EPICHURUS

Natação e cia.

3 coisas pós olímpicas e 1 anti-olímpica

Enquanto ainda corria a cerimônia de encerramento da Rio 2016, ouvi um choro abafado vindo do quarto das crianças. Meus ouvidos treinados identificaram  um caso raro de choro múltiplo… isso é ruim: Meus filhos quase nunca choram ao mesmo temencerramento.jpgpo. Abria porta e os três estavam em pranto, reclamando do fim dos Jogos, contaminados pelo mais recente surto de Banzo Pós-Olímpico. O que achei mais interessante foi a pergunta de “O que vamos fazer até Tóquio?”.  Concordei que 2020 ainda estava longe, especialmente para crianças de 7 anos. Mas principalmente notei que “O que fazer agora” era uma baita pergunta boa.

Pros pequenos a resposta foi simples: Por mim, está fechado que iremos para Tóquio. Depois dessa, nunca mais queremos perder uma edição dos jogos. Vocês ainda serão novos para concorrer a uma vaga esportiva, contudo é importante encontrar ASAP seus esportes favoritos, focar em um e continuar treinando e sonhando. Aproveitem e comecem a economizar dinheiro (4 dicas aqui), a aprender Inglês, Japonês e おやすみ!seeyou tokyo-rio-2016.JPG

E pros adultos o que dizer?

Ainda que resistamos e que muitos artigos ainda sejam escritos sobre essa Olimpíada, está fechado mais um ciclo de quatro anos. Precisamos tocar a bola para frente, apesar de vídeos emocionantes como este da BBC – este “imperfectly perfect”, aliás, foi a melhor definição resumida destes jogos, para mim. Contém dicas para o futuro…

Uma coisa é certa, do ponto de vista do universo esportivo brasileiro, há muita coisa a fazer no pós-olimpíada e recomendo focar em 3 pontos imediatamente:

  1. Tempos difíceis virão: Preparem-se. Como cauteloso nato (alguns chamam de pessimista) isso é para mim uma verdade absoluta. No caso específico do Brasil, a situação de crise é óbvia. Por conta das Olimpíadas no Rio, nunca o esporte de alta performance teve tanto apoio e tanto dinheiro. Podemos escutar ainda que o esporte amador carece de apoio e que nossos atletas precisam de mais e em alguns aspectos isso pode até ser verdade, mas dificilmente haverá mais dinheiro. Na verdade é muito provável que uma boa parte da grana de patrocínio JÁ ACABOU. Usemos nossa criatividade, resiliência, base esportiva existente e a inspiração emprestada pelo espírito olímpico para, quem sabe, manter algo dessa inércia adiante.AmelieP
  2. Virar a página nem sempre é fácil, mas não há escolha. Vejo um paradoxo humano no fato de que somos  altamente adaptáveis a mudanças, mas invariavelmente as evitamos. Os Jogos foram um sucesso, mas o que trouxe nosso esporte até aqui, não
    Change Just Ahead Green Road Sign with Dramatic Clouds, Sun Rays and Sky.

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    vai leva-lo para o próximo patamar de excelência. Não confundamos o sucesso de um evento global maravilhoso (gigante) com a evolução do esporte brasileiro (nem tanto). Precisamos continuar escrevendo nossa história e para isso serão necessárias mudanças em nossa estrutura político-esportiva.  Nada contra o velho, mas aproveitemos o fim de um ciclo para dar chance ao novo.

  3. A hora de planejar é agora (e sempre).  No mundo corporativo costumo escutar que planejamento não é uma opção. Se você não sabe onde quer chegar, como saber que está indo na direção certa? Isso vale para os indivíduos interessados em participar de futuras edições dos jogos, técnicos e dirigentes esportivos. Nessas horas auto-crítica é super importante e é preciso fazer o penoso trabalho de analisar o que deu certo e o que deu errado, tentar entender as razões e fazer os ajustes necessários antes de dar os próximos passos. Para alguns, será hora de se auto-motivar para mais um longo ciclo de dedicação e dor e para outros, uma boa hora para tomar a dura decisão de largar o osso.  Talvez essa nova etapa seja longe do esporte e isso não é necessariamente ruim, especialmente se algum planejamento foi feito antes.careerplanning.png

Aqui para nós, é hora de uma chacoalhada também.  O Epichurus acompanhou Londres 2012 e agora (de perto) Rio 2016, fechando um ciclo também. O Lelo está preparando mais um texto final (polêmico certamente) com um toque olímpico, mas depois disso, precisamos parar de falar das aventuras olímpicas, dos representantes Epichurísticos em todas as finais da natação, da invencibilidade do Bolt, do tonto do Lochte, do vôlei dourado, da nova chance do futebol e dos recordes animais batidos. Isso tá ficando deprimente… Afinal,  em menos de um mês teremos o igualmente importante, quase tão grande e tradicionalézimo Torneio Brasil Masters de Natação em Ribeirão Preto – e não podemos decepcionar.

Vamos agora sair do transe da alta performance e focar nossas mentes, músculos, estômagos e adiposidade (para flutuação) na baixa performance, para assim continuar honrando o nome PEBA.  Manteremos todos informados e antecipadamente pedimos desculpas pelas eventuais fotos anti-olímpicas que virão – para quebrar de vez o clima Rio 2016.

 

 

 

Sobre Rodrigo M. Munhoz

Abrace o Caos... http://abraceocaosdesp.wordpress.com

4 comentários em “3 coisas pós olímpicas e 1 anti-olímpica

  1. LAM
    27 de agosto de 2016

    Finalmente descobrimos o significado da sigla…
    PErformance BAixa

  2. rcordani
    29 de agosto de 2016

    Boa Munhoz, e não tenho mesmo visto o sr. na piscina, o sr. está treinando escondido?

  3. Rodrigo M. Munhoz
    31 de agosto de 2016

    Eu tô indo sim, como sempre nadando meu treino QNSPN…

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