Eu sofri com os anos das vacas magras do peito brasileiro. A CBDA praticamente boicotou o estilo durante quase toda a década de 90. Foram duas Olimpíadas sem nenhum participante brasileiro. Praticamente uma década inteira onde abandonamos o 4x100m Medley nos jogos justamente por causa do peito. A situação era tão feia que certa vez estava pra nadar as eliminatórias do 4x100m Medley em um Campeonato Mundial de Piscina Curta, numa época onde não tinha essa frescura de nego se poupar nos revezamentos e um dos técnicos da seleção brasileira me chamou de lado e disse “Olha aqui! Você já é um nadador experiente. Sabe que temos uma oportunidade de ir para a Final, mas tudo vai depender do peito, nosso estilo mais fraco. Se você não se superar, a responsabilidade de ficar fora da Final vai cair nas suas costas, hein!” Sorte minha que já era macaco velho, porque senão esse pequeno “sermão” seria capaz de me travar psicologicamente. Enfim, fomos pra final e a história teve um final feliz.
Já tem alguns anos que o nado de peito brasileiro passou de patinho feio para protagonista no país. Não existe outro nado no Brasil com pelo menos quatro atletas com chances de lutar por finais ou até medalhas em campeonatos mundiais e Olimpíadas, mas faltava a consagração de uma medalha em prova olímpica e exatos 20 anos depois daquele Mundial do sermão, pela primeira vez na história, conseguimos finalmente essa tão sonhada medalha em Campeonatos Mundiais de Longa. O tempo de 59’65 foi sensacional! Deixo aqui o parabéns do Epichurus para o Felipe Lima, pela magnifica conquista.
E olha que coisa interessante! Já temos um ouro (Parabéns ao Cielo também) e um bronze. Isso tudo só nos dois primeiros dias de competição e sem contar as medalhas das águas abertas.
Seria coincidência que pela primeira vez abandonamos aquela horrorosa maratona de mil seletivas para apenas duas com a ressalva que os atletas classificados na primeira já estavam garantidos na seleção? Acho que não né!
Sensacional o bronze! Interessante que a “metade de cima” (raias 1 a 4) “puxou” a prova, Felipe Lima teve a sorte de estar na raia 2. Brilhante!
Agora Lelo, você sofreu com as vacas magras coisa nenhuma, a gente é que sofreu com o sr que é PEBA na seleção!
É…depende do ponto de vista…rsrsrs!
Foi sensacional mesmo e super merecido pro Felipe e pro Pussi!
Sobre a Seletiva, sou dessas que sempre odiou esse negócio de mil competições valendo tempo pra Mundial ou Jogos Olímpicos… acho o formato de quanto menos Seletivas melhor e muito mais justo. =)
é isso ai Patricia! E essa briga vem de décadas, mas pelo visto só ouviram agora!
Tipo as finais à tarde… coisa de anos que o pessoal reivindicava e só ano passado começou a rolar!
Antes tarde……E é sempre muito comovente ouvir o hino nacional tocado em eventos do porte desse Mundial. E faltou muito pouco para termos dois no pódio. E o resultado do Felipe foi sensacional. Um começo de campeonato de arrepiar.
Sem dúvida Orselli e ainda temos várias chances de medalha! Vamo que vamo!
Boa tarde! Fantástico resultado do Felipe. Grande nadador de peito.
Mas não podemos negligenciar os feito do atleta Eduardo Fischer.
Fischer foi bronze no mundial de curta de 2002 (depois de 30 anos sem resultados expressivos nesse nado) e semi-finalista nos Jogos Olímpicos de 2004.
Foi grande responsável pela nova safra do peito que conta com o bronze do Felipe.
Fica a lembrança para não esquecermos dos nossos atletas!
Um abraço.
Décio Fischer (Orgulhoso Pai do Eduardo)
Boa Tarde Décio. Sem dúvida nenhuma o Eduardo foi um grande nadador e embora eu ache que o Tomazini foi de fato quem deu inicio a essa retomada do nado peito no final da década de 90, o Eduardo com certeza a levou pra outro patamar. Quanto aos 30 anos de resultados inexpressíveis, acho que vale lembrar que em 1986 o Cicero Tortelli foi semifinalista no Campeonato Mundial de Longa nos 100m peito (bom, na época não tinha semi final, mas ele ficou entre os 16), o que considero um resultado expressivo.
Não me lembro se o Eduardo nadou as Olimpíadas de 2000, mas é fato que nenhum nadador de peito brasileiro nadou as Olimpíadas de 1992 e as Olimpíadas de 1996. Decisão essa que acho injusta, mas isso fica pra outra conversa e é esse período que tivemos as “vacas magras”
abraços
Parabens!!!
Realmente, foi muito legal o 3o lugar do Felipe Lima! Ele quase que vibrou mais que o Sprenger!
Nos 50m Borboleta (e peço licença, Lelo, pois o tema central do post é o peito…) senti que o Nicolas mereceria um medalhinha também. Me peguei tendo torcido mais para ele que para o Cielo.
Sobre o Cielo, e sua entrevista, achei positivo ele falar em nadar “sem peso”. Acho eu o Cielo tem uma “autopilhagem-dependência” que é difícil manter. Se achar um outro caminho para se motivar, pode ir longe!
Já o ponto negativo foi falar bem do COB. Será que não tinha mais gente antes do Nuzman, para ele agradecer?
Abraços!
Não sei vocês já perceberam, mas sou quase uma especialista em Cielo… hahahahaha! Falou dele, eu tô dentro… foram alguns anos de convivência intensa… haha!
Pois então, Pedro… todo mundo que eu conheço torceu mais pro Nicolau do que pro Cesar! Tu não foi o único! Mas a quantidade de gente quase torcendo contra o Cesar me surpreendeu…
Sobre agradecer ao COB, o mais estranho pra mim foi ele dizer “esse ano tive gente pra apoiar os meus sonhos”. COMO ASSIM??? Não teve patrocínios, clube, técnico nos outros anos não??? Me parece meio que cuspir no prato que comeu, sabe?!
Isso sem contar a declaração que ele deu a alguns dias a minha colega Lydia Gismondi, do GE.com, que está em Barcelona: “Optei em ir para o Clube de Campo de Piracicaba porque sabia que lá meu espaço e as minhas vontades seriam respeitados. Não teria salário, mas reencontraria amigos e teria tranquilidade para fazer o que gostaria em vez de ficar nadando várias provas para somar pontos para o clube.” – tem nem o que comentar, né? (se quiserem ler o resto, está aqui: http://is.gd/mGL7zT)
Grande Feito do Felipe, e como ex-peitista e muito legal acompanhar a conquista. Tenho uma opiniao meio radical quanto a contribuicoes passadas, acredito que nao tenha nada a ver com o que foi conquistado pelo Felipe. Uma conquista destas, principalmente no Brasil e primeiramente uma conquista do atleta Felipe, e depois vem tecnicos, apoio familiar, patrocinios e depois confederacao. Os feitos passados sao importante como motivacao se o atleta atual presenciou, mais falar que abriu as portas e que ajudou na conquista e bla bla bla. Abraco
Esse mundial está tendo várias boas novas… Primeiro as travessias e agora esse resultado do Felipe nos 100 peito: gostei de ver a raça e a comemoração efusiva! Parabéns pra ele e que venham os 58″ (incrível pra um peba como eu!)… Nos 50 borboleta bem que podia ter tido uma dobradinha pra completar a sucessão de novidades… Mas tá de bom tamanho.
parabéns ao Felipe, talvez o Ciço até aceite ele na MdP
😉
Pois é Lelo, é muito bacana ver isso acontecendo com o Peito… Como ex-nadador desse nobre estilo, e pai de um “Peitista” da categoria Petiz 1, é inegável que esse Bronze signifique muita coisa… O “patinho feio” da natação tupiniquim, enfim, chegou lá… Bem… quase lá… Será que ainda teremos alguém brigando pelo Ouro em 2016? Fica lançada a pergunta!
Sem querem soar muito “Parnasiano”, não é à toa que o estilo recebeu o nome de “Clássico” por aqui. É realmente de beleza única…rs… Elegante… sem muito “splashing around”…rs… E produziu aquela que se constitui a “mais nobre prova da natação”, os 200 Peito, não é mesmo?…rs…
A única coisa que sempre me soou meio estranha é o nome em Inglês… “Breaststroke”… Pra mim, sempre lembra o “First Base”… aquele, “reached” antes do “Second Base”…rs…
Enfim, parabéns ao Felipe Lima! Tem muito “Breaststroker” Brasileiro feliz hoje!
Interessante a referência à época das vacas magras, o que me faz pensar no nosso calcanhar de aquiles atual. Se não me engano houve intercâmbio com o técnico do Kitajima que beneficiou a atual geração de peitistas. Cielo e Chierighini passaram por Auburn, assim Fratus fez estágio por lá antes das Olimpíadas. Será que o mesmo não tem acontecido com o nado de costas?
Apesar de já termos um recorde mundial na prova e ouro em provas de 50m em mundial, considero essa a maior conquista do nado de peito da história da nossa natação. Parabéns Felipe!
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