EPICHURUS

Natação e cia.

O Troféu Chico Piscina e o Dia da Criança

Fiquei sabendo pelo Facebook da FAP (Federação Aquática Paulista) que a Seleção Paulista ganhou novamente o Troféu Chico Piscina. Foi o décimo quarto título consecutivo dos paulistas, dos vinte e um já conquistados pela FAP – o que considerei bem impressionante, já que nos últimos 24 anos essa competição tem sido o Campeonato Brasileiro Interfederativo Infanto Juvenil de Natação. Pelo jeito a juventude da natação paulista está dominando a parada nos últimos tempos.

Neste Dia das Crianças, olhando as fotos da molecada na competição, boas lembranças me vieram a mente. Na verdade… as MELHORES lembranças me vieram a mente. O Chico Piscina não era apenas uma competição divertida, com um patrono legal, em uma cidade simpática: Até chegamos a conhecer o epicurista Sr. Francisco José Dias Lima, que basicamente criou a 1a piscina da cidade para os amigos.  Apesar de ser algo menor nos anos 80, chegar ali já era ao mesmo tempo uma conquista e um ritual de passagem para nós – jovens nadadores de 11 a 16 anos. Nos juntávamos em uma seleção da região, pegávamos um ônibus, ficávamos alojados em escolas, comíamos no bandejão do clube, circulávamos livremente pela cidade, tomando sorvete Espumoni e nos sentindo independentes. Tudo era muito divertido nos intervalos entre as provas e é disso que eu mais me lembro. E claro… as medalhas gigantes, com a efígie do próprio “Chico Piscina” eram disparado as mais cobiçadas da minha época em Bauru. Eu ganhei algumas, incluindo 3 de ouro entre os 100 peito e 200 medley de 1983 a 1987. Apesar de na época a competição ser apenas estadual (com eventuais convidados nacionais e internacionais) era sempre muito legal voltar pra casa com todo aquele peso extra em metal… Bonus pro quadro de medalhas!

Hoje está claro pra mim que éramos crianças, nos achando bem adultos e adorando a aventura. E apesar de não conhecer pessoalmente nenhuma das caras que aparecem nas fotos do Chico Piscina de hoje, apostaria que ainda é mais ou menos a mesma coisa. Excluindo a capacidade de social networking dessa Geração Y, claro.

Mas as semelhanças param por aí. Os resultados e os recordes mudaram muito. Os meninos do infantil chegam bem próximos dos meus melhores tempos… de adulto! Nos 100 peito, por exemplo, meu melhor foi 1.06.64 e o recorde do campeonato do Mateus Louro Neto é 1.06.97. No Juvenil, a comparação é mais humilhante, não apenas nos 100 peito, cujo recorde do Felipe Hidekazu Monni é de 1.04.17, mas também nos 200 medley, com o recorde do Lucas Salatta de 2.04.94… o qual me causou amnésia específica sobre o meu melhor tempo na prova. Seriam uns 2.09? (N.do A. nah, já me falaram no part que era 2.12 na melhor das hipóteses – Mega Peba)

Apesar de polêmicas recentes, com menos gente nadando competições nacionais, poucos clubes remanescentes com natação de alto nível e pouca evolução em algumas provas de fundo, isso me fez ver mais uma vez o quanto a natação evoluiu no último quarto de século. Também me deu alguma esperança de ver mais campeões sendo revelados na excelente piscina histórica da Associação Esportiva Mocoquense. E tudo isso, obviamente (antes que o Renato o diga) – me faz lembrar também o quanto eu era PEBA.

Por fim, também fiquei contente que a competição acabou no dia 11 de Outubro, o que liberou a galera (em tese) para passar o dia das crianças com suas famílias. Só acho que quem faz menos de 1.07 de 100 peito deveria ser proibido de ganhar presente nesse dia, ok?

Sobre Rodrigo M. Munhoz

Abrace o Caos... http://abraceocaosdesp.wordpress.com

15 comentários em “O Troféu Chico Piscina e o Dia da Criança

  1. rcordani
    13 de outubro de 2014

    Boa Munhoz, de fato o sr era deveras PEBA…

    Sobre o torneio Chico Piscina, até tipo 1983-1984 era uma competição entre as zonas do Estado. A capital formava uma seleçao, as outras 7 zonas idem. A primeira vez que eu soube do torneio foi quando a Adriana Ruggeri foi numa dessas e trouxe a medalha para o Paineiras.

    A partir de 1984 (ou por ai) a seleçao passou a ser formada unicamente pelo campeao do zonal, e na capital era sempre o Pinheiros, motivo pelo qual eu (que era do Paineiras) nunca pude ir (teria possivelmente ido em 1985 não fosse por isso).

    Mas participei de duas memoráveis competições em Mococa, o paulista infantil de 1983 (esse que o Munhoz bateu o RP), e eu não fui bem no individual mas ganhei o 4x100L junto com o Rodrigo, André e Cayto, nessa o Esperia do Baroni, Pardellis e Fernanda Tibério foi campeão geral. A outra foi o paulista absoluto de 1985, onde obtive minha primeira final A paulista absoluta nos 200P.

    Ficávamos naquela escola com colchãozinho no chão, e tínhamos um poder aquisitivo extremamente alto para obter os sorvetes de palito na pracinha (R$ 0,50), sobretudo os de groselha: eram uns 5 por dia.

    Pena não termos muitas fotos daquela época…

    • Rodrigo M. Munhoz
      13 de outubro de 2014

      Valeu, Renato. Sempre bom ter a própria Pebisse reafirmada pelos amigos!
      Da turma do Esperia lembro também de nadar em Mococa contra o talentoso Marcelo Vitorino – outro bom amigo da natação infantil que voltei a encontrar no mundo profissional anos mais tarde.
      E eu gostava mais do sorvete de flocos, que vinha no copinho de papel. Mais caro, porém melhor qualidade.
      Abrtz!

  2. rtocalino
    13 de outubro de 2014

    Excelente texto, Munhoz.
    Vc tem toda razao. O Trofeu Chico Piscina era a competição mais divertida do ano. Tive a honra de participar em algumas oportunidades (entre 83 e 86) quando ainda era uma competição entre as regiões do estado de SP. A sensaçao de liberdade em Mococa era total e as medalhas gigantes sempre foram uma motivação extra.
    O mais divertido eram os revezamentos formados por nadadores que eram rivais ferozes em todas as outras competições do ano por serem de outros clubes da regiao.
    Seu texto me trouxe boas recordaçoes.

    • Rodrigo M. Munhoz
      13 de outubro de 2014

      Bem lembrado, Tocalino! Lembro de nadar algumas vezes revezas contra “arqui-rivais” do infantil ali naquela piscina…e lembro de uma épica engolida de água depois da virada nos 50m nadando borboleta (as vezes valia a pena no revezamento) e quase desistir da prova. Só não o fiz porque a equipe de Bauru estava disputando (e conseguimos) o Bronze.
      Boas lembranças realmente!
      Falando nisso, vou pra Santiago nesta semana.se estiver na área, me manda um email.
      Abraços !

  3. Fabio Massuia
    13 de outubro de 2014

    Olá a todos.
    Acompanho o site há algum tempo e sempre comento alguns posts com o LAM, quando ele nada aqui em São José dos Campos.
    O Chico Piscina pode ter deixado de ser uma competição entre as seleções das regiões do Estado de São Paulo, mas em 1994 começou também na cidade de Mococa o Torneio Kim Mollo, que desde a sua origem trás essa disputa entre as seleções das regiões de São Paulo nas categorias Petiz a Juvenil.
    Até

    • Rodrigo M. Munhoz
      13 de outubro de 2014

      Oi Fábio! Já ouvi falar do Troféu Kim Mollo e parece ser exatamente o que era o Chico Piscina na nossa época… Ou seja deve ser sensacional. E vejo que a 3a região (Bauru) ainda participa assiduamente. Show.
      Um abraço !

  4. Aécio Amaral
    13 de outubro de 2014

    Nadei um Chico Piscina bem mais antigo que esses de vocês aí de cima…… acho que foi em 1972 ou 73. Era nesse formato de seleções regionais, e fiquei muito orgulhoso por ter sido “convocado”. Só que curiosamente, esse meu Chico Piscina foi o único (que eu saiba) que não foi realizado em Mococa. Nadamos no Automóvel Clube de São José do Rio Preto. Até está escrito na medalha.

    A justificativa, na época, é que a piscina de Mococa estava sendo reformada.

    Muitos anos depois, como delegado Regional da FAP, estive em vários “Kim Mollo” com a Segunda Região da FAP, campeonato que tem o mesmo formato do Chico Piscina antigo.

    Mas hoje em dia ainda colho frutos daquela competição….. Ainda na semana passada, comentando com os meninos Federados do Tênis Clube de Campinas, que tenho uma medalha de Chico Piscina, eles falam “NNnnnnooooosssssaaaaa!!!!!!! Tem mesmo?”

    • Rodrigo M. Munhoz
      13 de outubro de 2014

      He he he… Boa Aécio! Estou vendo que essas medalhas do Chico Piscina ainda rendem uma certa moral. E estando na 46a edição o torneio está na história de várias gerações da natação …. Pelo jeito já passou da hora de reformar o meu quadrinhos de medalhas… Mais um projeto pras férias…
      Um abraço !

  5. Cassiano
    13 de outubro de 2014

    Essa foi uma das minhas preferidas. Muitos causos, histórias engraçadas e outras nem tanto.
    Bem lembrado Renatão, como eu era do Pinheiros fui por 7 anos seguidos, rs. E ainda tenho em minha coleção, dentre as pteferidas sem dúvida, 16 tijolos destas, 14 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze. Mas o que eu mais eu tenho boas recordações era do doce de leite Mococa, comprava vááááários, comia e ainda levava para casa. E era muito mais barato que o picolé, tipo 20 centavos. Ótimas recordações galera. Um abraço.

    • Rodrigo M. Munhoz
      14 de outubro de 2014

      Legal te ver por aqui, Cassiano! 16 tijolos desses é sensacional e 14 de ouro então… Uau! Certamente me lembro de ver você nadar em Mococa várias vezes, com os caras da capital… Mas me lembro melhor dos pingos de leite de Mococa, que você lembrou muito bem e eram sensacionais! Abraço !

  6. Lelo Menezes
    14 de outubro de 2014

    Boa recordação Munhoz! O Chico Piscina era sensacional. Por sorte no Infantil nadava pelo ECP, então tive a oportunidade de nadar e faturar umas medalhas do velho Chico. Me lembro bem da escola, com salas enormes e os colchonetes finos no chão. Conforto zero, mas era muito legal. Me lembro dos sorvetes, de passear na praça da Igreja e obviamente, como bem lembrado pelo Cassiano, dos doces de leite. Só que ninguém mencionou o doce mais fantástico da competição: não lembro se tinha nome, mas eram umas maria moles cobertas de chocolate… sensacionais! A mesma Maria Mole encontrei anos depois no Clube do Golfinho, em Curitiba!

    • Rodrigo M. Munhoz
      14 de outubro de 2014

      Caracas Lelo! Eu odiava essas Marias Moles! Que lembrança horrivel essa… mas o resto realmente era sensacional e concordamos… abrtz!

  7. Fernando Cunha Magalhães
    21 de outubro de 2014

    Nunca fui ao CP.
    Só soube da sua existência quando já não tinha mais idade para frequentá-lo.
    Mas aqui em Curitiba também tínhamos a oportunidade de ganhar tijolões no Troféu Avelino Vieira.
    Hoje vejo que o CP tem muita moral : transmissão no SporTV, presença de seleções internacionais e a garotada que eu vejo no dia a dia na GB louca para participar.
    Suas recordações estão muito boas Munhoz!

    • Rodrigo M. Munhoz
      26 de outubro de 2014

      Oi Esmaga! Espero que saia um post do Trofeu Avelino Vieira um dia! Com fotos, ok? 🙂
      Abratz

      • Fernando Cunha Magalhães
        26 de outubro de 2014

        Opa, um dia eu faço!

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