Um PEBA na abertura da Copa do Mundo
Tentando tirar o atraso do sono no feriado, acordei ontem 10:30, abri meu email meio sonado e uma prima querida que mora no Rio de Janeiro perguntava: “Renato, sobrou um ingresso para abertura, você quer?”. E eu, já sentindo adrenalina nas veias: lóóóógico! E lá fui eu para a abertura da Copa, o evento que eu mais adoro, assistir o time que eu torço, no estádio da minha cidade: uma daquelas coisas que não tem preço.

Como o leitor atento viu o jogo, assistiu os comentários pós jogo, acompanhou tudo em real time pelo Facebook e Twitter e hoje de manhã ainda leu o caderno de esporte do jornal e ouviu a repercussão pelo rádio, não sobrou muito para comentar.

Aqui deu vontade de ir para a Barra Funda…
Vamos então aos rápidos High Lights (HL) e Low Lights (LL).
HL:
- O hino. Sem palavras, literalmente de arrepiar.
- O Neymar. Na hora mais difícil do jogo, 1×0 para eles, quando estava tudo indo pro brejo, apenas duas situações poderiam nos salvar: um gol de rabo ou um gol de gênio. Neymar, o gênio, salvou o Brasil.
- A Copa. Copa é sensacional. Sou dos que acreditam que futebol é muito mais do que vinte e dois marmanjos correndo atrás de uma bola. Afinal, “Literatura é só um bando de palavras correndo atrás de um sentido. ”
- Encontrar amigos na arquibancada: não tem preço.
- O estádio. Está meio provisório mas é bonito. Só imagino que quando tirarem as arquibancadas provisórias vai ficar meio tímido para os jogos do Corinthians, mas isso não é problema meu (que sou palmeirense).
LL:
- Os xingamentos à Dilma. Não votarei na Dilma, mas não xinguei a presidente do meu país perante o mundo, uma grande falta de educação (por mais que fosse previsível).
- Racismo. Na “Copa contra o racismo” em um país de brancos, negros, índios e mestiços, praticamente só os primeiros estavam na arquibancada. A “culpa” aqui não é apenas da lei da oferta e da procura (os ricos que tinham dinheiro para ir são em geral brancos, daí a discrepância), mas também da nossa (mundial) incapacidade de superar o racismo humano intrínseco.
- O erro do juiz. Pelo que vi do jogo, era possível (diria provável, até) que o Brasil ganhasse mesmo sem a ajuda do juiz. Uma pena que o erro tão relevante e decisivo tenha acontecido.
- O entorno do estádio. Sou palmeirense, portanto suspeito, mas creio que o corinthiano que ia no Pacaembú não vai se aventurar a “viajar” para Itaquera. O público do Itaquerão será o da Zona Leste mesmo, o que é ótimo, mas creio que não vai dar a renda que o Corinthians espera (o qual também não é problema meu).
No mais, fiquem com as imagens, e até o próximo jogo.
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Sobre rcordani
Palmeirense, geofísico, ex diretor da CBDA e nadador peba.
Boa, deve ter sido sensacional mesmo! Infelizmente, sem dinheiro, tive que assistir do Jardim Lambreta mesmo!
Lelo, nunca perdi no Lambreta. Em 2006 a derrota foi no Barrão e 2010 foi na minha casa. Pretendo ainda assistir um jogo do Brasil nessa Copa por lá!
gostei, acho que este reporter Epicurista devia continuar usando o legado do transporte público, que a vai deixar, no seu dia a dia
Não entendi muito bem a frase, LAM. Mas a próxima vez que for ao Itaquerão, na semifinal, vou de trem+metro de novo.
Que sorte hein, Renato?! Agora você acordando as 10:30h me preocupou um pouco… e também me preocupou nas fotos a falta de um chapéu/gorro adequado pra enfrentar as frias noites de Junho em SP. Me lembra de te emprestar um…
Quanto aos xingamentos… chato… assim como os protestos/repressão em várias cidades… não sei o que é pior, mas espero que os governantes notem que o descontentamento e falta de educação não estão apenas dentro dos estádios.
Um forte abraço e mantenha a gente informado sobre as próximas etapas dessa sua aventura copística!
O sr. não está atento, repare a foto com os amigos Luis e Antônio lá em cima: o cocar é extremamente adequado para combater o frio e torcer pela seleção ao mesmo tempo!
A próxima parada é o Mineirão, se houver algo de interessante por lá eu reporto aqui…
Muito legal, Renato! Posso perguntar o que você achou do show da abertura? Lá no estádio passou mais emoção e beleza do que a maioria sentiu vendo na TV?
Tulipa,
Acho que o Renato não vai poder comentar o que achou do show da abertura pois o vagabundo estava tomando cerveja quente ao invés de estar registrando esse momento histórico. Uma vergonha!
Ok, fico então com sua opinião: o que achou? (ou tava acompanhando na cerveja??)
Charlão, houve casos até de cidadãos que chegaram a pintar a cara de verde e amarelo, você acredita?
Tulipa, abertura de Copa é tão agradável quanto receber um pescotapa. Por sorte, não faltaram amigos dispostos a debater assuntos importantes antes do jogo, e de facto a cerveja não estava muito gelada, talvez em função da globalização, já que os alemães a preferem à temperatura ambiente. O ruim é tomar Brahma na temperatura ambiente…
Voltando à abertura, não vejo a menor graça em àrvores dançando e gnomos trotando, ou vice-versa, foi o máximo que consegui ver da festa. E a acústica era horrível, tornando a cerveja quente uma alternativa melhor! 🙂
Renato, sempre no lugar certo e na hora certa. Da abertura não precisa mesmo comentar… como sempre, adorei seu texto tão divertido, apesar de parcial (palmeirense) rsrs. Abs
Realmente Adriana, foi uma grande oportunidade. Imagina se eu só abrisse aquele email de noite? 🙂
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