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A meritocracia no esporte corre risco?

Elon Musk, em entrevista recente, disse que cultura woke é a maior ameaça para a humanidade no século XXI.  Sua justificativa é que essa cultura tem duas premissas perigosíssimas:

  1. É uma ideologia que recrimina a meritocracia.
  2. Assim como qualquer seita, não está aberta ao dialogo de ideias não alinhadas com sua ideologia.

Eu particularmente acho que a cultura woke, com conceitos baseados em “feelings” ao invés de ciência não vingará e como quase tudo que vai de encontro à ciência, vai virar um footnote na história, assim como os terraplanistas.  No entanto é inegável que o mundo mudou com essa nova geração e as pautas de inclusão, diversidade e sustentabilidade, para muitos consideradas progressistas, nunca estiveram tão fortes na sociedade ocidental e sobretudo no mundo corporativo.  Empresas investem milhões em marketing e PR para serem percebidas pelo consumidor e pelo mercado como empresas inclusivas.  As cotas, antes exclusividade dos processos seletivos para universidades públicas, passaram a fazer parte do cotidiano no mundo dos negócios.  

Defensores dessas pautas dirão que alguns grupos não tiveram as mesmas oportunidades e, portanto, é responsabilidade dos setores público e privado reparar essa injustiça facilitando a contratação de pessoas desses grupos, sejam elas mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+, etc.  Críticos dessas pautas defendem exclusivamente a meritocracia.  Tem que se contratar a melhor pessoa, independente de quem seja e das oportunidades que tiveram na vida.  Existem argumentos válidos para ambos os lados. 

O esporte profissional é e sempre foi movido pela meritocracia.  Dá-se o ouro ao primeiro colocado, convoca-se para a seleção os melhores atletas, independentemente de quem teve mais ou menos condições para chegar até ali.  Não existe espaço para cotas.  Por enquanto…

O caso Lia Thomas, por exemplo, tomou proporções globais.  Em nome da inclusão, o NCAA deixou a meritocracia de lado.  Casos semelhantes são encontrados em outros esportes.  Depois de tanta repercussão negativa, me parece que a tendência das entidades esportivas é dificultar ou até proibir a competição entre mulheres biológicas e mulheres trans, a não ser que essas tenham feito a transição pré-puberdade.  Mas e as cotas? 

Lia Thomas

A lei das cotas, de 2014, exige que 20% das vagas em empresas públicas sejam reservadas para negros.  Tem um projeto do PT, em tramite na câmara, que exige que empresas privadas licitadas pelo governo tenham 30% dos seus quadros preenchidos por negros. 

Segundo o IBGE, 54% dos brasileiros são pretos ou pardos. Qual a chance de um projeto do governo criar algo semelhante a lei das cotas no esporte nacional?   Corremos o risco de reservar para minorias um percentual das vagas na seleção brasileira de natação ou exigir um índice mais fraco para esses grupos em competições nacionais e internacionais?  Ou o esporte continuará imune a influência progressista e manter-se-á exclusivamente baseado em meritocracia?

Um comentário em “A meritocracia no esporte corre risco?

  1. The found daughter!
    14 de dezembro de 2023
    Avatar de The found daughter!

    Permitir que mulheres trans entrem em competições com mulheres biológica(embora eu seja contra usar esses termos) não é uma questão de nivelar a desiglaudade ou meritocracia.Pelo contrário, é uma questão de acentuar a desigualdade. Mulheres trans são homens, e portanto, biológicamente diferentes e em muitos aspectos: superiores em força e capacidade pulmonar, quando comparados à capacidade biologica das mulheres. Em nome da ideologia, e contradizendo totalmente a “linda” narrativa feminista, essa invasão do mundo do esporte é um total absurdo.

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Publicado em 16 de maio de 2023 por em Natação.
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