EPICHURUS

Natação e cia.

Porque os índices da CBDA?

Tenho três fortes argumentos contra os atuais critérios de convocação para os jogos olímpicos definidos pela CBDA, mas antes de lista-los é importante esclarecer quais são esses critérios e frisar que são diferentes, ou melhor, mais rígidos que os critérios estabelecidos pela FINA.

Não vou entrar nos detalhes até porque são inúmeras regras, mas basicamente a CBDA impõe um índice, estabelecido por um grupo de técnicos, e quem faz o índice é convocado, respeitando o limite de dois atletas por prova definido pela FINA.  Caso um terceiro atleta também faça o índice, o pior tempo dos três fica fora da seleção.  A CBDA também escolhe inúmeras competições (nacionais e internacionais) que servem como tentativas desses índices.  Já a FINA tem regras bem menos rígidas.  Basicamente ela impõe três índices para cada prova (vamos chama-los de A, B, e C).  O índice A é o mais forte (embora mais fraco que a maioria dos índices da CBDA) e caso o atleta o supere ele está automaticamente garantido nos jogos.  O índice B é mais fraco que o A e no caso de nenhum nadador de um determinado país ter alcançado o índice A, o atleta com o melhor índice B naquela prova pode participar dos jogos, com a restrição que somente um atleta pode ser inscrito por país na prova em questão.  O índice C é muito fraco e serve pra garantir presença daqueles países que não tem tradição nenhuma na natação, mas só poderão participar dos jogos caso o número máximo de participantes imposto pela FINA não seja superado.

Se a FINA, que é a entidade máxima da natação mundial tem critérios bem estabelecidos para a participação nos jogos olímpicos, porque a CBDA tem critérios mais rígidos? Porque não levar uma equipe mais completa, respeitando as regras da FINA, ao invés de uma equipe menor, com apenas quatro meninas como acontecerá em Londres?

Meu primeiro argumento é a importância da experiência internacional.  Em 1991 tive o privilégio de competir ao lado de Mike Barrowman, recordista mundial dos 200m peito na época.  A competição foi em Berkeley, no norte da Califórnia e apesar do frio e da chuva encarei a prova como uma final olímpica.  Eu nadei na raia 3 e ele na 4.  Eu tentava o índice do NCAA e ele provavelmente encarava a competição como treino para os jogos olímpicos de Barcelona onde ele se consagraria campeão olímpico da prova.  Subi no bloco não com um sentimento de igualdade, mas sim com um de veneração.  Eu nadaria ao lado de alguém que eu considerava um super-humano.  Basicamente eu dei um tiro de 100 e passei ao lado dele.  Pra mim foi uma honra e motivo de orgulho ter nadado lado ao lado com o recordista mundial!  Obviamente morri depois, mas consegui segurar a prata, chegando 3 segundos atrás dele.  Quando ele veio me cumprimentar logo após a prova, criei coragem e perguntei sobre uma fita de vídeo que eu assistira anos antes que mostrava o Barrowman subindo as escadas de um ginásio poliesportivo com uma medicine ball nas costas, de cócoras e garantia que aquele era o treinamento diário dele.  Tentei imitar o exercício e meu joelho doeu já nos primeiros degraus.  Naquele momento questionei a minha determinação de buscar o ouro olímpico.  Ficou claro pra mim que o Barrowman aguentava muito mais dor do que eu.  Por isso recebi com surpresa a resposta que ele me deu sorrindo.  Disse que nunca havia feito aquele tipo de treinamento. Achou que na época era interessante comercializar um vídeo com algumas técnicas mais radicais de treinamento terrestre, mas que o joelho dele não aguentaria tal treinamento.  Ali começou a cair pra mim a ilusão que campeões olímpicos e mundiais são super-atletas com determinação inigualável, que aguentam dores insuportáveis e que treinam o triplo que outros atletas.  Entretanto somente dois anos depois, no Mundial de Palma de Marjorca (curta), já mais experiente e ciente de que talento é mais fundamental do que o treinamento para se tornar um campeão olímpico, onde convivi com grandes nomes da natação mundial como Nick Gillingham, o nosso próprio Gustavo Borges, que eu já conhecia de outras seleções, o mito Janet Evans, entre outros, que finalmente me caiu a ficha que não existe nenhuma diferença entre esses grandes campeões e o resto dos atletas.  Eles tem as mesmas inseguranças, os mesmos momentos de fraquezas, tristezas e alegrias que todo mundo.  A única diferença é que nasceram com um talento superior pra natação.  E foi na final do 4x100m medley enquanto aguardava naquela odiosa salinha de espera que notei que todos esses grandes atletas estavam tão nervosos quanto eu.  Entrei pra final não mais com um sentimento de veneração, mas sim com um de igualdade.  Nadei aquela final pro meu melhor tempo da vida nos 100m peito.  Só com a experiência internacional, tão rara na minha geração é que desmistificamos essa tendência de “endeusar” os grandes campeões e passamos a entrar nas competições com esse tão importante sentimento de igualdade.  Não é coincidência que essa nova geração de Cielo, França e Pereira, é sem duvida nenhuma a geração mais vitoriosa da história da natação brasileira e com certeza um fator importante desse sucesso é esse experiência internacional, tão presente nos dias de hoje.  É só olhar o nosso principal campeonato, o Maria Lenk, outrora conhecido como Troféu Brasil e encontrará grandes nomes da natação mundial competindo por clubes brasileiros.  Essa experiência é impagável.  Então porque não incentivar a convocação do maior número de nadadores possíveis para Olimpíadas e Mundiais, respeitando obviamente as regras da FINA, para promover essa tão valiosa experiência internacional da qual os atletas colherão importantes frutos para competições futuras?

O meu segundo argumento vai contra o que defende a CBDA que diz que só deve ser convocado para os jogos olímpicos quem tem chance de medalha.  Uma ex-nadadora olímpica e atual blogueira defendeu essa posição recentemente embora se “esqueceu” de mencionar que ela mesma nadou os jogos sem chance alguma de trazer uma pra casa.  Mesmo assim respeito a opinião embora não concorde com ela. Particularmente parto do principio que participar de uma Olimpíada é um privilégio e uma conquista ao mesmo tempo.  Privilégio por poder representar o Brasil na competição mais importante do mundo.  Conquista porque, com ou sem chances de medalhas, se o atleta conseguiu ser o melhor nadador(a) do país na sua prova, ele(a) conquistou (opinião pessoal minha) o direito de representar o seu país nos jogos olímpicos.  E convenhamos que o argumento que só devem ir aos jogos quem tem chance de medalha, que absurdamente excluiu todos os nadadores de peito dos jogos olímpicos de 1992 e 1996, não é levado ao pé da letra pela CBDA, porque mais de 90% dos nadadores brasileiros que participaram das últimas sete Olimpíadas (as que me lembro de ter assistido) foram sem chance alguma de voltar com o metal.  Faz diferença pra história da natação nacional se um atleta foi 25º ou 41º nas Olimpíadas?  Muito provavelmente não, embora pra aquele atleta que deixou de ser convocado, mesmo sendo o melhor atleta do Brasil na sua prova, faz toda a diferença do mundo.

E vou ao meu último argumento.  Natação é um esporte de momento.  Tem que se atingir o auge no momento correto, que geralmente é a final da sua prova na competição mais importante da temporada.  Não adianta ir para as Olimpíadas, fazer 46’ nos 100m livre nas eliminatórias e nadar pra 48’ nas finais.  Você será esquecido em questão de dias.  Tão ruim quanto isso é fazer seu melhor tempo antes das Olimpíadas, chegar lá e piorar (comum entre os atletas brasileiros que são submetidos à maratona da nossa longa quase eterna seletiva).  Por isso não entendo o porquê tantas tentativas de índice que a CBDA patrocina.  Não vejo nenhum beneficio nelas.  Nas provas atualmente mais fortes como o 100m peito masculino, essa regra é ainda mais devastadora porque se você faz o índice da CBDA, mas está com o 2º melhor tempo da prova e tem outro nadador muito próximo ao seu tempo, você tem que estar sempre preparado para defender sua vaga, caso esse nadador supere o seu tempo num dessas seletivas.  E ai o foco na preparação para as Olimpíadas vai pro lixo, porque é quase impossível se preparar corretamente para as Olimpíadas em Julho se você de repente precisa nadar em Maio e superar seu melhor tempo da vida.  Então porque não copiar os americanos, referência mundial na natação, e fazer uma seletiva única com eliminatórias e finais?  Campeão e vice são convocados (respeitando os critérios da FINA) e nas provas que ninguém alcançar o índice A, que convoque quem fez o B. Daí pra frente é foco somente nas Olimpíadas, sem nenhuma outra distração.  Se nas Olimpíadas o sujeito não vai ter 50 chances de dar um bom resultado, porque ele tem todas essas chances nas seletivas?  Não me parece justo e não me parece inteligente.  Até porque olhando somente a meritocracia, tão importante no mundo corporativo, como se explica para a melhor nadadora do Brasil nos 100m e 200m peito, nos 100m, 200m, 400m e 800m livre, nos 200m borboleta, ou os melhores meninos dos 200m, 400m e 1500m livre que mesmo sendo os melhores nadadores do país em suas respectivas provas ficarão de fora dos jogos, mas o 5º melhor nadador dos 100m livre vai como reserva? Parece-me injusto embora muitos vão argumentar que o 4×100 livre tem chance de medalhas, logo a necessidade de levar um reserva existe.  Concordo!  Só discordo que ele vá e os outros que são os melhores de suas provas, fiquem.

Enfim, gostaria de ouvir argumentos em prol dos índices mais fortes da CBDA, em prol de não levar o campeão brasileiro (se esse tiver o índice B da FINA) e em prol das “mil” seletivas que temos.  Sinceramente tentei, mas não consegui defender nossos atuais critérios de convocação, salve pelo financeiro, mas com a CBDA tendo como patrocinadoras empresas de grande porte como Correios, Bradesco, Sadia e Speedo, listados oficialmente em seu site, fica difícil justificar contenção de despesas em detrimento ao sonho rasgado de tantos atletas.

31 comentários em “Porque os índices da CBDA?

  1. rmmunhoz
    23 de maio de 2012

    Bom artigo e interessantes argumentos, Lelo. Diria que é especialmente estranho que se façam tantas “seletivas”… E pior: Algumas dessas são tão próximas das datas olímpicas, que provavelmente atrapalham justamente que um bom resultado seja alcançado pelo atleta no momento crucial dos Jogos.Se o objetivo é maximizar “chance de medalha” o modelo é contra-producente. E se o problema for financeiro (sempre tem um bom componente financeiro, eu não ignoro isso) recomendaria que se cortassem cartolas e não atletas. O esporte provavelmente lucraria com isso.

    • Lelo Menezes
      24 de maio de 2012

      Pois é Munhoz! Imagina o cara que fez o índice, resolve correr o risco de treinar com foco nas Olimpíadas e é superado na ultima seletiva de Maio por 2 adversários! É de se cortar os pulsos!

  2. rcordani
    23 de maio de 2012

    Legal Lelo. Para a seletiva única, a questão é se deveriam fazê-la mais próxima dos jogos como nos EUA ou se a fariam mais longe, como na Australia. As duas tem seus pros e contras. Acho que para nadadores que vão disputar medalhas é melhor antes, mas o ‘miolo’ da seleção pode ficar um pouco pior por causa do ‘momento’ que vc citou.

  3. Lelo Menezes
    23 de maio de 2012

    É por aí mesmo Renato. Essa decisão é bem técnica e precisa de um bom estudo antes de implanta-la. Os americanos acreditam que da pra manter o polimento por um bom tempo após as eliminatórias. A história mostra que estão certos mas eles tem muita experiência nisso. Os índices do NCAA são fortíssimos e mesmo os grandes tem dificuldade de alcança-los sem polimento. Por isso políamos no fim de Janeiro pra pegar o índice e depois políamos de novo em Março pro NCAA. Dava certo mas isso na nossa geração. Hoje em dia o treinamento é bem diferente e entendo que os atletas tem mais picos no ano. Quem sabe o técnico Amendoim nos beneficia com um comentário aqui?!

  4. Anônimo
    24 de maio de 2012

    Bom texto Lelo! Eu particularmente concordo com os indices da FINA, mas tambem acredito numa seletiva unica para determinar a equipe olimpica. A questao de experiencia internacional, nadando ao lado dos melhores, deve ser ao meu ver realizada durante os 4 anos que antecedem os Jogos Olimpicos. Os que aproveitaram essas experiencias, e atingiram o indice FINA, devem ir.
    Isso se aplica tambem aos revezas.

  5. Alvaro de Avila Pires
    24 de maio de 2012

    Bom, vou meter minha colherzinha ai. Acho que o grande numeros de seletivas estah diretamente relacionado ao indice exageradamente forte. Com uma seletiva soh e esses indices eh bem provavel que menos gente ainda conseguisse, vide os 100 B e os 100 L masculinos. Concordo que os indices da Fina seriam os melhores para avaliacao. No nosso atletismo mesmo eh assim, seguindo os indices A e B da IAAF. E vao um monte de atletas sem chance nenhuma de medalha e ninguem questiona isso, jah que eh uma coisa normal. Meu pai que nos representou nos 100 L em Toquio talvez nao tivesse ido se fossem esses os indices. Jah quanto a seletiva acho que em cima da Olimpiada nao eh a melhor opcao. Os americanos, em grande parte, dao resultado melhor nas seletivas do que na propria Oimpiada. Excluindo-se ai os excepcionais como Phelps, Lochte e poucos outros. Para mim o ideal seria mesmo ter 2 ou 3 tentativas sendo a ultima 4 meses antes do jogos. Essa discussao eh muito boa ! ab em todos

    • rcordani
      24 de maio de 2012

      Vreco, não sabia que seu pai era olímpico!

      • Alvaro de Avila Pires
        24 de maio de 2012

        Na verdade meu amigo Renato o cloro e o amor pelo esporte (todos !) jah vieram no meu DNA. Meu pai foi atleta do Fluminense muitos anos, tendo ido ao Japao nadando e ao Mexico jogando WP. Cresci lendo o caderno de esportes do Globo (desde meus 8 anos) e respirando natacao e WP. gr ab

      • Alvaro de Avila Pires
        24 de maio de 2012

        E soh completando o meu comentario … ateh hoje discuto com ele o resultados das competicoes aqui e lah. Alem tb da forma como nadaram nossos nadadores, como encurtaram o braco no final etc. Meu pai foi um dos melhores tecnicos que jah vi, tanto de WP quanto, principalmente, de natacao. A sensibilidade dele e a busca pela melhora mecanica dos estilos sempre foram grandes. Pena que o Vrecao pai nao tinha ambicao nenhuma como tecnico. Na escola e colegio naval onde foi tecnco por mais de 30 anos eh idolatrado pelos seus ex alunos. Fez gente que nunca nadou atingir resultados muito bons. Uma epoca eu jah meio de saco cheio com 16 anos e sem melhorar meus tempos, disse que pararia de nadar logo apos um carioca em 1988, ele na epoca supervisor de esportes aquaticos do Fla me falou para tirar 1 mes de ferias e depois iamos fazer alguma coisa. Achei estranho porque estaria em cima do Julio de Lamare no Rio. Depois das ferias, treinei 3 semanas com ele na Escola Naval apenas 2500m, praticamente soh perna, educativo, tiros curtos sem sair da posicao. No Brasileiro daquele ano fiz tempos bons e ai no anos seguintes levei os ensinamentos que me ajudaram bastante a mehorar meus tempos.

    • Lelo Menezes
      24 de maio de 2012

      Com certeza Vreco! Pra seletiva única dar certo, a CBDA precisa aceitar os índices da FINA!

  6. Ana Mesquita
    24 de maio de 2012

    Não serei capaz de fornecer os argumentos pedidos, concordo com o texto do começo ao fim.

    • rcordani
      24 de maio de 2012

      Legal, Ana, volte sempre. Quem não sabe quem é Ana Mesquita precisa ler “A Travessura do Canal da Mancha”.

  7. Anônimo
    24 de maio de 2012

    Lelo,
    Tb já transpirei nesta piscina de Berkeley, no norte da Califórnia, e lá tb nadei com um cara de ponta Matt Biondi. Não rolou a intimidade de soltar na jacuzzi, e como não ganhei dele, o moço não deve nem saber que eu existo.
    Mas rolou uma história engraçada. Na época outro brasileiro estava na piscina tb. João Paulo Furtado, que havia acabado de chegar do Brasil.
    Quando vi a escalação das séries e que o Matt iria nadar na mesma que eu, ou vice-versa, falei pro meu amigo: “presta atenção no Matt Biondi”
    Terminada a prova perguntei: “e aí Johnny Boy viu o Matt Biondi?” e ele respondeu: “não vi, mas o cara da raia 4 saiu bem pra caramba”. Neste instante desisti de conversar com o João…
    Sobre os índices eu não tenho opinião a respeito.
    No tempo que eu acompanhava, década de 80, havia uma séria desconfiança que as seletivas beneficiavam as equipes do Rio de Janeiro. Nesta época a natação brasileira era totalmente amadora e tão pior que o resto do mundo que o grande prêmio era ir para as Olimpíadas.
    Fez o índice?
    Então relaxa que vc vai ganhar uma passagem pra…

    Fralda

    • Lelo Menezes
      24 de maio de 2012

      Boa Fralda, 20 e poucos anos depois, a natação brasileira se profissionalizou completamente, mas o presidente da CBDA é o mesmo, assim como os critérios de convocação. A natação brasileira evoluiu, a CBDA não!

    • Alvaro de Avila Pires
      25 de maio de 2012

      Fralda, meu camarada, levantou a lebre de seletivas passadas … tb tiveram tempos esquisitos q vieram do exterior sem muita comprovacao, nao necessariamente de atletas do Rio. gr ab

  8. rcordani
    24 de maio de 2012

    A seletiva única tem a desvantagem de não classificar um bom nadador que esteja doente no dia. Por outro lado, a GRANDE vantagem é justamente essa: seleciona exatamente aqueles que nadam melhor sob pressão. Um índice obtido por exemplo em uma eliminatória de Open NÃO TEM a mesma pressão de uma seletiva única, o nadador está de certa forma relaxado, tem ainda as finais, tem outras chances, aquilo é apenas uma eliminatória de uma competição corriqueira. Ocorre que a olimpíada é um caldeirão de pressão. A seletiva única seleciona JUSTAMENTE aqueles que são melhores sob a pressão máxima. Nadar bem sob pressão é uma das características que apenas alguns tem, pessoas com o nome de Phelps, Cielo, Biondi, Popov, Thorpe, etc. Pode ver: o melhor tempo ever desses caras é quase sempre em olimpíadas e mundiais.

  9. Patrick Winkler
    24 de maio de 2012

    Cordani, parabéns pelo texto. Sempre é bom ver a opinião de veteranos e pessoas que realmente entendem do assunto.
    Vou apenas citar duas opiniões:

    Referindo-se unicamente ao índice, eu acredito que devemos trabalhar somente com o índice A.
    e nao levar os nadadores que somente tem o índice B
    Neste momento, técnicos e comissão australiana estão analisado a situação de Jarrod Poort ( que venceu os 1500L mas não fez o índice A).
    Ta uma confusão lá, pois o 1500L era a galinha dos ovos de ouro e passou a ser literalmente o patinho feio.

    • Lelo Menezes
      24 de maio de 2012

      Patrick, porque nao levar os nadadores que somente tem o indice B ??

      • Patrick Winkler
        24 de maio de 2012

        Lelo, na chamada de texto do Cordani no facebook esta assim:
        “EUA, França, Austrália, Japão etc: TODAS as principais seleções olímpicas de natação são escolhidas em seletiva única menos … o Brasil! Veja o comentário do Lelo a respeito no blog”
        Todas estas seleções citadas, só vai quem tem o índice A. E, 2009, ao final do mundial de Roma, nossa natação masculina ficou em segunda lugar geral, somente atras dos E.U.A. Eu acredito que em 2016 nosso time masculino pode ter exatamente o mesmo potencial dos americanos, so que para isso precisamos ter uma mentalidade diferenciada.
        A seleca japonesa tem o indice muito mais forte que o indice A, sendo o índice mais difícil de se conseguir entre todas as nacoes. Nao é por menos que o Japao hoje tem o atual segundo time masculino do mundo, com uma mentalidade de retornar a era dos peixe voadores. Eu acho que isso já é um exagero, mas ao menos manter o índice A é o mínimo que o Brasil precisa para se manter competitivo

    • rcordani
      25 de maio de 2012

      Patrick, só uma correção, esse texto é do Lelo, porém eu concordo com ele sobre usar os critérios da FINA e não ter um critério particular mais rigoroso. Eu creio que desta forma em duas ou três olimpíadas teríamos nadadores só com índice A naturalmente.

  10. Alvaro de Avila Pires
    25 de maio de 2012

    Patrick, nao eh o indice forte que faz bons nadadores mas estrutura e qualidade tecnica. Nosso feminino eh a prova disso, mesmo c indice forte temos pouquissimas nadadoras de nivel internacional. Nossa estrutura ainda nao melhorou o suficiente, muito menos o corpo tecnico. A grande maioria dos principais resultados foram conseguidos por atletas treinando no exterior. Para 2016 temos que evoluir bastante para disputarmos com as potencias, se nao a medalha vira do Cielo novamente e soh.

  11. Fernando Magalhães
    25 de maio de 2012

    Gostei muito do artigo. Parabéns Lelo.
    Também não vejo necessidade de termos um critério mais forte que o índice A da FINA.
    Quanto ao líder do ranking nacional, com índice B, estou na dúvida.
    Concordo com as questões psicológicas mencionadas pelo autor relacionadas ao fato de termos muitas seletivas. Na nossa época tínhamos várias seletivas, mas não tínhamos provas com muitos candidatos às vagas (exceto revezamentos). Era uma situação diferente. Agora seria melhor restringir a uma seletiva, mas por conta de lesões, acredito que caso os 2 primeiros da seletiva não tenham alcançado o índice A, outro atleta que tenha alcançado no ano anterior poderia ser convocado.
    Quanto a antecedência da seletiva, questão fisiológica. Não opinarei.

    Outras:
    – acho que não existe ex-nadador olímpico
    – legal o pai do Vreco
    – otimista o Vreco. Cielo nem medalhou em 2012 e já está garantindo o metal de 2016. Tomara!

    Abraços,
    Esmaga, que venceu Biondi em 88 nos 200 livre, porém em séries separadas

    • Alvaro de Avila Pires
      25 de maio de 2012

      Grande Maga, nao sabia da facanha de 88 ! Tinha ficado preocupado por achar q estava mais pessimista q os outros mas jah q vc me achou otimista fico satisfeito. O maior problema, agora falando serio, eh a maneira q as coisas sao feitas na CBDA e em muitas outras confederacoes. Teria q existir (no minimo !!!) um conselho de atletas q fossem ouvidos na hora de tomar as principais decisoes, esta incluida. Mas ai os holofotes nao vao p os mandatarios …
      gr ab

    • rcordani
      28 de maio de 2012

      Esmaga, aguardamos uma história sua contando essa pérola aqui no epichurus.

  12. Anônimo
    26 de maio de 2012

    Parabéns pela forma como vc explorou o tema lelo
    Vc devia trabalhar na cbda

  13. Anônimo
    30 de maio de 2012

    Oi Lelo, meu nome eh Maria Clara Matta, ex recordista Sul Americana e Brasileira dos 100 e 200 metros nado de peito. Seu artigo trouxe a tona a memoria da seletiva das Olimpiadas de Moscow em 1980. Eu bati o recorde S.A. dos 100 m de peito que ja durava a 13 anos, estabelecendo nao soh o melhor tempo do Brasil, mas do continente -1:15:19 – se nao me falha a memoria. O indice era 1:13 – um tempo totalmente fora da realidade da natacao Brasileira da epoca. Pelo que voce escreveu no seu artigo, nada mudou! Me doi o coracao de saber que ate hoje existem atletas recordistas Sul Americanos e Brasileiros que assistem as Olimpiadas na televisao! Isso eh uma disgraca….uma vergonha!! Qual o atleta que vai se matar na piscina e no fim ver seu sonho em pedacinhos? Tem mais uma pra considerar: um jornalista na epoca em que nao fui convocada escreveu um artigo sobre mim entitulado: um cartola a menos, um nadador a mais. Um abraco grande, Maria Clara Matta

    • rcordani
      30 de maio de 2012

      Que honra Maria Clara, eu me lembro de ler o seu nome na revista Nado Livre do final da década de 70.

      Olhando os resultados de Moscow

      (http://en.wikipedia.org/wiki/Swimming_at_the_1980_Summer_Olympics_%E2%80%93_Women%27s_100_metre_breaststroke)

      vejo que você ficaria entre as 16 com esse tempo. Realmente um absurdo você não ter ido.

      E esse artigo, tem como mandar para a gente?

      • Anônimo
        22 de junho de 2012

        oi lelo, desculpe a demora!! tinha esquecido do meu comentario! posso escanear o artigo pra voce da revista nado livre. me passa um email – clara.benson@blueyonder.co.uk. quanto ao texto…hmm…a memoria eh muito fraca e o portugues pessimo!! grande abraco…Clara

    • Lelo Menezes
      30 de maio de 2012

      Excelente relato Maria Clara e parabéns pela marca. 1’15 de 100m peito é um espetacular tempo e se não me falha a memória (Renato pode confirmar) levaria ouro nos Troféus Brasil da década de 90 quando nadei. Com certeza por ouro brigaria pelo menos!
      E pra te mostrar como nada mudou da sua época, em 1993 fomos para o Mundial de Palma de Majorca em 12 atletas apenas (11 homens e 1 mulher). A mulher era a Gabriele Rose, americana naturalizada brasileira, excelente nadadora, boa gente mas nem português falava. O critério de convocação foram os melhores índices técnicos do Torneio José Finkel, o que acabou excluindo toda e qualquer mulher da seleção.
      O mais triste é que foram inúmeros cartolas, alguns que nem na piscina apareciam e o pior, levaram um carteiro, que “ganhou” a viagem por se destacar na profissão na empresa (Correios) que patrocinava a CBDA! Pra mim foi uma competição inesquecível, mas quantas meninas perderam a oportunidade de nadar contra Janet Evans, Angel Myers, entre outras grandes feras da natação mundial por causa de um critério injusto?

      Obrigado pela visita e comentários e continue nos visitando e quem sabe você possa nos presentear com um texto sobre a natação feminina brasileira na década de 70 e 80!? Infelizmente conhecemos muito pouco dessa história, já que o pouco que sabemos é dos homens.
      Grande Abraço!

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Publicado em 23 de maio de 2012 por em Natação.
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