EPICHURUS

Natação e cia.

Um por todos e todos por todos

Revezamentos  – a magia da superação e algumas passagens inusitadas

A história da natação guarda diversas provas antológicas de revezamento, disputas eletrizantes, capazes de emocionar não só os atletas participantes, como os integrantes de suas equipes, a plateia presente e em grandes eventos televisionados, multidões, não só de apaixonados pela natação como de apreciadores do esporte em geral.

Uma dessas provas foi o revezamento 4x200m livre disputado nos Jogos Olímpicos de Seoul, em 1988. Eu acompanhava a transmissão ao vivo pela extinta Rede Manchete e o comentarista Márcio Guedes, que não era acostumado a transmitir competições de natação, anunciou a última prova do programa daquele dia, sem qualquer entusiasmo e citando que como o recorde mundial era acima de 7 minutos, daria tempo de ir tomar um cafezinho, voltar e assistir ao final da prova.

Dada partida, acompanhamos uma disputa espetacular, cheia de alternâncias na liderança, que culminou com Matt Biondi fechando com o melhor parcial de todos os tempos, atropelando as equipes das duas Alemanhas e levando a equipe dos Estados Unidos ao ouro e ao recorde mundial. Guedes narrou com grande emoção e contagiado, usou diversos adjetivos para enaltecer o que acabara de acontecer, fez mea culpa em relação sua previsão antes do início da prova e celebrou como a disputa mais emocionante, entre todos os esportes, dos primeiros dias dos Jogos.

Troy Dalbey vibra com Matt Biondi. Fonte: summergames.ap.org

Troy Dalbey vibra com Matt Biondi. Fonte: summergames.ap.org

Outra situação bastante comum neste tipo de prova é encontrarmos atletas que nadam muito melhor quando estão defendendo sua equipe ou seu país, do que em suas provas individuais.

Exemplo histórico para nossa natação aconteceu em outro revezamento 4x200m livre, este, dos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. Na prova individual dos 200m livre, nossos 3 representantes nadaram acima de 1m54s e não chegaram às finais. Já na final do 4x200m, Jorge Fernandes, Marcus Mattioli, Cyro Delgado e Djan Madruga fizeram uma média de 1m52s32 para surpreender os adversários e conquistar o bronze para o Brasil (vale a leitura do detalhado artigo de Pedro Junqueira publicado no site da Best Swimming sobre essa prova), melhorando o recorde sulamericano em mais de 9 segundos em um único dia.

E há dezenas, aliás, centenas de outros exemplos que enriqueceriam essa percepção. Provavelmente seguiria relembrando o feito de Jason Lezak, o Mr. Relay, no revezamento 4x100m livre nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 e o troco dado pela França em Londres em 2012. Citaria minhas melhores performances nessas fascinantes disputas, mas hoje decidi contar para os leitores do Epichurus, 3 histórias inusitadas que aconteceram comigo em revezamentos.

Campeonato Brasileiro Juvenil de Inverno -Troféu Tancredo Neves, julho de 1987

Essa foi a única competição que participei em minha carreira na belíssima piscina do Botafogo no Rio de Janeiro. Também foi meu único Campeonato Brasileiro de inverno de categoria. Era uma competição muito menor que o Troféu Julio Delamare, pois não atraía vários clubes importantes do cenário nacional. Eu tinha 17 anos, defendia o Clube Curitibano e no campeonato brasileiro anterior nós havíamos ficado em 4º lugar nas 3 provas de revezamento – 4x200m livre, 4x100m livre e medley.

Chegamos ao último dia de competição no Botafogo, e nossa sorte, ou competência, não havia sido diferente da competição anterior nos revezamentos livre: 4º lugar.

O revezamento 4x100m medley fecharia a competição. Reuni-me com meus colegas e amigos Luciano Cabrine, Luiz Alfredo Mäder e Cezar Antunes e fizemos um pacto: tirar forças de onde não houvesse até o último centímetro e assumir o risco nas saídas em prol de um lugar no pódio.

Faltava cerca de 40 metros para o Cezar terminar o parcial de borboleta quando subi no bloco. Estávamos em 4º. Hiperventilando eu avaliava distância para o 3º colocado, ouvia o incentivo do Cabrine e do LAM e me preparava para sair “pra pegar” quando a jovem cronometrista encosta do meu lado e diz calmamente: “se você também queimar, eu desclassifico”.  Desconcentrei. Virei a cabeça pro lado e falei – “o quê?” – ela repetiu, dessa vez com mais ênfase no “também”. A saída não foi das melhores. Nadei no gás, mas não deu. A cronometrista manteve a palavra e ficamos oficialmente em 4º lugar.

Não tenho fotos da nossa equipe nessa competição. Essa é do pódio dos 100m livre, com Henrique Americano de Freitas e  Carlos Alberto de Souza Barros.

Não tenho fotos da nossa equipe nessa competição. Essa é do pódio dos 100m livre, com Henrique Americano de Freitas e Carlos Alberto de Souza Barros.

No fim de 87 subimos ao pódio nos 3 revezamentos no Julio Delamare. Nos revezamentos livre com Ismail Sabedotti, Luciano Cabrine e Cezar Antunes.

No fim de 87 subimos ao pódio nos 3 revezamentos no Julio Delamare. Nos revezamentos livre com Ismail Sabedotti, Luciano Cabrine e Cezar Antunes.

E no 4x100m medley com Luiz Alfredo Mäder, Cezar e Ismail. Prata para o Golfinho com Chico Grocoske, Rogério Morozowski, Rogério Romero e Eduardo De Poli. E ouro para o Flamengo com Cristiano Michelena, Paulo Costa, Fabrizio Perricone e Emanuel Nascimento.

E no 4x100m medley com Luiz Alfredo Mäder, Cezar e Ismail. Prata para o Golfinho com Chico Grocoske, Rogério Morozowski, Rogério Romero e Eduardo De Poli. E ouro para o Flamengo com Cristiano Michelena, Paulo Costa, Fabrizio Perricone e Emanuel Nascimento.

Dual Meet (Projeto Mesbla de Natação + Julio Rebollal) x Longhorns, setembro de 1989

Em tempos em que o intercâmbio internacional era bastante raro, alguns atletas do Projeto Mesbla foram convidados a participar de uma Clínica na Universidade do Texas, em Austin, onde Mark Schubert era o head coach.

Patricia Amorim, Daniela Lavagnino, Celina Endo, Cristiane Santos, Miriam Gomes, Renata Carneiro, Mônica Rezende, Adriana Pereira. Renato Ramalho, Carlos Vitor Araújo. Julio Rebollal, José Geraldo Moreira, Jorge Fernandes, David Castro, Vladimir Ribeiro. Cristiano Michelena e Fernando Magalhães

Patricia Amorim, Daniela Lavagnino, Celina Endo, Cristiane Santos, Miriam Gomes, Renata Carneiro, Mônica Rezende, Adriana Pereira. Renato Ramalho, Carlos Vitor Araújo. Julio Rebollal, José Geraldo Moreira, Jorge Fernandes, David Castro, Vladimir Ribeiro. Cristiano Michelena e Fernando Magalhães

As instalações eram maravilhosas. Treinamos na piscina em que haviam sido disputadas as seletivas americanas para as Olimpíadas do ano anterior e onde alguns recordes mundiais haviam sido batidos.

Piscina dos Longhorns em 1989

Piscina dos Longhorns em 1989

Um enorme painel com tempos extraordinários – os recordes da piscina e os recordes do time dos Longhorns – nos inspirava. Foi uma bela experiência.

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Certo dia foi combinado um dual meet. Algo bastante informal. Fomos para a piscina, fizemos aquecimento e ao invés de treinar, tivemos uma competição em que os cronometristas eram os próprios técnicos e atletas que ficavam na lateral da piscina.

Ao contrário das competições normais o revezamento 4x100m medley foi a 1ª prova do programa. Fui escalado para nadar borboleta na equipe “B” do grupo brasileiro. O peitista da minha equipe era meu amigo Carlos Vítor Araújo, do Minas Tênis Clube. Já havia visto o Cacá nadar inúmeras vezes, de longe. A primeira vez que vi de frente e de cima, foi quando eu estava em cima do bloco, poucos segundos antes cair pro meu parcial. Olhava e não acreditava: “que p. é essa????” – pasmo, tentava entender algo que eu nunca tinha visto. A recuperação da braçada não só era com as palmas das mãos viradas para cima, como as mãos cruzavam uma sobre a outra no movimento de extensão. A surpresa não se resolveu antes de eu cair na água e me acompanhou naqueles 100 metros. E repercutir depois, foi bastante divertido.

Jogos Regionais de Matão, 1998

Já havia mais de 3 anos que eu havia nadado meu último Troféu Brasil e deixado a equipe do Pinheiros. Treinava pouco e participava de algumas competições de masters. Colegas foram nadar o mundial de masters em Sheffield, na Inglaterra em 1996 e lá conheceram Antônio Carlos Orselli, atleta master e técnico da equipe da cidade de Araraquara.

Em 1998, Orselli convidou meu amigo Renato Ramalho para defender as cores de Araraquara nos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior. Eu andava ávido por um desafio e me ofereci para ir junto.

Em Matão, conheci Nicholas Santos, jovem, franzino e nadando por Ribeirão Preto, foi apresentado pelo sempre divertido Mauro Curi, como “Aramel” personagem do recém-lançado Thiago Lacerda no seriado Hilda Furacão, que passava na época na Rede Globo.

Eu tinha 28 anos, grande experiência e nadei bem melhor do que eu imaginava minhas provas individuais. No final da 2ª etapa fomos para a disputa do revezamento 4x200m. André Malaquias abriu na frente. Caí em 2º e mantive a vantagem. A adrenalina do calor da disputa fizeram muito bem a Marcelo Rozato, o Chuchu, que melhorou muito seu tempo e ainda entregou na frente para Leonardo Garotti fechar. Ribeirão crescia e os pés bateram juntos na virada dos 175m. Braçada a braçada a disputa não apontava um favorito. Não havia placar eletrônico. Abraçados gritando e praticamente debruçados sobre a piscina, fui ao pé do ouvido dos meus colegas e orientei: “comemora!”, primeiro para o Chuchu, depois para o Malaquias. Segundos depois a braçada final. Não sei, sinceramente, o que o placar eletrônico teria dado. Foi muito junto. Sei que nós três pulamos e comemoramos muito, gritávamos, nos abraçávamos, vibramos com o Léo ainda dentro da água e eu via o olhar incrédulo dos adversários. O resultado oficial: tempos idênticos, 1ª chegada para Araraquara, 2ª chegada para Ribeirão Preto.

Eu, Léo, Chuchu e Malaquias. Essa foto foi tirada em Araçatuba na disputado dos Jogos Abertos. Infelizmente não temos fotos de Matão.

Eu, Léo, Chuchu e Malaquias. Essa foto foi tirada em Araçatuba na disputado dos Jogos Abertos. Infelizmente não temos fotos de Matão.

Espero que minhas histórias tenham ativado suas memórias. Convido-os a compartilhar conosco em seu comentário alguma história marcante vivida em revezamentos.

Forte abraço,

Fernando Magalhães

Sobre Fernando Cunha Magalhães

Foi bi-campeão dos 50m livre no Troféu Brasil (87 e 89). Recordista brasileiro absoluto dos 100m livre e recordista sulamericano absoluto dos 4x100m livre. Competiu pelo Clube Curitibano (78 a 90) e pelo Pinheiros/SP (91 a 95). Defendeu o Brasil em duas Copas Latinas. Foi recordista sulamericano master. É conselheiro do Clube Curitibano.

27 comentários em “Um por todos e todos por todos

  1. rcordani
    18 de março de 2013

    Sensacional Esmaga. Essa do “se você queimar DE NOVO eu desclassifico” é impagável! E nesse bronze no JD de 1987 eu estava lá com o CPM de Edmundo, eu, Andre Nose e Arara, no qual ficamos em quinto.

    De revezamentos mundiais eu acho o feito do Lezak insuperável. Basicamente ele caiu atrás e foi buscar o Bernard (ouro olímpico dos 100m livre), na prova que acabou permitindo ao Phelps bater os 7 ouros do Spitz! Como um cara cai atrás para fechar em uma final olímpica e pega o cara que foi ouro olímpico nos 100m?

    Mais tarde passo com calma para contar um reveza meu inesquecível.

    • Fernando Cunha Magalhães
      18 de março de 2013

      Esse DE NOVO é mesmo inesquecível.
      Já contei a histórias várias e várias vezes e mesmo assim, escrevendo o texto ou respondendo ao seu comentário, dou risada sozinho.

      Sobre o Lezak, será que nunca sugeriram pra ele ficar parado no tiro de partida e sair um meio segundo depois, em movimento, pra catar a turma? Quem sabe com um foninho com o hino dos EUA tocando no ouvido?

      Sobre sobre o reveza, vc relatará uma passagem inusitada ou uma super performance?

      • rcordani
        19 de março de 2013

        Eu também não tenho experiências que (olhando de fora) possam ser consideradas sensacionais em revezamentos, pois o CPM era peba como equipe, e além disso eu era peba em 100P, 100L e 200L. (eu só seria relevante em revezamentos se houvesse 4x200P ou 4x400M ou ainda 4×200 4 estilos!).

        Mas houve uma época que a gente era bom (em nível paulista): no Infantil A e B a gente ganhava todos os revezamentos. No finalzinho do Infantil B o Salsicha foi para o ECP e melhorou muito, fazendo frente ao Rodrigo C. Barros e a gente começou a claudicar. No meu último paulista de inverno infantil (1983) o favoritismo estava com o ECP, pois seria difícil segurar os três primeiros, e para fechar o Rodrigo já não ia poder pegar o Salsa se estivesse MUITO atrás.

        Partida: André Fernandes e Carioca (S. Bretzel) pau a pau. Aí caíram Cayto e Miguel Florestano juntos. Aí vinha o problema, pois eu nadaria com um jovem e promissor nadador que tinha uma técnica espetacular e apesar de um ano a menos já era bem melhor que eu, o nome dele era JR (sim, o olímpico). Nadei um dos melhores 100 livre da minha vida, 1:02.8, segurei o JR e o Salsa caiu só um pouquinho na frente do Rodrigão, que fez sua parte e nos levou ao ouro com recorde paulista.

        Essa medalha de ouro no reveza foi uma das minhas únicas alegrias competitivas no Infantil B!

      • Fernando Cunha Magalhães
        19 de março de 2013

        Segurar o JR em qualquer época é um belíssimo ponto no currículo.

  2. Rodrigo M. Munhoz
    18 de março de 2013

    Boa, Esmaga!
    Achava muito bacana nadar os revezas nos Paulistas pelo Luso, algumas vezes entrando como “underdogs” mas conseguindo abiscoitar um pódium no fim, com os amigos José Guilherme Real Dias, Luiz Fernando Moretto, Gustavo Pedrazzi entre outros nadadores Bauruenses… Outras boas lembranças são dos dois ouros representando o revezamento 4×100 Medley da seleção brasileira (Maldonado e Rosário) em Sulamericanos Juvenil!
    Acho que “Ouvir o hino” em equipe é mais legal!

    Abraços,

    Munhoz

    • Fernando Cunha Magalhães
      18 de março de 2013

      Legal Munhoz,
      quem sabe os bauruenses contam a visão deles desta medalha pra nós.

      Quanto ao hino em equipe, no mesmo sulamericano em Rosário, a Argentina deu um baita trabalho, mas o Castor atropelou nuestro hermano depois da bandeirinha e pudemos – o Grangeiro, o Edu e eu – ouvir o hino em equipe, junto com ele.

      • Pedrazzi
        20 de março de 2013

        Excelente recordações Fernando, me invejo da memória de vcs. Quanto ao revezamento citado pelo Munhoz, realmente nós da ALBB entravamos sem chance de medalhas mas sempre buscamos o pódio. Posso relatar, e uma das minhas lembranças – frustrante…rsrsrs… – foi quando fizemos uma prova (4x100IM) pau a pau com o pinheiros e me entregaram – para fechar – um pouco a frente deles. Porém, fui buscado pelo Michelena e ficamos em segundo nessa prova do paulista e 3 no 4×100 L na categoria juvenil A.
        Parabéns pelo texto e abs a todos…

      • Fernando Cunha Magalhães
        20 de março de 2013

        Valeu Pedrazzi,
        obrigado por compartilhar sua lembrança e pelo elogio.
        Abraços

  3. Marina Cordani
    18 de março de 2013

    Nunca tive revezamentos marcantes como atleta. Mas eu, como atleta caxias que sempre fui, me esmerava e fazia sempre meus tempos nos revezamentos. Muito me irritava, porém, aquelas companheiras que pioravam substancialmente o tempo nos revezamentos porque “não tínhamos chance”. Mas, que fazer…
    Já como técnica, tinha revezamentos excelentes, um deles inclusive recordista brasileiro (4X50 4 estilos, infantil, pela Hebraica, em 1993, em Fortaleza).
    Escalar revezamento também é uma arte. Em equipes jovens, para abrir, tem que ser um nadador bom e confiável, mais maduro que os demais, que vai dar seu melhor tempo mesmo sendo o primeiro. Para fechar, aquele mais levado pela emoção, competitivo, que vai melhorar seu tempo enormemente na pressão. Não precisa nem ser o melhor tempo para fechar, mas quem vai render mais sob pressão? Gosto muito de revezamentos, e na minha curta carreira como técnica tive muitas equipes de Petiz 1, Petiz 2, Infantil e juvenil de muita qualidade. Engraçado, sempre masculinas, nenhum revezamento que se preze feminino!

    • Fernando Cunha Magalhães
      18 de março de 2013

      Uau Marina,
      que emoção ter sua equipe recordista brasileira. Parabéns!
      Sorte que não cruzei com esse tipo que não gostava de fazer força porque não tinha chance. Também me irritaria.
      Sobre escalação, importantíssimo estar na frente ou no bolo.
      Sempre abri muito bem revezamentos. Nessas medalhas do JD87, abri em 1o o 4×100 com tempo bem abaixo do que foi o ouro na prova (e eu havia ficado com a prata) e no 4×200 abri um pouco atrás do Grangeiro, mas na sequencia, meus colegas se encheram de moral, melhoraram seus tempos e chegamos ao metal. Tratávamos com “tática suicida”.

  4. Alvaro Pires
    18 de março de 2013

    Bacana Maga, me lembrou os revezamentos de 1987. No Tancredo Neves (meu 1o ano juv B) nao tava escalado p nadar nenhuma prova. O Alberto (Klar) me liga no dia do revez perguntando como eu estava. Estranhei a pergunta e jah veio a explicacao : o Manu (Emanuel Nascimento) abandonou a competicao depois de nadar muito mal os 100L no 1o dia e a mae dele acabara de avisa-lo. Raspa e vem p o Botafogo a tarde, mandou o Alberto. Pensei caramba em cima da hora eh phodda e lah fui eu s saber como estava realmente. Um pouco antes dos 4X100L a ordem era abrir o revez chegando junto c o Polaco. Nadamos (eu, Renato Pinho, Paulo Jinkings e Fabrizio Perriconne) lado a lado c o Pinheiros do comeco ao fim e perdemos por 9 centesimos (a envergadura do Americano fez a diferenca na chegada c o Fabrizio) mas ficou a satisfacao de ter feito bem a minha parte. Ficamos gritando bastante mas o placar eletronico nao deixou duvidas. No final do ano teriamos a revanche c o Pinheiros. O Fabrizio abriu mao de fazer uma tomada de tempo p entrar no revez no meu lugar (eu tinha sido 8o lugar na prova e era o 4o tempo do Flamengo) e ainda ficou me incentivando. Nadamos novamente ao lado do Pinheiros, abri 2 decimos atras do Helio Magalhaes (q tinha sido 6o ou 7o na prova) mas o Manu e o Castor entregaram quase um corpo a frente p o Paulo Jinkings fechar c o Jr q tinha ganho a prova. O Paulo era desses caras monstruosos em revezamento, fazia tempos incriveis. Neste dia ele fechou c 52″6 q era um tempo excepcional (o Jr tinha ganhou a prova c 53″3). Ganhamos e batemos o recorde brasileiro por 2s, noite memoravel p mim.
    Outra passagem legal foi em mirim, num 4X50L qdo eu ainda era do Flusao. Nos estavamos ganhando c facilidade qdo o Toni (Antonio Lima dos futuros 200B) q era o 3o a cair se desequilibrou e escapou quase caindo em cima do companheiro q estava chegando. Fomos desclassificados e queriamos matar o Toni, brigamos muito c ele. Nossos pais dizendo q foi uma coisa q acontece, q nao foi de proposito e tal mas na epoca nao conseguimos entender de jeito nenhum. ab gr

    • Alvaro Pires
      18 de março de 2013

      Maga vc, por acaso, nao tem a foto do podium dos 4X100L do JD de 87 ? Vc postou a foto soh da equipe do Curitibano, q pena ! ab

    • Fernando Cunha Magalhães
      18 de março de 2013

      Vreco,

      Abri esse reveza com 53.07 bem melhor que os 53.42 que havia feito na prova em que o JR me ultrapassou no último metro em ganhou com 53.35.
      Na sequencia o Cabrine fez 55.3 e ainda entregou na frente, o Cezar 55.7 e fomos para 3o e o Ismail fez 56.0 e segurou o bronze. Pra nós também foi memorável. Tenho a foto e vou mandar pra você.

      Quanto às barbeiragens dos pequenos, também tive uma desclassificação aos 10 anos quando meu amigo peitista esqueceu da vida e saiu nadando borboleta, lá pela 5a braçada lembrou, mudou pra peito, mas já era tarde.

      E também vi duas dessas do atleta pular e quase cair em cima de quem estava nadando, uma inclusive no parcial de 50 no 4×100 medley… pode?!?! Imagina onde estava a cabeça do sujeito, só que essa não foi na minha equipe.

      • Lelo Menezes
        18 de março de 2013

        Esse amigo peitista era o Faísca?

      • Alvaro Pires
        19 de março de 2013

        Hehe, essas ultimas eu nao vi nada parecido nao. Nao me lembrava do seu tempo na abertura do revez. A minha preocupacao era tanta c o Pinheiros q nao via nada a minha volta. Normalmente eu abria os revezs e quase sempre fazia o tempo exato da prova, neste JD por exemplo fiz 54″5 3 vezes (incluindo o revez). Tive tb algumas passagens q considero ruins. Uma no TB de 90 sai atras do Osorio (fui 3o homem) e entreguei mais atras ainda, e acabamos perdendo do Pinheiros c facilidade. Fiquei bastante chateado apesar de n demonstrar na epoca. Sempre fiquei muito mais chateado qdo nao rendia o esperado no revez do q nas provas individuais. Jah no finalzinho de carreira aprendi a sair bem em mov o q me ajudou bastante. Nunca entendi pq os treinamentos de saida (parada ou em mov) no Flamengo eram soh perto das competicoes. Um tremendo equivoco !!!

      • Fernando Cunha Magalhães
        19 de março de 2013

        Não, Lelo.
        O Faísca eu só conheci uns 3 anos após esse episódio.

  5. Aécio Barcelos Amaral
    18 de março de 2013

    Essas estórias são demais, e me divirto muito durante a leitura.
    E se me permitem vou contar um caso que tem dois personagens conhecidos…..

    Fui federado no final da década de 60 e início dos anos 70, e tenho alguns bons “causos” prá contar, mas este, sobre revezamentos, aconteceu no Brasileiro Master de 2006, na piscina gelada da Escola Naval, no Rio de Janeiro.
    O recorde brasileiro e sul-americano do 200+ medley masculino já era do nosso time, o Tênis Clube de Campinas, mas com outra formação. Na minha cabeça buscávamos apenas o recorde, pois não acreditava que alguma equipe pudesse mesmo ganhar da gente. Muita confiança. Muita.
    E broxei na hora em que vi a escalação do 200+ da Academia Djan Madruga, com o próprio Djan abrindo e na parcial de borboleta ninguém menos que Marcos Matiolli. Dois dos melhores nadadores da história do Brasil juntos contra a gente. Pensei: “Fodeu!”. No máximo um segundo lugar.

    Mas vestimos os fast skins e fomos nadar a prova na raia imediatamente ao lado da deles. Djan abriu bem sobre o Zé Eduardo, um bom nadador que na época era o Presidente do T.C.Campinas. Recuperei no peito, entregando em primeiro. Aí o Matiolli com 46 anos “moeu” o Paulo Motta, o mais velho do nosso time, que já estava com 59. E o Maurício Guimarães foi buscando, buscando, buscando e bateu na frente. Ganhamos a prova… mas não batemos o recorde.

    De noite na feirinha de Copacabana tinha um sujeito fazendo tatuagem de rena e fiz uma que durou tempo suficiente para zoar o Matiolli até o final da competição. O artista escreveu com rena no meu obro esquerdo – NÓS GANHAMOS DOS “CARA”!

    Tenho uma foto do nosso time, com todos sorrindo muito logo depois da prova

    aqui

    e uma outra do meu ombro esquerdo

    aqui

    • Fernando Cunha Magalhães
      18 de março de 2013

      Grande Aécio…
      sensacional sua história, obrigado por compartilhar.
      É bem esse o tipo de relato me satisfaz depois de caprichar tanto na elaboração de um post.
      Agora, faz um favor pra nós: posta essas fotos na página do Epichurus lá no Facebook.
      Forte abraço.

      • Fernando Cunha Magalhães
        19 de março de 2013

        Ótimas fotos Aécio… muito bem registrado!

  6. Lelo Menezes
    18 de março de 2013

    Excelente o post Esmaga! Eu sempre gostei muito de nadar revezamentos e não era incomum eu abaixar consideravelmente meu tempo da prova. Eu guardo 4 revezamentos com muito carinho:

    1 – Campeonato Paulista de Verão Infantil B de 1984 – 4x100m Medley – inusitadamente fechei de crawl para um bronze inesquecível

    2 – Campeonato Paulista de Verão Juvenil B de 1988 – 4x100m Medley – vencemos o favoritissimo Pinheiros e levamos o ouro na vitoria mais emocionante por equipe da minha vida

    3 – Campeonato Júlio Delamare Juvenil B de 1988 – 4x200m Livre – fechei para 1’59’00 e segurei o Becker que foi prata na prova. Levamos o inesperado bronze para enorme alegria da galera

    4 – Campeonato Mundial de Curta de 1993 – Palma de Majorca – 4x100m Medley – minha 1ª e única final de Mundial. Grande emoção! Romero, eu, Júnior e Gustavo quebramos o recorde sulamericano e conseguimos uma inédita 5ª colocação na Final!

    A história do 1 e 2 já foi contada aqui e meu próximo post contará a 3.

    Alias, ter assistido in loco o ouro do Brasil no 4x100m Livre no Mundial de Palma de Majorca foi uma das experiências mais sensacionais que eu tive na vida!

    • Fernando Cunha Magalhães
      19 de março de 2013

      Lelo, li agora o post da relatividade. 1 e 2 foram sensacionais. Meus parabéns.
      Sobre 3, o Becker nadou muito bem essa competição – imagino que 1.56 e 4.06 -que rendeu a convocação para aquele sula que ele não pode nadar por causa da infecção digestiva. Logo, sua atuação para o bronze deve ter sido hercúlea. Vamos aguardar o post.
      Quanto a nadar com RR, JR e GB numa final de mundial – um grande privilégio!

      • Lelo Menezes
        21 de março de 2013

        Valeu Esmaga e sim, Becker levou a prata com 1’56 perdendo apenas pro Castor!

  7. charlaodudo
    20 de março de 2013

    Muito boas as histórias Smaga.
    Eu nunca fui de melhorar em competições. Meu tempos nas competições sempre foram meio parecidos com os melhores tempos em treino e também eu não tinha velocidade. Era comum eu passar os 200 borboleta com o mesmo tempo que eu fazia nos 100, mas lembro de um revezamento onde eu melhorei bastante o tempo nos 50 livre. Eu tinha nadado uma travessia pela manhã e saí correndo para voltar para o Ibirapuera para nadar o Revezamento Gigante do Ricardo Prado. Cheguei em cima da hora e fui nadar os 50 livre. A piscina estava cheia de ondas com o grande número de pessoas nadando e numa das primeiras braçadas bati o dedo com toda a força na raia, nadei com tudo, meio com raiva e ao bater na borda meu dedo estava cheio de sangue e percebi que tinha perdido boa parte da minha unha. Achei que meu tempo tinha sido péssimo, mas fiz um tempo 1s20 melhor que meu melhor tempo. Acho que a marola e as pancadas na raia ajudaram.

    • Fernando Cunha Magalhães
      21 de março de 2013

      Que pancada hein, Carlão.

      Minha desconfiança é que vc não conseguiu acertar o aquecimento ideal, nem a estratégia para alcançar uma concentração necessária para alcançar a performance ideal.

      De qualquer forma, também já ouvi do nosso amigo Cheiroso: “entrou água nos óculos, me deu uma raiva e nadei mais forte” logo após fechar um reveza com um tempo absurdo.

  8. Cristiano Viotti
    21 de março de 2013

    Mais um tema excelente, Smaga. Acho que posso ajudar nessa viagem ao passado. Foi no JD de 82, na mal iluminada piscina do Fluminense. Durante a temporada, o MTC tinha 3 velocistas natos: o Paulo Fernando Almeida (que depois virou fundista campeao sul americano de 1500mts), o Guilherme Diniz e o Jose Claudio Teixeira. Todos com 14 anos, como juvenis A, e nadando para 58″ ou 59″. A quarta vaga foi disputada durante o polimento, em raia longa, entre Ricardo Resende e eu, ele com 14 e eu com 13 anos recem completos. Passei um pouco atras, recuperei nos ultimos 25 e chegamos, incrivel, empatados. A olho nu nao foi possivel indicar o vencedor. Entao um novo desafio foi marcado para o dia seguinte, no final da tarde. Todos nadadores e tecnicos das demais equipes pararam para ver a prova. Chato dizer, mas os 3 confirmados depois confessaram que torciam muito por mim, nao sei, talvez por que eu comecava a despontar para a natacao de alto nivel e ja estava claro que competir nunca seria um problema para mim. Novamente passei um corpo atras, mas tirei a diferenca antes de chegar aos 75mts e dai em diante nao podia decepcionar os amigos. Fomos para o Rio como o quarto ou quinto tempo do Brasil, isso considerando os tempos dos campeonatos regionais que os tecnicos e pais acompanhavam para nos preparar para o JD. Os favoritos eram a Gama Filho (liderado por Rubem Triles), o anfitriao Fluminense (liderado pelo Rebolal) e se nao me engano o Vasco, nao tenho certeza, mas fato eh que entramos naquele 4×100 dispostos a ganhar a primeira medalha do MTC na competicao e superar qualquer limite. E nao deu outra. Como todo revezamento emocionante que se preze, os quatro pirralhos melhoram muito seus tempos, classificamos em terceiro a frente do Vasco e na final arrebentamos a boca do balao e ostentamos a prata no podium emocionados e realizados, ainda que atras do Fluminense, e na frente da maquina do Gama Filho. Posso afirmar ter sido a primeira experiencia realmente vitoriosa da minha carreira de atleta iniciada alguns anos antes. E posso assegurar que esse reveza me agraciou com a amizade eterna daqueles que dividiram a conquista. Sempre que os encontro, retornamos, com orgulho, aquela tarde/noite inesquecivel. Abs e ainda gostaria de nadar um revezamente peba um dia desses….
    Cristiano Viotti Azevedo

    • Fernando Cunha Magalhães
      21 de março de 2013

      Cristiano, meu amigo… excelente sua história! Esses revezamentos realmente marcam demais. Não lembro do Guilherme e do Zé Cláudio, mas Paulo Fernando, meu colega na Copa Latina em Nice é um amigo de quem gostaria de ler algum comentário. Diz pra ele dar uma passada por aqui e contar sobre o 4x200livre em que ele mandou 1.53 e faturou o bronze na piscina Jean Bouin.

      Quanto aos Pebas, estão empenhados em construir uma tradição de participar anualmente do Torneio Aberto Brasil Master na Recreativa de Ribeirão Preto. Será em setembro. Começa a nadar um pouco e vamos com a gente. Dá uma olhada nesse link: https://www.abmn.org.br/eventos.php?id=242

      Abraços

  9. Pingback: Retrospectiva de um ano de Epichurus | Epichurus

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