Os Pebas e a “Nova” Tendência da Distância
Pensei comigo que algo podia estar acontecendo quando vi um post da “Clinica do Coach” sobre a série de 100×100 animalesca nadada pelo “Cachorrão” Guilherme Costa. Um absurdo para bem poucos no mundo, com intervalos progressivos, sendo os últimos 10 a cada 1’10 e fechando com 56″… não ouvia algo assim desde o fim doa anos 80… o nome Vladimir Salnikov me veio a cabeça. Mas poderia ser alguma aberração saudosista, afinal ninguém mais quer nadar tanto assim numa piscina. 
Mas aí os sinais vieram também dos Pebas. Alguns aumentando seus tradicionais 12×100 para 30… 40×100 ou até mais…
Então, o Renato Cordani – treinando para uma “Swim Expedition” de 65km descendo o Rio São Francisco – chamou treinos coletivos na hora do almoço. E o pior: os Pebas apareceram! Caímos com LAM e outros pra fazer 40…50… e até 60×100 a cada 1’40…
E ainda teve o Marcelo Abdo, que desafiou seus colegas triatletas casca grossa para as mesmas séries … e os caras caíram pra dentro, fazendo uns “longões” aquáticos de mais de 100×100 aparentemente. Haja paciência!
Até o Ricardo “Capitão” Bonotti, um velocista nato, que nunca nadara série alguma de mais de 2k, resolveu entrar na dança e mandou mais de 30×100 … duas vezes em 2 semanas. Esse talvez tenha sido o evento mais interessante.
Falando com outros Pebas, notei que nesta semana passada eu e o Renato tínhamos nadado mais de 20,000m cada. E outros Pebas tinham passado dos 15,000 m com louvor. Entre Pebas isso não é algo trivial. Concluímos que esta foi a maior metragem semanal de treino, desde que nos tornamos Masters há mais de 20 anos atrás. A maior semana em mais de duas décadas! Peba pra caramba, mas muito felizes por podermos comer aquele churrasco e tomar aquele vinho sem tanto peso na consciência.
Será que ficamos inspirados pelas grandes nadadas – que se completaram no mês de Novembro? Não posso falar pelos outros, mas pessoalmente fiquei muito impressionado com a volta a nado na Ilha de Barbados feita em 41 horas pelo sul africano Cameron Bellamy. Também curti muito ver a conclusão da “Great British Swim” (feita em estágios) depois de 5 meses, feita pelo personal trainer Ross Edgley. Incríveis feitos atléticos e mentais … difíceis até de compreender.
De qualquer modo, algo está acontecendo sim. Talvez tenhamos nos cansado dos desafios de força e velocidade e do modelo de treino atual. Talvez precisemos de mais tempo para nós mesmos, ainda que este tempo seja gasto olhando para a faixa preta no fundo da piscina. Ou talvez precisemos simplesmente de novos desafios…
Quanto isso tempo vai durar? Sei lá. Só sei que este fim de ano já está diferente e essas séries longas parecem ser o último grito da moda Peba. Vamos que vamos, pois já vimos coisa pior.
Sobre Rodrigo M. Munhoz
EPICHURUS 
Aproveito esse post para agradecer o PEBA CPM e o Abdo.
Você chega para seus amigos e diz: “preciso aumentar o volume, vamos fazer 30×100 e aumentar de 10 em 10 até chegar a 60×100, fechado?”. E os caras fecharam!
Quanto ao relógio old school, ódio eterno ao Garmin moderno. Hoje em dia os caras só caem na água com essa praga. Eu por exemplo tenho um amigo de Bauru (não vou citar nomes) que liga esse negócio até para pegar jacaré, ocasião em que o “sistema” computa mais 2,5k para ele naquele dia. Fiasco!
Enfim, de facto novos horizontes se abrem. E tem ilha pra cacete no Brasil para a gente dar a volta, hein?
Gostei muito da sua conclusão insular, meu caro! E muito boa sorte no Velho Chico. Achoq ue vai ser bem bacana. E se não fosse fechamento de ano fiscal aqui, você sabe que eu entraria nesse programa aborigene também. Com um Garmin para ver o SWOLF no fim da aventura :-).
Sobre seu ódio ao Garmin, seria similar ao ódio que certas pessoas tem de drones? 🙂
Abraços,
Munhoz