Histórias do Troféu Julio de Lamare de dezembro de 1984
“Lembro que a adversidade da água opaco-leitosa me fortaleceu, pois ouvi todos os atletas se lamentando. Sabia que os tempos seriam muito ruins e eu só pensava em ganhar o ouro, já que o favorito Rebollal havia sido desclassificado nas eliminatórias. O grande adversário seria José Luiz Vianna” – relembra Renato Ramalho sobre os momentos que antecederam o terceiro dia de finais.
Cheguei em Juiz de Fora para nadar meu 6º campeonato brasileiro com a certeza de que voltaria a nadar finais – tinha 3 em meu currículo, duas em 1980 e uma em 1982 – e pensando em pódio – onde nunca havia chegado em um brasileiro, após um ano de dedicação obstinada, muitas experiências novas e grande evolução.
As outras esperanças do Clube Curitibano recaiam sobre Gustavo Pinto, Andrea Maranhão e Felipe Malburg que haviam sido finalistas no Julio de Lamare anterior e Rodrigo Mira, que recentemente havia quebrado o recorde estadual dos 100m peito.
Tínhamos estreantes como Luiz Alfredo Mäder e Carlos Candeloro e a volta da participação das equipes de revezamento.
Como já contei em Raspar ou não raspar? Eis a questão – ficamos hospedados no Colégio Grambery e foi a primeira vez que me raspei para competir.
O CONTEXTO NACIONAL
Depois de vários anos em que o Troféu Julio de Lamare foi disputado no mês janeiro, neste ano os dirigentes optaram em antecipar para dezembro. A evolução dos resultados de janeiro de 1983 no Vasco, para janeiro de 1984 no Parque Aquático Julio de Lamare havia sido impressionante. E pelo fato de não termos tido virada de ano entre a última edição no Rio e a competição de Juiz de Fora, ninguém havia mudado de categoria e o torneio colocava os mesmos adversários frente a frente.
A expectativa era alta por muitos recordes e pelo predomínio dos figurões do nosso esporte: André Pereira, Glauco Casimiro, Patrícia Amorim e Christiane Pereira no juvenil A. Luiz Osório, Julio Rebollal, Eva Bueno e Fernanda Feitosa no juvenil B.
O CENÁRIO, AS CONSEQUÊNCIAS
Encontramos uma piscina de águas turvas e rasa. Arrisco afirmar que campo máximo de visão era de 1,5m dentro da água. Todos sentiram. Uns mais, outros menos. O maior impacto negativo foi nas provas de crawl. As provas de peito e borboleta tiveram menos impacto pela respiração frontal e acima do nível da água e nas provas de costas houve pouca interferência.
Além disso, choveu muito e o nível técnico do campeonato foi muito inferior ao da edição anterior, em que havia acontecido um festival de recordes. Ainda assim, 6 novas marcas individuais foram quebradas.
QUATRO OUROS, TRÊS RECORDES, MELHOR ÍNDICE TÉCNICO
Eduardo De Poli do Clube do Golfinho deu um show. Venceu os 200m e 400m livres, 100m e 200m borboleta, quebrou recorde nas últimas três e só não saiu invicto da competição porque na última prova, a Flecha do Esporte Clube Pinheiros – alcunha posteriormente atribuída pelo dirigente carioca Rogério Carneiro, quando assumia a locução em alguns torneios, a Carlos Alberto de Souza Barros – o Fralda – venceu os 100m livre com 56s39 contra 56s42 do Edu.
Detalhe intrigante é que o Edu nadava sem óculos e todos ficaram abismados com a performance dele naquelas condições. Com os resultados do Troféu Brasil e do Campeonato Sulamericano em que melhorou mais 7s o tempo dos 400m em 90 dias, ficou provado que ele também fora afetado pelas condições da piscina, já que já estava preparado para nadar muito melhor.
UMA, DUAS, TRES VEZES VLADI
Entre os juvenis B, embora o único recorde tenha sido de José Luiz Vianna nos 100m peito e o melhor índice técnico tenha ficado com Luiz Osório Anchieta Neto nos 400m livre, a grande sensação foi Vladimir Ribeiro, do Minas Tênis Clube.
Vladi utilizou a saída de agarre com um pé na frente e outro atrás – desenvolvida pelo então recordista mundial dos 100m livre – Rowdy Gaines, mas que quase não era utilizada na época e disparou para ganhar o ouro nos 100m costas, crawl e borboleta.
Fato inusitado na prova de 100m livre, a medalha de prata para Marcelo Borges – atleta de Pólo Aquático que eu nunca havia visto competir, não lembro de ter visto depois, se não me engano era chamado de “Coxinha” e vibrou de forma incontida com a impensada classificação.
UM FESTIVAL DE TRAPALHADAS
Posso classificar assim minha participação nesta competição.
A primeira prova foi os 200m livre, aquela em que eu depositava maiores esperanças junto com os 100m. A falta das referências visuais gerou insegurança, não consegui aplicar minha técnica de nado, dosei mal a prova, fiz 2m06s piorando em mais de 2 segundos meu tempo e não passei das eliminatórias. Meu principal rival da época, Fábio Storelli, novamente chegou as finais.
No mesmo dia, 4x100m livre tínhamos boas chances de avançar para a parte da tarde. Abri, nadei bem os primeiros 50m e a virada foi a pior da minha carreira – lancei as pernas e a borda não estava lá, remei com uma ou duas vezes com os braços em direção oposta, fiz um leve contato com a parede e saí em Vo para buscar nova aceleração. Meu tempo era 57s08, fiz 59s60. Uma vergonha.
Nas outras individuais, tempos ruins. Nenhuma final.
E no revezamento 4x100m medley, em que abri em costas. Pulei na água após a autorização do árbitro – junto com todos dei aquela soltadinha tradicional da bandeirinha até a borda que anos depois foi proibida – segurei no bloco, apoiei os pés na borda e fiquei relaxado – e juro: não ouvi o comando de “as suas marcas”. Não acreditei quando ouvi o tiro, saí atrasado e nem é preciso repetir no que deu.
Em nossa equipe de 4x100m livre estava o Beto Lopes e no 4x100m medley, Luiz Roberto, o Zaveri, ambos haviam ido para Juiz de Fora apenas para nadar as provas de revezamento. Minha sensação foi de grande constrangimento em relação a eles e aos demais colegas por não ter feito minha parte.
ESTRANHO NO NINHO
Ao longo do ano, Gustavo Pinto teve sua supremacia ameaçada nas provas de peito no Paraná. Felipe Michelena, do Golfinho, evoluía rapidamente. Chegou muito perto no 1º semestre e venceu as provas no campeonato estadual.
Na disputa do bronze em nosso estado, sempre estava outra disputa CC x CG entre Luiz Alfredo Mader e Chico Grocoske – com melhor estatística para o segundo.
Em Juiz de Fora, Felipe deu um salto de qualidade. Ficou em 5º nos 100m e ganhou seu primeiro título nacional nos 200m peito.
E para minha grande surpresa – LAM melhorou muito, venceu o Chico e o Gustavão, e chegou em 7º nos 100m e 6º nos 200m. Ninguém no Curitibano esperava por isso.
E ele era um tipo diferente na competição, não pelos óculos bolha, sunga ou touca que estavam no padrão do que se usava na época, mas na forma de se portar. Diante do frio inesperado apareceu com um colete que combinava mais com a escola do que com a competição e já de touca e óculos, deve ter sentido calor enquanto o árbitro demorava para liberar a prova, pois foi em direção a piscina, apoiou as mãos no bloco e na borda e inclinou o tronco enfiando a cabeça inteira dentro da água. E os amigos na arquibancada se perguntando: “o que é que esse cara está fazendo?”.
CURITIBANO NO PÓDIO: OS METAIS DE RAMALHO E MALBURG
Voltando a prova dos 400m medley, o nado de peito tinha aquela regra em que a cabeça do atleta não podia afundar abaixo do nível da água. Nas eliminatórias, Julio Rebollal, o craque que não tinha rivais naquela disputa, nadava tão tranquilo que descuidou nesse critério. A avaliação era muito subjetiva, mas a torcida pressionou e o árbitro desclassificou. A prova estava aberta.
Renato Ramalho chegara a Juiz de Fora sem nenhuma final em campeonatos brasileiros em seu currículo, mas figurou entre os finalistas nas provas de costas dos dois primeiros dias de competição.
“Lembro que a adversidade da água opaco-leitosa me fortaleceu, pois ouvi todos os atletas se lamentando. Sabia que os tempos seriam muito ruins e eu só pensava em ganhar o ouro, já que o favorito Rebollal havia sido desclassificado nas eliminatórias. O grande adversário seria José Luiz Vianna” e ele ganhou!
Em 6 campeonatos brasileiros que nadei, foi a primeira vez que um colega de equipe subiu ao pódio e logo no degrau mais alto. Renato tornou-se o primeiro atleta do Clube Curitibano a ganhar a medalha de ouro no Troféu Julio de Lamare. Foi sensacional!
E no dia seguinte, na prova de 200m medley, Rebollal ganhou com facilidade, mas tivemos duas medalhas na mesma prova: Felipe Malburg com a prata e Ramalho com o bronze. Leonardo del Vescovo fazia um grande trabalho em nosso clube.
ASCENSÃO DO PARANÁ
O Clube do Golfinho vinha de bons resultados, algumas medalhas e nenhum ouro na edição anterior. Em Juiz de Fora teve uma evolução impressionante. Fora os três ouros do Edu e a vitória do Felipe Michelena, Luiz Fernando Graczyk venceu Luiz Osório nos 1500m e Betina Kleiner os 200m peito. Flávio Gomel, Fabiano Costa, Cristiane Sprengel e alguns revezamentos ainda ganharam medalhas. E o Golfinho chegou numa ótima 5ª colocação na pontuação geral.
200m borboleta Juvenil B – Luis Osório Anchieta Neto, Flavio Gomel e Marcelo Cruz, o Peixe.
Lembro de estar caminhando perto da cantina e ver o técnico Reinaldo Souza Dias dando uma entrevista para o jornalista do Jornal Aquática e afirmando que ele poderia esperar que na edição seguinte, que seria disputada em Curitiba, eles seriam vice-campeões.
E ainda, da ACEL de Londrina, Rogério Romero chegou a sua primeira final e beliscou a prata nos 200m costas e Elizabeth Fukuda ficou com a medalha de bronze nos 200m peito.
“FAR IS THE PLACE THAT DOES NOT EXIST” Seoul 88
A frase imortalizada pelo escritor Richard Bach em seu livro Fernão Capelo Gaivota estava impressa em lindas camisetas da equipe do Fluminense. Admirei aqueles atletas que ousaram mostrar ao Brasil seu sonho de ir a próxima Olimpíada, que aconteceria num longínquo ano de 1988 na Coréia. Quatro anos na perspectiva de um jovem de 15 anos de idade era muita coisa.
Eu não tinha competência nem para chegar a final de um campeonato brasileiro de categoria. Não me permitia nem sonhar com isso.
OUTRA CAMISETA FAMOSA
Alguns atletas da fortíssima equipe da Gama Filho, campeã da edição anterior e que apareceu desfalcada neste torneio, usavam uma camiseta com o seguinte texto: “Ministro Gama Filho, foi bom enquanto durou. O último que sair apaga a luz”. A equipe não acabou, mas no ano seguinte houve várias dissidências e a Gama Filho não voltou mais a disputar o título de campeonatos brasileiros por equipes.
NO BALANÇO FINAL, O PACTO COM LAM
Cheguei inconsolável ao final da competição e antes do horário da saída do ônibus de volta para Curitiba, fui comer um X-salada com o contentíssimo amigo LAM. Foi nossa última competição como juvenis A, em alguns dias iniciaríamos os três anos na nova categoria.
Fizemos um balanço do ano, dos resultados e firmamos um pacto:
O que aconteceu, caro leitor, você saberá nos próximos posts.
CONFIRA OS RESULTADOS DAS FINAIS DE TODAS AS PROVAS DA COMPETIÇÃO
Fonte: Jornal Aquática do acervo de Renato Cordani
E você nadou o brasileiro de Juiz de Fora? Como foi sua experiência com a água leitosa?
Tem a medalha com o Sr. Caputo na frente? Mande uma foto para eu incluir a imagem no post.
Sentiu em sua carreira emoções semelhantes com as que transmiti nesse post?
Deixe seu comentário abaixo, o Epichurus existe para contar histórias e trocarmos experiências.
Forte abraço,
Fernando Magalhães
Boa Esmaga! Não nadei esse pois sou mais novo, mas lembro das histórias de “nadar na limonada” dos caras da Luso. Muito legal ver que mesmo um craque como você teve seus momentos de dúvida e desmotivação … Acho que isso o diferencia ainda mais. Bacana ver um flash da amizade antiga com o companheiro LAM. Epichurus é sobre isso também!
Legal Munhoz!
Epichurus é predominantemente sobre isso.
LAM é um amigão do peito e essa passagem é muito marcante na história dessa amizade.
Obrigado pelo “craque”.
Forte abraço.
Grande Esmaga….dessa vez sua prodigiosa memória falhou…. nadei muito, muito mal esse JD, não só individualmente como “entreguei” o 4×100 medley pro Pinheiros, já que o Fralda passou por cima de mim “tipo Alemanha”….
Realmente um JD muito ruim…
Abração
Chupeta, meu amigo,
Duro pegar um rival na ponta dos cascos.
O cara ganhou até do Edu… vc precisava de uma vantagem a mais para segurar essa.
Quanto ao lapso de memória, afirmei no texto que vc chegou a final, como de fato esteve lá nos 200m livre – o resultado comprova – mesmo não tendo repetido os resultados de janeiro daquele ano e muito menos alcançado o que havia se proposto em um ano de dedicação.
Valeu o comentário. Abração.
Cara, realmente não lembrava dessa final…meu objetivo era os 400 e ali nem final peguei.
Acho que isso mais a “afundada” que dei nos 4×100 medley foi o que ficou…
Abração
Meu primeiro Julio de Lamare, o índice acabou ficando muito fácil e tinha muuuuuita gente. A prova de 200 peito por exemplo, que o índice para o Juv A era (acreditem) 2:54 tinha 10 séries. Eu nadei na décima série e acabei não pegando final por menos de 2 décimos, fiquei em 11 com 2:43.68. O primeiro reserva foi o Marcos Rogério Mendes e o segundo reserva foi o Hermeto. Apesar da decepção fiquei contente de ver a minha evolução, em 1983 eu estava no segundo ano de infantil B e era o 79 colocado, aí em 1984 no primeiro ano de juv A eu já era o 11, o pavimento para o quinto lugar de 1985 estava sendo construído.
Mais algumas lembranças da competição:
1) os 100 costas Juv A. Glaucão era favoritaço, mas usou a técnica nova de cair na água “pilhado” e ficou pulando e fazendo exercícios. Por alguma razão a prova demorou para começar e talvez isso tenha cansado o Glauco. Por outro lado, o Edílson e o Henrique não estavam para brincadeira, e o Edílson acabou ganhando seu primeiro título brasileiro (de vários) por dois centésimos, Glauco em segundo e Henrique terceiro.
2) o Helio Celidônio estava como extra, observação pela CBN, por isso não apareceu nos resultados. Não sei os 100 borbola, mas nos 200 eu lembro que ele fez melhor que o tempo do campeão.
3) o Willian tinha saído do ECP no meio do ano e formou uma equipe que nadou pelo Vasco RJ, com o Mario e Adriana Silva, Rogério Bruckman, Coxinha e cia. Essa turma foi o embrião do Paulistano que a partir de 1985 fez história pelo CAP. E o Grangeiro, ainda pela Recra, entrando na final dos 400L para ganhar com recorde no ano seguinte (já no CAP com o Willian).
4) tinha um fliperama do lado do nosso hotel e a ficha era barata, tipo se fosse hoje em dia seria algo como R$ 0,50. A gente passou todo o tempo livre lá dentro!
5) a torcida do Golfinho estava sensacional. Deu vontade de SER do Golfinho naquela competição, ainda mais que o Felipe Michelena ganhou a minha prova. Lembro da torcida gritando “Pi-pinho… Pi-pinho”.
6) por último, o fato mais relevante. O Pancho tinha dito já havia alguns anos que quando um atleta seu fosse campeão brasileiro ele rasparia a barba. A Endyra ganhou os 100 Livre e 100 Costas no Infantil A uma semana antes em Vitória, mas solicitou ao Pancho que não raspasse a dita cuja, pedido prontamente aceito. Aí a Adriana Ruggeri ganhou os 200 Peito no juvenil e não poupou o técnico: Pancho raspou a barba e fizemos a maior bagunça no hotel (uma das únicas horas que não estávamos no fliperama).
Grande abraço Esmaga, belo post, belas lembranças. Se eu lembrar de algo mais relevante eu volto.
Enriqueceu demais o meu texto, meu amigo.
Depois do show de janeiro, foi uma surpresa muito grande ver o Glauco perder em Juiz de Fora.
Conheci Henrique lá nesse brasileiro, tratávamos como “Americano” – o Banana veio depois, pelo menos para mim.
Não lembrava do Celidônio em observação, mas de fato, ele vinha de um “bi” em 200m borbo e era o favorito. E o Vaccari e sua incrível raça, onde será que estavam?
Lembro da turma do Vasco e aquele grito de guerra que ouvimos até hoje – “cazaca, cazaca…. cazaca, zaca, zaca, zaca…” – Bruckman ganhou com maestria os 200m, se não me engano dobrando o 1m05s. E Mário e Adriana em grande forma como os resultados comprovam.
A torcida do Golfinho era mesmo animada e mais gente teve vontade de ser Golfinho, tanto que no ano seguinte vários atletas de fora foram treinar lá.
E essa do Pancho foi a melhor: fez bem a bela Ruggeri.
Esse Brasileiro foi cruel para mim. Eu era o raia 4 da décima série dos 200 Peito Juvenil A (com 14 anos recém completos você provavelmente acha que isso é alguma coisa), e depois de uma eliminatória razoável e uma boa final terminei em segundo… Como você mencionou, de fato o Felipe ganhou a prova!
Nos 100 Peito fiquei em quarto lugar 3 centésimos atrás do segundo colocado: foram 2 centésimos atrás do Paulo Costa, meu colega de treinos no Flamengo, que por sua vez ficou 1 centésimo atrás do Vicente. Apesar de não ser a minha prova principal, perder o pódio por tão pouco foi chato.
Em que pesem os resultados (eu realmente já devia desconfiar seriamente que eu era muito peba…) só tenho boas lembranças. Tinha gente demais na competição em função de várias provas com índices extremamente fáceis e a molecada tocou o maior rebu!
Abraços a todos e obrigado ao Esmaga por trazer lembranças de 30 anos atrás!
Valeu Veirano.
Quarto a 3 centésimos do 2o é muito doído.
Mas uma prata em meio a um universo de garotos querendo chegar ao pódio, vamos combinar que é um feito notável.
Abraços.
Veirano, o pior contigo foi o que aconteceu depois. Presente na primeira lista do Sulamericano (eu tenho essa lista na Aquática), o sr foi cortado depois na lista final por causa do limite de atletas, foi isso mesmo?
Grande abraço
Nesta pré-lista estava Felipe Malburg e Renato Ramalho estava de fora.
Após o Troféu Brasil, essa realidade se inverteu.
Renato, realmente depois teve esta história da lista para o Sulamericano. Fomos nadar o TB em Campinas no inicio de 1985 e eu estava no páreo. Não lembro os tempos que fiz, mas sim de outros fatos marcantes já mencionados no blog – a criação da UNN por vários dos meus ídolos, nadar na mesma competição que eles… Enfim, foi um grande barato.
Eu tinha ficado em segundo no ranking dos 200 Peito e estava no bolo dos 100, mas de fato a chance de ir para a seleção era muito pequena. O que doeu mesmo foi ter ficado treinando pesado mais algumas semanas com o grupo reduzido de atletas da lista enquanto todos os meus amigos estavam curtindo as férias. Tenho a impressão de ter treinado até fevereiro para ser cortado por critérios muito justos – era obviamente melhor levar o primeiro do ranking em cada prova de Peito!
Abraços.
Mas se contasse o carioca você era o primeiro do Ranking nos 200 peito, correto? Ou o Felipe superou os seus 2:34 no TB?
Opa, Veirano fez 2m34s no Carioca antes de JF?
Que tempaço.
Sei que o Felipe fez absurdos 2m30s95 no sulamericano e até levou o índice técnico mas não sei quanto fez em Campinas.
Vocês dois sabem de coisas que nem as nossas respectivas mães lembram…
O 2.34 no Carioca eu me recordo porque foi durante um curto espaço de tempo recorde estadual (feito único na minha carreira peba, portanto deste eu lembro!). Infelizmente acho que não tinha ninguém para “pré-anunciar” no Rio. Depois o Márcio Santos, que era mais novo, pulverizou esse e vários outros recordes. Quem sabe não é uma boa história para o Epichurus a saga dos excelentes resultados dele?
Nesta época (83/84) tinha uma rivalidade saudável nos campeonatos cariocas com o Carlos Seda da Gama Filho – legal que ele apareceu aqui no blog dando comentários. Mais um atleta da prova mais nobre da natação mundial, como diria o Renato!
Quanto aos tempos no TB ou quem liderava o ranking dos 200 Peito no juvenil A, confesso que não sei. Mas a prova de que os critérios foram justos nesta convocação (entre tantas outras questionáveis naquele tempo) foi que o Felipe foi o índice técnico no Sulamericano. Isso sim foi um feito notável.
Abraços,
Valeu Veirano.
Mês que vem o Seda vem para Curitiba passear. Vai aproveitar para nadar o Estadual de Masters no Curitibano pela Academia Gustavo Borges (sou sócio do Ramalho, Malburg, Gustavo Pinto e do GB na academia aqui em Curitiba).
Você está convidado para também vir no futuro.
Abraços.
Grande Smaga!
Meu HD tá dando pau!!! Tudo esta se apagando e tenho poucas fotos dos campeonatos, mas graças a vcs queridos irmãos surge algumas recordações. Lembro da leitosa piscina que nadamos, e do clima nada convidativo.
Meus 3 ouros nas provas mais velozes foi realmente um feito (penso que foi inédito na natação brasileira ou estou enganando? Me responde ai vcs). Mesmo assim achei que não conseguiria uma vaga para o Sul-Americano em Rosário.
Já salvei os resultados e vou compartilhar.
Muito obrigado Smaga! Vida que segue.
Vladi, meu amigo!
Queria colocar sua foto no pódio neste post, pena vc não ter a foto.
Também penso que seu feito seja inédito nessa faixa etária, já que no Infantil A, houve um ano em que o Márcio Santos ganhou não somente as 3 que vc ganhou, mas os 100m peito também.
Ele era bem mais novo, mas tinha um monte de gente querendo ganhar dele por lá.
Outra coisa: vc continuou juvenil B em 85 e não foi convocado para o sulamericano?
É isso mesmo?
Lembro que o “processo seletivo” continuou no Troféu Brasil, mas eu não fui a Campinas.
O que rolou por lá?
Smaga. Fui sim convocado e desta eu tenho fotos. Nadei as 3 provas com ouro no livre e prata no costa e borboleta e neste último nado só vendo os pés nos últimos 50 mts de um sujeito do Suriname.
Excelente!
E que honra nadar lado a lado com o Nesty.
Concordo com as palavras do Vlad. Estes relatos me auxiliam a lembrar alguns detalhes. Por uma grande coincidência do destino, uma Regional dos nossos Jogos de Minas deste ano foi em Juiz de Fora e o Sport era uma das sedes. Claro que passei por lá para tentar lembrar das competições que participei, talvez a mais épica a do post.
A arquibancada me pareceu pequena (alguém citou que estava lotado por causa dos fracos índices), mas os corredores continuam sombrios e confusos, como recordava.
Não sei como enviar fotos, mas tenha estas atuais para matar a saudade.
Abraço a todos.
Interessante como as experiências marcam de maneiras diferentes as pessoas. Embora tivesse lembrança de uma arquibancada de bom porte,não tenho qualquer lembrança dos corredores.
Legal você ter voltado lá.
Se puder mandar as fotos no inbox do Facebook, eu coloco no post e dou os créditos.
Nossa, que recordação maravilhosa isso sem falar na surpesa da minha foto no jornal! Kkkkk!!!
Realmente Juiz de Fora, foi uma competição diferente com muitas variações.
O resultado dos 100m costas, veio para compensar dois anos intensos de treino e um ouro que deveria ter vindo um ano antes, nos 100m costas infantil B no Rio. Onde com o tempo de 1:07.39 (tempo este, que era quase 1 segundo abaixo do recorde brasileiro do Glauco Casimiro, tempo feito no campeonato paraense infantil) cheguei balizado com o primeiro tempo, mas nas eliminatorias, por um mistérios que permanece até hoje, eu não larguei, ao ouvir a saída fiquei preso no bloco, vi todos sairem, e depois sai como um louco. Não entrei na final por 0.10s.
Em janeiro, no Julio de Lamare no rio, terminei em terceiro com o tempo de 1:05 e meio, cheguei na frente dos campeão e vice campeão intantil B de um mês atraz.
Ao saber que a competição passaria de janeiro de 1985, para dezembro de 84. Eu disse a meu tecnico e meus pais, que em dezembro, o Glauco, imbatível no Costas, iraia ver somente a espuma de minha pernada. Eu treinei o ano todo como um louco, não enrolava nem os solto do fim de treino. Resultado, no paraense de classes em novembro, escorreguei na saída e fiz 1:04. No dia seguinte, eu nadaria 200m borboleta, mas antes da prova, o Ferreira veio no meu ouvido e disse “Preto, não vas nadadar os 200, vas abrir o reveza 4×100 medley e vou pedir tentativa de recode, mas n fala nada para ninguém!”, pois bem, fiz 1:02 abaixo do brasileiro do Glauco e sul-americano do Pradinho! Mas no balisamento do brasileiro o Ferreira mandou 1:04, pois n queria que ninguém soubesse, só o Rogério Carneiro sabia, pois era muito amigo do presidente da FPN.
Na eliminatoria dos 100m, baixou o frio, nadei SUPER MAL, fiz 1:05 e era o quarto tempo e ainda faltavam quarto series. Lembro que senti ao lado de minha mãe e chorei muito, pois mais uma vez, chegava ali para ganhar e não entraria na final. Ela me disse para não me preocupar, que eu iria entrar, e entrei com o mesmo quarto tempo. Na final, não lembro se demorou, mas lembro dos gesto do Glauco quando anunciaram seu nome, mas ai, cada um faz o que quer e tem vontade, isso não me abateu. Quando deu a largada, dei minhas golfinhas que sairam perfeitas, pois treinei muito no aquecimento. Ao virar, lembro que eu estava bem na frente, e pensei comigo mesmo “esta eu não perco por nada!”, pois quase perco pela chegada. Um dos problemas de JF era a bandeira com a distancia fora do padrão, ao invés das 4 braçadas, eram 5. Então joguei o corpo para tocar na borba na quarta braçada e fuiiiiiiiii deslizando, algo que pareceu uma eternidade. Quando olhei para o lado, vi o Glauco e o Henrique (dois gigantes!) comemorando. Pensei, perdi a prova… Sai da piscina e fui sentar com meus pais, logo atras da equipe do curitibano, com seus agasalhos branco e detalhes verdes. Quanto começaram a dar os resultados, anunciaram o Henrique como terceiro, fiquei mais animado, pois seria o segundo. Mas logo anunciaram o Glauco como segundo, e neste momento, como se eu fosse membro da equipe do Curitibano, toda a equipe do curitibano saltou e comemorou junto com eu, meu pai, minha mãe e o Ferreira. Fui MARAVILHOSO!!!!! Me senti parte de vocês e não do Remo, onde os colegas de clube, que treinavam com outro treinador, acho que nem se quer me deram parabéns!
Desta competição levo para vida duas memorias, uma, minha primeira vitória em Brasileiro e segundo, a maravilha do esporte onde um monte de desconhecidos podem juntos comemorar a vitória de alguém que não conhecem. O esporte é show e isso é que vale todo o sacrifício!
Parabéns mais uma vezes pelas lembrassas e por manter a história do nosso esporte vivas!
SENSACIONAL EDILSON!
Muito obrigado por esse longo relato. Incrível sua evolução nesse ano e a força mental de ver a performance do Glauco em janeiro, quase 3s melhor que a sua, e ter convicção que iria batê-lo num prazo tão curto. Me lembrou o Xuxa colocando na cabeça que podia ganhar do Gustavo.
Não lembrava das bandeirinhas fora de padrão, nem da comemoração pelo seu ouro, mas sempre gostei de interagir e não me surpreendo com a revelação. Legal termos feito parte de um momento tão especial para você e sua família.
Ganhar o ouro já é muito difícil, agora, dentre os campeões ter a foto escolhida para ilustrar a reportagem da Aquática é um bônus e tanto, não é?
Abraço forte e siga comentando por aqui.
Já eu dei sorte com a sua virada no revezamento! A equipe do Paineiras ia ficar fora da final, mas com alguns erros nas viradas acabamos classificando com o oitavo tempo para a final dos 4×100 livre.
O revezamento 4×100 Livre do CPM era o Charlão, o Luís Cláudio Toledo, o Rodrigo de Camargo Barros e o Arara.
Agora, realmente uma pena nessa competição o sr. ser tão PEBA em fliperama!
No fliperama eu fui imbatível nessa competição. Ganhei várias partidas extras na Zarza.
Zarza?
Renatão, parabéns!!! Que memória!!! Lembrar da formação do revezamento do CPM….. Lembro-me de poucas coisas, como: chegar com expectativa de resultados fortes e nadar extremamente mal este JD, estava na turma que sofreu demais com a piscina, boa desculpa alias, para os resultados pífius. Tenho certeza que fui um dos que fez a virada 2 metros antes da borda no 4×100 livre, quase afundando de vez o sonho da final, acho que inédita do CPM, no JD. E o Carlão dando um show no Zarza, porém vale lembrar que ele era tecnológicamente infinitamente superior à nós mortais, sendo possuidor de todos os consoles e games mais modernos da época, acho até que tinha canal de fornecimento direto com um desconhecido Steve Jobs.
Abs à todos, e grandes memórias!!!
Uma semana depois, Toledo faria 2:19 de medley no Paulista do Ibirapuera, ganhando melhor índice técnico e fazendo um tempo que lhe daria a prata no JD…
Também tivemos estadual absoluto em Londrina na semana seguinte.
O Golfinho não foi.
Foi um alívio para mim porque, apesar de não ter melhorado nenhum tempo, voltei a nadar em 57s e 2m04s, minhas melhores marcas.
Já o LAM, que já havia melhorado em JF, baixou para 2m40s em Londrina.
Entre esses erros de virada está a minha. Nossa equipe tinha antes da competição, dois caras pra 57s e acho que dois para 1m00s.
Que beleza! Parabéns pelo resgate desses momentos incríveis. Boas recordações.
Vou completar com algumas informações.
Em 1984 havia mudado de clube, acompanhando meu treinador Ricardo Moura. Como era a minha terceira transferência em 5 anos (AABB-Tijuca; Tijuca-Fluminense; Fluminense-Vasco), mas nunca no mesmo ano civil, fiquei 1 ano nadando em observação pela CBN. Nadei após a final das provas em que me classificaria, sozinho, buscando vaga na seleção que disputaria o sul-americano juvenil.
Lembro que no exato momento em que fui nadar os 200 Borboleta começou um temporal com ventos muito fortes, e eu sozinho para nadar. O juiz optou por prosseguir com a prova mesmo assim. Pouco antes da virada dos 100mts havia apenas o juiz da minha raia na borda e diversos guarda-sóis dentro da piscina, essa imagem nunca esqueci. Salvo engano fiz 2’09, tempo com o qual venceria a prova, mas cerca de 2 segundos pior que o 2’07 do ano anterior. Nos 100 B, se não me engano, meu resultado foi 1 centésimo pior que o do Vladimir. Além desses resultados, acho que ficaria em 4º ou 5º nos 100L, o que provavelmente me colocaria no revezamento do sul-americano.
O lado cruel disso tudo é que mesmo com esses resultados não fui convocado para o sul-americano. Critérios …
Estágio por transferência de clube, critérios escusos nas convocações, falta de transparência … problemas sérios daquela época, mas que com a criação da UNN (União Nacional dos Nadadores) conseguimos superar. Fomos uma geração que iniciou o processo de mudança da natação tupiniquim, fruto da mobilização iniciada por nossos ídolos à época, Djan e Jorge Fernandes.
Fala Celidônio!
Obrigado pelo parabéns e pelas informações.
Absurda essa não convocação, e que bom que nossa geração deixou esse legado da luta por critérios mais justos.
Curiosamente, num estadual paranaense também enfrentei um temporal no meio de um 200B em que disputava com o Moita. Nos 100m deu para ver os guarda-sóis e que não havia nem mais cronometrista. Pararam a prova nos 130m e tivemos que voltar a nadar cerca de meia hora depois.
Detalhe que eu tinha passado o dia com desarranjo e só no chazinho com bolacha. Imagine.
Abraços para toda a família e parabéns pelos resultados da filha.
Excelente a história e a memória. Em 1984 eu nadava meu ultimo Maurício Becken em Vitória e me lembro bem da Endira, que ganhou tudo. Eu era muito PEBA e só fui pra Vitória porque a Recreativa de Ribeirão Preto, onde eu nadava, disse que meu 1’24 no 100m Peito havia sido feito em piscina longa, quando na verdade eu havia feito na piscina curta. O Coxinha eu conheci em 1985, já no Paulistano. Era uma figura e jogava polo mas treinava natação todo dia embora bem no estilo ultra velocista. Treinos curtos e só um período. Aliás, o Coxinha me ajudou bastante em 1985 quando, forçado pelos meus pais, fui inscrito na Cultura Inglesa que ficava a um quarteirão da casa do Coxinha. Eu e o Grangeiro matávamos a aula de inglês e íamos tirar um cochilo na casa do Coxinha, até que 6 meses depois meus pais “desistiram” de bancar o inglês e aí eu passei a dormir em casa mesmo.
Valeu Lelo.
O Brasil queria saber mais sobre a misteriosa performance de Coxinha.
Evidentemente não havia “caído do céu”.
Muito boa historia, muito legal ler a respeito de 1984, um ano que mudou minha vida pois inspirado pelas olimpiadas de Los Angeles e a fantastica vitoria de Steve Lundquist nos 100 peito comecei a nadar no Palestra de Sao Jose de Rio Preto. Grande ano.
Legal saber das suas motivações, Oscar.
Aquela pronto do Steve foi realmente antológica.
Até eu pensei em arriscar no nado de peito mas resolvi deixar a insana iniciativa de lado.
Esmaga, mais uma pergunta. Seguindo a sequência histórica, você era fundista + costas. A partir do estadual e da derrota para o “magricela” Romero, você abandonou o costas, mas quando foi que você passou para o meio fundo e velocidade (100 e 200) deixando para trás os 400 e 1500?
Caro amigo,
no ano seguinte comecei a melhorar muito mais em 100m do que em 400m e verdadeira aptidão começou a ficar evidente.
Só tem medalhista mandando comentários aqui, mas sou obrigado a esclarecer que meu Speedo Bolha estava embaçado pela demora da largada, como o Smaga havia me ensinado a colocar o óculos ANTES da touca não dava pra dar uma lambida, foi melhor dar uma molhada na piscina.
Era meu primeiro brasileiro, minha primeira final, por isso o nervosismo, quanto ao colete de tricô feito pela minha mãe, acho que estava bastante adequado para manter o aquecimento naquela garoa fria.
Boa LAM,
tudo devidamente esclarecido e argumentos já conhecidos por mim, evidente que na hora que não sabíamos o motivo, tudo pareceu muito estranho.
Abração.
NADEI DOIS JULIO DE LAMARE, MAS O NIVEL DA COMPETIÇÃO NA EPOCA ESTAVA ALTO SÓ FUI PRA FINAL DUAS VEZES. O PRADINHO ESTAVA NO TOPO JUNTO COM MARCELO JUCÁ, JÁ NO FINKEL AS COISAS ERAM MAIS TRANQUILAS. MAIS PEQUEI FERAS COMO JORGINHO FERNANDES E ROGER MADRUGA E LUIZ SOBRINHO….MAS A HISTORIA FOI MUITO BOA ….
Opa, João Flavio disputou com os grandes ídolos da minha adolescência. Um privilégio.
Abraço, João.
Esse foi um ano realmente marcante para mim. Ano de mudanças…
No início de 84 obtive excelentes resultados no JD e TB. Depois disso a equipe do Fluminense foi desfeita com a demissão do Ricardo Moura e a ida da maioria dos atletas para o Vasco.
Resolvi permanecer no Flu, que ficava só a 05 minutos à pé da minha casa, pois era ano de vestibular. Precisava estudar muito para passar em odontologia para uma faculdade pública, uma vez que minha família não tinha condições de pagar uma faculdade particular. Ou seja, os treinos ficaram em segundo plano.
Assim, a equipe juvenil B do Flu era formada por mim, Cicero Torteli, Jean Shinzato e André Cunha, inclusive esse foi o reveza 4 estilos que nadou no JD de Juiz de Fora, nessa ordem mesmo (o Shinzato que nadava peito foi nadar borboleta).
Não lembro dos meus resultados nessa competição (a foto dos resultados me parece com pouca resolução) , mas lembro da desclassificação nos 400 medley. O poder da culpa é algo realmente fantástico!! Após a prova, o juiz que me desclassificou me procurou para dar-me uma explicação (???) e disse que eu havia afundado a cabeça 08 vezes. Na hora perguntei ao tão zeloso árbitro: ” Você só olhou para mim, e os outros 07 que estavam nadando, esqueceu-se deles?”. Sem resposta para dar e como eu estava acompanhado de outros dois atletas, ele ficou muito sem graça e saiu de fininho (coincidentemente, essa foi a única desclassificação em toda a minha carreira). Portanto Maga, eu não dei bobeira, afirmo categoricamente que deram “bobeira” por mim.
Assim, no primeiro dia do TB de 85 (Campinas) recebi, na borda da piscina, a notícia que havia sido aprovado em odontologia na UERJ, em primeiro lugar. Missão cumprida! Pude então, transferir-me para o Vasco.
Registro também o grande apoio que recebi durante o transcurso do primeiro semestre da faculdade, do Hélio Celidônio e de sua mãe, Ângela. Para que eu não tivesse que carregar para a faculdade, todos os dias (das 08:00 até 17:00), a mochila com os equipamentos de treino, o Hélio e sua mão levavam a mochila para casa, colocavam tudo para secar e traziam no dia seguinte. Sei que já agradeci pessoalmente aos dois, mas agora agradeço publicamente!
Parabéns Maga por mais essa “joia”!! Obrigado à todos por juntarem as peças de mais essa parte de nossa história aquática!!
Forte abraço para todos!!
Oi Julio, a imagem tem boa definição (ao menos é legível). Em um celular touch screen você pode aumentar a imagem com os dedos mesmo, mas o melhor é usar uma das duas opções em um computador: 1) você clica na imagem normalmente, e no canto inferior direito da tela aparece a opção “Visualizar imagem em tamanho original”, aí você clica e ela abre grande em uma outra janela do Browser ou 2) você clica com a direita e salva no HD, depois visualiza em um sfw qualquer.
Grande abraço e vamos continuar acompanhando a “saga” do Esmaga, estou ansioso por 1985!
Obrigado pelas orientações Cordani, mas eu já havia tentado todas essas opções, inclusive em plataformas diferentes (Mac, PC, IPhone e Android). Alguma coisa deve estar “dando pau”por aqui!
Deve ser problema de umidade: chega “umidade”que é preciso usar óculos!!
Não lembro especificamente das provas e resultados, mas sei que não foram bons por falta de treino mesmo!! Tenho ainda a impressão que não nadei as eliminatórias do primeiro dia. Lembro que, em um campeonato em Juiz de Fora, cheguei com as malas direto da rodoviária, no final da manhã do primeiro dia, porque tinha que fazer uma prova simulada do vestibular. Só não lembro se foi nesse campeonato.
Lembro também que a arbitragem foi muito polêmica…
De qualquer forma, é mais um post sensacional!!
Julinho,
o texto da Aquática fala sobre a arbitragem polêmica.
Cita mudanças de critério durante a competição e outras “caneteadas” injustas.
Que bom que mudaram a regra do nado de peito e eliminaram essas subjetividades que geraram injustiças.
Sobre o Fluminense, na época eu não me conformava que aquele timaço de revezamento houvesse se desfeito, só hoje compreendo os motivos.
Bacana seu registro de reconhecimento a família Celidônio – está na rede, para sempre.
Abraços
Julinho,
o Felipe Malburg também comentou que não tinha conseguido ver os resultados.
Eu tinha dois endereços de email seus cadastrados no meu box.
Enviei as imagens por lá.
Talvez faça alguma diferença para conseguir ampliar.
Obrigado pelos parabéns.
Abraços
Reviver certos acontecimentos fazem bem para o coração e para a alma!!!!
Oi Tia, pode ter certeza que no meu caso, essa é a mais pura verdade.
Eu estava lá! No momento talvez mais turvo na minha história com a Gama Filho! Excelente post.
Alô Seda. Os resultados comprovam… vc realmente estava lá! 4o nos 200m peito com 2.40.02. Só a água estava turva?
Foi uma epoca nefasta pros atletas da Gama! Qdo o ministro morreu, os filhos mais se preocuparam em dividir a herança do que manter o projeto pedagógico inovador que o pai levou a vida se dedicando a desensolver e aplicar! Passávamos o dia na UGF! Depois do treino da manhã íamos ao colégio onde tínhamos 100% de bolsa. A tarde voltávamos pra dobra que não tinha hora pra terminar. Vale alimentação, ajuda de custo, musculação, psicóloga, uniformes e todos os custos das viagens faziam parte do hall de vantagens que perfaziam o projeto do ministro. Depois da sua passagem tudo isso era supérfluo para os herdeiros! A debandada foi progressiva mas rápida! A maioria optou pela oferta do Vasco da Gama! E sabe o que é mais triste Fernando Cunha Magalhães? Tanto a piscina da UGF quanto a do Vasco estão abandonadas!! ! Rio Cidade Olímpica! !!! Pois sim!
Seda, eu sabia da debandada mas não sabia das circunstâncias. Espetáculo o trabalho do Ministro. Que nó cegos esses herdeiros. E que lástima as piscinas abandonadas. Pois sim!
Realmente triste o fim das equipes do Flu e Gama Filho!!
Só para registrar: a camiseta que você citou no texto foi criação do Cicero Torteli.
Para esclarecer: o Vasco não tinha armários para os atletas, daí a necessidade de ajuda.
Forte abraço.
Cicero sempre criativo.
Mirou no alvo e chegou lá com você: sensacional!
Pena que ele não passa por aqui para participar dos comentários.
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