Não sei se foi o sol poente tardio e dramático desta tarde de domingo ou o novo grupo de ex-nadadores da Luso no Whatsapp, mas me peguei sentindo muita saudade da minha época de nadador do interior.
Quando fomos para Bauru, no verão de 1982, o sol que eu via caír atrás do Jardim Estoril (na época ainda bem despovoado) ajudava um pouco por duas razões… primeiro porque tendo morado apenas em cidades grandes, ver o pôr do sol sem muitas obstruções arquitetônicas e com tonalidades de vermelho diferentes, era invariavelmente bacana. Depois, porque, o fim do dia significava que aquele calor opressivo iria se amenizar um pouco. Recém chegados do Rio de Janeiro, eu e meu irmão não esperávamos encontrar aquele clima árido na “Cidade Sem Limites” – da qual nunca havíamos ouvido falar antes da transferência do meu pai – que aparentemente tinha tido as opções do escritório regional da VW em Salvador ou Bauru, escolhendo o último, pela família.
Apesar de nascidos em São Paulo, não estranhamos muito os apelidos de “Carioca” e “Carioquinha” que eu e meu irmão logo ganhamos. Tinha sido mais ou menos a mesma coisa na Taquara, no Rio, onde éramos o “Paulixxxta” e o “Paulixxxtinha”. Os apelidos pegaram rápido e acho que ajudaram um pouco na integração com os novos colegas, primeiro na escola e depois na Luso (Associação Luso Brasileira de Bauru) – da qual nos tornamos sócios e onde re-começamos a nadar. Eu nem esperava muito daquele início, pois tinha voltado ao “aperfeiçoamento” na turma das 2 da tarde, depois de já ter começado a competir no Mirim da Gama Filho… mas, em retrospecto, acho que aquele começo foi ótimo para a aclimatação ao novo ambiente. Em alguns meses, eu passei do aperfeiçoamento para a “Turma das 5”, com o famigerado Sidão – Sidney Aparecido da Silva – e passei a treinar de verdade. Se tivesse tentado ir direto para aquela turma, teria me dado mal, pois os treinos da elite bauruense davam medo, mesmo nos mais experientes nadadores. Lembrando disso hoje, recordei até das náuseas que eu sentia nas segundas feiras antes de ir pro treino… Dia da ocasional “tarefa” dos 10×400 Livre dd 6′, por vários anos. Desintoxicação, era como o começo da semana era chamado.
O treinos do Sidão tinham séries principais, longas e duras, que eram conhecidas como “tarefas” – nem sei se esse era o nome oficial ou um apelido que os nadadores mais velhos davam para o desafio du jour… Tinha gente que não aguentava a tortura daquelas surpresas diárias e parava logo. Mas os que aguentavam, pareciam tomar gosto pela coisa – como foi meu caso. A briga contra a água, o relógio e nossas próprias limitações, acabavam por unir a equipe e fortalecer as amizades. E daí saem as boas lembranças e a saudade. Com isso em mente, acabei selecionando cinco coisas que ainda hoje me dão saudades de minha vida em Bauru e outras três coisas que … bom, digamos que ajudaram a construir caráter.
Algumas das melhores lembranças:
1) Poder ir andando ao clube. Aliás, poder ir andando ou de bicicleta a qualquer lugar na cidade. Certamente, uma grande vantagem das crianças crescendo nas cidades menores nos anos 80.
2) Polimento certo. Não conheci nenhuma sensação (não sexual) tão boa quanto aquela caída na água logo antes da competição, quando você descobre que o treino e o período de polimento deram certo. Tem que ter sido nadador para entender.
3) As reuniões de integração coordenadas pelo Sidão, antes das competições principais: A equipe se reunia em uma roda e falávamos coisas boas dos nossos colegas de equipe. Geralmente descobríamos coisas sobre nós mesmos e nossa importancia para o time, que nem mesmo sabíamos e aquilo nos fortalecia. Talvez ainda o faça.
4) Durante o verão, chegar mais cedo no treino para fazer bagunça, treinar e ficar até mais tarde no clube com os amigos – para o desespero da minha mãe, que começava a me procurar por toda parte. Pensando bem, eu tinha um pouco de vergonha dessa parte, mas acho que a lembrança saudosa vem de saber que meus filhos infelizmente não experimentarão esse tipo de liberdade que eu tive nos anos 80, nem que moremos em Bauru ou em cidade similar.
5) Viagens com a equipe. Lembro especialmente das viagens mais frequentes para Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Santos e Mocóca. Ficávamos nos ginásios dos clubes, alojamentos, escolas ou na casa de atletas. Não tinha essa de hoteis chiques, não comíamos em bons restaurantes e conforto era algo que geralmente passava longe. Mas entrar na fila do orelhão para ligar para casa (a cobrar) e em 45 segundos dizer que estava tudo ótimo (e era verdade) e voltar para a zona do alojamento era impagável!
Alguns “construtores de caráter” que vem a mente são:
1) A piscina gelada do inverno, devido ao sistema de aquecimento a lenha, que raramente funcionava por mais que uns dois- três dias seguidos. Acho que hoje em dia, com minha taxa de gordura, combinada com o aquecimento global e decorrente falta de frio no inverno talvez nem seja um grande problema… mas o meu eu magrelo (ver fotos), sofria no inverno de Bauru.
2) Viagens de Kombi: Adoro Kombis hoje em dia. Contudo, sempre odiei viajar nesses pães de forma com rodas. Barulhentas, desconfortáveis e inseguras… Lembro de uma viagem em particular, que foi de Bauru a São Paulo a Mocóca e de volta a Bauru. Com direito a correias quebradas, postos sem comida e ilusões amorosas. Uma punição da qual não sei como escapei com sanidade.
3) Corridas: Quem me conhece sabe que eu não gosto de correr. Mas durante os começos de temporada e especialmente no inverno, não tinha escolha. O Sidão fazia todo mundo correr como parte do aquecimento… de 5Km a 12Km, dependendo do humor dele. Corríamos até o Aeroporto (a mais básica), até as rampas do Trevo das Nações, até o condomínio Samambaia e até o Bosque da cidade… As vezes ele até ia junto! Pessoalmente achava aquilo uma temeridade pro meu joelho de peitista e ainda ficava muito bravo de ver o Joãozinho chegar uns 15 min na minha frente… meu negócio já era ser Peba na água.
Todo ex-nadador de meia idade deve ter umas memórias similares. Fico apenas curioso para saber se as memórias dos meus colegas seriam muito diferentes das minhas… quem sabe alguém não comenta algo? Minhas saudades teriam sido bem diferentes e talvez menos ricas, caso meu pai não tivesse escolhido levar os Modena Munhoz para Bauru. Será que eu teria tanta saudades assim de Salvador? Nunca saberemos. Mas é certo que a natação da Luso, depois que a sede social da cidade se foi – demolida para dar lugar a um novo empreendimento imobiliário – dificilmente vai gerar lembranças tão boas em alguém.
Odiava os 10×400 Rodrigo, principalmente pq vc nunca roubava, nem 50 metros…kkkkkkk e no inverno era muito frio, hj o sidão seria preso por tortura…kkkkkk. Esse reencontro dos nadadores do Sidão, é muito bacana, nos faz compreender o pq a maioria dos ex nadadores são bem realizados em suas vidas pessoais e profissionais, essa época moldou o nosso caráter e nos faz saudosos de um período delicioso das nossas vidas.
Grande CK!
Bo te ver por aqui. Eu aprendi a fazer os 10×400 bem e admito que a série me dava um certo prazer… depois de completada. Mas era uma tortura saber que iria rolar a série realmente…só era pior quando os 10×400 vinham de “surpresa”! Foi uma época boa mesmo. favor avisar quando vai rolar outro churras, ok? Abratz!
O Rodrigo, mesmo se denominando Peba, tinha sacadas diferentes, que pra mim diferencia um pouco o cara que lida com o “sucesso” e se sai bem (lembrando que em Bauru ele era “o cara”, junto com o Fabrício Oliveira Pedro).
Numa destas reuniões de integração uma psicóloga perguntou a cada um de nós quem da turma seria importante pessoalmente e por que. Todos citavam uma a três pessoas que tinham mais amizade e explicavam sua resposta.
Na vez do Rodrigo ele foi apontando e falando o nome de todos os presentes, um a um , e depois dizendo que cada um tinha marcado aquele ano para ele de alguma forma.
Para um outro nadador, escutar aquilo, ser escolhido pelo “cara” da equipe, com certeza trouxe muita satisfação. Acho que o Rodrigo fez com muita sinceridade, mas que foi uma saída ótima pra não magoar ninguém e uma tática excelente de motivação, isto foi.
Abraços Rodrigão!!!
Obrigado pelas palavras bondosas, Fred! Eu realmente adorava todas pessoas naquela equipe e esses momentos eram muito especiais para mim. Uma coisa que era muito legal na equipe da Luso também era a Republica da nataçao (a Rep), em suas várias versoes – das quais vc fez parte de o que? Umas 3 ou 4? Ali se faziam os churrascos mais de surpresa e velozes de que tenho noticia e sempre era muito caótico e divertido. Acho que foi nessa época das festas na Rep que eu tive a certeza que queria estudar fora 🙂 Um grande abraço, meu caro amigo!
Rodrigo (para nós Bauruenses, Carioca), ótimas lembranças com o seu post. Como companheiro de equipe, concordo que os treinos eram bem dificeis e, até teve uma época que gostava dos 10×400, 3×1500; mas 10×200 borboleta, não dava….. O mais importante de tudo isso foi a “Família Cidão” que se formou até hoje.
Caro Pop,
teve uma época que eu nadei tanto borba que eu preferia os 10×200 borba que os 10×400 liv fácil fácil…Vc se ligou que faz 32 anos que vc se formou na escolinha da Luso … he he he… isso porque vc era considerado um dos novinhos da turma!
Abratz!
Sem dúvida Rodrigo foram anos maravilhosos e inesquecíveis! Bom relembrar esses momentos! Podemos dizer que esta equipe fez história. E hoje vejo que aqueles treinos de madrugada, ao meio dia e as 17 hs não foram em vão. Adquirimos disciplina, perseverança, força de vontade……………lutar por um objetivo……e o mais importante é saber que todos vocês fizeram e fazem até hoje parte da minha vida!!
Abraços Rodrigo! Parabéns pelo texto
Grande Roger! Lembra daquele Brasileiro que fomos só eu e vc da Luso, com o Baixo de técnico? Ficamos no Hotel Pamplona Palace ou algo assim! E passamos um p… frio no Ibirapuera! he he he O pior é que foi muito legal! Bom te ver virtualmente por aqui ! Valeu!
Carioca…realmente sao boas lembrancas tenho muitas…..somando as suas …e as viagens de trem para os campeonatos regionais. Aqueles bandejoes. A agua quase congelante das piscinas do interior…o mijao e cavinha nadando 1500….fora a farra q era. Grande abraco.
Fala Dalciro! Boa lembrança! Ir de trem para as cidades dos regionais e jogos abertos era muito legal. Pensando bem, era mais uma experiencia única mesmo que o esporte pode nos proporcionar. O que nem sempre era muito sensacionais eram os trotes nos calouros. A calourada torcia pro Cesao Maneta e o Marcelo Morato estarem de bom humor, lembra? E o Mijao e o Cavinha – a nossa dupla de fundistas – que sofriam ainda mais que a média merecem uma nota especial de respeito e profunda admiraçao! Espero que estejam bem! Abraços!
Rodrigo, parabéns! Esse texto reflete bem a trajetória de cada um…ter participado dessa equipe, apesar do rigor, foi muito gratificante. Hoje podemos observar o bem que tudo isso fez a cada um de nós. Vale a pena para toda vida: buscar “goals”, estabelecer metas e obviamente conquistá-las. Não é preciso ser o primeiro, mas sim participar e ser o melhor que você pode ser. Obrigado a todos por terem participado desses momentos. Espero que tenhamos muitos outros momentos juntos no futuro. abraços.
Fala aí Digao!
Acho que o rigor vinha náo só do estilo do Sidáo, mas também da nossa vontade de melhorar. O lance das metas a cada dia provavelmente nos deu uma base para os dias atuais e as memórias – apesar de nem serem táo claras como a de alguns colegas do Epichurus, ficam para o longo prazo, assim como as amizades. Concordo com vc totalmente que náo é preciso ganhar tudo, mas é muito importante fazer parte da brincadeira e procurar dar o seu melhor, enquanto se diverte.
Abraços!
Até eu fiquei com saudade….
Que bom, Adriana! Era essa a idéia.
As viagens para encontrar a super turma de Santos eram ansiosamente esperadas! 🙂
Beijos!
Nadei no Luso um par de vezes, uma lá pelo meio da década de 80 e outro em 1989, fiquei em casa de atleta mas não lembro de quem (talvez na casa do Zé Guilherme). Depois tive contato com os Ferratone (que foram para o CPM) e com o Munhoz quando este foi para o CPM em 1990 e sobretudo a partir dessa viagem.
Sobre os construtores de caráter: quando eu nadava, acreditava piamente nisso. Depois, adulto, fiquei em dúvida se a natação moldava o caráter determinado ou se os já determinados é que acabavam procurando a natação.
Hoje, como pai, volto a acreditar piamente nos treinos como construtores de caráter.
Abratzo, bauruíba!
Caro Renato,
A casa dos Real Dias acomodava sempre vários atletas e foi local de várias festas da turma também. O debate sobre o treino auxiliar na formaçáo do caráter é válida e recorrente no phutada, mas estou na mesma vibe que vc… minha aposta é que o esporte ajuda a galerinha a se firmar na vida. E talvez os amigos que vem com o esporte ajudem ainda mais no caminho. Abrtz de volta!
Nossa, até deu saudades. Passei muito frio com o Sidão, mas minha turma é do final de 70.
Voce deve ser um pouco mais velho, mas valeu pela visita, Rogério! Volte sempre!
Boa Munhoz! Eu tenho uma saudade da época da natação de um “modo geral”, sobretudo das competições e tudo relacionado a elas, como as viagens, polimento, etc. Dos treinos, tenho saudades daquela sensação de terminar o treino de madrugada, com o sol aparecendo e o dia inteiro pela frente. E sempre detestei água fria e até hoje evito piscinas geladas e também sou daqueles que acreditam que o esporte ajuda a construir o caráter.
Já das séries terriveis, me lembro de 10x400m Medley no Paulistano, assim como o tiro de 8.000m, mas só uma série me arrancou lágrimas de dor: 15x300yd peito com intervalo curto feito na piscina de jardas com o Maglischo. Dos 8 nadadores de peito que começaram a série, só 3 terminaram. Foi terrível.
Valeu, Lelo! Temos algumas diferenças mesmo… Eu não sinto tanta saudades das competições, mas sim do ambiente de competição… e também não gostava tanto das madrugadas, apesar de concordar com a boa sensação de ver o sol raiar da piscina…
Nas séries, vc deu dois exemplos bem interessantes… tiro de 8K e 15×300 jds de peito não são pra qquer maluco…Espero que vc tenha sido um dos que terminou a série, ON?!
Abrtz!
Rodrigo, Excelente texto, parabéns. Esta época foi fantástica, muitas histórias, muitas aventuras e principalmente a criação de amizades que são para sempre. Tenho várias histórias na memória, mais algumas são de colegas e não quero compromete-los …rsrsrsrs Agora eu de volta a Bauru depois de 14 anos fora está sendo muito legal reencontrar alguns amigos do passado. Abraços a todos.
Valeu, meu caro Piffer! Espero que vc e sua família se divirtam muito neste retorno a Bauru e que continuem a tradição da natação de alguma maneira! Vai mantendo a gente informado, hein?! Abraços!
Exatamente essas as lembranças!!! Claro que elas nos trazem cada dia mais detalhes!! Muita diversão e aprendizado!! Saudade de tudo e de todos!!!
OI Paulinha! Partilhamos de muitos aprendizados e momentos divertidos mesmo… Os irmão Ferratone sempre foram para mim um elo entre Sáo Paulo e Bauru e pelo comentário do Cordani aí em cima, não sou o único.
Legal te ver por aqui! Beijos!
Fiquei emocionada com o texto e depois der o comentário de cada um, gente com quem dividi a vida por tanto tempo naquela piscina da Luso, viagens, experiência, todas duras do Sidão. Não tenho dúvidas de que, mesmos distantes, estamos todos ligados para sempre e que aquele período de turma das 5 moldou o meu caráter. Apesar da tortura, sou grata a cada uma das broncas do Sidão e a companhia de vocês!!! E destaco ainda a presença do Cesão e do Baixinho que foram igualmente importantes como técnicos. Lindo, Rodrigo, lindo texto mesmo.
Oi Giedre,
Que bom que você gostou! Eu também fiquei feliz com tantos comentários dos amigos de Bauru. A turma das 5 era um grupo muito coeso e que ficou junto num período importante das nossas formações como gente… Acho que foi isso que nos ligou. O Sidão teve um papel super importante, assim como o Cesar e o Baixinho, mas todos nós tivemos também uma influencia naquele grupo. Sempre sentiremos saudades e isso é bom! beijos!
Munhoz, o seu texto me levou há um período muito legal e com comentários de algumas pessoas de que nunca esqueci. Apesar de eu ter parado cedo foi muito importante ter feito parte desta equipe por alguns (poucos) anos…segundona nostálgica…valeu!!!
Boa Pedrazzi! Sabe uma coisa que eu lembrei outro dia? Corrida de autorama na sua casa. Quanto a ter parado cedo, isso não importa, ate porque hoje em dia vc permanece super envolvido com natação! Abraços!
putz…as corridas de autorama eram um sucesso…reuniam várias pessoas e várias pistas…bem lembrado…abs!!!
Meu amigo Carioca, agora pai de trigêmeos !!! Parabéns pelo post. Quem viveu esta época lembra de tudo isso. Com relação às “tarefas”, talvez você não lembre por ser mais novo, mas o Sidão nos fazia ter um caderninho em que anotávamos todos os dias os tempos da série feita. Ai quem não anotasse…
Boa, Zé! Eu não tinha tanta disciplina para anotar todos treinos, mas certamente anotei alguns. Na minha época lembro do Sidão manter anotações detalhadas de cada um em cada treino. Chegamos a revisar isso em algumas temporadas, antes de polimentos, para escolher estratégias, etc. Ele estudava muito,e descobri (meio tardiamente) que curtia feedback também. Tudo deve ter começado na época desses caderninhos que ele os forçava a escrever… Lembrei de outra coisa: Quando a gente esquecia o palmar, primeiro tomava bronca e depois não podia treinar! Desconfio que tinha gente que “esquecia” de propósito em certos dias… Vamos ver se alguém confessa… abratz!
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Também tenho memórias parecidas, mesmo tendo morado sempre em São Paulo. As corridas para treinar na piscina longa do SPFC, já que o Paineiras não tinha ainda piscina olímpica, viagens a SJRP, restaurantes baratos, séries difíceis, caldeiras quebradas, etc, etc. Me lembro também do Sidão, e apesar de ele nunca ter sido meu técnico tenho ótimas recordações dele de Jebs. Me deixou ótima impressão aqueles poucos dias treinando com ele no Baby Barione, pré viagem, e em Brasília. E no feminino, o nome era Marcilene Sanches, seguido por Carla Pupo. Do Fabricio lembro muito bem, mas o Rodrigo era pirralho! Só lembro depois que virou amigo do meu irmão.
Oi Marina! Não sabia que rolava treino no SPFC – devia ser sensacional, hein?! Na Luso sempre admiramos o pessoal do Paineiras, talvez pela afinidade entre o Sidão e o Pancho, sei lá. Mas a sua turma (i,e. do Fabricio, Marcilene, Carla, Anchieta, Chico, Mayra, etc) era realmente mais de “adultos”, dos quais era preciso manter uma certa distancia – ou assim achavam os “pirralhos” :-).
Por sinal, eu vi uma foto da sua equipe no JEBs outro dia no FB. Deve ter sido alguns 4 anos antes do JEBs que eu fui em Vitoria – uma das melhores competições da minha vida, por sinal. Realmente a teoria das memórias similares está se confirmando. Beijos!
Nossa Rodrigo….lendo seu post deu saudades daquele tempo….das idas de vcs para Santos….da bagunça….dos treinos junto do João com o Sidão, depois de um competição…nossa, era pavoroso !!! Esses dias encontrei a Renata Leão….por sinal, moramos próximas….saudades…..!!!!!
Oi Juliana! Realmente quando juntava o Sidão com o João de Santos o bicho pegava pra gente. Mas o que eu lembro mesmo das idas a Santos era de sair em baladinhas MUITO melhores dos que a que tínhamos acesso em Bauru… Faz tempo que eu não vejo a Re Leão, assim como você! SJC porém nem é tão longe. Avisem quando estiverem com a família por SP, ok? bjo
tempos que não serão esquecidos, com certeza nos fizeram melhores… Abs
Agora 10×400 de verdade, era de borbo progressivo do um ao dez dia 25/12 só pra desintoxicar da Festa…
Grande Roberto Andreghetto! Sabe que perdi o medo de nadar 200 borbo no treino olhando voce nadar, meu caro ?! Agora 10×400 Borbo Progr era uma série mítica para a minha geraçao… eu mesmo nao cheguei a fazer (minha pior foi 15×200 Borbo progr, acho), mas a ameaça de ela ocorrer novamente num deslize disciplinar pairava sobre nós… provavelmente alimentada pelas historias que vc, Fabricio, Marcelo, Vilao e Mutt contavam de treinos ainda mais duros do Sidao… Bons tempos, eh? Grande abraço e apareça!
Muito bom; com certeza muito em comum na fase que eu treinei no interior, viajando de kombi ou de busao do palestra desde sao jose do rio preto, tudo parecia muito longe, 7 horas para sampa, 10 ate santos e o recorde em um paulista do interior a sao jose dos campos 15 horas com direito a quebra frio de beira da estrada e muita bagunca da equipe. O que realmente e a melhor parte ja que eramos e ainda somos muito mais unidos no interior que na epoca do pinheiros. Os alojamentos eram bem legais, dormiamos pouco geralmente em baixo de alguma arquibancada de ginasio, com muito pernilongo, e um colchaozinho da finura de um lençol. Em rio preto o aquecedor tambem era a lenha e a piscina ou estava um gelo, ou a agua que saia literalmente deixava queimaduras de 1 grau. No interior foi realmente muito mais divertido que meus dias na “capital”.
Como pior serie 4x1500Jardas um cada estilo, ainda tive que voltar e comecar de novo depois do meu tecnico americano me pegar dando uma bracada de livre durante o borbo. Outra infernal tambem nos eua 32×50 peito a cada 1:30 mais tinhamos que fazer o tempo determinado pelo carrasco e se nao fizessemos tinhamos que repetir ao final fazendo o tempo determinado, se nao fizesse repetia de novo mais tirava o descanso aberto. Acabava saindo no minimo uns 40 e vi gente fazendo mais de 60. 16×25 submerso com nadadeiras acada 30 se alguem da equipe respirasse comecava tudo de novo. Quanto mais escrevo mais lembro das series construtoras de carater. Passei 3 semanas fazendo 20×100 peito na longa a cada 1:40, 4 vezes por semana, acho que esta serie destruiu meu joelho e minha carreira, pois depois desta preparacao para o meu ultimo NCAA, realmente acabou com minha vontade de nadar.
Um grande abraco
Boas lembranças de Rio Preto, meu caro Oscar! Varios bons amigos de lá, com quem náo falo faz tempo… Será que o Hawilla, irmas Bergamini, Vidal e outros leem os posts do Epichurus? Espero que sim.
Quanto aos teus treinos, brutal esse negocio de 20×100 pto 4 Xs por semana… e nao sabia que vc tinha ficado com o joelho ruim tambem… mas também… phoda! Essa era a parte ruim do esporte (e acho que é capaz de ter piorado, infelizmente).
Um abratz!
Bacana o texto Munhoz! Quando cheguei em Bauru você ja tinha ido para Sampa mas tive oportunidade de conviver com seu irmão Fernando, Barbosa, Mohalen, Pop, Nanato, Digão, Marquinho, David, Fran, dentre tantos outros que formavam uma equipe muito especial. Sobre os treinos do mestre Sido, sempre foram bem pesados. Na época de base, 3 vezes por semana para toda equipe (não importando se vc era velocista, meio ou fundo) ou tinha uma série de 2000 de borboleta (poderia ser 10×200 a cada 3, 20×100 a cada 1:30, 40×50 a cada 45) ou 10×400 livre ou medley, ou 3×1500 livre tb sofrível . Nas de borboleta quando estava num dia bom ia até tranquilo, mas quando já no primeiro pesava camarada, pensávamos “ferrou tudo” era meia hora de sofrimento pleno. Um período que nunca esqueci de treino, foi a intutilada semana da morte onde dentro de uma semana treinamos 3 períodos todos os dias, acho que o menor totalizou 17.000 mts e o maior 22.000 mts (salvo engano), depois de passar por essa experiência nenhum treino me surpreendeu mais, mesmo indo para o Minas e fazendo séries fortes com intervalos apertados, sendo Reinaldo de treinador. Amplexos a todos que um dia integraram a equipe de Bauru e em especial ao Sidão técnico, educador, formador de caráter e um ser humano sensacional. Finalmente, valeu Munhoz de ter proporcionado a visitação a essa época!
Valeu Rena! Muito verdade o que vc mencionou: Depois dos treinos do Sidão nada te assusta… mas a parte de “meia hora de sofrimento” quando a coisa ficava ruim mesmo… tava mais pra uma hora e meia de sofrimento, acho… e quando tinha 20×25 velô no fim? Era ruim, mas era bom…
Grande abraço!
Paulisxxxta,
A abertura do post com os sensíveis relatos das percepções sobre o entardecer me inspiraram.
Suas memórias não são boas para as competições, mas aqui vieram riquíssimas.
Naturalmente, me identifiquei com muito, apesar de morar numa capital, treinar num clube diferente e ter outros colegas.
O ponto que quero ressaltar, vem dessas reuniões pré-competições que o Sidão promovia. “A equipe se reunia em uma roda e falávamos coisas boas dos nossos colegas de equipe. Geralmente descobríamos coisas sobre nós mesmos e nossa importância para o time, que nem mesmo sabíamos e aquilo nos fortalecia. Talvez ainda o faça.” – não só na natação, mas em muitos outros momentos da vida, as percepções dos outros sobre mim, me surpreenderam de forma positiva, mas não foram suficientes para mudar a forma do auto-julgamento. Que duro ter sido assim por tanto tempo! Digo “ter sido” porque estou lidando com isso e gradativamente estou mais ameno comigo mesmo.
Belíssimo post. Obrigado, abraços.
Meu Caro amigo,
Obrigado! Eu realmente não entendo como você consegue lembrar de tantos detalhes de competições, provas e tempos… Pra mim as memórias mais íntegras são desse tipo aí em cima. Acho que são partes diferentes de histórias parecidas.. Pessoalmente, sempre estou esperando para ler suas histórias – e nisso tenho certeza que sou apenas um dentre muitos que tiveram a sorte de cruzar caminhos contigo na natação e na vida.
Um grande abraço !
Hawila, grande nadador de provas curtas no craw, lançado pelo técnico Marcos Celestino de Araçatuba, Mohalen, nadador perfeito, bb 04 estilos, atualmente, Secretário de Esporte de Ilha Solteira, Bergamini, medalhista no brasileiro de 1984 , na cidade de Vila Velha/ES, Fábio Borashi, Sul Americano de 1991, Caracas,04 estilos, hoje empresário, Academia Medley em Araçatuba.
Olá Rodrigo. Sou o Marcelo Ennes, passei rapidamente por Bauru e pela equipe da Natação da Luso. Não fui um nadador de ponta mas me lembro de muitas coisas que você narrou em blog. As corridas e os treinos massacrantes do Sidão. Em treino, havia uma série de 3 x 1500. Eu terminei na frente de alguns colegas. O Sidão duvidou e mandou eu fazer mais um tiro de castigo… kkk. O Sidão não era nada fácil. Mas eu tenho muito orgulho de ter feito parte da equipe e ter o Sidão como técnico. Estou finalizando um pequeno livro que narra minha trajetória até o Ironman de Florianópolis e minha experiencia como nadador em Bauru faz parte desta história. Um abraço e parabéns pelo seu texto.
Oi Marcelo! Desculpe a demora para ver seu comentário, mas temos andado meio em estado de hibernação com o Epichurus… De qualquer maneira foi bom ter notícias e por favor, avise quando seu livro sair. Abraços!