(Nota do Renato Cordani. Quando eu descobri que a jornalista especialista em natação Patrícia Angélica morava em Varginha, eu decidi que não podia perder essa oportunidade de fazermos uma entrevista com o inexorável Pancho, meu eterno professor. E quando calhou a agenda, rascunhei umas perguntas para ela, que se saiu com essa espetacular entrevista que apresentamos agora com exclusividade para o Epichurus, em comemoração ao dia do professor. Acrescentei no fim umas fotos, são 37 anos de história! Vai Patrícia, e eu volto no primeiro comentário e em alguns NdoA!)
Por Patrícia Angélica:
Era uma segunda-feira à tarde, entrei naquela floricultura da qual me lembro desde pequena e logo vi aquele cara, parte da história viva da natação na minha frente. Era Pancho, ex-técnico de natação, com passagens por Paineiras, Pinheiros e Corinthians. Me chamem de boba, mas sim, fico extremamente empolgada com esse tipo de situação (o Renato que o o diga!).
Esperei a De La Rosa fechar e fomos para o Café Magenta, um lugar super simpático pertinho da floricultura. Ali, um grupo de jovens conversava alto e, vez ou outra ficava espiando a nossa conversa cabeçuda sobre esporte, com sotaque “archentino”.
Pancho foi super receptivo e abriu o jogo! Confiram o meu papo com ele, a partir de perguntas enviadas a mim pelo Renato Cordani.
EPICHURUS: Passados mais de 15 anos, como você avalia a decisão de deixar de ser técnico de natação? Se arrepende de alguma coisa?
PANCHO: Não. Foi uma boa carreira, mas os clubes vão mudando muito, as pessoas mudam muito. Às vezes, ou muitas vezes, você é dirigido por pessoas amadoras e que tem interesses próprios, por ter filhos nadando. Então, as pessoas não tem uma avaliação clara do esporte e tomam medidas para favorecer o filho. O nosso esporte amador é bastante complicado, e a minha decisão também foi um pouco por ter sido mandado embora, mas reconheço que já tinha perdido um pouco de vontade. Eu já tinha sido melhor. Talvez naquela época, eu deveria ter pego uns cinco ou seis nadadores de elite, que é que alguns estão fazendo hoje. Mas a vida é assim, ela vai te levando, você vai mudando. Eu fiquei empolgado com a minha mudança para Varginha. Entrei na profissão de florista, floricultor, que nunca tinha me passado pela cabeça. Acho que já está na hora de mudar de profissão de novo. Estou abrindo um bar.
EPICHURUS: O que vai ter nesse seu bar?
PANCHO: O nome dele vai ser Eclético Cultural, então, nós vamos trabalhar bastante música, mas também atores, leitura (com trocas e empréstimos de livros) e tudo relacionado à arte. A cidade tem um Conservatório de música que funciona muito bem, tem muita gente que evolui bem lá, mas que não podem tocar em bar a nível profissional. Então, o nosso Eclético seria o primeiro passo para essa garotada de 15, 17 ou 18 anos que não tem onde tocar. Seria um palco aberto ou coisa assim.
EPICHURUS: Como está a sua vida hoje? As responsabilidades na floricultura são maiores ou menores do que as de técnico? Isso te agrada de alguma forma?
PANCHO: São bem menores. Eu não tenho muita responsabilidade, é um negócio relativamente pequeno. Tenho bons profissionais, saio e deixo a minha loja com os funcionários, acredito neles. Então, eu tenho menos responsabilidade, tenho mais tempo. Tomo as decisões sozinho, mas é um comércio que eu tenho há 12 ou 13 anos, então, já conheço o fornecedor, o público… E a floricultura é tradicional e fica no Centro de uma cidade boa e já tem uma freguesia e funciona bem. Não vou ficar rico com a floricultura, mas sobrevivo bem e tenho tempo para fazer outras coisas.
EPICHURUS: E na cidade, o que você mais gosta?
PANCHO: O que me conquistou foi que é uma cidade em que eu vivo bem, as coisas são fáceis. Para quem morou em São Paulo, Buenos Aires, que são cidades gigantes, onde tudo é difícil, aqui tem tempo. Tempo de conversar, tempo de marcar uma entrevista, tempo de me encontrar com amigos. Aqui dá tempo de fazer três coisas no período da manhã, mais três coisas no período da tarde. Em São Paulo, você faz uma coisa em cada período e olhe lá. Aqui em Varginha, o pessoal é tranquilo.
EPICHURUS: Do que sente mais falta da carreira de técnico? Dos treinos? Das competições? Da turma? Do futebol?
PANCHO: Da turma. A turma era boa. Acho que eu conseguia ser técnico e bastante amigo. Amigo dos nadadores, dos pais. A turma realmente é uma coisa de que guardo boas lembranças. Não estou tentando me justificar, mas quando eu chego em algum lugar, eu faço um monte de coisas. Infelizmente, eu não dou continuidade. Tem um pessoal fantástico que eu deixo para trás porque estou fazendo coisas a 300km de distância. É um defeito, mas eu estou fazendo muitas coisas. E como eu sou um dinossauro, não uso internet, detesto, então não posso entrar em contato com todos.
EPICHURUS: Podemos dividir sua carreira de técnico de natação em cinco fases: A) o início, que vai da chegada ao Brasil até o Brasileiro de Porto Alegre 1980 (fase Rodrigo de Camargo Barros); B) o desenvolvimento, que vai até Vitória e Juiz de Fora 1984 (fase Endyra Cordeiro); C) o auge, seleções e a primeira parada em 1987 (fase Adriana Ruggeri e Luciana Fleury); D) a fase Pinheiros e breve Corinthians até 1991 (fase Piu Piu e Alberto Klar), e E) a volta para o Paineiras em 1992 (fase Rodrigo Barros, Oscar Hogenboom e Renato Cordani).
Concorda com essa divisão? Qual te dá mais saudades? Quer falar um pouco de cada uma delas?
PANCHO: O Renato tem uma memória que eu vou te contar…
Até 1980, o clube passou muitas modificações. O técnico principal, que me trouxe, em pouco tempo foi mandado embora, contrataram outro técnico que não tinha perfil de competição. Aí, assumi o clube em 1980 (NdoA assumiu bem antes, em 1977). Foi uma fase de adaptação, com a ideia de, algum dia, ter um campeão brasileiro. Eu era um estrangeiro morando aqui e eu tinha muito contato com os pais.
A Endyra era muito boa nadadora em 1984. É minha primeira campeã brasileira. Então, depois de alguns anos, consigo, em um clube que não tinha perfil competitivo, ter atletas convocados para a Seleção. O trabalho no Paineiras foi bastante artesanal. Um clube que me dava apoio, mas não tinha patrocinador, não tinha nadador bom procurando o clube. Eu tinha que fabricar os meus nadadores. A Endyra ganhou um campeonato de infantis e a Adriana, um de juvenis. Então, eu tinha duas nadadoras campeãs brasileiras, que pra mim foi um orgulho. Eles até tiraram a minha barba. Eu tinha barba, era preta naquela época.
Nessa terceira fase, que o Renato chama de auge, ele mesmo já começa a aparecer bem. Se bem que o Renato foi o atleta que mais tempo treinou comigo. Ele é um nadador especial. Não sei quanto tempo ele treinou comigo, mas foi coisa de 15 anos. O Paineiras era um clube de respeito, disputava campeonatos paulistas, não ganhava do Pinheiros, mas era uma força. Podia ser a segunda força do estado, ou terceira. Sem o investimento e a quantidade de nadadores que o ECP tinha. Nessa fase de ouro, o Paineiras tinha uma equipe forte, bem encorpada em todas as categorias, com revezamentos fortes, em todas as categorias, disputando pódios, mas pelo fato, de já estar com uma equipe grande, começa a aumentar a responsabilidade. Aí houve uma série de problemas políticos, de salários congelados, eu com um filho que nasceu em 1985. Minha vida também mudou, eu tinha mais responsabilidade em casa e o dinheiro não aumentava. Na natação, você aumenta o seu trabalho e o salário não aumenta. Eu fiquei muito nervoso na época a ponto de parar de dar treino. Abri uma fabriquinha de camisetas silk screen e fabriquei uns óculos de natação de uma empresa argentina. Tudo coisa pequena. Talvez os problemas políticos e do clube. Em resumo, quanto mais eu produzia, mais tinha trabalho e tudo ficava igual. Só aumentou a responsabilidade. Não tinha recompensa financeira.
O Pinheiros é outro mundo, outra estrutura. Você dá os treinos, os melhores atletas do estado vão bater à porta do clube para nadar com você. Eu peguei o Pinheiros muito decadente, ao ponto de que a gente perdeu o [Campeonato] Paulista para o Paulistano. E desde que eu cheguei no Brasil, em 1976, nunca tinha visto o ECP perder. Paulistano tava com muitos nadadores do Paineiras. Quando eu saí, o William foi dar treino no Paineiras, mas daí quando ele voltou pro Paulistano, acho que ele carregou meio time. Em resumo, perdemos o campeonato e, no dia seguinte, o diretor chama o Alberto [Klar, que era o técnico principal] e eu, e deu um puxão de orelha, tipo “não admito perder outro campeonato”. Alberto que sempre falava, me pediu para falar daquela vez. E eu falei que eles tem uma equipe melhor que a nossa, que tinham muitos nadadores e a equipe deles era melhor então. A partir daí começamos a trabalhar bem, com uma equipe menos numerosa que a do Paulistano, mas chovem craques. Lembro que, no ano seguinte, eu trabalhava com uma equipe juvenil, de 13 a 15 anos, e não tinha perspectiva para o ano seguinte. Em uma semana, chegou na minha mão um revezamento completo campeão. Nadador de costas tinha, acho que era Piu Piu, chegou Oscar, um nadador de peito, chegou o francês e tinha o Matuda. Em questão de três dias, eu olhei e tinha um revezamento campeão. A piscina é coberta, tem toda a estrutura e sala de musculação. Você viajava e era apenas técnico. Eu apenas ia à piscina, dava treino, escalava o time, e tinha que ganhar. E ganhava. No campeonato seguinte, ganhamos o Brasileiro. Coisa que o ECP não ganhava há décadas, pois naquela época, o Flamengo dominava. Minas e Pinheiros eram a segunda força. Mas tinha aquele problema da inflação. Era época do Collor, uma bagunça na economia. Aí eu resolvi sair, passei alguns meses no Corinthians, depois eles montaram uma equipe boa, mas na minha época era extremamente amador. Porém, eu saí por problemas econômicos, a inflação era muito alta e meu salário ficou bem defasado. E calhou com uma proposta do Paineiras para voltar.
Não estou avaliando pontos altos ou baixos. Mas acho que as fases mais gostosas, foi de de 1980 a 1984, no Paineiras, que eu consegui ter equipes mais fortes, mais competitivas e os campeões brasileiros. E o meu retorno no Paineiras. Tem um campeonato, que não me lembro, o Renato deve lembrar, que o Paineiras tinha ficado bastante mal das pernas por causa de muitos que tinham ido para o Paulistano.
Bom , aí eu volto pro Paineiras. Tinha um colega meu, Nenê, que me falou para pegar, porque ele ia sair de qualquer jeito. Tinha uma galera legal, mas eram meia dúzia de nadadores. A parte boa, que eu deixei lá atrás, foi o retorno do Renato. Renato tinha ido para o ECP e na hora que ele soube que eu voltava para Paineiras, ele largou o Pinheiros e veio treinar comigo no Paineiras. Isso me enche de orgulho. Ele sai d’uma potência como o ECP para voltar ao Paineiras do Morumbi, que nessa época já estava decadente. Tinha passado a sua época boa. Ele veio e treinou muito bem. Foram muitos anos treinando juntos. Muitas disputas de campeonato brasileiro. Foi bem legal o título brasileiro do Renato nos 200 Peito (NdoA: meu título brasileiro foi na primeira passagem do Pancho em 1987 – veja aqui).
Foi uma época muito boa. Até um campeonato acho que foi no Julio De Lamare, que a gente foi com uma equipe forte, poucos nadadores, mas muito forte. Fralda, que era um nadador do ECP, que saiu para treinar comigo no Paineiras. Também foi bom, porque ele era sócio do ECP que tinha feito vida inteira lá. Tinha ele, Amendoim, Oscar, Barros, uma turminha boa, e a gente montou um revezamento forte, que foi pra finais. Nós conseguimos furar as equipes que colocavam equipes A e B nos revezamentos e pegavam todas as vagas na final. Acho que ficamos em sexto ou sétimo lugar. Inclusive Renato nadou esse revezamento, isso pra ele ver que eu tenho boa memória! Ela foi um dos quatro e nadou pra 54 segundos, sendo que ele não era um grande nadador de crawl, ele era mais nadador de peito e de medley. E o revezamento foi muito bem. Só que no ano seguinte, eles têm uma desistência muito grande, por causa de fazer faculdade e outras coisas. Eu chamo esse campeonato no Julio De Lamare de divisor de águas (N.doA ele se refere ao Troféu Brasil de jan de 1994 – veja aqui), porque foi o auge e o ano seguinte, com esse nadadores já com outros objetivos, sem nenhum tipo de reposição desses nadadores. Como diria “el” tango “questa abajo em la rodada”.
E termina bastante melancólica a minha carreira de técnico de natação. Uma diretora que não gostava de mim, e com uma equipe bem decadente. Mas o futebol era ótimo. Gol de menina valia dois. E era muito divertido! A gente fazia uns circuitos também, muito loucos!
EPICHURUS: Talvez a melhor fase do ponto de vista técnico seja a fase (C). Conte um pouco como era treinar Adriana e Luciana, duas atletas tão diferentes? E hoje em dia, tem visto as duas?
PANCHO: Luciana era muito difícil, muito talentosa, uma técnica fantástica, sem muito biótipo, porque era muito baixinha. Adriana também, era meio gordinha, depois ela emagreceu, mas era uma gordinha feliz, que sorria. Eu gosto muito das duas. As personalidades eram muito diferentes. Com Luciana, eu tenho contato. Era mais fácil dar treino para Adriana que para Luciana. Adriana era meio social e de uma hora para outra parece que ela se ligou, focou na natação e acabou sendo, em determinada hora, acho que a melhor nadadora de peito do país, num curto período. Depois ela foi para os EUA, acho que não nadou lá, foi meio fim de carreira. Não é todo dia que você tem uma nadadora como essa. Luciana era mais difícil, me dava bastante trabalho, me desgastou como técnico. Só que eu gostava dela, né? Tínhamos um relacionamento muito bom, eu frequentava a casa dela.
EPICHURUS: Você já praticava há mais de 30 anos o conceito de treinamento para a vida, lúdico, de vida saudável, alimentação, multidisciplinaridade, coisas que hoje estão na moda. Tem orgulho disso? De onde você tirou esses valores, algum professor na Argentina?
PANCHO: Eu tenho orgulho dos treinos que eu dava. Não sei se algum professor na Argentina influenciou nisso. Lembro dos meus técnicos bem diferentes. Tinha um técnico, Carlos Sosi, bem doido, cheguei a fazer umas loucuras com ele. Tenho muito orgulho de pensar, porque não é apenas uma questão de ser questionador. Passam uma receita de como dar treino, e você tem que tirar suas próprias conclusões e observar os atletas, como eles reagem. Se estão gostando ou não do que você está fazendo, tem que ir adaptando. E esse ponto é muito forte em mim, deixamos a modéstia de lado. Descobrir que o que os americanos fazem nem sempre é o que eles falam que fazem. Dá certo com alguns e não dá certo com outros. Para o sucesso do recordista, ficaram dezenas arrebentados com um treino monstruoso. Eu achava uma babaquice dar aqueles treinos longos. Apesar de que eu dei no Pinheiros. Lá tinha muita reposição de “peças”, eu podia me dar ao luxo de apertar forte que se a peça quebrava, eu tinha outra. Os americanos pensam um pouquinho assim. Eu acho muito ruim. Você está trabalhando com seres humanos. Então, você tem que respeitar as características de cada um, tentar se adaptar. Eu dava uns treinos e tinha o esforço dos circuitos e eles ficavam uma hora fazendo aquilo que já era uma preparação física fantástica. Não precisava marcar batimento cardíaco, eu via que eles vinham trabalhando bem, trabalhando uma série de trabalhos fora d’água, peso no corpo, um carregava o outro companheiro no ombro, medicine ball que pesava também. Como nadador, eu não gostava de treinar, achava um saco treinar natação e um saco treinar o nadador de cabeça dentro d’água. Então, sempre tentava fazer treinos animados que eles pensassem o que estavam fazendo, série progressiva. Ninguém ficava dormindo, podia me odiar, mas tinha sentimento. Fui bem carrasco, mas depois fiquei velho e fiquei mole. Técnicos famosos no Brasil, que eu admiro também, davam 100 x 100. Uma boçalidade! Tinham caras que davam 10 x 1500. É um absurdo. E faziam. Se eu dou 10 x 1500, acho que 80% dos meus nadadores não voltaria mais. Então, eu tinha que inventar.
EPICHURUS: Cavernas e futebol, corridas, circuitos, travessias, acampamentos e demais atividades extra: hoje em dia essas coisas não têm mais lugar na natação competitiva. Eu acho uma pena, e você?
PANCHO: Na realidade, só era eu, que era um louco, é que fazia isso. Eu acho que tem lugar sim. Se eu ainda fosse técnico, eu faria isso de novo. Acho que pode ser feito. Não se faz porque a vida está mais difícil, o pessoal tem medo, mas não é incompatível. Não sei o que estão fazendo atualmente na natação competitiva, mas sempre optei, tirando alguma exceção, como eu falei no ECP que eu dei treinos mais longos para seguir a sequência do técnico principal ou influenciado pelo técnico principal. Um cara excelente que se chama Alberto Klar, profundo conhecedor de natação, uma pessoa de muita opinião. Foi muito bom trabalhar com ele, para dar sequência aos treinos que ele ia fazer. O próprio Alberto, posteriormente, parece que diminuiu bastante os treinos dele. Acho que o treino tem de ser específico. Falam que tem que ter uma base, uma fase aeróbica, tudo bem, mas isso você também substitui com corridas, circuitos, tira a cara de dentro dessa água com cloro, e você faz outro tipo de atividade que condiciona o corpo. O treino não precisa ser longo. O cara que tinha muito talento, não precisava de um treino tão grande, ele já era bom. O cara que não era bom, nunca vai ser bom, então, não precisa de um treino longo.
Alguns atletas, especificamente, para alguns tipos de provas, provas mais difíceis, precisam nadar mais, certamente. No final da minha carreira, eu não dava treino para fundistas. Nadador de fundo comigo, não ia bem. Mas eu fazia travessias, treinava resistência nas travessias, diversidade de atividades para manter a cabecinha alerta e feliz. Se você está com uma cabecinha ruim e se está de saco cheio, você não produz. Os outros não fazem por falta de coragem, ou por preguiça, ou porque nunca lhes passou pela cabeça. Eu, com minha cabeça mais fértil, inventava loucuras, acompanhado pelos meus nadadores, que eram meus amigos.
EPICHURUS: Você mantém os 40.000 abdominais por ano? Há quantos anos?
PANCHO: Mantenho sim. Desde que o Tommy nasceu, em 1985. Eu me lembro quando totalizei 1 milhão de abdominais. Eu as faço escovando os dentes, colocando as meias, os tênis, para manter a minha cinturinha de garoto. Que por sinal, tá muito melhor do que a cinturinha de todos aqueles caras, inclusive Renato. (NdoA: verdade)
EPICHURUS: Mais algo que queira acrescentar aos leitores do Epichurus?
PANCHO: Tem que cuidar do corpo, da mente, se gostar. Todo mundo vai ficando velhinho, as rugas aparecem, os cabelos caem ou ficam brancos. A atividade física num mundo que está cada dia mais estressado é importante. Para toda essa galera que nadou naquela época, acho que, para todos, foi uma época muito boa, muito sacrificada. Mas o sacrifício influencia demais na formação da personalidade. Acho que de nós, técnicos, e deles, atletas, ficou uma turminha bem responsável e de sucesso. E o sucesso deles atualmente, tem raízes na época de nadadores, na educação dos pais também, mas acho que o esporte ajudou demais a todos eles. E um grande abraço para todos eles. E sempre para a frente!
E só para completar, teve uma passagem com Renato que fico orgulhoso, dessa vez de mim. Você planifica os treinos, mas teve uma época que eu parei de planificar, porque acho que a planificação, às vezes, atrapalha mais do que você continuar no teu feeling. Renato machucou o ombro. E reclamou. Mandei parar e ir ao médico. Ele voltou a nadar um tempo depois, e sentiu de novo. E ele parou de novo. E foi ao médico mais uma vez e eu falava com a Lisbeth, mãe dele. Em resumo, na terceira vez, ao ter problema de ombro de novo, eu mandei parar. A saúde está na frente de tudo. Paralelamente e não querendo malhar nem acusar ninguém, mas um fantástico nadador do ECP, Henrique Americano de Freitas teve problema de ombro. Ele era muito amigo do Renato, sei que estudavam juntos. O Henrique machucou o ombro, só que o Pinheiros precisava dele (NdoA confira essa história aqui). E eu não sei se o técnico não prestou atenção, ou se não tinha tempo de olhar esse tipo de coisa, ou se não tinha sensibilidade. Lembro que eu mandei o Renato parar. E se o Paineiras perdia uma posição, não importava muito, importante era cuidar da saúde do atleta, das pessoas que estão trabalhando comigo. Porque não é só ganhar campeonato, melhorar tempo, é formar aquela personalidade. E cuidar da saúde. Renato parou uns seis meses. Perdeu campeonato de inverno e só voltou no verão seguinte e, que eu me lembre, não voltou a ter problemas de ombro. O seu colega não parou e teve que abandonar uma carreira esportiva brilhante, um atleta que podia ser olímpico, com qualidade de sobra. Se eu fosse técnico de futebol, teria muitos problemas. Aquele jogador que está machucado e em três semanas, ele está jogando de novo com infiltração, com alguma coisa que tira a dor, mas a lesão continua. Você vê centenas de jogadores bichados que, simplesmente, se machucam e precisam jogar.
Ops, não sobraram muitas palavras.
Só tenho a agradecer à Patrícia por realizar essa entrevista e principalmente ao Pancho pela sua dedicação em me ensinar tanto.
Obrigado Pancho, meu eterno professor, parabéns pelo seu dia!
Renato, foi um imenso prazer escrever pra esse blog genial! Eu é que tenho que te agradecer pela oportunidade! 🙂
🙂
Grande Pancho! Um cara sensacional como poucos!
Interagi por pouco tempo mas a boa impressao foi imediata!
Um grande abraco!
Pacheco tá na foto das cavernas. Reclamou pra caceta naquele dia! haha
Muito bacana a entrevista com o Pancho! Eu mesmo, nunca fui treinado por ele (meu irmão mais novo foi), mas fui três vezes nas cavernas! Se não me engano, foram: (1) Desmoronada e Pescaria, (2) Casa de Pedra e (3) Termimina . Muito legal mesmo! Pancho deixou marcas positivas até em quem não foi atleta dele!
As expedições para as cavernas eram sensacionais! Faltou a Arataca e Água Sumida. Esse dia da Desmoronada foi aquele que a gente ia para a Temimina e se perdeu, andamos 5h e voltamos ao mesmo lugar, você estava nessa?
Estava nessa sim. Foi a minha primeira… as 5 horas foram um “teste de fé” no guia…rs… especialmente pra seguir adiante numa segunda “pernada”. Acho que não fui na Arataca e Água Sumida… deve ter sido uma quarta expedição que perdi…
Parabéns, Pancho, sem dúvida meu melhor professor! Me inspirou e me inspira muito!
Marina, parabéns pelo seu dia. Não fui seu atleta nem seu aluno, mas volta e meia um deles me diz que você os inspirou também!
Thanks, bro!
Caramba, que legal. A filosofia dele, as lembranças. Lendo isso tudo vem principalmente duas coisas na cabeça: primeiro, que uma das melhores coisas que a natação competitiva pode trazer pra vida é essa relação atleta-técnico, isso é inestimável. Segundo, sei que a vida é assim, mas é triste ver que os clubes vao diminuindo, cada vez mais os grandes vão concentrando o maior número de atletas. Em Santos, onde eu nadava, antes eram vários clubes. Hoje o Saldanha não existe mais, o Regatas Santista foi derrubado, o Inter não sei se tem treinamento mais, acho que só sócio, o Vasco está voltando agora. Não existe mais campeonato Santista porque só tem a Unisanta! E isso não é ruim só para o desenvolvimento dos esporte na região, é ruim para as crianças, que tem que nadar em um clube com 50 mirins por raia, para os treinadores,que não tem espaço para continuar porque justamente a questão financeira é muito ingrata pra essa categoria. Sorte de quem pode viver isso =)
Beatriz, de fato essa relação é inestimável.
Talvez Santos tenha sido passado para trás, possivelmente em função da grana da Unisanta, sei lá. Mas outras regiões estão fortes e crescendo, aquela sua matéria no Swim Brasil outro dia prova isso, né?
Sensacional! Pancho deixou muitas saudades, foi minha melhor época de treinos!
Do pancho eu lembro dos tiros de 1/2 hora “surpresa”… deixando todo mundo tenso e jogando pranchinhas depois dos primeiros 100mts e mandar todo mundo sair da água pra ir jogar um futchiba de quinta, do Futxilama (quando chovia), das caminhadas, do “rrrepiiite” quando vc não fazia progressivo, do “cangrejo”… e principalmente dele “p” da vida comigo quando eu ia mal nos 1500.
Lembro que ele me cortou e depois me deu mais uma chance… e foi o ano que treinei pra valer!
Cara, só boas memórias e recordações dessa grande figura da natação!
Valeu Pancho! Um forte abraço!
E parabéns Patricia e Renato!
Obrigada, Miya!
Eu fiquei emocionada com histórias que nem de longe conhecia… mal posso imaginar o quão emocionante é para vocês, que viveram isso tudo!
Exato Myha, progressivo, se não melhorar rrrrrepite!
E tinha bolinha, bolinha ao quadrado e quadradinho. Para quem não lembra: bolinha = melhor tempo de treino; bolinha ao quadrado = melhor tempo da vida estabelecido no treino; e quadradinho = quando o tempo do broken em média era melhor do que o melhor da vida.
A gente dava bolinha e depois olhava no caderno dele para ver se o cidadão não tinha esquecido de circular o tempo corretamente!
Parabéns ao Renato e a Patrícia por trazer o Pancho! Se hoje tenho algum sucesso na minha vida pessoal e profissional, aos meus 40 anos de idade, devo muito ao Pancho, pois aprendi com ele valores e princípios que vão muito além das piscinas.
O reveza a que ele se refere, no Julio Delamare de 89, em Goiânia, fazia uma cara que ECP não ganhava o 4×100 4 estilos, Juvenil A. Classificamos em 3o, atrás do Flamengo (pra variar) e do Curitibano (Cheiroso, Sabóia). Na final, invertemos. O Piu-Piu que nadou o costas de manhã foi para o livre e o Juruna foi para o costas. Oscar Godói no peito e eu no Borba. Tínhamos que tirar décimos de onde não tínhamos para termos chances. Lembro-me até hoje da nossa conversa com o Pancho e da confiança com que subimos no bloco. E o resto, está guardado lá em casa.
Será que um técnico, como foi o Pancho, tem idéia durante o seu dia-a-dia do quanto ele impacta a vida das pessoas?
Um abraço a todos.
Essa sua frase “Será que um técnico, como foi o Pancho, tem idéia durante o seu dia-a-dia do quanto ele impacta a vida das pessoas?” é memorável, Matuda.
A gente às vezes tem que se lembrar de dizer isso para os professores que nos inspiraram, para eles se darem conta. A maior parte do “salário” deles é essa satisfação, não acha?
Grande abraço
Parabéns pela matéria e confesso que fiquei emocionado.
Pancho, MUITO Obrigado por tudo e também por ter apostado no meu potencial ….. Mesmo distante a bastante tempo tenha certeza que sempre lembro e lembrarei de você e dos seus ensinamentos.
Um grande abraço para você meu caro Pancho!
Alemão
Grande Alemão, nesse TB de 1994 antes dos 100B eu lembro de você chegar para o barba e dizer: “Pancho, vou passar no pau, ok?”. E ele: passar eu não sei, mas quero ver você VOLTAR no pau, pode ser?
E você voltou bem e deu seu melhor tempo!
É verdade Renato….a sua memória é incrivel! Acho que foi minha melhor competição.
Muito bacana a entrevista! Eu nunca treinei com o Pancho, mas admiro a influência que ele teve nos meus amigos que passaram pelas suas mãos. Coisa meio rara de ver!
Verdade, a moçada se amarrava, mas tem o fato de que muita gente treinou muitos anos com ele, o que potencializou a influência.
-Só para complementar a histórico do Pancho no Brasil…..Desde da década de 60, mantenho relacionamento com vários nadadores e técnicos argentinos. Em 1975, um grande amigo e técnico de natação do Clube Ginásio Esgrima de Buenos Aires – Carlos Sós, nós convidou ( Equipe de Natação do Paineiras ) para participarmos do Campeonato Metropolitano de Natação na Argentina , Estando na ocasião precisando de um auxiliar técnico, foi nos apresentado pelo Sós o Francisco Gaos (Pancho ) que aceitou o convite para trabalhar comigo no Paneiras . Foi uma transição muito difícil no inicio, devido a tramitação dos documentos de imigração. Como não podia esperar devido a grande demanda da Equipe de Natação, improvisamos a sua vinda, Pancho ficou hospedados em minha casa e contornamos a Diretoria do Paneiras, para que o mesmo pudesse trabalhar sem os documentos exigidos por lei. Trabalhamos juntos até o final da década de 70. O seu estilo de técnico sempre foi compatível como o meu quando a metodologia e dinâmica. ——- Pancho contribuiu muita para a natação brasileira……….
Grande Edmundo, uma pena que quando eu cheguei você já estava saindo do CPM, eu nem cheguei a treinar com você lá, só a minha irmã.
Essa sua decisão de trazer o Pancho impactou na vida de muita gente, viu? E também sei que a geração anterior à minha nutre por você a mesma admiração que reservamos ao Pancho!
Já seu filho Edmundinho (hoje Arthur) integrou vários memoráveis revezas comigo, saudades mostro daquela época!
Grande abraço e obrigado pela história!
Excelente homenagem ao dia do professor ! Ao Pancho e ao Renato, um grande abraço de admiração por essa parceria.
henrique
Grande abraço, Banana. Te vejo amanhã!
Pancho
Creio que o que já está escrito aqui em cima diz um pouco como você influenciou a vida de todos nós.
Para mim foi um período inesquecível de aprendizado, treino e muita felicidade!!! As lembranças de nossa equipe treinando, jogando futebol, rugby aquático e mata mata sempre estão presentes e representam uma das fases mais felizes da minha vida.
Obrigado por tudo.
Grande abraço e feliz dia dos professores para você que foi sem duvida nenhuma o maior professor que já tive.
Espero que o Renato consiga organizar sua vinda para uma pizzada com todos estes alunos!
Fala Marcão, muito bom te ver por aqui. No rugby sou forçado a admitir que o sr mandava bem (4 anos a mais fazem uma p. diferença), mas no futebol tenho que confessar que o sr era PEBA.
E você deve ter sido um dos primeiros especialistas em 50L do estado de SP. Era preguiça? 🙂
Grande abraço, a pizza está sempre no horizonte!
Caro Cordani
Perdoo seus erros pois como disse era muito jovem e pode ter lapsos na memoria.
De fato a diferença de idade tornava o rugby desleal: vocês não tinham nem chance contra os maiores.
Agora no futebol apesar de muito esforço você era um PEBA e não tinha metade da minha classe.
Em relação aos 50L de fato fui um dos pioneiros na prova pois ela começou a ser nadada naquela época e como eu era um cara viionário e inovador decidi largar as provas manjadas e sem graça de 100 e 200 qualquer coisa e me dedicar integralmente a inovação. Não havia preguiça nenhuma só visão.
Aguardo a pizza.
Se não der em São Paulo por que não organizar uma van para levar todo mundo para Varginha.
Passamos a noite la e voltamos no dia seguinte.
Abs
Peano
Muito bacana o post!
Eu não disse que só iríamos lembrar dos amigos…
Verdade, mas uns e outros lembram dos tempos também! Falando nisso, devo recuperar minhas Aquaticas na semana que vem, me aguardem!
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Valeu Patricia e Renato! Muito legal a entrevista… O Pancho é mesmo um cara admirável. Olha quantas vidas esse cara tocou positivamente (inclusive a minha em alguns momentos)! Gostei especialmente das recomendações finais. As prioridades estão corretas. Se todos técnicos fossem assim, ficaria mais tranquilo com o futuro da natação.
Um abração a todos!
Munhoz, você acha que o Epicuro aprovaria?
Lóooogico! 🙂
Excepcional homenagem para o dia do professor!!!
Uma frase que ficou marcada para sempre foi o “série progressiva, se não mejorar, repite!!”, dando uma grande pressão para cumprir o progressivo nas séries durante o treino. Nessa época não tinha a frescura de chamar os tiros de 30 minutos de T30, que ocorriam com bastante frequência, com marcação das passagens a cada 400 metros. Uma outra série tradicional eram os 10×100 melhorando a média, em que tinhamos que nadar forte todos os tiros e o objetivo era melhorar a média obtida no treino anterior.
O Pancho pode não ter dado 10×1500, mas lembro de ter feito 6×1500 sozinho um dia, 10×800 e tiros de 2 horas na piscina gelada. 100×100 eu só fiz uma vez, mas foi com o Nenê e William.
Era muito bom quando chegávamos no treino e começava a chover. O movimento para termos futilama crescia e era quase certo trocarmos o treino por um bom jogo de futebol na lama.
Outra tradição que durou por muito tempo foi o tradicional bacalhau do Pancho, no dia de aniversário dele, onde qualquer um que passasse por perto da piscina ia para a água de roupa. Não tinha escapatória!
Charlão, a gente também fez 10×1000 com 200pr borbola entre os tiros. Lembro da polêmica sobre o “entre os tiros”, que no caso seria nove, ou “depois dos tiros”, que seriam 10.
Mas esses treinos a gente fazia para travessia, o pessoal das piscinas (ex: Adriana Ruggeri) não fazia isso aí não!
Carlão
De tudo que nós treinamos o que eu mais me lembro são dos famosos 10×100. Os tempos ficavam guradados no papel. AInda não sei como o Pancho conseguia marcar e guardar tudo.
Quando a gente piorava a média tinha que arranjar uma desculpa (a mais comum era chuva ou tempo frio o que era comum ainda mais na piscina a 21 graus).
Outra coisa que me lembro bem eram os tiros no final do treino com tempo maximo.
Você não cumpria e tinha que ficar repentindo. Me lembro de ficar tentando (o que depois da terceira ou quarta tentativa significava que você não ia conseguir mais) por pelo menos meia hora mais até a noite cair e o Pancho desistir.
Ainda não entendo como tinhamos paciencia para aguentar sem reclaamar.
Depois que parei teve um sabado que cheguei no clube as 10 ou 10:30hs e a Luciana Fleury estava terinando o treino com mais alguem, Elas estavam fazendo 4×200 medley progressivos com tempo maximo no primeiro. Estava ali tomando um sol quando começaram e não cumpriram o primeiro tempo. Claro que nosso querido Pancho emendou: no valeo tienem que repetir. Me levantei indignado falando que ele não podia ser tão radical e fiz um discurso indignado. Ele deu uma leve risadinha mas aceitou minhas considerações e o tiro valeu.
Abs
Peano
Putz…
Muito legal!
Já falei isso aqui uma vez… Quando a gente sai pra vida e percebe o quanto os ensinamentos do seu técnico te influenciaram e te guiam até hoje… Faço minhas as palavras do Matuda.
E me sinto muito sortuda e honrada por ter sido “criada” pelo Pancho. Voou muito flutuador! Agradeço a cada um deles! Sei que muito do que sou devo ao Pancho!
Ano passado nos encontramos em Buenos Aires. Postei uma foto com ele no facebook e uma ex atleta dele que mora na Austrália hoje em dia me mandou uma mensagem muito bacana pedindo que eu falasse para o Pancho o quanto ele tinha sido especial na vida dela. Eu mostrei pra ele, ele gostou muito! Mas esse é o Pancho. Influenciou muita gente. Formou alguns atletas mas sobre tudo muitas pessoas com cabeça boa!
Valeu Lu, que atleta australiana? Maíra? Milena?
Obrigado Cordani, boas lembranças destes tempos, eu ralava um bocado para tentar manter o mesmo passo de vocês. Grande abraço a todos. Pancho é um grande Homem. Sua firmeza e carater, sem não uma boa dose de bom humor, foram uma lição para mim. SAUDADE PANCHO!
Graaaaande Bruno, quanto tempo! Vamos sonhar em rever uma caverna dessas um dia com essa turma?
Agora, eu nunca soube que íamos rápido, na verdade minha sensação é que íamos devagar…
Na verdade o tempo passava mais rápido porque o Polloni ficava imitando o sotaque argentino. Uma dessas vezes voltando da Casa de Pedra o Pancho ficou meio bravo com alguma imitação jocosa, aí o Polloni perguntou se o Pancho se incomodava quando ele o imitava, aí o barbudo, inflamado, disse:
“No, Polloni, no me incomoda no, que você me imite un poco no me incomoda. Pero VEINTE QUATRO HORAS ME IMITANDO, ESO SI me incomoda!”
hehehe
Abraços
rsrsrsrs. Renato pode marcar. Vai ser ótimo rever esse povo…. agora provavelmente com algumas barriguinhas…
Memory lane…acho que quem teve a sorte de ter Pancho em suas vidas jamais se esquecera de sua energia contagiante e seus ensinamentos, que sao validos a uma vida toda. Quando penso no Pancho, ja abro um sorrisinho, aquela energia, sempre brincando e sempre de bem com a vida. Sempre profissional, com um caracter que ate hoje conheci em poucos. Certo e errado, limites e principalmente motivacao, numa epoca que “depressao infantil” esta em inclinio, tendo um treinador como o Pancho na vida de adolescentes pode mudar a vida de uma crianca.
Eu nunca fui uma nadadora muito boa, odiava as competicoes, mas me animava muito com os treinos, era a unica coisa que me motivava no dia inteiro. Nao ia bem na escola e em casa as coisas nao iam muito bem, mas todos os dias eu esperava os horarios dos treinos do Pancho, as corridas, os jogos, as brincadeiras e ate os tiros e os kilometros continuos..dia apos dia.
O Pancho foi o primeiro treinador que mesmo sabendo que minha capacidade como nadadora era limitada, me tratava como uma campea, me mostrando respeito e atencao como eu nunca tinha recebido antes, e isso numa fase de adolescencia complicada foi algo inesquecivel para mim, me fez uma pessoa melhor com ensinamentos mentais e emocionais que levo comigo para o reso da vida.
Acredito que uma pessoa como o Pancho, que tem como filosofia uma vida melhor, um mundo melhor, com respeito ao ser humano seja ele quem for, vai muito alem de piscina, floricultura, bar ou qualquer outro, nao importa o que ele faca, a quem tocou, deixou um pouquinho de si e a filosofia de um mundo melhor.
Para sempre levo o Pancho no coracao.
Patricia, espetacular comentário, quase chorei aqui, sem ironia nenhuma.
Espero que o cidadão leia, ou melhor, com certeza um dia ele lerá e ficará tocado com o seu depoimento!
(OBS: Patricia é a ex-atleta que mora na AUS mencionada pela Luciana acima)
Valeu Cordani, obrigada por abrir a porta!
Obs. Mande um beijo grande pra sua irma, tambem gente finissima!
Ahh muito obrigada por trazer noticias do Pancho e que bela reportagem!!!! quantas saudades, quantas saudades….. ^_^
Iara, o Pancho sempre mencionou você como uma atleta especial.
“Iara? Essa si, uma crak (*)”
(*) querendo dizer craque, uma craque na natação
Volte sempre.
COMENTÁRIO DE ADRIANA RUGGERI, enviado para mim por mensagem particular e autorizado sua publicação:
Nossaaaaaa! Nem acredito que acharam o PANCHITO!!!!! AMEIIII ler essa entrevista e saber que ele continua esse cara incrível! Para mim ele foi um grande, ou o maior mentor da minha juventude! Ele me deu a força psicológica e o treino mais inteligente para nadadores. Ele além de técnico, dava para cada atleta uma atenção e dedicação individual e personalizada. Durante todas as conversas fora da piscina e todos os gritos de incentivo daqui pará-la, de lá para cá a beira da piscina, ele buscava e arrancava o melhor de dentro de nós. Eu considerava ele um segundo pai, um amigo, um técnico sério e super divertido!! Eu fui o que fui por causa dele e ele sempre continuou no meu coração e nos meus pensamentos desde que eu voltei dos USA onde nadei sim pela High School e ganhei o troféu de mais pontos adquiridos da equipe da escola e 4th lugar nos 100 peito no campeonato do estado de New York, mais larguei a natação ao meu retorno ao Paineiras e a descoberta que o Panchito teria saído. Eu não nadaria para mais ninguém, só para ele…então comecei a jogar polo aquático.
Entre jogos de rugby na piscina raza, circuitos por todo complexo, fazer correnteza e nadar ao contrário na piscininha redonda, jogos de futebol, corridas para o campo e naquela ladeira, medicine balls, circuitos curtos na salinha de baixo, pesos, corridas do Paineiras ao São Paulo durante preparação para campeonatos de final de ano, e todos aqueles momentos em que ele parava para apreciar comido o por-do-sol naquela nossa única piscina de treino lá de cima, ele fazia todos os esforços valerem a pena. Ele respeitava, apoiava, e incentivava nosso individualismo, como por exemplo me deixar fazer todas a séries de prancha de peito (inclusive progressivas), acho que me deu uma grande vantagem porque meu nado era todo por força de pernas não de braçada.
Nossa equipe…ahhh quanta farra, quantas emoções! Se ele me achava uma gordinha feliz, eu dou quase todo o crédito aos meus dias, semanas, e anos com o Panchito e a nossa equipe! Dos 8 anos aos 18.
Rê e Má, obrigada por ter me avisado desta entrevista. Quando estava lendo tive lágrimas e sorrisos. Pode copiar meu comentário no Epichurus e até mandar para o Panchito!!
Beijoss a todos com muitas saudades daqueles tempos e de todas as alegrias!
Adriana Ruggeri Rossano
Adriana, muito bom ouvir notícias suas, mesmo que sobre o passado, lá se vão quase 30 anos…
Beijos e apareça sempre!
Faço minhas as palavras do Cordani. Beijos Dri.
Saudades do Pancho e de todos !!!
Valeu Debora, incrível como a piscina de cima continua igualzinha, né? Beijos
Renato, demais a ideia da entrevista e da homenagem ao Pancho! Para mim também foi uma época sensacional, como nadador, esportista e como ser humano. Como ele mesmo disse: foi uma jornada muito intensa, “sacrificada”, que na hora queríamos xingar até…, mas hoje falo disso com muita, mas muita gratidão. Pancho foi meu primeiro técnico como nadador federado, fui para meu primeiro brasileiro com ele, em Vitória (em 1986, acho), fora a inesquecível expedição para a Argentina, acho que no mesmo 1986, em San Fernando. Eu e o Fernando Sita éramos os mais novos, calouros inclusive, e me lembro de ter que sofrer os maiores “castigos” para honrar essa condição novata (interpretar os Menudos em todos os restaurantes era um sucesso).
Além disso tudo, o Barba foi o cara que ensinou a planejar as provas e suas estratégias. Nunca vou esquecer. Hoje, voltei a nadar algumas provas pelo paineiras, como master, e sigo os mesmos aprendizados.
Parabéns, Pancho! E Renato, pelo fantástico flashback.
Abraços a todos!
Fernando Editore
Ah, moleke, realmente aquela viagem para a Argentina (janeiro 1986) foi duca.
Vitória foi dezembro 1984, foi quando a Endyra ganhou o primeiro brasileiro da história do CPM.
E realmente o sr dançava muito bem o menudo – hehe. Tem fotos daquela viagem? Manda pra nós! Eu só tenho essa que está na galeria aí em cima.
Grande abraço
Renato,
Vou procurar nas minhas fotos. Não lembro se tenho, mas se achar enviarei!
Abraço
RENATÃO, ADOREI A ENTREVISTA COM MEU GRANDE AMIGO PANCHO,( TAMBÉM MEU PROFESSOR .
PENA QUE FAZ ANOS QUE NÃO O VEJO.PANCHO É UM GRANDE CARA,
TENHO SAUDADES DO PESSOAL.
MANDE ABRAÇOS A TODOS . A SEUS PAIS PRINCIPALMENTE.
AO ETERNO CABEÇEADOR NAS PELADAS DO CLUBE HUMBERTO CORDANI
BJS A TODOS
Grande Nenê, saudades suas. Te mandei o telefone do barba por email. Grande abraço!
RENATO, SE POSSIVEL, PASSE O FONE DE PANCHO………………………………………….
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E S P E T A C U L A R !!!!
Cordani, parabéns pela iniciativa!
Aprendi muito com o Pacho!!!
Mesmo sendo de times diferentes (na época, eu era Técnico do COTP – PADOTE), sempre conversamos muito sobre natação… e F1 (outra paixão dele, na época!)
Tivemos a felicidade de sermos Técnicos da Seleção Paulista nos JEBs 1992.
Grande abraço ao Pacho e a todos os seus nadadores!
Pestana
Fala grande Pestana, muito bom ler seu comentário aqui. Abração!
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Nossa que saudades daquele tempo!! minhas canelas nunca foram as mesmas depois das cavernas!
Melhor epoca de todas! Muito bom rever o Pancho e a turma pelas fotos!
Bjs
hehe, a gente se estrupiava mesmo!