EPICHURUS

Natação e cia.

Desafios na água em estado sólido… Phelps vs Messner!

Convenhamos que, apesar da beleza da disputa aquática, o mundo não muda muito com um novo recorde mundial de natação… nem que o recorde seja de 200 peito, desculpe, Renato! Não me levem a mal: Fui e sempre serei um nadador, mas apesar de admirar o esporte da natação pela simplicidade e pragmatismo, entre outras coisas, há tempos me questiono se nadar uma certa distância, de um determinado jeito no menor tempo possível não seria até algo meio mesquinho. Todos esportes são simulacros da guerra, mas a gente que já viveu o dia a dia das piscinas sabe que os nadadores, técnicos (e até alguns fãs) podem ficar bem obcecados sobre alguns centésimos de segundo de melhora numa prova. A nobre disputa por um pedaço de tempo/espaço pode se tornar virtualmente a bitolada razão de uma vida. Alguns dirão que a disputa é pelo “metal”, o ouro… Eu concordo em parte, mas acho que não é muito diferente do espólio de uma guerra simulada, na qual o vitorioso fica com as riquezas do derrotado e escreve a história.

Em Yosemite: Uma das “Meccas” do Montanhismo

Bom, aqui no Epichurus, somos Pebas, raramente vitoriosos, mas também escrevemos (ou tentamos) escrever as histórias. Talvez por isso, tenha decidido escrever sobre os desafios de um esporte diferente, sobre o qual gosto de ler e já fui um muy medíocre epicurístico praticante de fim de semana. Sei que muitos aqui podem até torcer o nariz, mas a escalada é um esporte sim e tem muitas variantes interessantes: De paredes indoor, passando por cascatas de gelo, até expedições que exigem meses e milhões de dólares para “simplesmente” abrir uma nova via alpina. Para mim, os pontos mais interessantes desta modalidade são que normalmente o concorrente principal é a própria natureza – a humana, que teme as alturas e a exposição e a natureza terrestre, com as implacáveis leis da física. O conceito de vitória é um pouco diferente. Ao vitorioso, especialmente ao desbravador, cabe uma nova e privilegiada visão do mundo. A vista do cume, de um ângulo muitas vezes nunca antes obtido por outro ser humano. O vitorioso idealmente também deve voltar para casa vivo, mas mesmo isso não é garantido, já que o retorno – que em geral “já não vale mais nada” – é a parte mais perigosa da jornada, devido a fadiga, stress de materiais, fim do oxigênio suplementar e outros fatores que fazem o escalador baixar a guarda. Obviamente a escalada de qualquer um dos picos mais altos do mundo é coisa séria. Escalar todos os quatorze picos com mais de 8,000m é para bem poucos: Só vinte e nove pessoas conseguiram, sendo apenas treze sem oxigênio suplementar. Como comparação, um número similar de astronautas (doze homens) pisaram na lua.

Boulder, CO – 1993: Eu e amigos nadadores – ainda mais PEBA na escalada…

Reinhold Messner para mim é como o “Phelps dos Montanhistas”.  Foi o primeiro a conseguir escalar os 14 “eight thousanders” e fez todos sem oxigênio complementar, colocando a barra, bem alta por assim dizer…. Ele é um italiano do Tirol do Sul (fala Alemão e Italiano de nascença), nascido em 1944. Como um dos grandes nomes do esporte, é também uma figura meio polêmica:  Tem posições duras sobre o que ele considera o senso estético da escalada, e sua breve vida na política junto com algumas disputas legais em torno de expedições que não terminaram bem (incluindo a polemica morte do irmão) não o ajudaram a fazer amigos. Uma coisa é certa, porém, a competência e os feitos dele sâo lendários. Ele normalmente segue o estilo alpino de escalada: Ataque ao cume rápido, leve e preciso, as vezes ousado, mas com planejamento teutônico.

Como tantos esportistas, ele começou incentivado pelo pai, meio que forçado, aos cinco anos de idade. Mas ele pegou gosto pela coisa e mostrou talento precoce. Logo ele foi escalar com o irmão mais novo – Gunter. Adolescentes, os dois irmãos já eram conhecidos no alpinismo, e antes dos 20 anos de idade eles já exibiam uma experiência enorme, tendo escalado todas as rotas mais difíceis das Dolomitas e da Europa.

Naquela época não havia competiçõesde escalada, mundiais de bouldering, escalada indoor, etc. Mas o escalador desde sempre teve que “inventar” as próprias competições. Alguns mais dramáticos (mas não totalmente sem razão, como provam estatísticas) diriam que também rola uma disputa com a morte – presente nos erros e no azar. Você já ouviu falar de uma montanha chamada Manaslu? Não ? Pois é…É um dos “14 picos”.  Em 2012, foram contabilizadas 13 mortes nessa montanha. Apesar de achar que o esporte é uma celebração da vida e da capacidade humana, as consequências de não se preparar adequadamente no caso do alpinismo são certamente mais severas. Mas isso não vem ao caso agora, pois como qualquer montanhista, os Messner sabiam disso mas precisavam de maiores desafios, montanhas mais difíceis. A escolha óbvia era o Himalaia, onde estão os únicos picos acima de 8000m. Nos anos 70 muito pouco daquilo tinha sido explorado, muito menos escalado. E assim começou a construção de um mito.

Logo na 1ª expedição ao Himalaia com o irmão, em 1970, como parte de uma grande expedição, eles já foram encarando a maior face rochosa do mundo, no Nanga Parbhat, acima de 8000m. Eles alcançaram o cume, mas na volta tiveram problemas. Sérios. O irmão Gunter foi morto por uma avalanche (acidente hoje comprovado) e Reinhold ficou muito mal por conta da longa exposição ao frio. Logo após o retorno, perdeu sete dedos dos pés e partes de dedos das mãos, em consequência da gangrena.

Fora a tragédia e a dor enorme de perder o irmão mais novo na montanha, havia a mutilação e o risco de não mais poder escalar. Para quem já escalou em rocha, sabe que o pé é quase tão importante quanto a mâo em subidas técnicas…Seria talvez mais ou menos como a promessa de um Phelps perder parte dum pé e provavelmente bem pior que a falta de um rim do Lelo.

Muito já deixaram seus esportes por bem menos.

Claro que o Messner não desistiu. Na verdade nesse momento, ele decidiu definir de vez o que eram as BIG CHALLENGES no campo do montanhismo. O que ele fez? Mudou o estilo de escalada e fez dos desafios das altas montanhas algo ainda mais difícil. Ele reaprendeu a escalar e em 1972 recomeçou a escalar acima de 8000m. Sem os dedos do pé, ele passou a escalar montanhas gigantes no estilo alpino modificado, aproveitando o uso das botas mais duras para neve em abordagens mais diretas (as botas plásticas só vieram mesmo nos anos 90). Para ser ainda mais rápido na montanha ele não levava oxigênio suplementar e em alguns casos ia solo nos ataques aos cumes acima de 8000m. Animal.

A cada dois anos aproximadamente ele conquistava um novo pico dos mais difíceis. Em 1978 veio seu primeiro grande feito para a posteridade: Escalar o Everest sem oxigênio suplementar. No mesmo ano ele voltou a montanha que matou o irmão, e escalou o Nanga Parbhat sem oxigênio também. Escalou o K2, Cho Oyu – todas montanhas complicadas. Em 1980 ele foi o 1º homem a escalar o Everest solo e sem oxigênio. Por fim, em 1986 ele se tornou o 1º homem a escalar as 14 montanhas mais altas do mundo, se tornando o maior montanhista da história. Difícil comparar isso com qualquer feito do mundo aquático, mas com certeza, os “pódiums” do Messner, apesar de solitários, devem ter tido uma vista bem mais dramática e tirariam o folêgo até do Phelps. Literalmente.

Phlelps e Messner: Ambos tiveram conquistas sobrehumanas, mas as vistas do topo são bem diferentes…

Ok, nos últimos 27 anos outros alcançaram os 14 picos, sem oxigenio também… Nisso o Phelps leva vantagem como o maior nadador da história isolado. Mas até o Messner ter feito a primeira ascenção do Everest sin gás, não achavam que isso seria possível… A verdade é que é impossível comprarar, mas é interessante lembrar que o pioneiro neste caso foi alguém que passou por uma tragédia e uma mutilação que significariam a invalidez para a maior parte dos esportistas de elite. Esse senhor não só ficou melhor com o aumento das suas dificuldades, mas criou um novo padrão de excelência na atividade de buscar o topo do seu esporte. Lembrar disso pode até nos dar uma nova perspectiva sobre a “enormidade de nossas montanhas”, não acha?

Sobre Rodrigo M. Munhoz

Abrace o Caos... http://abraceocaosdesp.wordpress.com

16 comentários em “Desafios na água em estado sólido… Phelps vs Messner!

  1. Rogério Aoki Romero
    25 de março de 2013

    Difícil de comparar, mas ambos esportistas (no Brasil ainda falta uma devida regulamentação, mas concordo que está reconhecido como esporte) procuram a performance e, por conta disso, correm riscos, sofrem lesões, etc, enquanto que os “meros praticantes”, os que apenas curtem nadar ou escalar, não.

    Ou sim? Pois parece ser da natureza humana a competição, mesmo que consigo mesmo. E aí que mora o perigo, quando o “só mais uns 4 mil metros e eu acabo esta travessia” ou “estes últimos 500m para o pico estão demorando a chegar, mas já estou aqui e não vou desistir” acabam por prevalecer acima da razão, do mero prazer.

    Parabéns pelo post!

    • Rodrigo M. Munhoz
      25 de março de 2013

      Obrigado, Piu. De fato, a escalada não é esporte olímpico ( e nem sei se deveria ser) mas os feitos de vários alpinistas e montanhistas desafiam de fato a compreensão dos limites humanos. Em outros esportes é o mesmo. Sei que é difícil e talvez meio injusto comparar as atividades, mas acho que o denominador comum é algo nesta linha: humanos fora de serie estabelecem novas dimensões com a qual o humano se relaciona com o ambiente que nos cerca. Infelizmente alguns bravos morrem testando essas novas fronteiras. Mas é da natureza humana tentar a superação … Acho :-)… Abraços!

  2. Fernando Cunha Magalhães
    25 de março de 2013

    Ao longo dos anos tive isolados contatos com histórias de alpinistas:
    o detalhado, dramático e fascinante vídeo de Niclewicz sobre a conquista do K2, uma palestra de um americano cujo nome não me recordo e que, vencido seu limite, já havia sentado para morrer no gelo e os companheiros conseguiram contato com a família e a partir das palavras de incentivo ele decidiu tentar levantar e conseguiu sobreviver e breves relatos de pessoas que souberam um pouco mais sobre esse esporte fascinante.

    Este ano soube um pouco mais a partir dos relatos do amigo Joel Krieger, que começou a escalar aos 50 e esta semana, quase 10 anos depois, segue rumo ao Everest – com oxigênio suplementar, companhia experiente de alpinistas e Sherpas (melhor assim).

    É realmente fantástico!

    Gostei muito do relato sobre Messner, esse brilhante maluco. Acredito que entre egocêntricos alpinistas devem haver os que o questionam e julgam ter ido além, pode a até ser, mas não minimiza a admiração que senti por seus feitos.

    Quanto ao Phelps e ao nosso esporte, muito diferentes. Entraria numa conversa para comparar características que enaltecessem as virtudes de cada um e os feitos desses “craques”, jamais com o objetivo de dizer qual deles é ou foi melhor.

    • rcordani
      25 de março de 2013

      Sensacional, boa sorte ao Joel Krieger!

    • Rodrigo M. Munhoz
      25 de março de 2013

      Que feliz coincidência essa do desafio do Joel Krieger! Vou querer updates, ok? Boa sorte para ele e toda a expedição !

      A história do “alpinismo” é cheia de excelentes historias. O Messner é apenas uma delas, que acho particularmente interessante por misturar a superação pessoal com desafios formidáveis e pioneirismo. Sem duvida um super craque, com estatísticas que o colocam imho no panteão dos grandes esportistas E aventureiros ao mesmo tempo. E não mencionei que o cara ainda está bem ativo nas aventuras, com seus 69 anos. nada mal para long run…

      • Fernando Cunha Magalhães
        25 de março de 2013

        Sujeito formidável esse Messner!

  3. Eduardo Hoffmann
    25 de março de 2013

    Sinceramente, acho que “mudar o mundo”, nenhum esporte, ou esportista, individualmente, muda… E é muito difícil comparar os feitos históricos entre modalidades… Só é possível afirmar que há aqueles que entram para a História (muito poucos), e os que não…

    Sobre o alpinismo, especificamente, sempre achei que combinava aspectos de “esporte”, propriamente dito, com elementos da velha tradição dos “grandes exploradores”, de se lançar numa empreitada em que, mesmo contando com o melhor preparo físico possível, o planejamento mais cuidadoso, o equipamento “state of the art”, etc… ainda representam uma tomada de risco, enorme. Risco de vida.

    Hoje em dia, assim como é possível se chegar ao Polo Sul/Norte com bom nível de segurança (o que não era verdade no tempo dos grandes exploradores), várias outras fronteira foram conquistadas com conhecimento e tecnologia. Uma das poucas fronteiras que ainda apresentam esse elemento de risco grande, sempre presente, e de certa forma aleatório (avalanches, mudanças bruscas no tempo, etc…) é o alpinismo nas grandes montanhas, em ambiente de gelo e neve. Até mesmo o alpinismo na rocha, em altitudes mais baixas, apesar de ainda arriscado, já teve redução significativa de risco ao longo dos anos de desenvolvimento.

    Olhando as estatísticas de mortes nas escaladas de grandes montanhas, e vendo que, mesmo gente muito experiente e respeitada frequentemente morre, é difícil deixar de concluir que essa atividade humana, híbrido de esporte com “exploração”, requer um tipo de “loucura”, de apetite a risco, que poucas outras apresentam. E é isso, fundamentalmente que a torna espetacular. E diferente de esportes mais convencionais.

    • Rodrigo M. Munhoz
      25 de março de 2013

      Oi Hoffmann! Loucura pra uns é ganha pão pra outros, certo?
      Sobre mudar o mundo, no caso do montanhismo, acho que realmente o esporte tem (teve?) um impacto com potencial geopolitico, uma vez que fronteiras, altitudes reais e caminhos foram determinados por algumas dessas expedições pioneiras no séc XX especialmente. Independente do uso político eventual dessas conquistas, os feitos são mesmo espetaculares e quanto maior o risco (previsível ou não … A sorte tem uma participação importante nessas expedições) mais interessante fica para nós, espectadores… Abraços!

  4. rcordani
    25 de março de 2013

    Sensacional Munhoz. Desde que eu li “No ar rarefeito” do Krakauer (recomendabilíssimo) que me fascino com os feitos do montanhismo e (principalmente) com o Everest.

    Fazendo um paralelo com aqueles objetivos “basta querer” = completar maratona ou “não basta querer” = nadar nas olimpíadas, conquistar o Everest sem oxigênio e sozinho é do tipo mais radical de todos: “não basta querer”, e se não conseguir você morre!

    • Rodrigo M. Munhoz
      25 de março de 2013

      Bom e polemico livro, R… O Krakauer dá alguns exemplos – alguns positivos, outros trágicos – de que na alta montanha não basta acreditar… Alias, não basta nem ter muito dinheiro para garantir o sucesso. É bom estar muito bem preparado e, como disse acima, um pouco de sorte não machuca… Por sinal, acho que vou acabar escrevendo aquele post sobre sorte no esporte em breve…ah o imponderável ….

  5. Lelo Menezes
    25 de março de 2013

    Excelente o texto Munhoz. Acho muito legal como você consegue traçar um paralelo com a natação de assuntos que aparentemente não tem nenhuma correlação. Sensacional a história do Messner! Daria um belo filme! Quanto a comparação com o Phelps, embora eu ache difícilimo comparar os dois, eu puxo a sardinha pro lado do nadador. Explico! Por mais que eu acredite que pra fazer o que o Meesner fez precisa talento, eu também acredito que tem uma boa dose do “basta querer”. Já o Phelps é 99,99995454% talento. Como o texto mesmo diz já tem 13 pessoas que repetiram o feito do Meesner. Já do Phelps ninguém, nem mesmo a lenda Spitz chegou perto, e ouso dizer que dificilmente veremos um novo Phelps em nossas vidas. Então pra mim Phelps 1×0 Messner. E se me permitem um pouco de humor, seria mais justo comparar o Meesner com a Maria Lenk que “inventou” um novo estilo e bateu o WR pra logo em seguida ser superada pelas adversarias. Rsrsrsrs! Antes que me xinguem, a comparação com a ML é ironia on hein!

    • Rodrigo M. Munhoz
      25 de março de 2013

      He he he… Boa Lelo! Realmente uma comparação precisa dos feitos de Phelps vs Messner talvez seja virtualmente impossível em virtude da diferença das atividades… Mas apenas a título de entretenimento, sem demérito aos feitos absolutamente sensacionais do Phelps, lembre-se que ele o fez com todos os membros inteiros e sem arriscar a vida (que eu saiba). Mas o que me interessa mesmo é que ambos esportistas são lendas vivas e espero que continuem rendendo boas historias por muito tempo. Abraço !

  6. Mauricio Niwa
    25 de março de 2013

    Munhoz, mais interessante do que a comparação entre os dois esportistas me parece que foi a comparação entre os dois esportes. Compreendi a sua visão sobre a falta de sentido de ser mais rápido por ser mais rápido ou simplesmente para receber uma medalha: no fim de tudo, de se realizar com o fato (egoísta) de ser melhor que os outros. Em oposição a isso, o montanhismo representa conquistas mais concretas: a aventura, o cenário, a natureza, a sobrevivência.
    Parabéns pelo texto!

    • Rodrigo M. Munhoz
      25 de março de 2013

      Valeu, Mauricio! Você notou bem a minha implicância freqüente com a parte competitiva do esporte em geral. Mas nada é tão simples assim, afinal de contas a natação tem grandes momentos de trabalho em equipe (o texto recente sobre revezamentos do Esmaga me lembrou disso) e mesmo um bom montanhista pode entrar em egotrips perigosas. Como disse o Piu acima, competir está na natureza humana. A nossa consciência dessa competitividade natural no fim é que pode fazer a diferença, pro bem ou pro mal…afinal, nadando ou escalando podemos crescer e nos conectar melhor com o meio, certo? Um abraço !

      • Mauricio NIwa
        26 de março de 2013

        Sim, Munhoz, com certeza. A consciência sobre o que estamos fazendo e por que estamos fazendo é fundamental. Abraço!

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Publicado em 25 de março de 2013 por em "Causos" fora d'agua, Epicuro.
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