EPICHURUS

Natação e cia.

Primeiro Mundial de Curta: Palma de Mallorca, 1993

Como eu já havia dito no meu post anterior: The Long and Strange Road to Mallorca, o 1o Mundial de Piscina Curta, pra mim, começou na noite anterior ao embarque, quando os brasileiros do Arizona invadiram a casa na East Hall Street para algumas cervejas e muitas historias. A sueca Maria Anderson também apareceu, com um moletom da Universidade do Arizona State e o pedido para entregá-lo a amiga Linda Oloffson, que representaria a Suécia no Mundial e curiosamente seria a única medalhista individual do pais na competição, com um bronze nos 50m Livre.

Na foto: Maria Anderson, Emmanuel Nascimento, Paula Marsiglia, Renato Ramalho, Eduardo Piccinini, Rodrigo Messias, eu, Eduardo Estefano e Cristiano Michelena

Na foto: Maria Anderson, Emmanuel Nascimento, Paula Marsiglia, Renato Ramalho, Eduardo Piccinini, Rodrigo Messias, eu, Eduardo Estefano e Cristiano Michelena

O vôo para Nova York, onde encontraria os brasileiros que treinavam nos Estados Unidos, foi longo e turbulento. Na bagagem de mão, alem dos documentos, o velho óculos Compy (não tive coragem de despachá-lo), um livro de Calculo IV, que levei com a promessa de estudar para a prova final que aconteceria no dia seguinte ao regresso pro Arizona (obviamente que o pesado livro nunca foi aberto, nem na ida, nem na volta) e um discman da Sony, comprado especialmente para a ocasião.

Aqui so tocava Geraldo Azevedo e Raimundos.

Aqui so tocava Geraldo Azevedo e Raimundos.

Ao som de Caravana de Geraldo Azevedo e entre as chacoalhadas turbulentas eu pensava no Mundial e estava bem apreensivo. O 1’02 no 100m Peito no Finkel foi sensacional, mas me pegou completamente de surpresa. Será que eu conseguiria repeti-lo? Já se passavam 6 meses do Finkel e nesse período todo nenhuma competição de alto nível para me testar e pra piorar a minha ansiedade, o 4x100m Medley seria no 1o dia e também minha prova de estréia. Sim, o programa era bizarro. Eu nadaria o 4x100m Medley no 1o dia, o 100m Peito no 2o e os 200m Peito no 3o.

Cheguei em NY e encontrei o (Jose Carlos Souza) Junior, o Gustavo (Borges) e o Edilson (Silva). Os outros 7 nadadores da seleção treinavam no Brasil e os encontraríamos em Madrid.

O vôo para Espanha foi muito mais tranqüilo e divertido. Algumas boas historias das Olimpíadas de 1992, mas o foco mesmo foi em historias “impublicáveis” do Panamericano de Cuba em 1991, que deixariam vermelhas as bochechas de algumas ex-nadadoras, hoje mães de família.

A escala em Madrid foi longa e consegui tirar um cochilo no aeroporto. O vôo para Palma foi curto, mas feito num avião de hélice, barulhentíssimo. Ao todo foram quase 24 horas viajando e o primeiro dia na ilha de Palma de Mallorca foi basicamente de descanso. Acho que dormi umas 15 horas seguidas.

Os dias que antecederam a competição foram muito interessantes, principalmente pra mim, novato em competições dessa magnitude. Íamos duas vezes por dia para a piscina e sempre dividindo as raias com outro país. As horas de aquecimento eram pré-agendadas, então não podia haver atraso pois outros países tinham suas reservas da piscina logo apos a gente. Obviamente que o grande highlight desse período todo foi quando cruzamos com a seleção americana e pude ver de perto Janet Evans, Seth Van Neerden, Jon Olsen, Tripp Schwenk, entre outros. Dar de cara com a seleção americana, em uniforme, é uma experiência bem marcante.

O resto do período era livre, e fui testemunha de varias historia inusitadas. Divido algumas com vocês:

  • A equipe chinesa era a única que não comia a comida (farta e de ótima qualidade) do hotel. Desciam para comer no restaurante, mas levavam marmitas. Era difícil distinguir as mulheres, dos homens. Todas usavam cabelos bem curtos e tinham corpos bem quadrados. A única exceção era Jingyi Le, alta, magra e de cabelos compridos, ouro nos 50m e 100m Livre.
Essa "gatinha" e' a Giohong Dai, 3 ouros nesse Mundial.  As "meninas" eram todas parecidas com ela.

Essa “gatinha” e’ a Giohong Dai, 3 ouros nesse Mundial.  As “meninas” eram todas parecidas com ela.

  • Foi também nesse período que elegemos a musa da competição (seleção só com homem da nisso). A eleita foi a belga Brigitte Becue, que recebeu a carinhosa alcunha de “Belguinha” e teve nego que jurou que a conquistaria, embora a Belguinha tenha saído da competição ilesa dos assédios brasileiros.
Essa era a Belguinha, a musa da equipe Brasileira!

Essa era a Belguinha, a musa da equipe Brasileira!

  • Todas as tardes nos reuníamos na piscina do hotel, para jogarmos papo fora e apostar em quem chegaria primeiro na Belguinha. Os highlights da tarde no entanto eram os trocadilhos do Chicaguinho (Andre Teixeira) que tinha na manga um arsenal interminável daquelas frases de duplo sentido do tipo “Eu não estive aqui, mas Adriana Esteves” ou “Estou acompanhado, mas Sylvester Stallone”. Cada hora vinha uma diferente que arrancada risadas da galera.
A gente na piscina, relaxando antes da competição.

A gente na piscina, relaxando antes da competição.  Cassiano, eu, Teófilo, Gustavo e Edilson.

  • Todas as noites tinha poker no meu quarto. Só não sai milionário porque tive pena da galera.   Alias, meu companheiro de quarto Maurício Cunha foi o principal freguês.
Poker noturno

Poker noturno

  • Outra historia interessante desse período pré competição foi subir no elevador com Angel Martino, que venceria dias depois o 100m Costas com WR. Angel foi pega no doping (anabolizante) durante a seletiva olímpica de 1988 e pegou um gancho de 4 anos. Não sei se ela aprendeu a lição, mas o tamanho da “moçoila” assustava. No elevador, olhei para o chão, com certo receio de irritar a guria.
Martino, na época franzina!

Martino, na época franzina!

  • Mas sem duvida nenhuma a historia mais engraçada foi a de um velocista brasileiro. Vou segurar sua identidade para não lhe causar nenhum embaraço, mas dou algumas pistas de quem era: Seu nome começava com “F”, embora o apelido fosse com “X”. Foi campeão Mundial nos 100m Livre e Medalha de Bronze nos 50m Livre em Atlanta, 1996. rsrsrs. Enfim! O cidadão comprou um “rolex” de um vendedor ambulante e veio se vangloriar que tinha pago uma pechincha pelo relógio. Na hora e em coro, dissemos que o relógio era falso. Ele garantia que não e dizia que era inveja nossa! O “lindo rolex” quebrou no dia seguinte e o rapaz pagou um belo mico!

Pois bem! O período pré mundial foi muito bacana, mas chegava a hora da competição. Eu estava mais a vontade, dando bons tempos nos treinos. A confiança estava de volta.

 

O Mundial:

A expectativa era alta antes das eliminatórias do 1o dia. O Brasil nadaria 4 provas: o 200m Livre com Gustavo Borges, o 100m Borboleta com Andre Teixeira e Jose Carlos Souza Junior, o 400m Medley com Hans Junior e o 4x100m Medley (Rogério Romero, Marcelo Menezes, José Carlos Souza Junior e Gustavo Borges). A torcida era por Final A em todas as provas, com exceção dos 400m Medley, onde as chances do Hans eram remotas. Gustavo nadou para 1’47 e ficou com o 4o tempo, dentro do esperado. Já no 100m Borboleta o Brasil não foi tão bem. Junior nadou pra 54’59 e o André pra 54’60. Ambos na Final B. Hans também não foi bem nos 400m Medley, nadando para 4’28, mas como a prova tinha menos de 16 competidores, ele conseguiu a chance de melhorar na Final B.

Na piscina rolava as eliminatórias do 400m Medley feminino e eu me preparando pra descer para o revezamento. Um dos técnicos brasileiros me chamou de lado e me disse mais ou menos assim “Pela primeira vez na historia temos a chance de uma Final no 4x100m Medley. Você sabe que o peito é o nado mais fraco dessa equipe. Essa classificação esta nas suas mãos, hein! Contamos com seu empenho!” Bom, eu já estava nervoso, e se essa cobrança viesse em outros carnavais, talvez tivesse me abalado psicologicamente, mas eu já era macaco velho, 22 anos, e a conversa acabou ate sendo benéfica. Obvio que eu sabia que o peito era o elo mais fraco, mas também sabia que foi graças ao novo patamar do nado peito atingido no Finkel, que essa equipe agora tinha a inédita esperança de Final.

Na salinha de espera combinamos de nadar forte.  Acreditávamos na Final, mas não queríamos dar sopa pro azar. E assim o fizemos. Rogério nadou pra 54’. Eu nadei para 1’02’2 (afastando toda e qualquer dúvida da minha cabeça), Junior nadou pra 54’ e como estávamos na frente, Gustavo nadou segurando a serie, pra 49’. A classificação estava assegurada e com o 3o tempo ainda por cima. De quebra quebramos o Recorde Sulamericano com 3’40’75 e sabíamos que na Final melhoraríamos bem essa marca.

As finais do 1o dia deram inicio ao show da China na natação feminina. Show esse que se estenderia por todo campeonato. Jingyi Le quebrou o WR dos 100m Livre com 53’01. No 200m Borboleta Limin Liu desbancou a favorita australiana Susan O’Neil com 2’08’51 e nos 400m Medley outro WR para Guohong Dai com 4’29’00. Não satisfeitas, levaram ouro no 4x200m também com direito a WR. Em suma, levaram ouro nas 4 provas femininas do 1o dia, 3 delas com WR.

No masculino a primeira prova foi o 200m Livre e todos nós torcíamos por uma medalha com o Gustavo. Os favoritos eram Anders Holmertz da Suécia, prata nas Olimpíadas de Seul e Antii Kasvio da Finlândia, bronze em Barcelona, mas Gustavo estava em nível similar e não seria nenhuma zebra desbancá-los. Gustavo melhorou seu tempo da eliminatória em quase 1 segundo: 1’46’71, mas não foi páreo para os favoritos, terminando em 5o lugar. Kasvio foi ouro com 1’45’21, o polonês Wojdat (prata em Seul nos 400m Livre) foi prata empatado com o neozelandês Bray, ambos com 1’45’53. Holmertz amargou a 4a colocação com 1’45’63.

No 100m Borboleta nossas atenções estavam na Final B, mas não deixamos de acompanhar o croata Milosevic levar o ouro com 52’79. Na Final de Consolação Andre melhorou seu tempo pra 54’46 e terminou em 11o. Junior piorou um pouco e nadou pra 54’86 para a 15a posição.

No 400m Medley o ouro foi pro canadense Curtis Myden com 4’10’41 e Hans Junior melhorou 4 segundos na serie B finalizando com 4’24’96 e a 11a colocação.

Enfim chegava a hora do revezamento. Na salinha da “tortura” antes da prova, o silencio era sepulcral. Todo mundo de walkman, inclusive eu, ouvindo “Puteiro em João Pessoa” do Raimundos no volume maximo. Estava bem nervoso e de olho no Nick Gillingham, prata nos 200m Peito em Barcelona e com a aposentadoria de Mike Barrowman, o melhor nadador de 200m Peito do mundo. E foi justamente ele que me acalmou! O cara estava nitidamente nervoso e tive a claríssima percepção que todo mundo ali, medalhista olímpico ou não, estava na mesma situação de nervosismo, e eu, talvez mais do que esses caras do Olímpo da natação, não tinha que provar mais nada pra ninguém.   Em instantes ia nadar uma final de Campeonato Mundial, algo que parecia impossível um ano antes.

Sair daquela sala e entrar no recinto da piscina da um baita alivio. O ar fica mais leve. Tentei aproveitar ao maximo a apresentação das equipes. “Caramba, eu estava na raia 3 com a equipe dos Estados Unidos de um lado e da Inglaterra do outro. Arquibancada lotada! Era um momento único que eu tentei curtir ao maximo. Subi no bloco com uma calma incomum, quando o Piu (Rogério Romero) virou os 75m. Ele me entregaria em 3o com o impressionante parcial de 54’47, atrás somente dos Estados Unidos e da Espanha. Pulei com a “equivocada” estratégia de passar mais fraco que nas eliminatórias, para tentar segurar melhor a volta. Acabei piorando 2 décimos e fechei com 1’02’46. O Junior nadou pra 54’38 e entregou para o Gustavo em 7o. Foi sensacional estar ali nos blocos assistindo o Gustavo voar. Buscou 2 e fechou com o melhor parcial da prova – 47’62. Terminamos em 5o (atrás de americanos, espanhóis, ingleses e russos), na frente dos italianos, canadenses e neozelandeses. O novo recorde sulamericano = 3’38’93. Por 17 anos a melhor performance do 4x100m Medley brasileiro em campeonato mundial de curta, superado somente em 2010, quando a equipe brasileira conseguiu o inédito bronze com Cielo fechando de maneira tão sensacional quanto Gustavo o fez aqui. Eu estava realizado, ocorresse o que ocorresse nas minhas demais provas. Ganhei o campeonato ali, no dia 02 de Dezembro de 1993. Acho que inconscientemente sabia que aquele 5o lugar seria a maior conquista da minha carreira de atleta.

O revezamento 5o Lugar: Rogerio Romero, Gustavo Borges, Marcelo Menezes e José Carlos Ferreira de Souza Jr.

O revezamento 5o Lugar: Rogerio Romero, Gustavo Borges, Marcelo Menezes e José Carlos Ferreira de Souza Jr.

No 2o dia o Brasil tinha chances de medalha em duas provas, o 200m Costas com Rogério Romero e o 4x200m Livre (Teófilo Ferreira, Cassiano Leal, Jose Carlos Souza Junior e Gustavo Borges). Alem disso eu nadaria o 100m peito e Cassiano e Hans nadariam o 400m Livre. O Brasil começou bem, com Piu nadando os 200m Costas pra 1’57 e alcançando a final A na raia 2. Nos 400m Hans não foi tão bem, mas Cassiano fez excelentes 3’50 e infelizmente ficou em 9o, nadando a final B na raia 4. No meu caso, analisei as series e cheguei a conclusão que para ficar entre os 16 teria que nadar na casa de 1’02’0. Nem com saída livre, no dia anterior, tinha conseguido isso, então decidi ir pro tudo ou nada. Resolvi passar os 50m o mais rápido possível e torcer pro piano não cair nas costas. Só que caiu! Quase faleci nos últimos 25m e nadei pra 1’03.

No feminino o 2o dia foi talvez o menos “chinês” de todos. Jingyi Le levou seu 2o ouro, agora no 50m Livre com WR de 24’23. Já o 100m Costas foi vencido pela americana e ex-dopada Angel Martino, com WR de 58’50 e Janet Evans, vulga Janetinha, levou com o pé nas costas o 400m Livre com 4’05’64. A China voltou a brilhar no 200m peito com Guohong Dai, como novo WR de 2’21’99. Nessa prova torcemos pra nossa musa Belguinha que amargou a 4a colocação, infelizmente.

No masculino, a final dos 200m Costas foi uma das mais emocionantes que eu assisti na vida. Tripp Schwenk estava nitidamente na frente nos últimos 50m, mas o Piu (Romero) vinha crescendo e a prata era uma possibilidade real. Putz, torcemos pra caramba nas arquibancadas. Acabou e não deu! Piu terminou em 4o com a espetacular marca de 1’55’90, contra 1’55’67 do belga Maene, o bronze. O ouro foi para o americano Schwenk com 1’54’19 e a prata para o italiano Bianchin com 1’55’09.   Me lembro muito nitidamente da prova e de me sentar logo em seguida lamentando o 4o lugar, mas internamente pensando “Caramba, o Piu fez 1’55 de costas. Eu não consigo fazer isso de crawl!” Foi uma prova muito marcante pra mim.

O 400m Livre foi vencido pelo favorito, o australiano Daniel Kowalski, com 3’42’95, num final de prova sensacional contra o finlandês Antii Kasvo que levou a prata com 3’42’98. O bronze foi para o inglês Paul Palmer com 3’45’07. Cassiano não nadou bem a final B, piorando seu tempo da eliminatória em 2 segundos e terminando em 14o com 3’52’45.

Acompanhei com muito interesse o 100m Peito. Apostava no australiano Philip Rogers, que tinha o WR da prova e tinha sido bronze em Barcelona. Não errei a previsão. Ele levou o ouro com 59’56. A prata foi para o holandês Ron Dekker com 59’95 e o bronze para o americano Seth Van Neerden, com 1’00’08.

E a ultima prova do dia era o 4x200m Livre. Os Estados Unidos não se inscreveram na prova, e portanto a expectativa de medalha pro Brasil era bem real. Colocamos o Gustavo pra abrir e ele, como esperado, abriu na frente com 1’46. Teófilo foi o segundo homem e também nadou para um excelente 1’46. Entregou em 2o, apenas atrás da Alemanha. Junior foi o terceiro e nadou pra 1’48 entregando em 3o, mas com uma boa vantagem sobre o 4o, ate então ocupado pela Itália. Cassiano fechou muito bem com 1’47 e segurou bem o bronze.   Saia finalmente a primeira medalha brasileira em Mallorca. Foi algo bem especial! Ouro para a Suécia, prata pra Alemanha e bronze pra gente.

O terceiro dia era o dia “D”. O dia do 100m Livre. Com a desistência de Popov, que preferiu ficar treinando na Austrália, Gustavo passou a ser o favorito ao ouro. A historia a seguir talvez tenha sido uma das mais impressionantes que eu presenciei na vida.

Descemos pra tomar café da manhā. Eu nadaria os 200m Peito e sonhava com uma final B. Alem do Gustavo e Xuxa no 100m Livre e eu no 200m Peito, o Brasil tinha Hans Junior no 1500m e Mauricio Cunha nos 200m Medley. Obviamente que todas as provas eram coadjuvantes frente a chance de ouro inédita no 100m Livre e a conversa durante o café foi nessa direção. Metade da equipe estava na mesa e a duvida era se o americano Jon Olsen podia tirar o ouro do Gustavo. Alguém mencionou que tinha um sueco (não lembro quem) que podia entrar no páreo também. No fundo todos nós estávamos tentando usar o racional, mas no intimo estávamos todos com enorme esperança de ver o Gustavo com o ouro no peito. Acho importante ressaltar que o Xuxa ate então não figurava entre os favoritos. Torcíamos para que ele fosse a Final A, mas no fundo ninguém acreditava em uma medalha, muito menos a de ouro. Enfim, enquanto discutíamos o assunto na mesa, Xuxa permanecia quieto e o Gustavo ainda não havia descido. De repente, do nada, Xuxa fala “Eu vou ganhar essa p…. hoje!” Olhamos pra ele, bem incrédulos e o festival de broncas começou. Um chamou de prepotente, outro disse que faltava humildade, um outro mais realista disse que deveria focar em pegar final primeiro. E ele ouviu tudo quieto, ate que acabado o “esporro”, ele completou “Não to brincando. Vou levar o ouro hoje!” Bom amigos, pensei comigo mesmo “Esse cara é muito louco!”

A minha estratégia no 200m Peito era a mesma do 100m – Passar forte e rezar pra se segurar na volta. Pelos meus cálculos eu precisava nadar pra 2’15 pra ficar entre os 16. E olha que tudo parecia estar dando certo. Passei o 100m com 1’04 (30’ e 34’) e o 150m com 1’39 (34’ também), mas os últimos 50m foram sofríveis, principalmente os últimos 25m. Fechei com 38’ morrendo, pra 2’17’22 (que era meu melhor tempo), mas amarguei a 18a colocação. A competição acabara pra mim. No 1500m Hans Junior nadou pra 15’21 e ficou em 13o lugar. Mauricio Cunha nadou os 200m Medley pra 2’04’56 e conseguiu vaga na final B, na 16a posição.

E o 100m Livre? Xuxa, que nunca havia abaixado de 49’, surpreendeu a todos e nadou pra 48’52 e foi pra Final na raia 5, com o 2o melhor tempo da prova, somente atrás do americano Olsen. A profecia havia começado. Gustavo nadou pra 48’98 e foi pra Final com o 3o tempo.

Nas finais do 3o dia, equilibro entre China e Estados Unidos no feminino. Guohong Dai levou mais um ouro com WR no 100m Peito: 1’06’58. Já no 800m Livre deu a lógica. Janet Evans foi a campeã com 8’22’43. O 4x100m Livre foi vencido pela China, com WR de 3’35’97.

No 200m Peito Nick Gilingham venceu com 2’07’91, seguido por Philip Rogers com 2’08’32 e Eric Wunderlich com 2’08’49. O espanhol Sergio Lopez, bronze nas Olimpíadas de Seul, terminou somente na 6a colocação.

O 1500m foi vencido pelo australiano Daniel Kowalski com 14’42’04, prata para o alemão Jorg Hoffmann com 14’53’09 e o bronze foi para o polonês Piotr Abrnski com 14’53’97.

Mauricio Cunha melhorou seu tempo de 200m Medley para 2’04’33 e fechou na 14a posição. A prova foi vencida pelo alemão Christian Keller com 1’56’80, prata para Fraser Walker da Inglaterra com 1’58’35, e bronze para Curtis Myden com 1’59’27.

A expectativa para a prova de 100m Livre era enorme. Com o tempo do Xuxa na eliminatória, tínhamos reais chances de colocar, de forma inédita, dois brasileiros no pódio. Nas arquibancadas sentíamos aquele nervoso misturado com ansiedade. Dada a largada e… putz! O Xuxa saiu atrasado! Gustavo liderava a prova, seguido de perto pelo Olsen. Viram o 50m e o cenário continua igual. Xuxa aparenta estar fora da briga por medalha. E ai o inacreditável! Xuxa entra com uma perna 6 tempos e tem uma recuperação impressionante. Nos últimos 25m começou a cair a ficha que o Brasil seria ouro e prata.   Nas arquibancadas pulávamos de um lado pro outro. Xuxa bate na frente com 48’38. Gustavo logo atrás com 48’42 e Olsen em terceiro com 48’49. Incrível! O Brasil fazia uma dobradinha no 100m Livre, em Campeonato Mundial. E o impensável aconteceu. O Xuxa, aquele que ninguém botava fé a algumas horas, no café da manhã, cumpria sua profecia e era agora Campeão Mundial!!! A festa que fizemos foi inesquecível. Coaracy quase morreu! Faltava um dia pra acabar o Mundial e o Brasil tinha um ouro, uma prata e um bronze. E com dobradinha no 100m Livre, quem seguraria a equipe recordista mundial do 4x100m?

Jornal do dia seguinte a conquista brasileira

Jornal do dia seguinte a conquista brasileira

Já de “ferias”, decidi ir pra balada! Cassiano, também de ferias, foi comigo! Noite boa essa de Mallorca. Voltamos de madrugada e por isso sofri um pouco pra acompanhar as eliminatórias do ultimo dia, que prometiam para os brasileiros. Rogério e Edilson nadariam o 100m Costas. Andre Teixeira e Junior nadariam o 200m Borboleta e Xuxa e Gustavo nadariam o 50m Livre, além obviamente do 4x100m Livre, onde pegar final era uma barbada pra gente.

Andre nadou o 200m Borboleta para 1’58’60 e passou para a final com o 5o tempo. Ai estava a 1a chance de medalha do dia. Junior nadou pra 2’02’89 e pegou final B. Preocupado com o revezamento, decidiu não nadar a final. No 100m Costas o azar! Piu (Romero) nadou pra 54’66 e ficou fora da final A por 1 centésimo. Edilson fez 55’90 e foi pra final B com o 15o tempo. No 50m Livre Gustavo fez 22’33 e Xuxa 22’38. 6o e 8o tempo respectivamente. Estava ai a 2a chance de medalha do dia. E pra fechar as eliminatórias, a equipe do 4×100 Livre (Xuxa, Teófilo, Junior e Gustavo) nadou só pra se classificar para as Finais.

No feminino mais um WR para a China no 200m Costas. Cihong He levou o ouro com 2’06’09. Nos 200m Medley, a jovem americana Alison Wagner surpreendeu a todos nadando pela raia 7. Ela não só bateu a favorita chinesa Guohong Dai, como quebrou o WR com 2’07’79. No 100m Borboleta a australiana Susan O’Neill se vingou da chinesa Limin Liu e levou o ouro com 59’19. A China fechou a competição com chave de ouro, batendo o WR do 4x100m Medley com 3’57’73.

No masculino, sem os brasileiros, a final do 100m Costas não teve tanta graça. Tripp Schwenk levou novamente o ouro com 52’98, passeando na prova. A prata foi para o britânico Martin Harris com 53’93 e o bronze foi para o cubano Rodolfo Falcon com 54’00. Piu venceu a final B com 54’35 com tempo que lhe daria a 6a colocação na final A. Edilson terminou em 15o com 56’53.

A nossa atenção agora se voltava ao 50m Livre e quem sabe mais uma dobradinha? Mas dessa vez não deu pra gente! Gustavo e Xuxa terminaram empatados em 7o com 22’43. O ouro foi para o britânico Mark Foster com 21’84. A prata para o chinês Bin Hu com 21’93 e o bronze para o australiano Robert Abernethy com 21’97.

O 200m Borboleta foi outra prova emocionante para nós brasileiros. Andre Teixeira começou forte e virou os últimos 50m disputando o bronze. O francês Frank Espósito e o alemão Keller na frente disputando o ouro e 4 nadadores disputando o bronze, metro a metro e foi assim ate a ultima braçada. Andre acabou batendo em 6o com 1’57’06, apenas 20 centésimos do bronze. Espósito levou o ouro com 1’55’42, a prata foi para Christian Keller com 1’55’75 e o bronze foi para o também alemão Chris Bremer com 1’56’86.

Chegava a hora da ultima prova da competição: O 4x100m Livre. A prova que tínhamos o recorde mundial. A prova que tínhamos levado ouro e prata no individual. Mantínhamos os pés no chão, mas a verdade é que qualquer resultado que não fosse o ouro desapontaria.

O Brasil na raia 7 abriu com Xuxa. Dessa vez saiu bem e fez tempo melhor que o que lhe dera o ouro na prova individual: 48’27. O Brasil largava na frente e com o pé direito. Teófilo foi o segundo na água e nadou para 48’28, mas Seth Pepper para os Estados Unidos fez 47’73 e encostou nos brasileiros. Os americanos fizeram uma estratégia agressiva e colocaram Olsen como 3o homem. Junior nadou para 48’90, mas Olsen voou para 47’02. Gustavo pulou em 2o, mas quase 1,5 segundos atrás dos americanos. Na arquibancada nossa expressão era sombria. Não tem como ele buscar os caras. Vamos ficar com a prata mesmo! PQP! Não é possível! Mas pro Gustavo não tinha nada perdido não! O cara chocou o mundo ao nadar pra 46’66. Algo próximo do impossível a mais de 20 anos atrás. Mas ele o fez e eu fui testemunha. Acho que nunca vibrei tanto numa chegada de prova. Fomos ao delírio na arquibancada. Alias, a prova do Gustavo contagiou a arquibancada inteira. Foi uma vibração geral, vários países comemorando com a gente, daquelas ocasiões que só da pra usar o chavão “você tinha que estar lá pra entender!”

O Brasil se tornava, pela primeira vez na historia, campeão mundial de revezamento, com direito a WR (3’12’11), contra 3’12’68 dos americanos e 3’15’56 dos russos.

Foto bem tremida que tirei do pódio.

Foto bem tremida que tirei do pódio.

Comemoração do ouro

Comemoração do ouro

Deu Samba em Mallorca!

Deu Samba em Mallorca!

Terminamos a competição em 5o lugar no quadro geral de medalhas, com uma equipe só masculina, de apenas 11atletas. No masculino ficamos em 4o, atrás apenas dos Estados Unidos, da Austrália e da Inglaterra.   A China foi a grande vencedora com um total de 10 medalhas de ouro, todas no feminino. No ano seguinte, em 1994, todas as campeãs mundiais chinesas, com exceção de uma, foram pegas no doping, em um dos eventos mais vergonhosos da historia da natação.

A festa de encerramento foi de outro mundo, com direito a bate-papo com a Janetinha. A experiência pra mim foi única e importante. Sai desse Mundial com a clara percepção que campeões e medalhistas olímpicos não são diferentes de qualquer outro atleta. Na festa de encerramento, vários deles estavam mais “pra lá de Bagdá” que eu. É tudo questão de talento, embora muitos ingênuos ainda acham que basta acreditar.

Em 1995 nadei mais um Mundial de Curta, meu segundo e ultimo. Aquele que foi em Copacabana. Foi memorável também, mas nada comparado a esse de Mallorca que guardo como a competição mais bacana que eu nadei, muito pela experiência que obtive, mas muito mais pelo que pude presenciar ao vivo: O Brasil superando os gigantes da natação.

Delegação Completa.

Delegação Completa.

 

24 comentários em “Primeiro Mundial de Curta: Palma de Mallorca, 1993

  1. rcordani
    7 de abril de 2014

    Muito bom Lelo! Naquela época não tinha Internet então a gente não ficou sabendo da maioria dessas coisas. Muito legal as fotos também, uma pena que o sr. não possuisse o dom da beleza com tantas baladas por lá, hein?

    Acho que eu tenho o vídeo de parte dos 4x100L que saiu no JN e estava com o sr seu pai, vou ver se eu acho, quem sabe a gente posta na quinta feira!

    • rcordani
      7 de abril de 2014

      Agora, com relação ao nado de peito, se o que o coach disse foi exatamente isso “Pela primeira vez na historia temos a chance de uma Final no 4x100m Medley” merece alguns reparos.

      Se ele estava se referindo à piscina curta claro, já que era o primeiro mundial.

      Mas em longa o revezamento 4×100 4 estilos do Brasil foi finalista olímpico em 1972 e em 1980. Em 1972 aliás a grande força brasileira do 4 estilos era o peito mesmo (Fiolo). Em 1984 e 1988 tínhamos um peito decente (Chicão e Cícero respectivamente), mas o 4 estilos não pegou final (12 e 18 respectivamente). O “problema” de 1984 era mais o costas e borbola, com Prado e Jucá improvisados, eles que não nadavam essas provas, e em 1988 pecávamos mais no borbola, com o De Poli improvisado na posição, ele que era especialista em 200.

      Não tínhamos peito mesmo em 1992, talvez a isso que o técnico estava se referindo.

      • Lelo Menezes
        7 de abril de 2014

        Acho que o “coach” provavelmente não sabia dos feitos de 1972 e 1980. Eu muito menos! Acho que o intuito no entanto não foi um comparativo histórico, mas sim mostrar que depois de anos sem chances, agora o 4×100 Medley podia fazer alguma coisa.

    • Lelo Menezes
      7 de abril de 2014

      Boa! Graças a Deus o dom da beleza nunca me abandonou, inclusive em Mallorca! Rsrsrsr! Quanto aos vídeos, acho que os tenho também. Vou procurar!

  2. anomimo
    7 de abril de 2014

    julinho largou a claudia pra pegar as europias

  3. Rogério Romero
    7 de abril de 2014

    Boa Lelo! Demorou, mas a riqueza de detalhes compensou.

    A ressalva do revezamento medley já foi feita pelo Cordani.

    Só vou adicionar mais alguma informações importantes. A primeira, sobre o “Lolex”. Além do nosso ex-cabeludo, AT, carioca ixspertu, também caiu no conto do relógio dourado e, pasmem, anti-magnético (seja lá o que isso representa). Segundo a lenda, ambos abriram não do passeio rápido que fizemos para guardar o tesouro no quarto, após o êxtase de “André, estamos ricos!” (Falta a sonoplastia. Para quem conhece, é hilário).

    Segundo, para comemorar as inéditas medalhas, Coaracy liberou o bar, devidamente aceito. Xuxa, que já era impossível antes dos dois ouros, e antecipando seus dias de jogador sortudo de pôquer, foi premiado com o brinde ao Mar Morto, maior índice de salinidade do mundo. O garoto passou mal depois de tomar cerveja espumando com tanto sal que colocaram (me inclui fora dessa) quando este foi ao banheiro.

    Terceiro, realmente esta competição foi especial, o mais próximo que cheguei de uma medalha em Mundial. A consolação foi melhorar tempo nos 200 costas e, claro, as medalhas brazucas.

    Abraço.

    • Lelo Menezes
      7 de abril de 2014

      Caramba Piu, to ate com vergonha de ter esquecido esses dois “causos” importantíssimos. O antimagnético foi um clássico. Sensacional, assim como o sal na cerveja. Essa causou até choro de tanto rir. A idade ta destruindo a minha memória!

      abs

  4. Rodrigo M. Munhoz
    7 de abril de 2014

    Post caprichado e cheio de detalhes! Valeu, Lelo! Não sabia de várias dessas histórias, ainda que o tema Mallorca tenha povoado várias de nossas conversas nos últimos anos… Baixou o HD no Estilo esmagalhães e imortalizou o evnto. Boa! BTW: Pelo jeito o “Samba” em mundiais de curta começou logo na 1a edição… e já se passaram mais de 20 anos. Vc também sente que “parece que foi ontem”? E passou em Calculo IV? Abraços!

    • Lelo Menezes
      7 de abril de 2014

      Sim, sinto que foi ontem! Impressionante como o tempo voa. E bombei em Calculo IV. Eu fui para a prova com a esperança de que a maiorias das perguntas seriam sobre os primeiros capítulos do livro, que eu já havia estudado para provas anteriores, mas a prova teve somente duas questões, ambas do ultimo capitulo, que foi explicado quando eu já estava na Espanha. A prova podia ter sido escrita em sânscrito que daria na mesma. Foi a única vez na vida que entreguei uma prova em branco. Não tinha como enrolar!

  5. felipecasas
    7 de abril de 2014

    Sensacional!

  6. Cassiano Leal
    7 de abril de 2014

    Ótima lembranças Lelo. Sobre os meus 400 livre, tive muita sorte da final B ter sido após os revezamentos, e assim ter nadado com gás total. Após o reveza deu tempo de subir no pódio para pegar a tão sonhada medalha e já ir para o balizamento nadar os 400. Diante dos fatos os 3.52 foram até melhores que os 3.50 da eliminatória, já que cai na água morto na final.
    Ah, e obrigado pelo breve relato sem detalhes de nossa primeira nigth de férias, rsss.
    Quando li o relato todo me lembrei dos fatos comentados pelo Piu.
    Um complemento que me lembro foi das rodadas de poker. Jogávamos apostando dinheiro, isso mesmo, valia grana, incríveis 5 cents de “pingada”. Lembro que na última rodada, já estava um pouco tarde, cada um tinha direito a uma “melada” e como tinha praticamente todos jogando imagina a bagunça. Na derradeira mão final nos revelou o que “o cara” já estava com o “c… pra lua”. Xuxa levou todo o prêmio das apostas, totais de U$ 5,70 cents e mais uma vez se sentiu “rico” kkkkkkk.
    Mas realmente o campeonato foi sensacional, as medalhas e a torcida foram “du carvalho”.
    E a comemoração no último dia lembro como se fosse ontem, o Xuxa perguntando para mim se a minha cerveja estava tão salgada quanto a dele e eu falei que era a marca espanhola, que a minha estava super salgada, feita com água do mar morto, kkkkkkkk.
    Um abraço e boas memórias.

    • Lelo Menezes
      7 de abril de 2014

      Putz Cassiano! De jeito nenhum que eu lembrava que o revezamento foi antes da prova! Aí ta tudo explicado mesmo! Não dava pra melhorar dessa forma!

      Abs

  7. Fernando Cunha Magalhães
    8 de abril de 2014

    Sensacional Lelo,muito boas histórias.

    1o quem é o cara que está atrás da Paula e do Ramalho na primeira foto?

    2o Dormir 15h após a chegada na Espanha??? Cara, você estava tranquilíssimo.

    3o Uma ressalva: Wodjat chegou recordista mundial em Seoul e foi bronze, e não prata, nos 400m livre. Ouro para Uwe da Alemanha Oriental e prata para o australiano Armstrong.

    4o Essa personalidade do Xuxa é impressionante e esse feito de chegar ao mundial e melhor mais de 1 SEGUNDO e levar o ouro num mundial é inacreditável.

    5o Sobre esse 4x100m livre, se eu levantei na sala de casa, sozinho no domingo a noite, enquanto assistia a reportagem da Globo, para vibrar, imagino o que foi para vocês. Esse 46s66 do Gustavo foi de outro mundo e atropelar os americanos tem um sabor muito especial.

    Parabéns Lelo, por ter alcançado a participação numa competição tão importante, pela final que nadaste e por sua belíssima carreira.

    • Lelo Menezes
      10 de abril de 2014

      Valeu Esmaga! Segue respostas:

      1. Era um nadador muito peba que vivia em casa. Não lembro mais o nome dele, mas era americano.

      2. Eu tava na verdade exausto. Kkkkkk

      3. Valeu pela ressalva. Eu jurava que ele tinha sido prata.

      4. Sim, impressionante com certeza.

      5. Pois é. Foi um espetáculo

      Abs

  8. jorge fernandes
    8 de abril de 2014

    mais um show… irretocável…
    memória privilegiada nos proporciona momentos maravilhosos como este…
    obrigado…

  9. Teofilo Laborne
    9 de abril de 2014

    Sensacional !!!!! Lelo, sua memória ainda está excelente, assim como o post! Obrigado por me lembrar destes momentos maravilhosos…realmente uma competição inesquecível
    Um brinde ao mar morto!!!! Kkkkkkkkkkkkkkk

  10. Julio Rebollal
    10 de abril de 2014

    Excelentes histórias Lelo!!

    Principalmente com essas feras da natação brasileira!!

    Quanto a afirmação do Xuxa, não achei arrogante.

    Lembrou-me daquela frase que o Gustavo falou lá em casa no final dos anos 80 e já citada em outro post (“Ainda vou ganhar uma medalha olímpica!). Grandes campeões tem grande determinação.

    Só para registrar: treinei com o Artur Woydat em 1986 em Mission Viejo. Eu era amigo e sparring de treino e competição!! Ele me ensinou um monte de palavrões em polonês e é claro que eu ensinei vários em português!!

    Parabéns e desculpe a demora em comentar: a semana foi apertada por aqui.

    Forte abraço.

  11. André Teixeira
    14 de abril de 2014

    !Demais a idéia Lelo pelo largo!
    Fiquei sabendo a pouco tempo do site. ..
    Bons tempos que remontam a evolução de uma modalidade que ainda busca bons representantes na cúpula.
    Grande abraço,

    André Teixeira

    • Lelo Menezes
      17 de abril de 2014

      Boa Chicaguinho! Excelente sua presença aqui no blog!

      Abraçao

  12. Pingback: Injustiça: o que você diria a esse pai? | Epichurus

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Publicado em 7 de abril de 2014 por em Natação.
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