No meu post anterior, em posts antigos como Sonho Olímpico e Faltou acreditar…, e em preciosos comentários de leitores como esse da Marina, provamos que para ser nadador olímpico é necessário acreditar, mas nem sempre (ou quase nunca) é suficiente.
A boa notícia é que sim, para alguns sonhos realmente basta acreditar. Exemplo: se você quiser correr uma maratona, salvo problemas físicos muito sérios, basta acreditar. (para ganhar uma maratona, obviamente acreditar não será suficiente.)
Outro que eu garanto que basta acreditar (e obviamente treinar muito, dããã) é completar um Ironman.
Pausa.
É sério.
Normalmente nessa hora as pessoas começam a retrucar que eu estou louco, que é impossível, que não é para qualquer um, etc, etc. Mas convido o leitor a fazer comigo o seguinte exercício. Se houvesse um prêmio de U$ 10 milhões para quem completasse um Ironman, você completava? Grandes chances! Já se alguém pagasse U$ 10 milhões para você ganhar uma medalha olímpica, bem, você poderia até tentar, mas a chance de conseguir seria quase nula, correto?
Eu completei essa prova em 2001, mas o grande heroi da ocasião foi um americano de 72 anos, uma “cura” de câncer linfático e o joelho injuriado, que completou a prova em cerca de 15 horas (meet Frank Farrar). Sobre a minha nada heroica prova escrevi o texto abaixo na época, o qual foi publicado no Total Sport e também na versão impressa do saudoso jornal Swimitup!. Faz tanto tempo que eu tinha até cabelo, mas infelizmente nunca houve prêmio algum!
“Dos 200 Peito ao Ironman – uma história verídica
Na primeira vez que eu vi a cobertura jornalística de um Ironman, eu pensei: “puxa, se eu treinasse para essa prova, eu conseguiria fazê-la!”. O Ironman é um triatlo composto por 3.800m de natação, 180 km de ciclismo e uma maratona para terminar. No final da década de 90, minha carreira de nadador estava no seguinte pé: eu treinava forte umas doze semanas antes do paulista, polia, raspava, e tentava surpreender meus adversários (que treinavam para o Finkel e Troféu Brasil) nos 200 peito. A tática deu certo até 1997, quando eu ainda me segurava no nível dos concorrentes. Mas quando em 1998 o Tomazini detonou meu recorde de campeonato e eu coloquei-me longos segundos atrás em 15° lugar, senti que estava na hora de novos desafios. Era hora de retirar o maléfico “se” e treinar para o Ironman.
Elaborei então um planejamento de longo prazo. A ideia era tomar contato com o triatlo e maratonas em 1999 e 2000 e fazer um treino intensivo específico para a prova apenas em 2001. A primeira parte do plano foi razoavelmente realizada: fiz um short triatlo em 1999 (750m-20km-5km), um olímpico em 2000 (1.5km-40km-10km) e uma maratona também em 2000. Eu não contava com um problema no joelho esquerdo no segundo semestre de 2000, que me levou à mesa de cirurgia em novembro. A partir da artroscopia, eu tinha exatos seis meses e quatro dias para realizar o Ironman, sendo que toda minha experiência em triatlos resumia-se a duas míseras provas realizadas.
Fisioterapia, férias, descanso. Finalmente no dia 15 de janeiro de 2001 eu estava pronto para iniciar do zero 19 semanas de treinos específicos para o Ironman, orientado pelo excelente técnico e amigo Marcello Butenas. Semana após semana fui aumentando o volume de treinos, e a partir da semana 9 realizei 8 semanas seguidas com a seguinte média: 10.000 m de natação, 250 km de ciclismo e 42 km de corrida. Isso significa mais ou menos 16h horas semanais de treino, sem contar a logística (pôr bicicleta no carro, ir para a estrada, tirar bicicleta do carro, pedalar, pôr bicicleta no carro, correr, voltar para casa). No total a dedicação chegava a 24 horas semanais! Duas semanas de polimento e enfim o sonho começava a se materializar: eu estava em Florianópolis na largada do Ironman Brasil 2001. Era um objetivo de três anos prestes a ser tentado.
Os cerca de 50 profissionais saíram dez minutos antes, deixando os 450 amadores acotovelando-se e esperando a largada na areia da praia. Tiro de partida, 7:10 da manhã. Na natação, segui o bloco da frente dos amadores, composto por cinco caras em fila, permanecendo em quinto. Na última bóia antes da chegada (faltando uns 600m), eu abri para a esquerda e comecei a passar os líderes, e o meu amigo e companheiro de treinos prof. Amendoim – técnico de natação do Paineiras (hoje no ECP) – colou no meu pé e chegamos em primeiro e segundo. Na corridinha na areia, eu fui com bastante calma e o Amendoim abriu um pouco, ficando com o primeiro lugar da natação amadora e eu com o segundo. Por enquanto tudo era só felicidade, nos cumprimentamos e seguimos em frente.
O percurso de ciclismo era composto por duas voltas de 90 km, e a minha idéia era pedalar bem tranquilo. Mas como saímos em primeiro da água, éramos passados sem dó por dezenas de triatletas. No km 60 me dei conta que, como todos me passavam, eu tinha a falsa impressão de estar devagar, quando na verdade estava gastando mais energia do que o planejado. A partir daí aliviei o ritmo, relaxei, e procurei curtir mais a prova. Passei a primeira volta bem, parei para ir ao banheiro (tem uns caras que fazem em cima da bike, eu nao consegui) e, animado com a fiel torcida dos amigos Xandoco, Rico, Zé Nilton, Cuca e LAM, e da minha esposa, segui para a segunda volta. Por volta dos 130km eu estava me sentindo ótimo, e surpreendentemente segui bem ate o fim.
Nesse momento minha única preocupação era com meu joelho direito, que doía bastante. Eu pensava que se no início da corrida essa dor permanecesse, eu talvez não chegasse. Fisiologicamente bem, cheguei na transição para a corrida.
Tomei um advilzinho para dor, fiz novamente uma transição tranquila e lenta e saí para correr. Era 1:30 da tarde e estava um sol bem forte. O movimento da corrida não causava dor no joelho, e nesse momento eu tive a certeza de que chegaria. O relógio da prova marcava 6:30 apenas e comentei com o Amendoim que tínhamos mais de 10h para completar uma maratona (o limite regulamentar do Ironman é 17h), ou seja, chegaríamos dentro do prazo mesmo se fosse rastejando. Corri bem até o km 24, quando umas subidinhas me cansaram bastante. Parei para andar uns 10 minutos e me recuperar. Cheguei ao plano de novo, voltei a correr no piloto automático (6 min/km) e voltei a me sentir razoavelmente bem. Nos 30 km deu cãibra. Alonguei umas três vezes e depois saquei que se não fizesse movimentos bruscos a cãibra não aparecia. No final estava quase bem de novo, e tive gás para um último km um pouco mais forte, para não deixar uns caras da minha categoria me passarem. Os tempos finais foram os seguintes (as transições estão incluídas no tempo do ciclismo):
Amendoim N 48’50”; Ci 5h41’37”; Co 4h02’46”; Total 10h33’13”
Renato N 48’57”; Ci 5h42’16”; Co 4h11’12”; Total 10h42’25”
Cruzar a linha de chegada e ter o prazer de sentir um objetivo de três anos conquistado foi uma alegria semelhante – senão maior – às minhas maiores vitórias na natação (que o leitor atento do Epichurus já sabe que não foram tantas assim). Confira abaixo o clipe da prova no youtube.
E se você, que heroicamente leu esse texto até aqui, está pensando algo como “puxa, se eu treinasse X, eu faria Y”, trate de eliminar o ‘se‘. Você terá muito mais chances de conseguir se tentar!”
Então, pebas e semi-pebas: basta acreditar!
Recordar é viver! Parabéns! You had the time of your life. One of them.
Pois é, na época eu não tinha um blog, agora que tenho quis trazer o texto para cá! 🙂
Para ser campeão olímpico bastar acreditar e treinar sim, não fui muito, mas muito mais longe por motivos que não convém citar aqui, mas de um mero top 30 de regional em menos de 4 anos fui top 15 do mundo,como ?? evitar baladas que os nadadores na época adoravam isso , beber atá cair e treinar se queixando e resmungando eram fatores comuns na época ,basta ver hoje que nadadores daquela época se encontram gordos e acabados,não todos,mas 99 por cento,nunca precisei que acreditassem em mim, pois eu sempre acreditei em mim mesmo e assim que fui á olimpíada, citarei em meu livro,fatos e causos daquela época que talvez e acredito quase ninguém saiba, eu,fui convidado várias vezes ao exterior para treinamento, mas sempre dei ênfase ao William que foi e ainda é um dos melhores técnicos que o Brasil já teve e tem, mesmo que esteja fora das 4 bordas ultimamente.
Mas acreditar ser campeão olímpico todos podem e tem condições de ser,porém o sacrifício a que se deve submeter NINGUÉM se habilitará,não é doping e nem esteróides, é DEDICAÇÃO TOTAL E IRRESTRITA, respirar natação 24 horas por dia ,sim, TREINAR FORTE E MUITO FORTE SEMPRE !!!!!!!!!!!!!!!!! sim, fator genético influencia ? sim, influencia,mas treinamento e acreditar é tudo , Se geneticamente o atleta se apresenta mais apto a ser campeão melhor em sua preparação,caso contrário terá que ter superação…………1988… Lamberti não era favorito nos 200 livre e diziam que jamais seria campeão olímpico, o mesmo de Nesty nos 1oo metros borboleta superando o legendário Biondy ! Alguém achava que ele seria campeão olímpico ?? evidente que não, mas ele acreditou pois treinou e muito, eu vi a planilha de treino dele e ele treinou MUUITO MAS MUUUUUITO MAIS QUE EU..!!!
Me falaram inúmeras vezes que jamais seria nada na natação, em 1985 em uma reunião no recente time do Paulistano, cheio de grandes valores e de promessas, onde todos os nadadores diziam seus objetivos ao William para ele saber o grau de vontade de cada um,fui surpreendido por uma risada coletiva quando disse que meu objetivo era olimpíada, cheguei ao clube tendo um mero título de campeão paulista,mas……………depois esses mesmos que riram viram pela TV eu nadar em Seoul!!! Eu acreditei e todos que riram além de não acreditar que eu fosse, acredito hoje que nem neles mesmos se acreditavam e assim nem o melhor técnico da galáxia resolveria, enfim, fatores que fazem um atleta campeão olímpico : dedicação integral, abstinência de muuuuitas coisas, acreditar TODO DIA, vida social praticamente neutra, treinar e treinar e treinar até vomitar !!! exagero ? não !!! Muitos conseguem de outras maneiras podem se perguntar…sim, mas é minoria e bota minoria nisso……Bom é meu ponto de vista, tanto assim que 15 dias atrás em uma academia fiz 8.29.28 nos 800 com 47 anos em piscina curta !!! como ? acreditando que poderia fazer e treinando, provando a mim mesmo que a mente é o melhor aliado do corpo e semrpe se dedicar com afinco em seus objetivos, nào só esportivamente mas profissionalmente, porque não nado masters ?? não curto e nem gosto de masters, é campeonato cansativo e pífio, não me traz anda de útil e nem acrescenta, já fui a masters onde atletas levavam cerveja pra tomar no intervalo !!! to fora !!!!………então senhores treinar é a palavra chave principal para o sucesso e perseverança ! Feliz Natal e Feliz 2013 a todos
Att
David Castro
Graaaaaaaaande David Castro! Eu treinei contigo em 1989 e 1990, realmente um grande exemplo de dedicação! Um treino que eu me lembro seu foi antes disso, em João Pessoa, pouco antes de Seul, no treino tinha 1×3000. Não lembro se era para ser negativo, mas você meteu 16:10 nos primeiros 1500 e fechou com 16:00, lembra desse? Em piscina longa! Foi animal!
Quanto a acreditar: evidente que é preciso acreditar, mas só UM é campeão olímpico, de forma que nem sempre todos que acreditaram podem ganhar.
Grande abraço e conte comigo para comprar, ler e divulgar o seu livro.
Seus estão corretos amigo Renato,fiz de 3.000 metros mas teve um de 4.000 que eu e o Michelena fizemos, tenho todos os parciais anotados e catalogados, sendo mais preciso o tempo foi 43m33s04 !!! estávamos concentrados com a seleção brasileira em João Pessoa no mesmo local e piscina que foi o JUBS daquele ano de 1988, participei do Jubs e os nadadores da seleção também, sim, pouco antes de Seul,eu e o Michelena parecíamos 2 alucinados naquela ocasião como contarei com maiores detalhes no meu livro,mas a média geral foi de 1.05 a cada 100 metros !!! (piscina de 50), sei que o recorde brasileiro dos 800 foi quebrado por mim e por ele nesse tiro, evidentemente só para efeito de comentário, já que não foi e nem poderia ser homologado,Michelena não aguentou o pique e acabou cansando depois dos 2400 metros aproximadamente,mas terminou o tiro cerca de 3 minutos depois que fechei o tiro.
Abs
David Castro
David, seus feitos são fantásticos.
Fiquei impressionado com esse 8:29.
Também fiquei impressionado com os 6:35 nos 600 solto no Texas em 89.
Quanto ao Lamberti, ficou de fora da final em Seoul. Quem ganhou foi o Duncan Armstrong. 1:47:25.
Depois, Lamberti foi recordista mundial – 1:46:69 – no Europeu. Foi campeão mundial e nadou mal em Barcelona. Certamente pagou TODOS os preços, atingiu o nível necessário e não foi campeão olímpico. Como centenas de outros.
Por isso, concordo com o Cordani e discordo de você em relação ao “basta querer”.
Quanto ao seu livro, acredito que tenha excelentes histórias, só gostaria que vc confirmasse o que eu entendi no seu texto acima: você bateu os 7:59 do Djan Madruga no meio do tiro de 4mil?
Abraços e parabéns pela sua carreira e pela forma atual.
Smaga meu bro, saudades cara…..obrigado por responder ,mas minha opinião sobre basta querer continua e sempre será a mesma, quanto aos 7:59 vou deixar no suspense para o livro,me omito ,pelos 6.35 nos 600 !!! então você me conhece, acha que bati ? ou é lenda ?
Abs
David Castro
…..a dúvida deixo aos 7.59….os 6.35 é fato !!!
Sim…houve uma errata minha….queria me referir ao Duncan e citei Lamberti.substitua onde digo Lamberti por Duncan, me confundi na hora de escrever, vc está certo Smaga !!!
Só complementando para deixar mas polêmico, os tempos dos primeiros 2000 metros do tiro de 4000 foi algo estratosférico , inusitado e absurdo para a época,quem estava presente eram poucas pessoas que viram,mas quem viu, acredite que jamais esquecerá desse tiro ! se colocar de 0 a 10 , sendo 10 naquele momento, hoje ninguém chegaria nem ao 6,tamanha foi a proporção daquele momento.
David, a dúvida básica, inicial, era se vc realmente se referia ao recorde brasileiro absoluto – 7.59 do Djan. Agora você já confirmou que sim, vamos aguardar o relato oficial do livro. Mas, como fiquei muito curioso, vou aproveitar que ainda tenho bastante contato com o William e o Castor para saber como foi esse dia misterioso.
Abraços, Feliz Natal.
Smaga
Ou vc nunca acreditou em ser campeão olímpico, ou sua teoria já foi por água abaixo…
Outra coisa… Eu lembraram ter feito um parcial abaixo do atual recorde brasileiro de 800. Isso não ocorreu. Mas foi excepcional pra época mesmo assim. Lembro até hoje do tiro… Mas não das parciais.
Abraços…
Sempre acreditei em ser campeão e olímpico sim, as circunstâncias extra piscina nunca me propuseram seguir adiante em meus ideais, mesmo porque vim de família muito pobre e de poucos recursos,infelizmente não tive mais condições financeiras ,mas tudo que consegui foi com luta própria e sacrifício, minha teoria nunca fui por água abaixo e isso é fato, os parciais do tiro ? eu os tenho…. TODOS !!!!!!!!!!!! se no tiro ocorreu o recorde extra oficial ou não deixo na expectativa e na dúvida ! certeza do que houve e aconteceu no tiro eu tenho !!! comprovado…nota : o William não estava presente em João Pessoa ! quem estava era o saudoso Daltely ! Mais ninguém presente !!! Esse dia lendário tinha que acontecer e tive a honra de estar lado a lado com um dos mitos da natação que foi o Michelena e isso já é motivo de ter sido um tiro magistral ! Com isso termino definitivamente esse relato , quem quiser responder fique á vontade,mas esse assunto e polêmica termina aqui…Feliz 2013 !!!
NOTA EXTRA : Para dizer se algo aconteceu ou não é fundamental ter…DADOS…e eu os tenho, quem disser que sim ou não estará mentindo pois eu fui o ÚNICO a pegar os dados assim como tenho toda minha carreira em dados e estatísticas, enfrentei os melhores nadadores que o Brasil já teve e de um potencial acima da média pra época e até para hoje também !!! Enfim uma carreira rica de fatos e detalhes !!! Abs…David
Valeu David, grande abraço e Feliz 2013 para você também!
O anonimo sou eu… mas estava no busao digitando tudo errado.
Sempre acreditei em ser campeão e olímpico sim, as circunstâncias extra piscina nunca me propuseram seguir adiante em meus ideais, mesmo porque vim de família muito pobre e de poucos recursos,infelizmente não tive mais condições financeiras ,mas tudo que consegui foi com luta própria e sacrifício, minha teoria nunca fui por água abaixo e isso é fato, os parciais do tiro ? eu os tenho…. TODOS !!!!!!!!!!!! se no tiro ocorreu o recorde extra oficial ou não deixo na expectativa e na dúvida ! certeza do que houve e aconteceu no tiro eu tenho !!! comprovado…nota : o William não estava presente em João Pessoa ! quem estava era o saudoso Daltely ! Mais ninguém presente !!! Esse dia lendário tinha que acontecer e tive a honra de estar lado a lado com um dos mitos da natação que foi o Michelena e isso já é motivo de ter sido um tiro magistral ! Com isso termino definitivamente esse relato , quem quiser responder fique á vontade,mas esse assunto e polêmica termina aqui…Feliz 2013 !!!
Neste ano fui a um encontro de triatletas uma semana após o Ironman.
Meu amigo Fabiano Barbosa, gerente da unidade Mercês da Academia Gustavo Borges, várias vezes Ironman e técnico da equipe de triatlo, me apresentou um aluno/atleta: “Maga, no 2o semestre de 2009 ele era sedentário, pesava 116 kg e lembro do 1o treino no parque Barigui. Ele trotava 30 seg e caminhava 1 min. Demos uma volta no parque (3,3 km). Agora ele é um Ironman”. Fiquei impressionado – levou pouco mais de dois anos e meio do sedentarismo até concluir esse super desafio. Quis e fez. Mas jamais seria campeão olímpico.
Sua história é ótima. Parabéns Cordani pelo feito… já plantou árvore, já teve filhos, já fez ironman… só falta compilar os posts e encardenar o livro.
Sim Esmaga, mas não lembro de ter plantado árvore ainda… vou priorizar isso aí agora! 🙂
Recomendo uma jaboticabeira em Itu. Não esqueça de adubar e planejar bem o local, pois ela ficará BEM grande. Leve a Mabel e o Rafa junto. Plantar árvore em família é uma curtição.
Esmaga, este cara ai que vc falou… Sou eu! Hahaha! Em 2007 estava pesando 115kg. A turma aqui sabe que nao sou dos mais altos (1.78m). Em 2009 completei meu primeiro IM.
Como disse o Cordani, fazer um IM, correr uma maratona, nadar 10km, etc, tudo isso e’ uma questao de vontade aliada com disciplina. Diga-se de passagem, uma combinacao que ja’ fez muitos campeoes. Ser campeao olimpico, campeao do IM em Kona, ganhar a maratona de Boston? Nao sei se so’ vontadae e disciplina sao sufucientes. Nem mesmo se adicionarmos o melhor tecnico, nutricao, tecnologia, estrutura, etc. Mas que isso ja’ ajuda demais, ajuda. Mas sera’ isso suficiente? Como nunca tive a chance de ter o “pacote completo” a minha disposicao, prefiro acreditar que esta e’ a razao pela qual nao fui campeao olimpico de natacao (nem sequer nadador olimpico) e tambem a razao de “por enquanto” nao ser um campeao de IM… Hahaha!
Ah, e se a turma aqui animar, vamos todos fazer um IM!!! 2015, IM Brasil. Um monte de ex-nadadores mostrando que “basta acreditar”!!!
;o)
Abracos!
Caca’
Valeu Cacá! Quando ao IM é isso mesmo! E para você é ainda mais difícil, pois tem que enfrentar alguns meses de neve. Fazer 3hs de bike parado deve ser dureeeeeeeeeeza!
Quem me dera fossem “somente” 3 horas no trainer (parado)… ja’ tive varias sessoes de tortura onde fiz 6 horas… A bunda ficou quadrada… Hahahaha!
Muito boa R. A sua história do IM eu conhecia e concordo em gênero, número e grau sobre a explicação de quando basta acreditar e quando não! Sabe que aprendi a treinar nos EUA. Antes acreditava que treinar com 110% de esforço era o caminho certo para uma medalha olímpica! Foi o Maglischo que me provou cientificamente que o treino inteligente da muito mais resultado que o treino 110%. Demorei muito pra acreditar no conceito e tomei muita bronca por treinar mais forte do que devia.
Essa de treinar “certo” realmente foi um choque para nós. Como podia ser que treinar mais fraco pudesse ter alguma vantagem? Tem o lance da alimentação, da hidratação também, mas tudo isso ja dá outro post…
Nota : Fui exceção á regra, sempre treinei mais forte do que devia e consegui o que desejava,talvez muitos que tentaram isso não tiveram a mesma sorte,mas é a vida ! Feliz 2013 a todos !
Gosto muito dessa história do Renato, até porque participei dos primeiros treinos de corrida na USP no inicialmente chamado Projeto “Porto Seguro 2000” – onde eram disputados IM antes de Floripa. Mas eu “não acreditei” (ou pelo menos não o suficiente) e o máximo que completei foi um triatlo olímpico (com muito sofrimento, diga-se de passagem). Além de acreditar,como indicado no texto, é importante que se esteja disposto a arcar com o sofrimento, cansaço e dificuldades (masoquismo esportivo?) inerentes a completar este tipo de desafio. Onde pega pra mim é na corrida, que acho extremamente desagradável em qquer circunstancia… 🙂 Mas esse tipo de relato me dá até vontade de sofrer de novo.
Abraços!
Correto. Em 1998 seis “fim de carreira” resolveram fazer um pacto para completar o Ironman de 2001, Munhoz, Xandoco, LAM, Charlão e os dois protagonistas do post. Mas essa cambada de preguiçosos desistiu! Acho que os quatro aí deviam se juntar ao Cacá e fazer o IM 2015, eu mesmo não vou poder ir, desta vez eu faço o staff e filmo!
Verdade, o pacto era para 2001. Faltou tenacidade e resiliencia e agora me falta também a vontade. Me soa extremamente desgastante uma prova destas, o que me parece até ruim pra saude atual. Pensarei a respeito, mas acho que ficarei por enquanto com minhas nadadinhas QNSPN.
Mas tem mais um detalhe que esqueci de comentar: Acho que, se o seu avô usasse saias, ainda assim seria seu avô! Ou Não? NTTAWT!
Errado Munhoz! A epígrafe é particular, meus dois avôs faleceram na década de 70, e naquela época não tinha dessas não!
NTTAWWT. (http://www.youtube.com/watch?v=GZPcGapl2dM)
Um campeão olímpico, sabemos, tem que ser um cara obstinado, que acredita em sí, que treina e é treinado de forma perfeita, que é super motivado, etc. Porém, se pegarmos esse mesmo atleta e o colocarmos em uma situação diferente, não vai bastar a obstinação, o treinamento, a motivação ou o que quer que seja para faze-lo o maior.
Imagine se colocarmos o Cielo, nadador obstinado, que treina seríssimo, e o sentarmos na mesa do Eike Batista…… Acho que não vai dar certo.
O motivo que diferencia o Cielo do Eike é uma coisa chamada TALENTO. Ambos trabalharam duro, se prepararam a vida toda, acreditam no seu potencial, mas o talento de um é diferente do talento do outro. Eike na piscina não pega pódium no campeonato do bairro….. e Cielo (que deve ganhar um bom dinheiro) não vai ganhar na vida toda o que o Eike ganha em seis meses.
E talento não dá prá ser medido ou modificado.
Posso conseguir algum resultado apesar de ter pouco talento, mas isso me levará no máximo a um patamar médio. Vejo nadadores que tem menos tempo de piscina que eu, que treinam menos que eu, mas que têm resultados melhores. O talento deles é maior que o meu. É assim.
Apesar de muitos acreditarem que não, a vida não é justa e as oportunidades não são iguais para todos.
Apenas treinamento e obstinação só seriam suficientes se todos nós fossemos iguais. Braços, pernas, músculos, altura, largura…. tudo igual. Nesse caso, treinar mais, acreditar mais poderia fazer a diferença.
Bom final de ano e sucesso em 2013!
Na mosca Flavião. Grande abraço e obrigado por nos acompanhar de perto esse ano. Ano que vem tem mais!
Cordani, esse IM foi fantástico. Sobretudo foi muito divertido, o clima era de descontração total. Vibramos quando você e o Amendoim saíram em primeiro da água e se cumprimentaram marcando a primeira etapa vencida. Fiquei particularmente impressionado com o tempo do pedal, principalmente porque eu já treinava triathlon há alguns anos e não conseguia chegar nem perto daquilo… E o tempo final foi espetacular, um sonho muito bem realizado!
O desafio do IM consiste em se completar uma prova longa dentro do tempo limite da prova. Como esse tempo não é definido para tornar as coisas difíceis, o maior obstáculo ao sonho é treinar o suficiente para concluir a prova. Depende da tua vontade, saúde e disponibilidade. Tendo a saúde em ordem é um sonho que depende basicamente da tua decisão, de uma definição de prioridades.
Já para se chegar ao sonho olímpico é necessário atingir um índice técnico que te coloca entre os melhores do mundo. Treino, alimentação, genética, equipe de apoio, sono, vida fora do esporte, tudo deve estar perfeitamente combinado, e mesmo assim pode não ser suficiente. Depende de você, de fazer tudo certo e de dar tudo certo, mas também depende do resultado que os outros atletas estão apresentando.
De qualquer forma os desafios são bem-vindos e dão um sabor especial às nossas vidas. Um dos pontos fundamentais está em se encontrar prazer no percurso, na busca pelo sonho, e não concentrar todas as expectativas no resultado final.
Valeu Rico. Eu é que agradeço por termos tantas imagens da prova, graças à sua câmera.
E esse tipo de comentário dá razão aos muitos que dizem que o Epichurus tem uma caixa de comentários sensacional, arrisco a dizer que os comentários são melhores do que os posts!
Grande abraço e feliz 2013!
Rico, o Ironman da família Magalhães, que não tem nenhum campeão olímpico.
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