E aqui em casa vamos curtindo pra valer
30 de junho de 2002. Nana e eu, assistíamos ao futebol, abraçados no sofá. A Duda ainda estava na barriga. Por volta das 9h15, um chorinho na babá eletrônica revelou que a pequena Rafaela havia despertado. Nana saltou do sofá, subiu a escada correndo e enquanto tomava a primogênita nos braços, Oliver Kahn rebateu o chute de Rivaldo e Ronaldo disparou para aproveitar o rebote e marcar o primeiro gol da vitória do Brasil.
“A Rafinha deu sorte! A Rafinha deu sorte! – Nana exclamava eufórica, correndo escada abaixo com a pequena no colo, para conferir o replay e curtir a sequência do jogo do PENTA.
11h30 – saída para as comemorações do PENTA. Eu estou sem a camisa do Brasil porque o Renato não devolveu a que eu emprestei para ele ir na Festa do Tite.
Copa do mundo é um grande barato. Minhas lembranças começam na edição de 1978 na Argentina, última vez em que o torneio foi disputado por somente 16 seleções, e permeiam minha mente com passagens de todas as edições desde então. Lembro-me onde estava, com quem estava, em todos os momentos mais importantes – tristes ou felizes.
Em 2006 a família já estava completa, mas as meninas eram muito pequenas.
2010, Rafa com 11, Duda com 7, estavam sempre junto conosco, mas ainda com pouco interesse.
2010 – Brasil 3×1 Costa do Marfim – golaço do Luis Fabiano e quebraram o Elano – fez uma falta nas 4as.
2014 – a Copa do Mundo no Brasil traz cores mais vibrantes a experiência. E parecia que não seria assim, já que a expectativa pelos jogos, no período que antecedeu a competição foi abafada pela revolta já tão comentada e que nunca será esquecida, por conta da forma irresponsável como nossos recursos foram tratados na organização do evento.
Mas quando chegou a véspera, deu a louca nas meninas e saímos em busca das camisas do Brasil. Surpreendemo-nos com os estoques zerados, mas conseguimos as últimas peças lá pela quarta loja em que passamos.
Cheguei em casa em cima da hora para o jogo de abertura contra a Croácia, mas bem antes disso, através das mensagens do Whats Up, já havia percebido que o envolvimento das meninas, agora com 15 e 11 anos, seria bem diferente das edições anteriores. Até a sogra estava de camisa do Brasil – só não mudou o fato que ela assiste o começo do jogo, levanta e sai da sala, vai caminhar para não passar muito nervosismo e aparece para ver o que aconteceu a cada “UHHHHH!!!”.
Segundo jogo, reunião dos velhos amigos de infância do Jardim Social e da nova geração, a maioria já bem mais velha do que a idade em que os pais se conheceram. Maldito Ochôa que nos privou do grito de gol e de comemorarmos juntos.
Depois de muita insistência, consegui levar as meninas a FIFA FUN FEST no domingo, dia 22. Clima descontraído num lugar lindo. Assistimos a Argélia 4 x 2 Coréia do Sul – a cada gol uma grande bagunça e confraternização.
O dia seguinte foi dia de ir a Arena da Baixada. Infelizmente Espanha e Austrália já estavam eliminadas e brincávamos que assistiríamos a um amistoso – Amigos de Iniesta x Amigos de Cahil – mas independente das circunstâncias, foi muito legal. Uma grande festa de confraternização entre povos, enriquecida pela perspicácia da FIFA que surpreendeu disponibilizando assentos lado a lado para a minha família e para a família do meu irmão, sendo que cada um comprou os ingressos no seu computador pessoal, com cartões de crédito diferentes. Achei incrível – até perguntei pro rapaz que sentou do meu outro lado se o sobrenome dele era Magalhães – não era.
Depois da tranquila passagem por Camarões, veio o jogo com o Chile. Cantamos o hino abraçados como os jogadores – aí já chorei. Casa cheia, churrasquinho rolando e vivi a maior tensão desde a final de 94 (não chegou a superar: naquele dia minhas mãos suavam frio e a taquicardia não me largou durante toda a prorrogação e pênaltis) – no final das duas, uma alegria e choro incontidos. Todos abraçados pulando e comemorando.
Está sendo muito especial viver esses momentos. Essa semana começam minhas férias e na 6ª feira assistiremos o jogo com a Colômbia na praça central de Ouro Preto – outra experiência inesquecível.
O desafio é hercúleo. Nosso time ainda não chegou nem perto do seu melhor futebol. Mas apoio cada um deles e acredito muito que podemos ser os campeões. Vai BRASIL!!!
Forte abraço,
Fernando Magalhães
Boa Esmaga! Família linda , esportiva e divertida! Deve ter sido legal ver esse super amistoso pertinho de sua casa junto com a galera! Também vi um do tipo e foi bem legal.
Essa Copa está dramática e, enquanto o melhor futebol não vem, oBrasil precisa da sorte da Rafa novamente hein? Mas ninguém achou que iria ser fácil né ? Abraços !
Munhoz,
deixa o melhor futebol pra lá… vamos tratar de levantar o caneco!
Mas realmente, não será fácil.
Muito bom Esmaga. Provavelmente nunca assistimos um jogo do Brasil em Copas juntos, mas em novembro de 1993 contra tudo e contra todos selamos um pacto pró-Parreira que ajudou a seeção obter o tetra, correto?
Grande abraço!
Corretíssimo,
curtíamos o tributo a Bob Marley na véspera do show de Tom Jobim.
Fomos buscar o hi-fi e convictos selamos o pacto a Carlos Alberto Parreira.
LAM negou-se a brindar – algo que não esquecerei jamais.
Vamos marcar de assistir um jogo da Copa do Qatar juntos.
Excelente relato Esmaga! O Hino Nacional realmente mexe com a gente e imagino como seria quase impossível segurar as lágrima se estivesse lá no campo, ao lado dos jogadores. Deve ser uma sensação indescritível!
O cara do seu lado não era Magalhães, mas será que era Magdaleno ou algum nome parecido??
Impossível segurar, Lelo.
Não entendo os caras que estranham o choro dos nossos jogadores.
Dizem que eles já estão acostumados a pressão de jogos importantes e não entendem que a experiência de agora é completamente diferente de tudo que eles já viveram.
Indescritível para nós, imagine para eles.
E não, os sobrenomes sequer eram parecidos.
Cresci no meio de futebol,3 irmãos,meu pai presidente do antigo Colorado e tinha um programa de rádio”A caminho do gol”,sempre torcemos muito,clima de copa é isso torcer pelo seu país,vibrar,soltar a emoção,reunir família e amigos e ter sempre lembranças para serem contadas.Adorei!!
E nós torcemos juntos desde 1990 – já estamos na 7a Copa – é uma delícia!
Valeu Maga: A Família Futebol agradece seu artigo. Ela é muito maior e mais intensa que imaginamos principalmente no Brasil onde em 70 ,dizem, repressores e presos torciam juntos pela seleção no México q foi a primeira com televisionamento direto ainda em black-white..Quer maior prova que essa???. Não seria agora que esses politicozinhos de merda que estão no poder iriam estragar nossas festas/brincadeiras ainda mais em nosso país. Não sei vc. mas essa foi a primeira Copa que participei indo diretamente aos estádios e em 4 jogos. Destaco o incrível Austrália x Holanda no Beira Rio na 1a. fase. Digo primeira Copa pq depois do que vivi diretamente nos estádios não será a única. O q mais motiva, o q é o maior barato é o que o nn. querido futeba proporciona de melhor. É estar próximo e se divertir com as torcidas dos diferentes países e de diferentes culturas que aqui estão. Pessoas sadias, grande presença de famílias inteiras como a sua é exemplo.Esses são os membros da verdadeira Família Futebol. Rússia e Catar (???) que me esperem, ou melhor nos esperem?? com famílias amigos e tudo…. O q vale é a festa…tá certo que ganhar faz mais “meió” ainda mas se não der a Família Futebol agradece do mesmo jeito….. .Abr. Emilio.
Valeu Emílio!
Não sabia que vc havia ido aos jogos.
Esse AUS x HOL foi um jogão.
E que bacana, espero poder encontrá-lo no Catar.
Forte abraço,
Maga
Ah! E sim, foi a primeira vez que assisti uma partida da Copa ao vivo.
Uma experiência super marcante!