EPICHURUS

Natação e cia.

O Coeficiente do Talento

O Dr. Ernest W. Maglischo foi um técnico a frente do seu tempo.  Formado em física, com PhD em Exercise Phisiology, se dividia entre técnico convencional e cientista e talvez esse tenha sido o grande dilema da sua vida.  Meu técnico por cinco anos, sempre pareceu dividido entre sua incansável busca por extrair o melhor resultado de cada um de seus nadadores no NCAA (Campeonato Universitário Americano) e sua paixão pelo estudo do atleta (era obcecado em desvendar os mistérios do talento: porque alguns nadadores conseguiam atingir um nível olímpico enquanto a grande maioria, com biótipo semelhante e mesmo afinco no treinamento não chegava nem perto?).  Com certeza foi um dos pioneiros da biomecânica aplicada à natação e não era nada raro encontrar campeões olímpicos americanos passando algumas semanas com ele durante o verão pedindo dicas sobre mecânica de nado e/ou técnicas de treinamento.  Participei de alguns estudos dele, até porque o Maglischo parecia ter uma “quedinha” pelo nado de peito.  Era fã de Roque Santos, do qual era mentor e a quem atribuía a melhor técnica do nado de peito já vista, e quando Roque deu “vexame” em Barcelona ficando apenas na 12ª colocação nos 200m peito, um mês após ter vencido Mike Barrowman na mesma prova na seletiva americana para os jogos, Maglischo ficou claramente chateado.  Esperava uma medalha do pupilo. Seus livros, Swimming Fastest e Swimming Even Faster, eram considerados obras primas no meio, pelo menos até a década de 90.  Abaixo algumas críticas de seus trabalhos:

“Maglischo is writing about physics as much as he is writing about swimming. If you wanted to generate a computer model of a swimmer, this book is where you would start.”

“Maglischo has vastly improved what was already the most thorough and highly-regarded book in the field”

“This is definitely the Bible of swimming”

Image  Image

No entanto embora um profissional de enorme respeito, o Ernie, como era conhecido, era uma pessoa difícil de conviver.  Exigente ao extremo e com perfil extremamente sincero, causava com certa frequência situações no mínimo desconfortáveis.  Uma delas eu já contei aqui, quando o mesmo destruiu meu sonho olímpico.  Outra, um pouco mais light, foi quando me conheceu.  Alguns dias antes ele havia conhecido José Rodrigo Messias, que nadou sob a tutela do Maglischo no mesmo período que eu.  Quando vi o Ernie pela primeira vez, ele veio sorrindo na minha direção, apertou minha mão e disse “Ufa, tava com medo que você fosse baixinho como o Rodrigo. Porque baixinho fundista ainda vai, mas baixinho nadando 100 e 200 peito é meio complicado!”.  E como essas, eu tenho dezenas de exemplos dessas situações meio constrangedoras e algumas até engraçadas que esse jeito dele criou.  Quem sabe um dia escrevo um texto sobre elas.  Menciono esse lado dele nesse texto porque eu lidava muito mal com isso.  Se tivesse mais maturidade e entendesse melhor a pessoa, talvez tivesse levado mais a sérios alguns de seus experimentos.  Certa vez me chamou no escritório e disse que a anos vinha medindo o ângulo de inclinação do pé dos nadadores de peito, relativo a perna.  Chegou a conclusão que os principais nadadores de peito do mundo tinham um ângulo de inclinação inferior a X° (não lembro exatamente o ângulo).  Era praticamente uma unanimidade, segundo ele.  Medalhistas e finalistas olímpicos tinham esse ângulo inferior aos demais.  Isso tudo naturalmente!  “Presente de Deus”, dizia!  Enfim, pediu pra medir a minha inclinação.  Fiquei 1,5° acima dos que ele chamava de “World Class Breastrokers”.  Sem delongas, me agradeceu e me disse pra voltar pro treino.   Alguns dias depois me chamou de novo.  Abriu uma sacola e me mostrou um “tamanco” em formato de triangulo, com inclinação enorme decrescente da ponta dos pés até o calcanhar.  Eu precisava ficar inclinado pra frente enquanto usava o tal tamanco pra não cair de costas no chão.  “Fiz pra você, já que você não tem o talento natural pra ter um ângulo inferior a X°, quem sabe não conseguimos te levar pra esse patamar dos grandes nadadores, forçando através de exercícios esse ângulo menor? Quando estiver em casa, quero você usando esse tamanco 100% do tempo” O pior é que até tentei usar, mas era tão desconfortável que desencanei depois do primeiro dia.  Hoje me arrependo!  Não levei muito a sério nenhum experimento dele, com exceção de um, curiosamente um que não tinha o intuito de melhorar minha performance.

Era um sábado de muito sol e o Maglischio pediu pra que ficássemos um pouco mais após o treino pra fazer parte de mais um experimento.  Pensei em dar alguma desculpa, mas acabei ficando.  Segundo ele, estava a anos conduzindo esse experimento e já tinha a medição de mais de 5.000 nadadores, de todos os níveis.  Queria provar a existência de um coeficiente de talento, que nenhuma equação da física ou matemática jamais havia considerado.  Interessei-me na hora!  Basicamente ele grudava alguns eletrodos em partes especificas do corpo (cabeça, braços, pernas, joelhos, etc) e pedia para que entrássemos na água e déssemos um impulso da borda com todas as forças que tínhamos e deslizássemos até parar (sem fazer nenhuma força além do impulso inicial).  Esses eletrodos passavam informação para o computador que calculava a força da impulsão, ângulo da trajetória, distância, etc. Sem entrar em detalhes técnicos, até porque não os conheço, dois nadadores que aplicassem força semelhante, com ângulo de trajetória semelhante, com o mesmo atrito (água) deveriam terminar sua impulsão em distâncias semelhantes.  Não acontecia.  Nadadores de nível olímpico e mundial tinham impulsões muito mais longas do que os demais, mesmo quando as variáveis eram iguais.  O resultado da distância deveria ser idêntico.  Nunca foi!  Maglischo estava fascinado com o resultado e me disse que estava quebrando a cabeça pra tentar provar, cientificamente, o achado!

Em 1996, já cansado das pesadas rotinas da vida de nadador, parei de treinar com o Maglischo, e passei a treinar por conta própria.  Era o começo do fim da minha carreira de nadador.  Maglischo continuou como treinador da ASU (Arizona State University) por mais alguns anos e aí se aposentou.  Nunca perguntei pra ele sobre o resultado final desse estudo.  Não sei se ele conseguiu traduzir em fórmula matemática o tal coeficiente do talento.  Imagino que não, até porque pesquisei por essa Internet a fora e não achei nada sobre o assunto.  É uma pena, porque o experimento era bem interessante e o talento sem dúvida faz com que alguns atletas façam coisas que parecem às vezes desafiar a física (A enterrada do Michael Jordan partindo do garrafão me vem a mente).  Seria legal ver algum físico ou matemático tentar provar ou mensurar sua existência.

José Roberto Aranha nadou o revezamento 4x100m Livre do Brasil pra 52’17 nas Olimpíadas de 1972 para uma fantástica 4ª colocação.  Era o melhor nadador brasileiro de livre na época e um dos melhores do mundo.  Zé foi um dos primeiros brasileiros que foram treinar nos Estados Unidos e escolheu como equipe a Universidade de Michigan, a mesma que Gustavo Borges escolheria 20 anos depois. Uma vez me contou pessoalmente uma história bem interessante.  Foi nadar uma competição importante e era favoritíssimo para o ouro nos 100m livre.   Subiu no bloco e viu que ao seu lado um rapaz magrelinho bem mais baixo que ele (Zé tem 1,91cm de altura) bufava em cima da baliza.  Nem perdeu tempo olhando pro cara.  Não o conhecia de vista e estava confiante no ouro.  Dada a largada, Zé acreditou que saiu muito bem, mas quando foi respirar pela primeira vez percebeu que o tal magrelinho já estava mais de meio corpo na sua frente.  A surpresa foi tanta (como aquele magrelo conseguiu só na saída ficar meio corpo na frente dele?) que ele se desconcentrou e nadou mal a prova toda.   O Magrelo venceu com facilidade.  Era Mark Spitz!

25 comentários em “O Coeficiente do Talento

  1. rcordani
    22 de agosto de 2012

    Faca de dois gumes isso aí hein Lelo? Se descobrirem a chave do talento os PEBAS não passarão do INF B! Seria eu mais feliz se soubesse que nunca seria olímpico aos 13 anos? Não sei…mas tenho certeza que o Pacheco acha que sim!

    • pacheco
      22 de agosto de 2012

      Jo? Jo nooooo.
      Acho que esse entendimento e’ melhor de acontecer la pelos 15-16 anos. Nao mais cedo, mas definitivamente nao mais tarde!
      Se bem que sacar isso cedo pode ser bom para algumas pessoas que poderiam procurar OUTRO esporte onde seriam melhores.

    • Lelo Menezes
      23 de agosto de 2012

      Interessante o ponto Renato! Eu particularmente preferiria ser um PEBA ignorante. Só que não era essa a intenção do Maglischo, pelo menos no meu ponto de vista! Ele não queria provar que fulano seria olímpico e sicrano seria PEBA. Ele simplesmente queria provar cientificamente que o talento nato ou carga genética ou presente de Deus, como queiram, influencia o resultado. A intenção era talvez acabar de uma vez com todas com os discursos que pra ser campeão olímpico basta acreditar. O Maglischo sacou, lá atras, que talento genético é fundamental. O Edmilson Dezordo, atual secretario de esportes de Ribeirao Preto treinou conosco durante uma temporada lá. Maglischo o adorava e dizia pra todo mundo que a mecânica do nado borboleta do Edmilson era simplesmente perfeita. Não havia absolutamente nada pra ser melhorado. Nunca tinha visto aquilo, nem em campeão olímpico. O Maglischo uma vez me disse em tom de lamento algo que eu nunca esqueci “Se a genética desse menino tivesse o favorecido um pouco, eu faria ele ser campeão olímpico!”

  2. Rodrigo Munhoz
    23 de agosto de 2012

    Legal, Lelo! O Sidão de Bauru também usava a “bíblia” do Maglischo.
    Mas e aquele que apenas gosta de nadar e não tem pretensão de ser campeão mundial ou “world class breast sroker”, não pode seguir em frente e cumprir seu destino PEBA? E o oposto também deve ser verdade… mesmo com a chave do talento desvendada, aposto que vão ter uns caras que nem vão saber direito o que fazer com a tal chave, pois não terão paciência e determinação pra ficar olhando pra ladrilho 5 horas por dia, por anos a fio… Tem que ter talento, tem que acreditar e tem que treinar.
    Agora mudando de assunto: O Edmilson chegou a ver você usando esses tamancos? 🙂

    • Lelo Menezes
      23 de agosto de 2012

      Valeu Munhoz! O que escrevi a cima pro Renato vale pra você. Acho que o intuito era outro. Quanto ao tamanco acho que foi antes da era Edmilson mas não tenho certeza. Pode ter visto sim. O Maglischo fazia chamada oral de ingles durante o treino pro Edmilson, a quem chamava de Eddie. No final de todo treino ele dava uma lista de palavras pro Edmilson estudar e durante o treino do dia seguinte, parava todo mundo e fazia chamada oral de 3 palavras da lista! Obviamente o Edmilson raramente estudava e eu e o Messias as vezes murmurávamos o significado das palavras pra ele. Num certo dia Maglischo perguntou “Eddie, what diagonal means?”. Ele abaixa a cabeça, olha meio de lado pra mim e diz em voz baixa “Lelo, me ajuda ai, o que é diagonomins?”.

  3. alvaro pires
    23 de agosto de 2012

    Figura interessante esse Maglischo. Na epoca não devia ser facil digeri-lo. Talvez ele falasse as coisas certas, soh q algumas vezes na epoca errada. Se ele tivesse falado o q falou p você depois de 2 ciclos olimpicos frustrados poderia funcionar. Qto ao talento, aparecem uns loucos fazendo algumas diferentes q mudam tudo. Como mensurar isso ?
    Boas historias s duvida ! Ab

    • Lelo Menezes
      25 de agosto de 2012

      O cara não era nenhum pic-nic Vreco, mas entendia muito de natação. Dismistificou muito tabu que existia para nos, nadadores brasileiro. Um deles foi o polimento! Outro dia escrevo sobre isso!
      Abs

  4. Ruy
    23 de agosto de 2012

    Bom texto. O Dezor tinha um estilo considerado “perfeito” pelo Maglischo?
    Agora, pelo que entendi, o Maglischo explorava muito mais o possível talento do que o estilo em sí. Ele nunca tentou inovar em técnicas de nado? Veja que a grande revolução de uns anos para cá foi justamente a mudança na forma de nadar os estilos.

    • Luiz Renato
      24 de agosto de 2012

      Muito bacana o texto Lelo, principalmente de vc compartilhar essa experiência. Só acho que o Maglischo era muito simplista em suas ponderações em praticamente limitar a alta performace aos privilegiados geneticamente, tendo como base pesquisas estereótipas, existem diversos fatores além do talento que influenciam e muito na performace. É claro que um campeão olímpico tem que ser muito talentoso, e temos uns que são verdadeiros extraterrestres (ultrapassam o talento normal humano) Phelps, Lotche, Thorpe, Yang Sun e por aí vai. Mas também penso que o tipo de treinamento adequado a individualidade do nadador também é essencial. E nadadores (por seram normalmente inseguros) tem que serem bem orientados, eu mesmo apesar de ter treinado com alguns tops nacionais da época, sinceramente apenas uns 2 campeonatos me senti realmente bem na competição . Erro de polimento, pode ser, falta de dedicação, não acredito, porque sempre treinei forte, inclusive na frente dos tops do time. Hoje vejo que treinei a maior parte da minha vida de forma errada, até por falta de inteligência aquática na época, mas tb ninguem veio me falar, principlamente o técnico, pega mais leve, ta muito forte essa série. Era motivante se testar nos treinos e chegar na frente da galera, mas realmente isso não contribuía em nada com o lado da fisiologia do treinamento. Quantos nadadores extremamente talentosos de técnica e genética vemos que não chegam no Olimpo e outros os famosos carroceiros, de tanto insistirem, com o treino certo chegam lá. Novamente os USA, nós dão um aula a respeito, porque o nadador top pode escolher o programa de acordo com a sua individualidade, e tem muitas opções, exemplos Auburn (velocistas puros) Michigan (fundo e medley na minha época). Esses diversos fatores que tornam o esporte tão bacana e imprevisível, e o tal de acertar o polimento (acho que isso da um tema bacana para um texto no Epichurus) ainda é um mistério até hoje, sendo que já pregou ínumeras peças em todos os tipos de nadadores, inclusive monstros, como Popov, Phelps, Thorpe, Kitajima.

      • Lelo Menezes
        25 de agosto de 2012

        E aí Rena, a quanto tempo hein! Precisa aparecer pra um happy hour um dia desses! Bom, vamos lá! Acho que sem duvida nenhuma treinávamos muito errado! No Brasil não existia o conceito de “dosar” o treinamento. Era incentivado treinar com 110% de intensidade o tempo todo. A principal mudança que eu vi ao treinar nos EUA foi exatamente essa. Mudança essa que tive dificuldades em me adaptar! Quanto ao treinamento especifico, você tem toda razão! É necessário e hoje em dia é muito praticado, embora na nossa época ainda fosse raro, mas o Maglischo já utilizava essa técnica. O treinamento era especifico e dividido em 6 grupos (velocista, fundista, borboleta, costas, peito e medley).
        Só não acho que o Maglischo era simplista não. Ele entendia que o talento era fundamental (concordo 100%), mas acreditava que o treinamento dentro e fora d’água era essencial pra que cada um chegasse ao limite de seu próprio talento. Posso ter passado a impressão de que ele só ligava pra aqueles com enorme talento…não era verdade! Quanto aos famosos “carroceiros” que chegaram lá, honestamente eu não conheço nenhum (pelo menos na natação). Pra mim é humanamente impossível um PEBA, por mais que treine e se dedique, chegar a uma medalha ou final olímpica!
        Abraços!

    • Lelo Menezes
      25 de agosto de 2012

      Valeu Ruy. Sim, o Maglischo considerava o estilo do Dezor perfeito. Quanto a exploração do estilo, o foco era esse sim. Até porque o talento não da pra aumentar, só pra lapidar e aí entrava a tentativa de corrigir o estilo. O cuidado era tanto que nos filmava a cada dois meses com os tais eletrodos e a recomendação as vezes era alterar o angulo da braçada em um ou dois graus. Quanto a inovar o estilo, de fato não havia essa preocupação. Acho que ele tinha na cabeça o que seria o estilo “perfeito” e tentava fazer com que seus atletas buscassem essa perfeição, mas nunca o vi tentando inovar nesse quesito.

  5. miyahara
    24 de agosto de 2012

    Luis Renato, do Minas? Rena?

    • Luiz Renato
      24 de agosto de 2012

      O próprio. A quanto tempo em Miyahara? Precisamos nos encontramos para por as cervas em dia, haja cerva em meu brother.

      • rbonotti
        27 de agosto de 2012

        Fala Rena!
        Quando vier visitar sua tia na Vila Madalena avisa q tomamos uma!
        Abç!

      • miyahara
        27 de agosto de 2012

        haaaaaja… como o Bonotti disse, se vier pra sampa, fala com a gente, meu e-mail é alexandre.miyahara@gmail.com, manda seus contatos ai….

  6. Djan Madruga
    25 de agosto de 2012

    Gostei muito do texto , me remeteu de volta a década de 80 na época da minha universidade nos EUA em Indiana com o doc Counsilman que foi uma geracão antes do Magischo, principalmente quando falou do Spitz e do Aranha que foram meus ídolos junto com O Zé Fiolo recordista mundial de peito em 68. Sobre detecções curiosas de talento dessa época cabe mencionar o que faziam os soviéticos que buscavam talentos esportivos para velocidade, meio fundo e fundo através de dermatoglifia ou seja vendo as impressões digitais dos atletas e medindo os vórtices das linhas dos dedos que segundo eles revelavam a quantidade de fibras brancas ou vermelhas de cada um, surreal não?

    • Lelo Menezes
      25 de agosto de 2012

      Obrigado Djan! Interessante essa da dermotoglifia! Eu não conhecia essa técnica! O Maglischo tinha uma adoração enorme pelo doc Cousilman e o mencionava com muita freqüência nas suas palestras pra gente!
      Abraços!

      • djan
        30 de agosto de 2012

        Lelo
        Busquei na wikpedia :Dermatoglifia (do grego antigo derma = “pele”, glyphos = “símbolos”) é o estudo científico das impressões digitais. O termo foi introduzido pelo Dr. Harold Cummins, o pai da análise de impressões digitais.:
        O método dermatoglífico permite obter informações a respeito do potencial genético do indivíduo através de análise de impressões digitais (ID). É utilizado na teoria e na prática da orientação dos esportes modernos e da metodologia do treinamento visando resultados de altíssimo nível. A análise das impressões digitais pode revelar uma série de patologias congênitas e defeitos do desenvolvimento, por exemplo, a sindrome de Down.
        Saiu uma materia muito interessante sobr a sua aplicacao aqui no Brasil veja no YOUTUBE Dermatoglifia – Jornal Nacional 21/02/2010
        Reproduzo parte da materia a seguir:
        Abs, Djan Madruga

        Dermatoglifia – Jornal Nacional 21/02/2010
        Tecnologia que lê impressão digital revela talento para esportes
        A dermatoglifia não é novidade, mas a técnica brasileira desenvolvida por um doutor em Educação Física é quatro vezes mais precisa e dez vezes mais rápida do que a tradicional.
        Os movimentos simples estimulam dezenas de músculos e também a imaginação.
        Eu quero ser jogador de bola, conta o menino de 7 anos.
        Para um técnico de qualquer esporte é um desafio: identificar grandes talentos e aproveitar ao máximo o potencial que eles têm. Mas qual o ponto forte do futuro atleta? Técnica, força, resistência, coordenação motora? A resposta está na ponta do dedo.
        O doutor em Educação Física Rudy Nodari Júnior desenvolveu um sistema informatizado de leitura das impressões digitais na Universidade do Oeste de Santa Catarina. Foram quatro anos de pesquisa, o equipamento – inédito no mundo, capta e analisa as imagens a partir de um método científico conhecido como dermatoglifia.
        A dermatoglifia é um método que estuda a marca genética e impressão digital como sendo uma expressão das potencialidades genéticas que o indivíduo tem, tanto para o esporte quanto para a promoção da saúde, explica Nodari Júnior.
        A dermatoglifia não é novidade, mas a técnica brasileira sim: quatro vezes mais precisa e dez vezes mais rápida do que a tradicional, que usa lupa e papel.
        Pelo número de linhas e pelo desenho das digitais, em menos de três minutos, o teste aponta: Eduardo, de apenas 7 anos, tem grande potencial para desenvolver força e coordenação motora, seu ponto fraco é a resistência. Apesar da paixão pelo futebol, ele poderia ter mais futuro em outros esportes:
        Ginástica olímpica, salto ornamental que são esportes que não exigem muita resistência, mas que exigem alta coordenação motora e um traço forte de força, avisa o doutor em Educação Física.
        Para quem não é atleta, um teste deste é interessante porque é possível descobrir qual o tipo de exercício físico ideal para o corpo.
        As digitais mostram que a repórter Kíria Meurer tem facilidade para trabalhar a resistência.
        Caminhar, pedalar, correr e nadar são trabalhos que vão gerar mais resposta ao exercício. Você vai sentir mais prazer em fazer o exercício, ensina Nodari Júnior.
        Mesmo quem já escolheu o esporte, como a judoca Luciana Mazetto, também ganha com o teste.
        O que me surpreendeu é a capacidade de resistência, tenho altos níveis de resistência e coordenação. Nós vamos elaborar um programa de treinamento ainda mais pesado, avisa o técnico Ysao Yamaguti.
        Vamos ver se eu vou agüentar, brinca a judoca.
        Se o corpo responde bem, a gente logo vê os resultados, e o segredo do sucesso está nas nossas mãos.
        Category: Science & Technology
        License: Standard YouTube License

  7. Fernando Magalhães
    26 de agosto de 2012

    Eu também não tinha ouvido falar dessa análise que os Russos faziam – bacana o comentário do Djan.

    Meu técnico 1983 a 1990, Leonardo Del Vescovo sempre foi estudioso e obstinado em aplicar a ciência ao desenvolvimento dos atletas do Curitibano. Em 87 realizamos testes de lactato pela primeira vez, aplicados por um médico argentino que havia participado de estudos com os alemães que estavam na vanguarda da fisiologia aplicada a natação.
    O assunto me fascinava e eu procurava estudar, discutir para saber os porquês, para “treinar certo”, deixando de lado o conceito de treinar 110% a todo o tempo.
    Não me recordo ao certo em que momento o nome do Maglischo começou a aparecer nas conversas do dia a dia, mas era referência importantíssima.
    Fiquei, portanto, surpreso e entusiasmado quando soube que meus amigos, Ramalho e Michelena, treinariam com ele. Entretanto, os relatos sobre a dificuldade de relacionamento, especialmente do Castor, foram muito contundentes.

    • Lelo Menezes
      2 de setembro de 2012

      Muito interessante Djan! Nunca tinha ouvido falar dessa dermatoglifia! Impressionante como esta avançada essa área de “suporte” ao atleta! Obrigado pela explicação! Vou ficar de olho!
      Abraços

  8. Coach Alex Pussieldi
    2 de setembro de 2012

    Lelo,

    Conversei com o Maglischo há uma semana. Vive no Arizona, ainda escreve, pesquisa, mas somente para se divertir. No ano que se aposentou perdeu a esposa, vítima de um derrame cerebral fulminante. Ainda tentou dar treino numa universidade de segunda divisão em Michigan, mas foi só uma temporada, não aguentou o frio.

    Está em grande forma, se cuida, e ainda mantém o bom e sarcástico humor. Diz que tem grandes lembranças dos brazucas.

    Maglischo, é o primeiro (talvez único) treinador de sucesso nos Estados Unidos com base científica.

    • Lelo Menezes
      2 de setembro de 2012

      Sensacional Coach! Muito bom ter notícias do Maglischo e saber que esta bem e continua escrevendo e pesquisando. Fico feliz dele ter grandes lembranças dos brazucas. Uma pena a noticia sobre a Cheryl. Era muito simpática e se não me engano era muito respeitada no campo da biomecanica! Enfim, é a vida! Muito obrigado pelas notícias!

      Grande abraço!

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Publicado em 22 de agosto de 2012 por em Natação.
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