O Torneio José Finkel tinha terminado fazia poucos minutos e eu caminhava em direção ao ônibus para retornar ao hotel. Eu andava meio cabisbaixo pois apesar de ter ganho medalha, não tinha gostado dos meus tempos nos 100m e 200m Peito. Estava quase no portão de entrada do clube quando escuto, logo atrás de mim, uma voz com fortíssimo sotaque carioca – “Menezexxxxxxx?!” Virei pra ver quem me chamava e a nadadora (famosa na época) mandou “Tu sabia que te acho um gato?!” Fiquei sem resposta e ela percebendo a minha cara sem-graça emendou “Tu vai na fexxxsta né?” Aí já recuperado do baque respondi “Lógico, te vejo lá!” e sai de peito estufado.
E teve aquela vez que subi no telhado do Hotel em Rosário, tarde da noite no dia de encerramento de um Campeonato Sul-americano e dei de cara com um companheiro da seleção brasileira num “romance” bem caliente com uma nadadora de Curitiba. Fingi que não vi e voltei pro quarto.
Outra história famosa foi a da nadadora que teve um breve romance com um nadador do mesmo clube, nativo do interior de São Paulo. Aí estava rolando um “jogo da verdade” numa viagem de ônibus quando a moça foi questionada se o rapaz beijava bem e a clássica resposta dela foi “Uhmmm… ele é carinhoso!”, destruindo pra sempre a reputação do cidadão.
Histórias como essas acima, de romances passageiros com nadadoras, tenho algumas boas pra contar em mesas de bar, embora não tantas quanto a de dois escritores do Epichurus, principais galãs da natação brasileira da década de 90 e com épicas peripécias amorosas, dado o sucesso que faziam com nadadoras do Oiapoque ao Chuí.
Durante anos nosso mundo girou em torno da natação e nada mais óbvio que grande parte dos romances da época ocorressem com as nadadoras com quem compartilhávamos tantas e tantas horas de convívio no dia a dia, além obviamente das viagens que fazíamos com tanta frequência e de onde afloravam a maioria dos romances.
Minha história é parecida com a de quase todos os nadadores que eu conheço. Namorei uma ou outra nadadora, algumas a sério, outras nem tanto, alguns romances pontuais, aqui e ali, mas acabei casando com uma menina que nunca ouviu o famoso “Piscina livre” do Zequinha ou o maravilhoso “Podemos pré-anunciar…” do Mario Xavier. Aliás, minha esposa nunca fez natação na vida.
O curioso de tudo isso é que no grupo de 30 ex-nadadores que convivo diariamente, ninguém casou com nadadora. Absolutamente ninguém!
Resolvi então fazer um levantamento de todos os nadadores que nadaram na minha época e que sei com quem casaram e cheguei a mais de 100 nomes e desses todos, apenas 3 casaram com nadadoras. Míseros 3%. Das meninas nadadoras, a história é igual, praticamente nenhuma é casada com nadadores.
Uma boa explicação é que na nossa época parávamos de nadar relativamente cedo, com vinte e poucos anos e ainda não maduros para o casório. Aí o tempo foi passando e começamos a nos relacionar mais e mais com gente fora do meio da natação. A tese faz sentido porque todos os três que casaram com nadadoras foram olímpicos e nadaram até mais tarde, ou seja, ainda convivendo com nadadores na época do casamento.
De qualquer forma acho curioso que dividimos uma paixão (a natação) durante anos ou até décadas, nos relacionamos durante esse período todo, mas na hora de escolher aquele alguém especial para dividir o resto de nossas vidas, escolhemos alguém de fora do meio. Curioso e pensando bem até meio estranho… Porque será?
Lelo, sobre minino Phelps, a noiva dele é essa aqui, ó: https://instagram.com/p/zHH9YWSx79
E sobre se relacionar com pessoas da natação, por mais que eu tenha parado na natação antes de sequer ter idade pra competir em qualquer categoria, acompanha TANTO e tão de perto, que praticamente me considero “da natação”… e essa sua história me lembrou a minha irmã que sempre me chama de “arroz da natação”: só acompanho, nunca fui prato principal… ela nunca conseguia entender porque nunca fiquei com nenhum nadador! HAHAHAHAHAHA! Pode isso?
Boa Patricia, esse garoto Phelps deveria ter se agarrado a moça Arroz, mas até aí não sei se foi a Arroz que deu um pé nele. Quando a você não ter “usufruído dos nadadores, deve ter sido uma sábia decisão. kkkkk!
HAHAHA! Arroz e Felpa faziam um belo casal mesmo…
E podes crer que foi uma sábia decisão! Quanto mais a fundo a gente conhece, mais distância desse tipo de coisa a gente mantém… 😉
Hehe, muito boa Lelo, nunca havia pensado nisso.
A lógica do ambiente da natação é diferente do “mundo real”, o metal (medalha) vale muito, um PEBA tem menos chances de acasalamento que um campeão, mesmo se for mais legal.
Mas por outro lado podemos inverter o seu texto, e acrescentar que nenhuma nadadora também casou com nadador, afinal, o negócio é baseado no consenso. E pensando por esse lado, acho que nenhuma quis casar conosco porque somos muito chatos, talvez?
Sim, o metal vale muito e ser olímpico mais ainda, então uma teoria interessante é que os olímpicos casaram com nadadoras não somente porque nadaram até mais tarde, mas pode ter aí um “q” de tietagem também, ou seja, o assédio desse pessoal por nadadoras era bem maior do que dos PEBAs. Já no mundo feminino a história é igual mesmo! Tá certo que não sei o paradeiro de muitas que nadaram com a gente, mais das que sei, praticamente ninguém casou com nadador…
Caramba… esse tema me surpreendeu Lelo!
Contudo, minha história não é muito diferente da sua. Casei com uma não nadadora e, por outro lado, sei de só 3 grandes nadadores brasileiros que casaram bem sucedidamente com nadadoras. Também sei de apenas uns 5 Pebas de minha convivencia que também foram no caminho das bodas cloradas, o que realmente parece indicar uma baixa incidencia deste tipo de união.
Minha teoria teria um pouco mais de assimetria que a sua (e mais de auto-crítica, mas numa linha diferente da do Renato): Acho que as meninas da natação na nossa época paravam ainda mais cedo que os meninos e conhecendo “o cenário da natação”, fugiam assim que possível de romances com colegas nadadores. Restou pras (mais abundantes) não nadadoras, a chance de entrar na roubada de namorar/casar com aqueles caras que na época eram sarados, mas em geral com cabelo duro, fome descontrolada e uma agenda mega atrapalhada nos finais de semana … tinha que possuir uma certa tolerancia ou não?…
Abrtz!
Esse ponto é interessante e eu não tinha cogitado que a menina parava antes dos homens. Verdade! Tem também o ponto que uma menina não nadadora dificilmente aguentava namorar com nadador, pelos motivos que você mesmo citou.. vida sem noite e sem finais de semana, o que torna o mistério mais interessante! De repente a teoria que os opostos se atraem é de fato verdadeira. Vai ver que nadador com nadador não dá liga…
não me lembro de ter mantido relacionamentos amorosos com athletas…
não lembra LAM, ou não quer lembrar?!? hein, hein?! kkkkkk
Também estou na categoria de quem casou com alguem que nem sabia nadar.
Também só pensei no assunto depois do post.
Vou na linha do ¨parei de nadar profissionalmente cedo¨ (muito antes da idade de casar). Também acho que enquanto nadava não tinha tempo para muitas atividades sociais. Quando parei é que realmente comecei a sair para a balada.
Ah!! também não tive relacionamentos amorosos com atletas
O Peano é da época que nego parava de nadar quando entrava na faculdade. Agora, “não tive relacionamentos amorosos com atletas” é diversionismo, né?
Pois é. To sentindo muita gente com medo que a patroa passe por aqui e descubra o passado de galã.
Lelo engracado o tema tanto tempo depois do encerramento das carreiras. Presenciei numa certa viagem internacional um papel colado na parede com o nome dos atletas e alguns XXX ao lado quantificando os sucessos amorosos. Nao valia nenhuma medalha essa competicao. hehe abs
Vreco, tem uns caras que eu conheço que faziam competição de quem pegava mais meninas. O fim da picada! Eu nunca compartilhei desse tipo de torneio… kkkkk
Meu marido não sabe nadar! Mas não foi um critério de escolha!! Rsrrs
Boa Viviane. Pena você não ter considerado os companheiros Luizinho, Heraldo, Marcelo e Repolho. kkkkkk!
Eles pararam de nadar muito antes de mim! fiquei sem opções !!! Rsrs gostei do texto!!
E eu, que a vida toda fugi da piscina, visito sempre este blog depois que minha namorada me ensinou a nadar! Bacana o texto!
Boa Paulo. Sua namorada é nadadora profissional?
Não é não, Lelo. Parou quando começou a faculdade e nos último anos que retomou como amadora. Ai vai o blog dela; https://duasnagua.wordpress.com/. Abraçao e parabens pelos textos!
Legal o blog dela, já coloquei nos favoritos!
Legal mesmo o blog. Nosso amigo amante das águas abertas Charles Dudorenko vai se amarrar…
a razao e simples:. todo mundo era farinha do mesmo saco. nao havia segredo, quem casaria mais tarde sabido o historico do futuro esposo/a
Que interessante esse texto. Fiz uma análise também e meus amigos nadadores que casaram entre si ou casaram muito cedo ou seguiram carreira até mais tarde. Depois da natação namorei outros atletas (jogador de voley, basquete, até surfista rs), mas atualmente estou num relacionamento (que sinto será duradouro) com um cara que só malhou o cerébro, não tem músculo algum definido, sabe pouco sobre esportes, de nadador só conhece Ricardo Prado e César Cielo… sim, talvez os opostos se atraiam rsrs
Não sabia do lance do Phelps com a Rice, só lembrava do Eamon Sulivan.
Da época da natação lembro de alguns relacionamentos que passavam a impressão que seriam para a vida inteira. Não foram.
Eu também encontrei minha cara metade fora das piscinas.