EPICHURUS

Natação e cia.

Happy hour voluntário

Em 2006 já existiam redes sociais, mas eu não fazia parte de nenhuma delas e nem tampouco eu escrevia num blog. Aconteceu algo muito significativo para mim, senti vontade de compartilhar com parentes e amigos e escrevi o email copiado a seguir:

De: Fernando Magalhães

Enviada em: segunda-feira, 4 de dezembro de 2006 20:41

Assunto: Árvore da Vida

 Olá Pessoal!

 Aos 18 anos eu precisava descobrir meu tipo sanguíneo e optei em ir ao banco de sangue para fazer uma doação. Descobri: A+, mas mais do que isso, eu me senti muito bem e acostumei-me a fazer uma doação de sangue ao ano. 

 Doze anos depois, em 1999, sentado numa cadeira do Hemobanco, doando o sangue que a minha filha Rafaela, na época com 5 meses de idade, iria receber assim que a sua cirurgia cardíaca começasse no dia seguinte, tive a certeza de que estava fazendo a coisa mais importante da minha vida, e ali, prometi que se tudo desse certo, iria fazer o limite máximo de doações permitida para homens: 4 ao ano.

 De lá para cá, o Hemobanco criou um projeto que homenageia as pessoas que fazem muitas doações. Pintaram uma árvore na parede e a chamaram de Árvore da Vida.

 No último dia 25, dia mundial do doador de sangue, meu nome foi incluído.

Vejam a foto em que apareço com a Rafaela, agora com 7 anos. A folha que está na extremidade sobre nossas cabeças, leva meu nome e tenho muito orgulho disso.

 Se puder, ajude a salvar vidas: Doe sangue você também.

 Fernando Magalhães

A partir dessa mensagem, recebi diversas manifestações de carinho e divido uma delas com vocês:

Graaande Maguito!

Tudo bem que vc nada muuuito mais rápido que eu, mas doar muito mais sangue também não vale… Eu também sou fornecedor do Hemobanco e da Santa Casa…he,he. Mas apesar de conhecer a árvore da foto nunca me puseram lá…vou reclamar…kkkkkkk. Aprendi a dar a importância que vc se refere ao ver dezenas de crianças entrando e saindo do Hospital Pequeno Príncipe (N.A. na época ele era proprietário de um hotel em frente ao principal hospital infantil de Curitiba) diariamente e entendo o que vc quer dizer. Não sabia do caso da Rafa, mas imagino que aperto vc deve ter passado…ainda bem que hoje vc consegue transformar este trauma neste exemplo! Eu não sei quantas vezes eu costumo doar, mas umas 3 por ano acho…e neste fim de ano, com certeza lá estarei! Se lembrar me liga quando vc for, vamos faturar uma bolachinha juntos! Melhor que se encontrar no bar! Conte comigo pra aumentar esta corrente!

Graaaande abraço,

Fabiano Chede

Fabiano é um amigo de infância, estudamos juntos no Colégio Sion. Após o ginásio, sempre que nos encontrávamos, geralmente no vestiário do clube, cumprimentávamos efusivamente, batíamos um papo rápido e só.

Quando o dia de voltar ao Hemobanco chegou, eu liguei, combinamos e fomos juntos. Foi a 1ª edição do nosso Happy hour voluntário, que vem se repetindo há 6 anos. Já fizemos doações para parentes de ambos os lados, atendendo solicitações de amigos e para pessoas que nos abordam quando chegamos ao banco de sangue, mas a maioria são doações voluntárias. Também estamos cadastrados no banco de doadores de medula óssea.

O papo é sempre muito bom, foi ótima a reaproximação e hoje somos mais amigos do que nunca.

Os critérios de ingresso na Árvore da Vida são reavaliados anualmente. Para os homens, é preciso ter realizado 15 doações nos 5 anos anteriores. Pelo fato de ter feito algumas doações direcionadas em outros bancos de sangue ou ficar impossibilitado em alguns períodos pelo uso de medicamentos, deixei a Árvore em 2007 e ainda não regressei.

Close da folha do meu amigo.

Close da folha do meu amigo.

Neste ano, faltou uma doação para eu chegar lá. Provavelmente dará certo no ano que vem, mas o Fabiano já chegou lá. Na última 6ª feira, ele me convidou e voltamos ao Hemobanco, dessa vez para que ele recebesse seu reconhecimento. Contente, fui chamado a sair junto na foto, que mais uma vez orgulhoso, apresento para vocês.

Minha homenagem ao amigo Fabiano. E percebam como a ideia de fazer a Árvore deve ter contribuído para que as pessoas doem com mais frequência, vejam a comparação do número de folhas em 2006 e 2013.

Minha homenagem ao amigo Fabiano. E percebam como a ideia de fazer a Árvore deve ter contribuído para que as pessoas doem com mais frequência, vejam a comparação do número de folhas em 2006 e 2013.

E repito a mensagem final do email de 2006.

Se puder, ajude a salvar vidas: Doe sangue você também.

Forte abraço,

Fernando Magalhães

Sobre Fernando Cunha Magalhães

Foi bi-campeão dos 50m livre no Troféu Brasil (87 e 89). Recordista brasileiro absoluto dos 100m livre e recordista sulamericano absoluto dos 4x100m livre. Competiu pelo Clube Curitibano (78 a 90) e pelo Pinheiros/SP (91 a 95). Defendeu o Brasil em duas Copas Latinas. Foi recordista sulamericano master. É conselheiro do Clube Curitibano.

30 comentários em “Happy hour voluntário

  1. Alexandre B Perdao
    2 de dezembro de 2013

    Parabéns Smagalhães ! Deus abençoe vc e sua família!

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      Alô Perdão,
      muito bom vê-lo por aqui.
      Forte abraço e obrigado.

  2. rcordani
    2 de dezembro de 2013

    Muito legal Esmaga, parabéns! E tenho certeza que atingirá o objetivo de retornar à árvore! Abraços

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      E se a saúde permitir, entro e não saio mais.
      Obrigado e abraço.

  3. Rodrigo M. Munhoz
    2 de dezembro de 2013

    Muito Legal! Acho que essas iniciativas realmente trazem algo positivo para o mundo e para a sociedade.
    Além disso, vi várias boas idéias para marketing de voluntariado neste post e ainda descobri mais uma coisa em comum com o Esmaga na doação de sangue para uma filha. Aliás, estamos numa ótima época para fazer doações. Semana que vem vou passar lá no Einstein.
    Parabéns ao Fabiano e ao Hemobanco da Sta Casa de Curitiba pela inicitiva! Abraços!

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      Boa Munhoz,
      ainda bem que já encerrou o ano fiscal e você terá um tempinho para isso.
      Realmente, mexe muito com a emoção fazer uma doação para um filho.
      O texto do email de resposta do Fabiano gerou uma certa confusão aos não curitibanos: ele fazia doações no banco de sangue da Santa Casa e no Hemobanco, que é outro e atende as necessidades de pacientes de outros hospitais. A Árvore da Vida está nesse 2o e sem dúvida, eles estão de parabéns pela iniciativa.
      Espero que o Fabiano passe por aqui para agradecer os seus parabéns.
      Abraços.

  4. arvilena
    2 de dezembro de 2013

    Parabéns Fernando!

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      Obrigado Arvilena!

  5. paolettifilippini
    2 de dezembro de 2013

    Coincidência? Talvez, mas fiquei intrigada com o o seu post Smaga … meu marido sempre doa sangue e já teve vezes que foi impedido por já ter alcançado a cota máxima permitida no ano pelo Hospital das Clínicas de SP. Eu nunca tive coragem porque até para tirar sangue em exames simples, costumo ter quedas de pressão e dar trabalho para quem me acompanha (Sr. Palmiro sofria anualmente com os exames da natação), mas há uns 15 dias eu falei para ele que se ele me companhar eu queria fazer uma doação porque ouvi que nessa época do ano o número de doações caem muito. Agora você me deu mais um incentivo para, ao menos, tentar! Quem sabe a sensação de estar fazendo o bem para alguém não me segura em pé?? rsrsr Um beijo e PARABÉNS!!!!!

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      Oi Paoletti,
      seu marido foi barrado porque os homens devem observar um período mínimo de 2 meses entre cada doação, mas o limite é de 4 doações no período de 12 meses.
      Manda um abraço para ele e os meus parabéns pela iniciativa.
      Quanto a sua coragem, estou contente por motivá-la, quando estiver lá, comente dos seus receios que o pessoal vai acalmá-la e tudo dará certo.
      Um beijo e obrigado.

  6. Fabiano Chede
    2 de dezembro de 2013

    Querido Maguito,
    Fim de ano, Natal chegando, corações sensíveis…chorei ao ler esta homenagem. Homenagem à vida, à nossa amizade, ao voluntariado, ao exemplo bacana. Na verdade não sei quem cresceu mais, se foi a Árvore da Vida ou a Rafa…pelo menos nossas entradas capilares deram aquela estacionada, talvez graças à permanente renovação sanguínea.
    Eu gostaria de lembrar quantas vezes chegamos a comentar lá no banco de sangue como seria legal aumentar esta turma, que em tempo de email e WhatsApp poderíamos chamar os amigos para faturar aquela bolachinha juntos (prêmio aos bravos doadores ao final da doação) e aproveitar o papo bacana. Fica aí a idéia, quem quiser participar manda um sinal de fumaça que na próxima convidamos!
    Abraço forte a você e aos leitores.

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      É isso Fabiano, VIVA A VIDA e os que vierem serão muito bem-vindos!

  7. Jorge Fernandes
    2 de dezembro de 2013

    Esmaga, voce realmente sempre surpreende…
    parabéns pela iniciativa (lá na década de 90) e continuar até hoje…
    Eu também sou doador (mesmo este ano não tendo ido ainda), mais precisamente no Hospital Universitário do Fundão…
    Quase como o seu início (doando para repor sangue que seria utilizado por sua filha), o meu também teve início familiar, mas não nesse sentido… meu pai faleceu em 92, de cancer generalizado no pancreas e fígado, de forma quase “fulminante” (durou 1 mes após a descoberta, e faleceu sem saber)… mas teve dias em que ao visitá-lo, numa dessas vezes eu o senti bem humorado e com melhor aparencia, e me disseram que ele havia recebido transfusão de sangue…

    Pois bem, desde 93/94 tenho ido praticamente 2 vezes por ano doar no Hospital da UFRJ, e quando dá, ainda consigo doar para amigos que pedem para repor… pois penso que se por um breve instante pude ver meu pai um pouco melhor (mesmo sabendo que não haveria jeito), que mal custaria tentar ajudar a um local que presta serviço à comunidade ?! Então passei a faze-lo…

    Hoje em dia também doo plaquetas (sou chamado de acordo com a necessidade) e pretendo ser doador de medula…

    Acho que só que passa ou passou por momentos parecidos, pode ter noção da magnitude do que um simples gesto pode fazer.

    Acho que seu post deve servir para todos os leitores (caso possam/queiram) de alguma forma contribuir. E que nós disseminemos entre nosso círculo de amizades, a necessidade de tal ato, quando tiverem a oportunidade… e que não fique sómente numa única ida (o que por si só já ajuda).

    Parabéns pela iniciativa, pela linda filha e excelente família que voce tem e constrói.

    Abraços.

  8. Fernando Cunha Magalhães
    2 de dezembro de 2013

    Muito legal, Jorge!
    Fico bem contente de tê-lo como parceiro nessa iniciativa.
    E a ideia é essa mesmo, multiplicar as atitudes do bem.
    Abraços e obrigado.

  9. Lelo Menezes
    2 de dezembro de 2013

    Sensacional Esmaga! Não tenho muito a acrescentar a não ser lhe dar parabéns!

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      Valeu Lelo, obrigado.

  10. Sidney N
    2 de dezembro de 2013

    Excelente Esmaga! Nos tempos da faculdade costumávamos organizar campanhas de doação e nessa época aprendi o valor do gesto. Já há algum tempo não tenho contribuído, mas o post me motivou a retomar a ação. Abraços

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de dezembro de 2013

      Muito bom Sidney, avise quando tiver ido. Abraços.

  11. Karla Fávero
    3 de dezembro de 2013

    Fernando, muito obrigado por dividir conosco esta história tão emocionante! Nos sentimos homenageados e estimulados a realizar cada vez melhor o nosso trabalho.
    A Árvore da Vida é composta por cada um que como você faz a sua doação em benefício do próximo.
    Nosso muito obrigado! Pelas doações e pelas sementes…

    Ass: Equipe de Funcionários e Diretores do Hemobanco.

    • Fernando Cunha Magalhães
      3 de dezembro de 2013

      Olá Karla,
      muito obrigado pelo comentário.
      Gostei do “pelas doações e pelas sementes…”
      Até breve!

  12. sérgio
    3 de dezembro de 2013

    Parabéns Fernando! A “Árvore da Vida” tem uma forte simbologia para os judeus.

    • Fernando Cunha Magalhães
      5 de dezembro de 2013

      Legal Sérgio,
      Pode ser que a ideia do Hemobanco tenha vindo daí, que nos contar um pouco sobre isso?

  13. ANTONIO CARLOS ORSELLI
    4 de dezembro de 2013

    Grande Esmaga. Uma pessoa como você não nos deveria surpreender. Mas, ainda uma vez, você faz isso ao relatar um fato que só o engrandece. E a nós, por sermos seus amigos. Grande abraço.

    • Fernando Cunha Magalhães
      5 de dezembro de 2013

      Puxa Orselli, que bacana!
      Muito obrigado pelas palavras.

  14. mpacheco1
    5 de dezembro de 2013

    Grande Smaga, voce sempre surpreendendo, um cara que realmente nao existe!
    Parabens!

    • Fernando Cunha Magalhães
      6 de dezembro de 2013

      Valeu Pacheco, obrigado.

  15. Tite Clausi
    10 de dezembro de 2013

    Grande Magalha!
    Mais uma vez vc provando o valor incomparável de ser humano que vc é.
    Parabéns!
    Em minha vida doei sangue poucas vezes. Lembro da primeira vez na cirurgia cardiaca do Tio Joel Ramalho.
    Tenho uma dificuldade enorme de lidar com agulhas e sangue.(meu maior trauma é ir ao dentista e ter q tomar uma simples anestesia).
    Parabéns e que a vida continue sorrindo para vc de uma maneira inigualével.
    Grande abraço.

    • Fernando Cunha Magalhães
      13 de dezembro de 2013

      Valeu Queridaço,

      obrigado pelas palavras.

      Nesse caso é melhor não lutar contra esse medo. Para algumas pessoas é difícil mesmo. E há muitas formas de distribuir o amor e fazer o bem!

  16. Karina Perardt
    13 de fevereiro de 2015

    Parabéns Fernando!! Lendo o que vc escreveu, até parecia que vc estava me contando esta história com todo o seu entusiasmo do curso SBDG!! Incrível e admirável mais uma vez!!! Tenha a certeza que a sua energia contagia a muitos que tem a honra em passar pela sua vida!
    Forte abraço!

    • Fernando Cunha Magalhães
      13 de fevereiro de 2015

      Que lindo o que você escreveu, Karina.
      Muito obrigado!
      Em março haverá mais histórias.
      Forte abraço!

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