Se eu tivesse que levantar todos os recordes mundiais (WR) dos últimos 100 anos, eu perderia noites e noites de sono. São muitos! Então resolvi, salve algumas ressalvas, escolher o mais marcante WR de cada ano. Muitos fariam outras escolhas, e confesso que muitas vezes fiquei na dúvida, mas de qualquer forma, cheguei nas performances abaixo:
[1914] – O inglês Percy Courtman quebra a barreira dos 3’00 nos 200m peito com WR de 2’56’6.
[1915] – A americana Fanny Durack quebra pela 3ª vez o WR dos 100m livre com 1’16’2.
[1916] – O americano Norman Moss melhora em quase 4 segundos o WR dos 200m livre com a marca de 2’21’6.
[1917] – Nenhum WR foi estabelecido nesse ano, muito provavelmente por causa da WWI.
[1918] – O americano Duke Kahanamoku quebra o WR dos 100m livre com 1’01’4. Ele quebraria o seu próprio WR mais duas vezes em 1920. Ele que depois se tornaria uma das maiores lendas do surf.
[1919] – A americana Gertrude Ederle foi a primeira mulher a bater oficialmente o WR dos 800m livre com 13’19’0. Ederle deteve o WR dos 100m, 200m, 400m e 800m livre feminino nesse período.
[1920] – O americano Tedford Cann quebra a barreira dos 2’20 nos 200m livre com WR de 2’19’8.
[1921] – A inglesa Hilda James melhorou o WR dos 400m livre em mais de 13 segundos, com a marca de 6’16’6.
[1922] – O americano John Weissmuller, também conhecido como o Homem das Selvas, quebrou a barreira do 1’00 nos 100m livre com o WR de 58’6. Tarzan quebrou o WR dos 100m livre 2 vezes, o WR dos 200 livre 3 vezes e o WR dos 400 livre 2 vezes, se tornando o primeiro homem a quebrar a barreira dos 5 minutos.
[1923] – O australiano Boy Charlton quebra o WR dos 800m livre com 11’05’2.
[1924] – O alemão Erich Rademacher quebra o WR dos 200m peito com 2’50’4. Rademacher quebrou o WR da prova 3 vezes entre 1922 e 1927.
[1925] – A americana Ethel McGary abaixa o WR dos 1500m livre em quase 1 minutos com a marca de 24’07’6.
[1926] – A holandesa Marie Baron quebra o WR dos 200m peito com a marca de 3’18’4.
[1927] – O sueco Arne Borg quebrou o WR dos 1500m livre com 19’07’2. Em 4 anos ele quebrou o WR cinco vezes e baixou a marca em mais de 2 minutos.
[1928] – A americana Martha Norelius conseguiu, em um ano, baixar o WR dos 400m livre em mais de 14 segundos. Foram 4 WR nesse período, com a melhor marca de 5’39’2.
[1929] – O japonês Yoshiyuki Tsuruta quebra o WR dos 200m peito com 2’45’0, melhorando a marca anterior por 3 segundos.
[1930] – A americana Helene Madison quebra o WR dos 100m livre com 1’08’0. Ela melhoraria sua própria marca no ano seguinte com 1’06’6.
[1931] – O francês Jean Taris quebra o WR dos 400m livre em mais de 3 segundos, com a marca de 4’47’0.
[1932] – O americano Lionel Spence quebra o WR dos 200m peito pela 2ª vez com 2’44’0.
[1933] – A holandesa Willy den Ouden quebra o WR no 100m livre, com 1’06’0. Ouden quebrou o WR dos 100m livre quatro vezes entre 1933 e 1936.
[1934] – O japonês Shozo Makino quebrou a barreira dos 10’00 nos 800m livre com o WR de 9’55’8. Foram 3 WR para Makino no período de 1 ano.
[1935] – O francês Jacques Cartonett impressionou a todos quebrando o WR dos 200m peito por quase 3 segundos, com 2’39’6 se tornando o primeiro homem a quebrar a barreira dos 2’40.
[1936] – O americano Peter Fick quebra pela 3ª vez o WR dos 100m livre com 56’4.
[1937] – A holandesa Jopie Wahlberg foi a 1ª mulher a quebrar a barreira dos 3’00 nos 200m peito. Em 1937 quebrou o WR 3 vezes, com a melhor marca de 2’56’9.
[1938] – O japonês Tomikatsu Amano quebra a barreira dos 19’00 nos 1500m livre, com o WR de 18’58’8.
[1939] – A brasileira Maria Lenk foi a única nadadora brasileira na história a ter um WR. Lenk nadou os 200m peito para 2’56’0.
[1940] – A dinamarquesa Ragnhild Hveger quebrou em 3 anos o WR dos 400m livre um total de oito vezes, abaixando a marca em mais de 14 segundos. Sua melhor marca foi 5’00’1.
[1941] – O francês Alfred Nakashi quebra o WR dos 200m peito com a marca de 2’36’8.
[1942] – Os Estados Unidos quebram o recorde do 4x100m livre masculino com 3’50’8. Não houve WR individual nesse ano.
[1943] – Dessa vez foi a WWII que travou a natação. Sem recordes nesse ano.
[1944] – O americano William Smith quebra o WR dos 200m livre com a marca de 2’06’2.
[1945] – Outro ano sem recordes.
[1946] – O francês Alex Jany quebra o WR dos 200m livre com 2’05’4.
[1947] – A holandesa Nel van Vliet quebra pela 4ª vez o WR dos 200m peito com 2’49’2.
[1948] – O americano Alan Ford quebra pela 2ª vez o WR dos 100m livre com 55’4.
[1949] – O japonês Hironoshi Furuhashi quebra o WR dos 1500m livre por mais de 16 segundos, com a marca de 18’19’0.
[1950] – O americano Joseph Verdeur quebrou pela sexta e última vez o WR dos 200m Peito com 2’28’3. Quatro anos antes ele bateu seu primeiro WR, se tornando o primeiro homem a nadar na casa dos 2’35. Somente ele e Mike Barrowman conseguiram quebrar o recorde mundial da prova seis vezes. Vale ressaltar que o estilo de peito ainda era nadado com a recuperação dos braços fora d’água.
[1951] – A húngara Eva Novak quebra pela 2ª vez o WR dos 200m peito com 2’48’5.
[1952] – O dinamarquês Knud Gleie bate o WR dos 200m peito com 2’37’4. Aqui um “parênteses” importante. O nado borboleta foi finalmente oficializado e o nado de peito voltou a ter a obrigatoriedade da recuperação dos braços dentro d’água. Os recordes anteriores foram expurgados, tanto que o WR de Gleie é quase 10 segundos mais lento que o WR de Verdeur de 1950.
[1953] – A húngara Valeria Gyenge quebra o WR dos 800m livre com 10’42’4.
[1954] – O americano Dick Cleverland baixa a barreira dos 55’ no 100m livre com o WR de 54’8.
[1955] – O inglês Jack Wardrop quebra o WR dos 200m livre com 2’03’4.
[1956] – A australiana Lorraine Crapp conseguiu quebrar o WR da legendária Dawn Fraser duas vezes nesse ano, melhorando o WR para 1’02’4.
[1957] – A holandesa Lenie de Nijs bate o WR dos 200m costas com 2’38’5.
[1958] – O japonês Tsuyoshi Yamanaka quebra o 1º de cinco WR nos 200m livre com 2’03’0.
[1959] – O americano Michael Troy quebrou seu 1º WR nos 200m borboleta com 2’19’0. Foram 6 WR em um ano, culminando com 2’12’8 em 1960.
[1960] – O americano Lance Larson quebrou a barreira do 1’00 nos 100m borboleta, com o WR de 59’0, melhorando a marca no mesmo ano para 58’7.
[1961] – O americano Chet Jastremski quebrou o WR dos 100m peito cinco vezes num período de 2 meses nesse ano. 1’10’7 (28/7), 1’10’0 (30/7), 1’09’5 (3/8), 1’07’8 (20/8), e finalmente 1’07’5 (20/8). Vale notar que o nosso Manoel dos Santos quebra o WR dos 100m livre com o tempo de 53’6, recorde que durou 3 anos.
[1962] – O argentino Luis Nicolao abaixou em mais de 1 segundos o seu próprio WR dos 100m borboleta com a fantástica marca de 57’0.
[1963] – O americano Don Schollander quebra a barreira dos 2’00 nos 200m livre com 1’58’8. Foram impressionantes 11 WR em cinco anos. Vale notar que o japonês Satoko Tanaka quebrou pela 10ª vez o WR dos 200m costas com 2’28’2.
[1964] – A australiana Dawn Fraser dominou a prova de 100m livre por 8 anos, quebrando seu último WR nesse ano com 58’9. Foram 11 WR nesse período e foi a 1ª mulher a quebrar a barreira do 1’00. Fraser com certeza está entre as 3 maiores nadadoras da história do esporte.
[1965] – A russa Svetlana Babanina quebra pela 2ª vez o WR dos 100m peito com a marca de 1’16’5.
[1966] – A russa Galina Prozumenshchikova quebrou o WR dos 200m peito 4 vezes nesse ano, abaixando a marca em mais de 7 segundos. Sua melhor marca foi 2’40’8.
[1967] – A holandesa Ada Kok quebrou pela 4ª vez o WR dos 200m borboleta com 2’21’0.
[1968] – O americano Gary Hall quebra o 1º de 5 WR na prova de 400m Medley com 4’43’4. Como nota, ressalto que José Sylvio Fiolo quebrou o WR dos 100m peito com 1’06’4 embora seu recorde tenha durado apenas 2 meses.
[1969] – O alemão Roland Matthes quebra a barreira dos 58’ nos 100m costas, batendo seu próprio WR com 57.8. Mattheus bateu o WR dos 100m costas sete vezes.
[1970] – A americana Debbie Meyer quebrou o WR dos 400m livre com 4’24’3. Meyer foi imbatível na prova de 1967 a 1970 e quebrou o WR cinco vezes.
[1971] – A americana Ann Simmons quebra a barreira dos 9’00 nos 800m livre com o WR de 8’59’4.
[1972] – O americano Mark Spitz quebra pela 7ª vez o WR dos 100m borboleta com 54’27.
[1973] – A alemã Kornelia Ender quebrou seu 1º WR nesse ano com 58’25 no 100m livre quebrando uma hegemonia australiana que durou 17 anos. De 1973 a 1976 Ender quebrou o WR um total de 10 vezes nessa prova, fechando a carreira com 55’65.
[1974] – A alemã Rosemarie Kother bateu 3 vezes o WR dos 100m borboleta em 1974. Sua melhor marca foi 1’01’88.
[1975] – O americano Bruce Furniss quebra o 1º de quatro WR nos 200m livre com 1’51’41.
[1976] – O americano John Hencken quebra pela sexta vez o WR dos 100m peito com 1’03’11. Hencken dominou a prova de 1973 a 1976. Como nota vale ressaltar que o americano Jim Montgomery quebra pela 3ª vez consecutiva o WR dos 100m livre e se torna o 1º homem a baixar a barreira dos 50’, cravando 49’99.
[1977] – A alemã Ulrike Tauber quebra pela 6ª vez o WR dos 200m Medley com 2’15’85.
[1978] – A americana Tracy Caulkins inicia seu domino nas provas de Medley com o WR nos 200m Medley com 2’15’09.
[1979] – O russo Sergey Kopliakov quebra a barreira do 1’50 nos 200m livre, com o WR de 1’49’83.
[1980] – O russo e maior fundista de todos os tempos Vladimir Salnikov bateu o WR dos 1500m livre com 14’58’27, se tornando o 1º homem a quebrar a barreira dos 15 minutos.
[1981] – A americana Mary T. Meagher chocou o mundo ao quebrar o WR dos 100m borboleta com 57’93, marca que só seria quebrada 18 anos mais tarde.
[1982] – A alemã Petra Schneider quebra pela 4ª vez o WR dos 400m Medley com 4’36’10, recorde que durou 15 anos. Vale ressaltar que novamente Salnikov quebra barreiras. Dessa vez baixou a marca dos 3’50 nos 400m Livre, quebrando o WR com 3’49’57. Em 4 anos, Salnikov bateu o WR dos 400m livre seis vezes. E quem poderia esquecer do WR do Pradinho nos 400m Medley com 4’19’78.
[1983] – A alemã Ute Geweniger foi imbatível na prova de 100m peito de 1980 a 1983. Foram 6 WR nesse período, culminando com sua melhor marca nesse ano, com 1’08’51.
[1984] – O americano Steve Lundquist foi o primeiro homem a quebrar a famosa marca do 1’02 nos 100m peito. Seu 1’01’65, além de ouro olímpico foi seu 5º WR na prova. E não dá pra deixar de fora o alemão albatroz Michael Gross que quebrou pela 4ª vez o WR dos 200m livre com 1’47’44.
[1985] – O americano Matt Biondi quebrou a barreira dos 49’ nos 100m livre com o WR de 48’95. Biondi quebrou o WR da prova 4 vezes.
[1986] – O americano Pablo Morales quebrou a barreira dos 53’ nos 100m borboleta com o WR de 52’84.
[1987] – A alemã Silke Horner quebra a barreira do 1’08 no 100m peito com WR de 1’07’91, mantendo a hegemonia alemã de praticamente 13 anos na prova.
[1988] – O americano David Berkoff quebra a barreira dos 55’ nos 100m costas quebrando o WR três vezes, com a melhor marca de 54’51.
[1989] – A americana Janet Evans quebra o WR dos 800m livre pela terceira vez com a marca de 8’16’22. Recorde esse que só foi quebrado 19 anos depois, já na era dos trajes tecnológicos.
[1990] – O americano Tom Jager foi quem quebrou a barreira dos 22’ nos 50m livre, superando pela 5ª vez o WR com 21’98. Jager quebrou o WR da prova seis vezes.
[1991] – O espanhol Martin Lopez Zubero quebra pela 2ª vez seu próprio WR dos 200m costas com o tempo de 1’56’57.
[1992] – O americano Mike Barrowman quebrou pela 6ª vez o WR dos 200m peito com 2’10’16, em performance que lhe rendeu o ouro olímpico, em uma prova em que foi imbatível por 4 anos.
[1993] – O húngaro Karoly Guttler abaixa o 1’01 nos 100m peito com o WR de 1’00’95.
[1994] – O russo Alexander Popov quebra pela 1ª e única vez o WR dos 100m livre com 48’21.
[1995] – O russo Denis Pankratov bate o WR dos 100m borboleta com 52’32 e dos 200m borboleta com 1’55’22.
[1996] – O belga Fred Deburghgraeve bate o WR dos 100m peito com 1’00’60.
[1997] – A chinesa Chen Yan quebra o WR dos 400m Medley com 4’34’79.
[1998] – A Austrália quebra o WR do 4x200m livre masculino com 7’11’86, em ano que não houve WR individual.
[1999] – A sul-africana Penelope Heyns quebra o WR dos 100m peito com 1’06’95. Foram 4 WR para Penelope entre 1999 e 2000.
[2000] – A holandesa Inge de Bruijn quebrou 3 vezes o WR dos 100m borboleta com a melhor marca de 56’61.
[2001] – O russo Roman Sloudnov foi o primeiro homem no mundo a quebrar a emblemática barreira do 1’00 nos 100m peito. O russo marcou seu nome na história com o espetacular WR de 59’97.
[2002] – A alemã Franciska Almsick quebrou o WR dos 200m livre pela 2ª vez com 1’56’64. A marca anterior era dela mesmo e já durava 8 anos.
[2003] – O americano Michael Phelps quebrou seu 1º WR nos 100m borboleta com 51’47. Seis anos mais tarde ele chocaria o mundo ao quebrar a barreira dos 50’ na prova, nadando para 49’82, marca até hoje imbatível.
[2004] – O americano Aaron Peirsol quebra pela 1ª vez o WR dos 100m costas com 53’45. Nos próximos 5 anos Peirson quebrou o recorde da prova 6 vezes incluindo o atual WR de 51’94.
[2005] – A polonesa Otylia Jedrzejczak quebra seu próprio WR dos 200m borboleta com 2’05’61.
[2006] – O americano Brendan Hansen quebra pela 2ª vez o WR dos 100m peito com 59’13.
[2007] – A italiana Federica Pellegrini quebrou seu 1º WR nesse ano com 1’56’47 nos 200m Livre. Ela dominaria a prova nos próximos 2 anos, culminando com seu 6º WR em 2009, quando nadou para impressionantes 1’52’98, marca que continua sendo o WR atualmente.
[2008] – A americana Natalie Coughlin quebra pela 5ª vez o WR dos 100m costas com 58’97. Natalie, em 2002, foi a 1ª mulher a quebrar a barreira do 1’00 nessa prova. Michael Phelps quebra pela 8ª vez o WR dos 200m Medley com 1’54’23.
[2009] – A alemã Britta Steffen quebrou o WR dos 100m Livre 4 vezes nesse ano. Sua última marca, 52’07, continua sendo o WR atualmente. Já o nosso Cesar Cielo quebra o WR dos 100m livre cravando 46’91 e se tornando o 1º homem a quebrar a barreira dos 47’. Cesar também quebrou o WR dos 50m livre com 20’91. Esses recordes de Cielo ainda são os WR atualmente.
[2010] – A proibição dos trajes tecnológicos deu uma freada na melhora dos tempos. Nenhum WR foi quebrado em 2010.
[2011] – O chinês Sun Yang quebrou o WR dos 1500m com 14’34’14. No ano seguinte Yang melhoraria seu WR para 14’31’02 em marca que dura até hoje.
[2012] – A americana Missy Franklin quebra o WR dos 200m costas com 2’04’06.
[2013] – A lituana Ruta Meilutyte bate o WR dos 100m peito com 1’04’35.
E qual a conclusão de tudo isso? Bom, tirei algumas. A mais importante é que WR caem todo ano, salve em períodos em que o mundo tenta se destruir com bombas. Os Estados Unidos sempre foram a maior potência da natação mundial e esse domínio não aparenta estar em declínio. O nado de costas foi o nado com menos recordes mundiais na história. A evolução da natação é tão forte e tão constante que não dá pra se apegar muito em tempos. Gary Hall (o pai) dominou a prova dos 400m Medley durante alguns anos e quebrou o WR um total de cinco vezes. Em 1968 cravou a marca de 4’43’4. Apenas 2 décadas depois, o SEMI-PEBA que vos escreve, com apenas 16 anos, já nadava pra 4’41’16 e com esse tempo foi apenas prata no Trófeu Julio Delamare.
Em provas olímpicas o Brasil tem 5 recordistas mundiais nesses 100 últimos anos. Se deixarmos de lado a proximidade dos recordes do Manoel e do Fiolo, ambos recordes estabelecidos em tomadas de tempo no rápida piscina do Guanabara, o Brasil aparentemente demora em média uns 20-25 anos pra formar um novo recordista mundial. Tivemos WR na década de 30, década de 60, década de 80, e primeira década do século XXI. Espero não ter que esperar até 2030 pra ver outro WR depois que o Cielo pendurar a sunga.
Por outro lado em 2030 meu filho fará 20 anos… hummm, quem sabe?!!
Muito legal ver os tempos dos recordes antigos! Eu quebraria alguns recordes masculinos da década de 30. Os femininos até a década de 50 são barbada também! É incrível o que a ambição esportiva (vencer, quebrar recordes) faz com o ser humano. Os treinos vão se intensificando tanto a ponto do atleta não ter outra atividade na vida. Precisa de um talento incrível aliado a muita, muita prática. Junta-se a isso a alimentação adequada, psicólogo, treinador físico, escola de fachada, etc, etc. Com certeza prefiro a época de outrora, mais romântica, sem tanta bitola. Claro que os caras se dedicavam, e tal. Mas devia ser apenas umas 3 vezes por semana, umas duas horas por dia. Muito mais saudável em todos os sentidos!
É Marina! A natação virou negócio, alias, não só a natação, mas o esporte em geral. Com isso os resultados melhoraram muito, mas a responsabilidade também! Hoje o cara é de fato um nadador profissional e vive da natação e muitas vezes nem estudar estuda! Meu pai nadou no ECP por muitos anos na década de 50-60. Naquela época não se nadava no inverno. Eles iam no Pinheiros e inclusive muitos deles moravam lá no clube (imagina a bagunça) e só faziam atividades fora da piscina… Outra época sem dúvida…
E eu concordo com você…prefiro a época de outrora, mais romântica… mas ai pode ser o excesso de saudosismo do ser humano
É uma galeria de heróis de tirar o fôlego!
Eu gostaria de lembrar um outro grande herói, o americano Adolph Kiefer, recordista mundial e campeão olímpico dos 100 costas em 1936 que provavelmente teria ganhado as Olimpíadas de Tóquio em 1940 e Londres em 1944, se elas tivessem acontecido.
Mas a contribuição de Kiefer para a natação vai muito além:
1) Durante a Segunda Guerra ele, como oficial da marinha dos EUA, organizou o treinamento de natação e sobrevivência na água para os marinheiros, salvando inúmeras vidas,
2) Fundou a empresa de equipamentos para natação que leva seu nome e, em 1948, inventou os trajes e sungas de nylon que ajudou e estilhaçar os recordes antigos.
Sobre ele, Frank Deford, comentarista de esportes famosíssimo nos EUA, escreveu uma crônica muito boa, “The Swimming Legend You Never Heard Of” (http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=93539864).
O parágrafo mais interessante, para mim, foi sobre o que se passou logo quando Kiefer ganhou os 100 costas em 36. Deford escreveu: ‘Yes, Hitler came by the pool and shook his hand, which, of course, he would not do for Kiefer’s good friend Jesse Owens. Kiefer says: “If I knew then what I know now, I woulda pushed him into the pool.”‘
Kiefer ainda vive, tem 95 anos, e deve ser o único campeão olímpico pré-guerra ainda conosco.
Opa Samuel! Muito legal essa história do Kiefer. Eu não conhecia e é por isso que o Epichurus é tão legal. Os comentários são sempre muito ricos e geram ótimas discussões.
Abs
Caro Samuel, que história bacana… foi gostoso imaginar o Kiefer puxando Hitler pra dentro d’água.
Hahaha também imaginei a cena! Mas se o Kiefer realmente tivesse feito isso, provavelmente ele iria queimar no inferno… literalmente!
Excelente levantamento Marcelo! Deve ter dado um belo dum trabalho, mas valeu a pena. Muita coisa interessante.
Só uma correção, o Brasil tem cinco, e não quatro, recordistas mundiais em provas olímpicas: Maria Lenk, Manoel dos Santos, José Fiolo, Ricardo Prado e Cesar Cielo.
Em 1995 o recorde dos 100m borboleta do Pankratov foi bem mais marcante do que nos 200m, porque, de uma só vez, ele abaixou meio segundo do recorde de Pablo Morales, uma eternidade para a prova, e assombrou o mundo no Europeu de Viena com seu nado submerso.
Entendo escolher a quebra da barreira do minuto dos 100m peito em 2001, mas o recorde mais marcante daquele ano para mim foi sem dúvida o 1min44s06 de Ian Thorpe nos 200m livre no Mundial de Fukuoka. Também poderia ficar com o 14min34s56 de Grant Hackett nos 1500m, baixando sete segundos da marca de Kieren Perkins, e durando como recorde mundial por dez anos.
Em 2003, para mim, o 1min56s04 de Michael Phelps nos 200m medley no Mundial de Barcelona não tem rivais. Ninguém nadava abaixo de 1min59s na época e ele quase abaixou para 1min55s – o que ele faria duas semanas depois no Campeonato Americano. Mas foi em Barcelona que ele realmente levou a prova a outro nível. E pelo mesmo motivo elejo seu 1min52s09 nos 200m borboleta do Mundial de 2007 como o recorde mais marcante daquele ano.
Valeu Daniel! Trabalho deu mesmo, mas foi um trabalho gostoso de fazer. Já corrigi o número de recordistas brasileiros. Erro de um baita PEBA em matemática.
Ian Thorpe foi um dos maiores nadadores da história, mas ainda acho mais emblemático quebrar a barreira do 1’00 no 100m peito. Quando o Lundquist fez 1’01 quando eu tinha 13 anos, cheguei a sonhar em ser o cara que quebraria essa barreira do 1’00. Na minha geração quebrar essa marca era meio o Holy Grail do peito. Mais ou menos como ninguém esquece o John Weissmuller. Obvio que pode ter um grau de “puxação de sardinha” inconsciente de um ex-nadador de peito.
Quanto ao Phelps, concordo contigo em ambos os anos – 2003 e 2007. Só ressalto que eu evitei mencionar o mesmo nadador em mais de um ano e por isso escolhi o 6º WR da Pellegrini. Se eu fosse repetir teria que reservar quase uma década pra Dawn Fraser, outra pra Kornelia Ender e ainda Spitz, Phelps e outros super fenômenos!
Abs
Lelo, não tenho ressalvas, apenas elogios. Achei muito bacana seu post.
E esses comentários estão sensacionais.
Valeu Esmaga! Sabe que uma coisa me chamou bastante a atenção. O como somos ignorantes quanto aos campeões do passado. Eu por exemplo conhecia muito pouco de antes do final da década de 70. O 1º nome que me lembro de ter conhecimento foi David Wilkie, ouro nos 200m peito em 1976. Me lembro dele ainda bem moleque, tanto pelo domínio nos 200m peito (Baixou o WR de 2’18 pra 2’15), como por ter sido o 1º nadador a nadar de touca e óculos uma competição oficial. Antes dele, só me lembro vagamente de alguns nomes com John Henken, Dawn Fraser e Kornelia Ender.
Incrível essa galeria de feitos, Lelo… Bom trabalho!
Em 1900 e bolinha seríamos reis da natação e não simples PEBAS …aliás, acho que não tem essa de semi Peba não! 🙂
Vamos investir na molecada agora! Abraços!
Valeu Munhoz. Acho que bem treinados e com a maquina do tempo dava pra brigar por medalha em Munique 1972. Mas vamos pensar no copo meio cheio! Se tivéssemos os mesmos tempos nadando hoje em dia seriamos motivo de chacota até entre os bem pebas!
Muito obrigado Lelo, além de não perder a essência, ressaltou a grandiosa evolução deste esporte maravilhoso.
Valeu Vitor!
abs
Excelente Lelo. Realmente não dá para se apegar aos tempos. E nas fotos me surpreendi com a Dawn Fraser, acho que as fotos que eu conhecia dela eram mais tarde, muito mais “encorpada”.
Valeu R., mas achei que você ia curtir mais as fotos da Pellegrini, da Almsick, da Coughlin! Mas pelo visto você curtiu mesmo a Fraser. Ainda bem que eu não coloquei a foto da Silke Horner! rsrsrs!
BTW, NTTAWWT!
Excelente compilação, Lelo. Imagino o trabalho que tenha dado. Depois de ver a lista fiquei imaginando quais entre todos os recordes listados poderiam ser considerados à frente de seu tempo. Pelo critério da longevidade e excluindo aqueles quebrados com ajuda dos trajes tecnológicos, as marcas de Janet Evans ou Mary T parecem se sobressair. No caso da madame butterfly, o impressionante feito foi atingido sem as poderosas ondulações subaquáticas que vemos atualmente.
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