fosse mais na linha do “Opa, objetivo ousado esse! Que tal colocarmos como meta ir pras Olimpíadas primeiro e depois pensamos em algo maior?!”, imagino que teria um resultado bem melhor…

  7. Oscar Godoi
    20 de junho de 2012

    Lelo,
    Parabens pelo tema que todos nos que vivemos no meio do esporte competitivo fomos espostos, pois atletas de todos os niveis chegam ao ponto onde tem que reconhecer que atingiram o limite. Na minha opiniao cabe a cada um descobrir os seus limites, por mais qualificado que seje um tecnico, ele ou ela nao esta imune ao erro, um grande lider e aquele que serve de inspiracao para que as pessoas se superarem e procure por si mesmo seus limites. Grande abraco

    • Lelo Menezes
      21 de junho de 2012

      Valeu Oscar! Acho que é por aí mesmo. Gosto de pensar, talvez com uma pitada de prepotência que aquele nosso 1″02 de 1993 abriu o caminho para que o peito deixasse de ser o “patinho feio” da natação brasileira para hoje ser talvez o estilo mais competitivo do nosso pais junto com o livre, culminando com o Felipe França agora tendo reais chances de medalha olímpica. É uma pena e uma injustiça que a CBDA não tenha levado um nadador de peito sequer para as Olimpíadas durante toda a década de 90! Obrigado pelo comentário e apareça mais vezes por aqui. Abraços!

  8. Caca'
    20 de junho de 2012

    Interessante texto e debate. “Talento” = carga genetica? Como definir qual o tamanho do “talento” de cada um? E melhor ainda, quem estaria qualificado pra definir que nadador A tem mais “talento” do que nadador B? Experiencia conta muito, mas quantas vezes ja’ vimos tecnicos MUITO experientes simplesmente pagar lingua depois de ter ignorado o “talento” de certo nadadores?

    Na minha humilde opiniao, todos temos nossos limites, mas sao raros aqueles que sequer chegam perto de encontra’-los. Acreditar e’ muito importante, mas talvez mais importante ainda seria nao acreditar, nos limites.

    Abs!

    Caca’

  9. Lelo Menezes
    21 de junho de 2012

    Cacá, eu acredito muito que talento é sim carga genética, mas é fato que precisa ser trabalhado. É aí que entra o treino, a dedicação e o acreditar em um objetivo. E concordo com você que é difícil chegar no limite máximo! Sempre dá pra tentar ir um pouco mais longe e por isso que fica mais fácil julgar nosso talento em cima de patamares. No meu caso fui campeão sul-americano absoluto e tenho convicção que não tinha talento pro próximo patamar que seria um título pan-americano. Por isso que durmo tranquilo! Agora, se formos filosofar se dava pra ter feito meio segundo a menos aqui, um segundo a menos ali, aí sim muito provavelmente vamos chegar a conclusão que sempre dá pra ser melhor! Abraços e força nos ironmans da vida!

  10. pacheco
    21 de junho de 2012

    Achei esse tema muito bom, e bem discutido!
    Algo com que qualquer pai tem que pensar, nao se aplica so a natacao, mas a muita, muita coisa.

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  12. Guilherme Tucher
    23 de junho de 2012

    Esta tal de bola de cristal que alguns técnicos acham que tem não é mole. E alguns ainda dizem depois: “tá vendo como estava certo?”. Justificando-se pela experiência (!!)
    Minha filosofia sempre foi: todos são campeões até que se prove o contrário.
    O processo de formação de um atleta é tão complexo (antropometria, família, social, financeiro, características do nadador, país, apoio, técnico, equipe, namorada, amigos) que torna-se quase impossível prever alguma coisa.

    • rcordani
      28 de junho de 2012

      Guilherme, concordo que é impossível prever o futuro, mas muitas vezes é possível dizer para um atleta já grandinho que ele não tem talento para atingir um objetivo impossível, o que muitas vezes pode abrir os olhos desse cara para que vá procurar outra profissão. Tipo, o sujeito tem 20 anos e abandonou a faculdade mas mal e mal consegue pegar final de Maria Lenk, esse cara TEM que ser orientado a procurar uma profissão, não acha?

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Publicado em 18 de junho de 2012 por em Natação.
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