E o que isso tem a ver com a final dos 100m livre?
A substância russa mais conhecida por alterar o estado emocional e o comportamento do ser humano é a vodka, mas ontem no mundial de Barcelona conhecemos uma nova, o efeito Morozov.
O brasileiro Marcelo Chiereghini teve uma impressionante mudança de performance das eliminatórias para as semi-finais. Melhorou de 49s08 para 48s11 e saltou de 15º para 3º lugar, algo absolutamente incomum e que, pelo menos para o Marcelo, mais que justifica a existência da semi-final.
Interessante, que como o Coach já ressaltou em seu blog, Marcelo passou mais lento na semi do que na eliminatória e fez uma volta 1s09 mais rápida. Vejam que nessa volta, ele ganhou dele mesmo por quase 2 metros.
Pois bem, nosso jovem super-atleta subiu no bloco de partida, raia 3, apto a buscar um lugar no pódio do mundial, e com a certeza (estou arriscando) que poderia nadar abaixo dos 48s. E de fato poderia ter acontecido, mas infelizmente o sujeito ao lado resolveu passar no gás total!
Analisem os parciais de Morozov:
Fase |
Parcial |
Volta |
Eliminatória |
23s27 |
25s40 |
Semi-final |
22s99 |
25s21 |
Final |
21s94 |
26s07 |
Ou seja, nada indicava que esse maluco poderia fazer um parcial desses. É bem diferente de nadar ao lado do Roland Schoeman, de quem já se esperava isso mesmo. Então, imagino que o Marcelo tenha levado um grande susto em tomar quase um corpo em 40m de prova.
Acredito que tenha sim atrapalhado bastante e que os 22s73 que ele passou, poderiam ter sido feitos com menor gasto de energia, não fosse a surpresa ao lado.
Não é desculpa e nem é preciso de desculpas, uma vez que a participação de Chiereghini foi excelente. A situação torna nosso atleta mais experiente e certamente, mais forte mentalmente para seguir sua grande evolução e lutar pelo ouro nas Olimpíadas do Brasil.
Nota final: quanto ao Morozov, o ácido lático daquela homérica travada ainda não saiu do corpo. Na eliminatória dos 50m, batendo a mão ao invés do pé, e caprichando no bloqueio, ele fez 21s95.
Vamos torcer pelos brasileiros!
Detalhe é que Chiereguini e Morozov são velhos conhecidos do NCAA, tendo Morozov ficado com o ouro e Chiereguini com a prata nos 50 e 100L da última edição.
Aliás fiquei sabendo ontem que o brasileiro é de Itu e foi aluno da minha querida prima Joice! Small world.
Acho que temos time para final no 4×100 medley, ON? E faço aqui uma sugestão à CBDA: botar o Cielo para fechar o reveza de manhã, até para saber o potencial dele nos 100 livre!
Acho que o Chieriguini fez um tempo dentro do esperado.Mais uma iteração de treinos em Auburn, e ele estará pronto para um 47 nos 100livres e.um 21 médio nos cinquentinha ano que vem.
Cara, tenho minhas dúvidas em por o Cielo no reveza.Ele provavelmente irá voltar aborrecido dos 50 livres, principalmente se não pegar medalha(o que é provável, sem sua velha saída TOP).
Esse interior de São Paulo tem realmente um grande potencial revelador de velocistas.
Joice deve estar bem contente.
Sobre o revezamento: 1o concordo e acredito que estaremos na final. 2o discordo, sabemos do potencial dele nos 100 livre e acredito que se o cara não quer nadar, não adianta forçar a barra.
Boa sugestão, Renato.
Quanto ao russo… Pavarotada braba! Parabéns pro Marcelo, de qquer forma.
Ele praticamente não conseguia mais mexer os braços. Deve ter doído muuuuuuito!
Um dos grandes desafios de um nadador é conseguir fazer sua prova independente da prova dos demais. Fácil falar e dificílimo fazer! Quanto a escalar o Cielo nas eliminatórias do 4x100m Medley, acho válido tecnicamente, mas na pratica nunca vai acontecer porque ele não tem vontade de nadar, nenhum técnico tem culhão para obriga-lo, além do fato, caso nade e vá super bem, de ser ainda mais criticado do que é por ter “abandonado” os 100m Livre e os Revezamentos. O fato é que o Cielo aparenta ser extremamente individualista, o que é triste, mas vale ressaltar que se o Fratus voltar da cirurgia em grande forma, teremos em 2016 no mínimo 3 nadadores de 100m Livre entre os melhores do mundo, e “abandonar” o revezamento 4x100m por excesso de individualidade será um crime!
Concordo Lelo: fácil falar, difícil fazer!
Meu ponto é que ele já está preparado para lidar melhor com uma situação semelhante em prova futura.
Concordo também com suas pontuações em relação ao reveza.
Sobre o Morozov/Chierigini me lembrou uma final de Cariocao (camp carioca absoluto) numa 5af em q eu tinha prova no colegio, nadei antes de todo mundo e soh vi a classificacao qdo voltei a tarde p nadar a final dos 100L. Tinha 16 anos recem feitos. Me classifiquei na raia 3, com o Julinho (Rebollal) na 4 e o Jorge (Fernandes) na 5. Nao me preparei mentalmente o suficiente p nadar. O Peba aqui sempre passava muito forte e morria no final. Soh q o julinho nao passava forte e acabou q eu diminui meu ritmo demais na passagem por causa dele e piorei 1s no meu tempo ficando num “ëxcelente” 6o lugar.
Nosso bravo Thiago Pereira merecedor de todos os elogios tb eh um verdadeiro suicida na passagem Ontem passou, se n me engano, c 53’3 o Medley, desta vez morrendo soh nos ultimos 15m, o q lhe valeu a tao sonhada medalhinha. Hj voltou a piscina e fez nos 100B menos de 1s abaixo da passagem borbola/costas de ontem. Bate um pouco c comentarios anteriores de q os caras nadam sempre muito perto do limite. Ou ultrapassam o limite como o Morozov e alguns outros. Acaba q o referencial de sucesso da tatica eh a medalha e nao o tempo conquistado. Se o Morozov tivesse baixado o tempo dele em mais 2 decimos e conquistado a medalha talvez a tatica fosse saudada por muitos. Provavelmente alguem diria q a medalha tinha sido fruto de muita coragem do atleta, ou nao ? Se fosse no Brasil eu acreditaria plenamente nisso.
Sobre o Cielo todos sabemos o quao individualista ele eh. E p nadar os 100L fica dificil c ele nadando somente provas de 50m. Ainda mais daqui a 3 anos nessa toada q ele tah indo. abs
Vreco,
Baita moral chegar com 16 anos para nadar ao lado do Rebollal e Jorge.
Sobre o Thiago, eu tinha achado um tempaço dele de borboleta hoje, com esse comparativo com o parcial de borbo/costas, mesmo tendo sido 53s56, vc mudou minha percepção. 1,3s abaixo parece-me muito pouco.
Se com essa estratégia o Morozov houvesse pego o bronze, aí eu teria certeza absoluta que com uma melhor estratégia ele poderia ter vencido, assim como até hoje acredito que o Hoogenband só ganhou do Schoeman em Atenas porque o sulafricano passou forte demais.
Quem disse que o Julio não passava forte? Talvez, se fosse comparar com a passagem do Jorge e do Ciro… O Julio tem minha idade, e sempre nadei com ele. O “problema” é que ele era raçudo, e se você passasse atrás dele, era muito difícil! Histórinha do Forrest: eu era velocista, e o Júlio nadava costas e gostava de medley. Num brasileiro juvenil(’80 – acho!), no Golfinho – Curitiba, eu fechei o revezamento do Tijuca e “segurei” o Júlio, pelo Flu. Depois disso, fui para o Flu, e numa competição interna, nadei 100 livre do lado dele. Eu na raia 1, ele na 2 – pensei: “beleza, vou matar este cara após a virada, e seguro a barra nos últimos 25. E como respiro para a direita, vou olhando o tempo todo…. Eu sou velocista, maior, mais forte e estou bem…”. Passamos, com ele na frente, quase juntos…. E como estava economizando para a volta, virei e soltei a potência toda….mas algo deu errado – nos 80m, eu ainda vinha tentando passá-lo, e ele me segurando! Bateu o desespero – o que eu tinha feito? Botei toda a minha energia na coisa, mas não deu. Saí arrebentado, mas com a lição: Júlio não era cara que deixasse ganhar dele – na próxima, passe na frente…O gozado da coisa: cheguei e sentei cansado num banco, e o Ricardo (técnico) – que já estava acostumado com minha falta de senso – só me olhou e disse: “aprendeu? viu que não dá para Brincar com o cara? Passe mais forte que ele!”.
Rebollal é um craque. Ganhei poucas, perdi muitas. Fui atropelado em final de reveza, nunca atropelei. Passar muito forte não adiantava. As poucas que ganhei foi quando ajustei o parcial e caí menos de 2s no segundo parcial, como no Finkel de 89.
Bacana sua historia Firpo. Sou amigo do Ronaldo, vulgo Firpinho. Acho q ele eh 1 ano mais velho q eu mas parou antes de mim. Depois nos encontravamos de passagem na UERJ. Nao o vejo ha 20 anos, procurei-o inclusive no face p mandar um abc mas nao achei. Se puder diga q lhe mandei um gr abc. Sobre a historia q contei foi no cariocao de 87 na final dos 100L, q talvez vc tenha nadado. O Julio ganhou c, se nao me engano 53 baixo, o Jorge ficou em 2o e o Caveira em 3o. Eu fiquei em 5o ou 6o, Me lembro do Peixe nessa final, do Joao Marcos (de Biase) e acho q acabamos perdendo o revez 4X100L p vcs do Vasco. Eu sempre nadei os 100 passando muito forte e cansando no final pq toda vez q eu passava mais fraco fazia tempos ruins. Qdo eu vi q tava na frente nos 1os 25, diminui o ritmo o q acabou c a minha prova.
Sobre o Julinho, uma historia engracada aconteceu no finkel de 91. O cara se classificou p a final dos 50 uma posicao atras de mim. Antes da final soltou Vreco vc eh velocista nao pode perder de mim, eu nao sou muito veloz. E eu sei q o sujeito eh carne de pescoco, vide os revezamentos. Nadamos eu cheguei uma posicao atras dele, perdi por poucos centesimos. Tive q ouvir as brincadeiras depois.
Segurar 2 ou 3 décimos no parcial dá uma diferença absurda no gás para a volta. Não gosto da estratégia Morozov.
muito bom !
Obrigado, meu caro, Ganhar Curtidas.