Como o leitor atento já percebeu, eu tenho um certo fascínio pelos Finkels do Inter de Santos do final dos anos 80 – início dos anos 90. Possuo a firme convicção que essas competições contribuíram muito para o desenvolvimento da natação brasileira na era Gustavo Borges, o qual por sua vez respingou em Cielo, Thiago e cia.
Do início da década de 80 até 1988 o Finkel ocorreu em longa, e o Esmaga já explicou nesse comentário a razão da mudança para a raia curta. Transcrevo abaixo em preto o trecho em questão:
“A ideia de se fazer o Finkel em piscina curta veio dos nadadores. Na edição de 88 no ECP decidimos o programa de 3 dias, a sequencia de provas, a retirada do 4×200 numa reunião da UNN conduzida pelo Cícero Torteli. Foi uma ótima ideia.
O formato do Parque Aquático, a proximidade dos atletas e a característica do público santista que ia assistir a competição deixavam as arquibancadas lotadas e o clima ficava muito diferente de uma competição em piscina longa.”
O primeiro deles aconteceu em 1989, e não terminou por causa de uma meningite. Detalhes aqui.
O segundo ocorreu em 1990 e mudou tudo. Detalhes aqui e aqui.
Em 1991 o Finkel foi em longa para servir de eliminatória ao Pan de Cuba, temos algo sobre esse Finkel aqui.
Em 1992 o Finkel foi em Londrina, a piscina era boa (não tããããããããão boa quanto a do Inter), mas nessa competição os olímpicos de Barcelona não estavam polidos, raspados e com maiô de papel, então o nível foi intermediário.
Já 1993 foi o Finkel dos recordes mundiais. Não perca todos os detalhes nessa Quinta Feira 05/12 no Epichurus. Ou clique aqui.
Já que o assunto é Finkel e década de 90, deixe-me ver.
Da última vez que estive por aqui, vocês comentavam a respeito da prova de 100 metro peito, vencido pelo então recordista, o Cícero Torteli. Ao recordarem aquele dia, não sei se alguém chegou a comentar um fato curioso que aconteceu. Nadei aquela prova apenas porque o Hermeto se machucou momentos antes. Foi na prova dos 200 medley, onde o José Jr. fez os impressionantes 2.00. O mineiro, quer dizer, o Hermeto, pelo que recordo, “entortou” o dedo na borda. Deve ter sido excesso de vontade de bater na frente, pois aquela final foi de fato muito emocionante. Eu estava na raia 2 ou 7.
Mas aí é que vem a história dos 100 m de peito. Os nadadores estavam no bloco de partida para a grande final quando o locutor anunciou que o reserva estava convocado para nadar no lugar do então contundido Alexandre Hermeto.
Com aquela papagaida de nadar as eliminatórias regulando para não forçar demais, acabei dançando. Pois bem, era eu o reserva imediato, após ficar em nono na classificação geral.
Ao ouvir o locutor, desci alucinado aquelas arquibancadas do Internacional, tirando a bermuda pelos braços, óculos no pescoço. Mal cheguei fui subindo no bloco de partida. Pouco mais de um minuto depois os 100 metros peito estavam percorridos. Suponho que tenha sido excesso de adrenalina, despejada com aquela corrida aloprada pelas arquibancadas santistas. Naturalmente dopado, é a minha confissão. Só pode. A medalha de prata veio parar no meu pescoço.
Se eu não estiver muito louco, foi mais ou menos assim que aconteceu naquele dia, no José Finkel de 1990.
Um abraço forte,
Jaime Mitropoulos
Sensacional Jaime!
Excelente relato de uma passagem super inusitada.
Parabéns!
Oi Jaime, correto, foi exatamente isso que eu me lembro também, eu e o Lelo já inclusive mencionamos o fato aqui e aqui.
Essa contusão do Hermeto também me ajudou nos 400 medley do dia seguinte!
Abraços e até quinta.
Eu estava lá!! Ansiosa para ler a reportagem!!
Valeu Vanessa, até quinta!
Não existia competição mais legal, com resultados mais fortes, e com competição mais acirrada que os Finkels em curta. Tinha inclusive mais “vontade” de nadar o Finkel do que o Troféu Brasil