Quem não foi, perdeu…
Minhas olheiras geraram comentários durante uma visita de trabalho recente. Um amigo que me conhece há décadas até perguntou como eu andava de olimpíadas. O fato é que, desde que voltei do Rio, onde vivi intensamente os 7 primeiros dias dos jogos com a família, não consegui desconectar, apesar de muito trabalho em paralelo. Fiquei viciado em acompanhar meus esportes conhecidos e outros “exóticos”. Agora, enquanto acompanho a Maratona Olímpica pela TV, estou temendo pela hora da cerimônia de encerramento. Como era de se esperar, contraí a síndrome olímpica e agora sofro com as consequências!
Mas antes isso, do que não ter participado dessa festa. E que festa!
Confesso que estava um pouco apreensivo antes do começo desta Olimpíada. Planejei ir com esposa e crianças e por isso algumas coisas me preocupavam mais do que de costume, notadamente:
- Desorganização e despreparo carioca – temia que as promessas de melhorias da cidade não cumpridas e obras incompletas pudessem atrapalhar a curtição do espírito olímpico e o andamento de algumas provas .
- Violência do Rio – problemas com segurança sempre existiram e são uma preocupação a mais quando estou no Rio ou em qualquer lugar com as crianças.
- Protestos que atrapalhassem as competições – um palco global sempre atrai gente que quer chamar atenção para as causas mais variadas, o que poderia prejudicar locomoção e acesso pela cidade.
- Ameaça de terrorismo – considerado um risco remotíssimo, mas que me rendeu uns pesadelos pré-viagem.
Apesar de pouca gente falar disso, infelizmente tenho certeza que alguns desses temores afastaram até gente que gosta muito de esporte do Rio. Uma pena.
Eu estava com alguns medos óbvios e outros irracionais, mas principalmente não queria que nada desse errado na nossa primeira Olimpíada. No fim, duas conclusões óbvias: Ainda bem que fomos e 7 dias foi pouco!
Na minha opinião e experiência pessoal, quem não foi aos Jogos do Rio 2016 perdeu – no mínimo:
- O espetáculo de ver in loco o ápice de carreiras esportivas. Não estou falando só de Biles, Bolt, Ledecky, Phelps, Riner, etc. Foi muito legal pensar que cada um daqueles atletas que víamos competir, estavam enfrentando os mais importantes desafios esportivos das suas vidas. Testemunhar recordes Olímpicos e Mundiais vinha de bônus. E que bônus! Para mim, estar com meu irmão e amigos, presente na piscina na noite que o Adam Peaty meteu 57″13 (WR) foi um dos grandes highlights. Obrigado ao amigo Alvaro Terlizzi que me arrumou os ingressos!
- Uma cidade que foi transformada pelo esporte. Não só o Parque Olímpico ficou impressionante e sensacional, mas o Boulevard Olímpico e as outras áreas de competição mudaram o Rio para sempre. Achei muito legal a idéia de levar a pira olímpica para a região da Candelária. Eu sempre gostei muito do centro do Rio, mas agora com essa renovação completa da região, fiquei gamadão. Aquele Porto Maravilha e o Museu do Amanhã ficaram incríveis. Espero que seja o começo de algo duradouro para a cidade. Não custa sonhar.
- Comunhão entre nações, etnias e culturas. Os torcedores foram um espetáculo a parte. Curti muito ver os camaradas doidos fantasiados de águia, urso, chapolim, ciclistas, bandeiras, mariachis, panda, viking, torre Eiffel, sapo e sei lá mais o que. Até os hermanos argentinos estavam simpáticos e torciam muito, animando os eventos. E destaque para as camisas do Botafogo circulando pelos eventos… De onde saíram tantos Botafoguesenses? Será que eram gringos que leram “Estrela Solitária”? Também vai ficar na minha memória ver um dos meus filhos, vestido de uniforme da Alemanha na semi do Futebol em Itaquera, torcendo ao lado de um grupo de Nigerianos. Na final, que assistimos em casa, ele trocou pelo uniforme canarinho. Sensacional.
- Cenários do Rio. Acho que nunca se viu um pano de fundo tão bonito para eventos esportivos. Posso estar sendo parcial, pois adoro aquela paisagem, mas o que dizer daquelas montanhas e florestas ao fundo, da arena do Vôlei de Praia, do estádio da Lagoa Rodrigo de Freitas e das vistas do mar de Copacabana? Eu sei, eu sei, que a poluição estava ali, as favelas nunca saíram dali e a pobreza não mudou, mas só um cínico completo ignoraria a beleza local. Fiquei com vontade de voltar mais ao Rio e certamente invejei a nadada que o Renato deu em Copacabana, na raia da maratona aquática que deu o Bronze para a Poliana. Duvido que os gringos que viram um pouco das Olimpíadas não ficaram com vontade de visitar o Rio depois dessas duas semanas.
- Os shows do Mascote Vinícius. Esse high light é pros pequenos. Foi bem legal conhecer “pessoalmente” o melhor mascote desde o Mischa (1980). As crianças adoraram as participações do carinha e não é a toa que a Mega Store do Rio2016 vendeu 3Xs mais mascotes do que se esperava. Parabéns ao pessoal de merchandising.
Mascotes e Luizinho preparados para os Jogos
Parada em SJC para pegar ingressos com Alvaro Terlizzi
Vista do Rio da Igreja da Pena
Nossa “Vila” Olímpica na Taquara
BRT ida tranquila
Peba no 1o dia na Piscina Olímpica – Linda
Lia e Bella no Basquete
Chegando em mais um dia
Cansados mas felizes no BRT
Amigos do México
Viva o Rio2016!
Nosso amigo Vinicius
Pic Nic no meio do PO
No Maria Lenk com Vera e Dieter
3o ouro dessas chinesas
Saltos na Piscina Verde!
Torcedor Mexicano meio brabo da lucha libre
Torcedores canadenses ajudando um bronze nos saltos ornamentais
no Parque Olímpico
Eliminatórias natação – deveria ter ido em mais…
Judo
Judo
Assistindo Judo
Familia Sicoli
Fauze
100 Peito Fem – no meu auge PEBA, conseguiria encarar algumas delas… Mas tomaria um cacete feio da Lilly King OR,
Ryan Murphy OR 100 Costas
57.13… 1.5 seg a frente do 2o lugar!
E a Ledecky abriu quase 5 segundos nos 400 liv
Mias um WR Ledecky. Monstro
Miller, Peaty, van der Burgh
4×100 Liv
Rrruy e Barrão
200 Liv embolado
Sun Yang levou
Peaty abriu muito para o WR nos 100 Peito
WR
Barrão na área com Munhozes e Dieter
100 Borbo WR Sarah Sojstrom – SUE
100 Borbo Fem
Munhozes e Menezeses
Os Menezeses
Piu e família – Alvorada
Pepê nos Pesos
Agildo com Mesatenista
A estrela Sino-Luxeburguesa do Tenis de Mesa: 50+
Duelos de Tenis de Mesa
Primas nas Arquibancadas
Largados no Buzão para o Riocentro
Henrique A de Freitas e família
Coach Amendoim Olímpico
Katinka, Mireia e Dirado
Katinka WR
400 Medley Fem WR
Mack Horton AUS 1o nos 400 Liv, 3o G. Detti e 2o Sun Yang
400 Medley Fem WR
Final 400 Liv
100B Fem
Pira e Candelária
Boulevard Olímpico – Candelária ao fundo
Boulevard Olímpico
Arquitetura incrível
Museu do Amanhã
Submarino Riachuelo
Família passeando no Novo Rio Olímpico
Chegando em Itaquera – ultimo evento Olímpico ao vivo
Semi Final Futebol Masculino – Itaquera
Participei menos do que gostaria, mas pude ver mais coisas bacanas do que inicialmente imaginei. Jogos Olímpicos são muito duca. Os voluntários, como a Patricia Angélica , a mexicana Tanya, a voluntária Marie de Belfast e tantos outros, deram show e me fizeram querer ser um deles. E apesar de alguns problemas – como falta de transporte no fim da noite, filas longas, comida ruim, banheiros sujos e falta de informação nos primeiros dias – as surpresas que tivemos foram na grande maioria, bem positivas. Em suma, chuuupa quem achou que os Jogos seriam um fracasso.
Nada vai apagar essa experiência da minha vida e tenho certeza que proporcionamos aos nossos filhos, uma “life-changing experience”, na acepção mais direta do termo.
Infelizmente, essas últimas duas semanas passaram rápido demais e Tóquio parece ainda infinitamente distante. Para segurar um pouco a onda de abstinência, já estamos planejando uma nova jornada pela Rodovia Presidente Dutra, para checar esses Jogos Paralímpicos. Quem sabe ajuda…
Mas acho que o Banzo Pós Olímpico desta vez vai ser monumental.
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Sobre Rodrigo M. Munhoz
Abrace o Caos... http://abraceocaosdesp.wordpress.com
Banzoooooooo. E de facto, a volta olímpica foi sensacional. Meti 39:48, mas estava sem vácuo…
Peba, mas deu inveja!
Jacare World Championship no Leme durante as paralimpiadas?!
Assistir in loco essa Olimpíada foi um evento único e inesquecível. Fiquei a primeira semana com a família e aproveitei tudo o que dava com eles. A torcida brasileira ajudou muito em tornar essa experiência magnífica. Bastava ter um brasileiro na disputa que a arquibancada se incendiava. Essa vibração de ser local no maior evento do mundo não se repetirá em nenhuma outra olimpíada.
Deixo aqui os parabéns e reconhecimento ao Amendoim. Crescemos juntos em SJC e ter assistido ele “na labuta” neste evento foi motivo de orgulho para mim.
Foi sensacional realmente ver o Amendoim ali naquela mini-arquibancada dos tecnicos e ainda mais legal quando ele subiu no nosso lugar (tinha nos visto!) para dar um abraco! Baita orgulho do amigo!
Mais 2 comentários:
-Munhoz, você ter ido a igreja da Penha superou todas as barreiras de turismo “all you can see”.
-Os mascotes realmente fizeram muito sucesso com a criançada. O Vinicius e o brócolis (segundo minha filha de 3 anos) superaram as expectativas o que ajudou a comprometer meu salário até o fim do ano, sendo gasto na loja oficial das olimpíadas. Isso que comprei chaveiro, chinelo e boné apenas.
Rrrruy,
Fui na Igreja da Pena (ou Penna) que fica na Freguesia, em Jacarepaguá. Morei ali perto no final dos anos 70 e queria ver como estava. Fora a Linha Amarela logo atras e um “funicular”, nem mudou muito!
Imagino que o precinho das coisas olímpicas nunca tenha sido barato, mas realmente foi dureza… O banzo pós-olímpico deve se agravar com as contas pós-olímpicas…
Munhoz, meu amigo, que grande privilegio ter vivido essa experiência… eu fiquei me rasgando de vontade de ir… não deu. Curtimos bastante, embora mais uma vez, pela TV.
Lembro que em 97 assisti ao Vodoo Launge dos Rolling Stones pela TV – achei sensacional – na semana seguinte, ao vivo – indescritível, inigualável, inimaginável… deve ser a mesma proporção.