EPICHURUS

Natação e cia.

Eu sou meia-nove. E você?

As regras mudam e é preciso saber se adaptar                                                                                                                                                                                                                             
Neste post retorno aos relatos da minha trajetória de nadador contando sobre a sequência do ano de 1983 já iniciados nos posts Meu 1º Julio de Lamare e Atento, curioso e fascinado.
Foi nesse ano que a CBN – Confederação Brasileira de Natação, hoje CBDA, alterou a regra que instituiu o critério, em que o atleta passou a mudar de categoria em 1º de janeiro, junto com todos os outros que houvessem atingido a idade limite ao longo do ano.

Logo da CBN - houve bom senso na mudança de nome para CBDA, além da logo atual ser bem mais bonita.

Logo da CBN – houve bom senso na mudança de nome para CBDA, além da logo atual ser bem mais bonita.

Essa medida foi importantíssima para a organização da natação, já que no modelo anterior os atletas mudavam de categoria conforme a data de aniversário, provocando um entra e sai de adversários nas competições ao longo do ano, fazia com que muitos passassem o ano competindo numa categoria e mudassem para a nova às vésperas das competições mais importantes. Além disso, dificultava o controle da inscrição de gatos – termo utilizado para designar atletas mais velhos, que tinham a documentação adulterada para competir com mais chances contra os mais novos.

Foto do ano anterior à mudanca. Álvaro Pires, o Vreco, com o bronze em prova vencida por Alberto Oliveira seguido de Márcio Santos. Foto de Sodré.

Foto do ano anterior à mudanca. Álvaro Pires, o Vreco, com o bronze em prova vencida por Alberto Oliveira seguido de Márcio Santos. Foto de Sodré.

O impacto nos Campeonatos Brasileiros foi bem grande, pois no primeiro ano não houve ajuste nos índices e consequentemente ocorreu um inchaço nas competições, já que muito mais gente alcançou o tempo mínimo para participação. Muitas séries eliminatórias e uma competição cansativa, com muitas horas de duração. Também houve um grande número de recordes quebrados.
Para os infantis, isso foi percebido no brasileiro de dezembro disputado no Parque Aquático Julio de Lamare. Para os juvenis, impacto foi não tão grande no Julio de Lamare subsequente, disputado em janeiro de 1984 também no Rio, mas em dezembro de 1984 em Juiz de Fora a competição estava lotada.
Certamente uma mudança positiva e necessária para o esporte, mas para mim foi bastante difícil por três fatores principais:
1º – eu tinha 13 anos e competia meu 1º ano na categoria Juvenil “A”, para atletas que completavam 14 ou 15 anos ao longo do ano. Certamente foi um impacto maior do que a mudança houvesse ocorrido quando eu estivesse no segundo ano da categoria;
2º – sou de 7 de dezembro e com isso “ganhei” somente 24 dias a mais na categoria enquanto muita gente boa ganhou vários meses aumentando significativamente o nível competitivo dos meus adversários;
3º – demorei bem mais do que a média para atingir a puberdade e adquirir a força natural que acompanha essa fase de desenvolvimento dos meninos.
Consequência disso foi que embora eu tivesse começado a frequentar os treinos de madrugada e seguisse treinando forte, passei um ano com razoável evolução nos tempos mas que foi insuficiente para tornar-me competitivo. Muitas vezes fui balizado fora da série principal até mesmo em Torneios Regionais e só alcancei índices para disputar o Campeonato Brasileiro no Estadual de novembro, realizado na piscina do Clube do Golfinho.
Foi também nesse ano que eu e meu técnico – Leonardo Del Vescovo – acreditamos que eu era fundista e passamos a investir fortemente nessa crença. Muito mais treinos, inclusive de madrugada, muito menos resultados e a desmotivação presente em muitos momentos.
Interessante que peguei meu álbum de nadador para procurar fotos para ilustrar esse post e percebi que na página seguinte a do Mauricio Bekenn de 1982 estão os registros do Julio de Lamare de 1984, ou seja, não tenho nenhuma foto de 1983.
Amigos, o ambiente, o gosto já adquirido pelo esporte e uma mãe que independente do clima, do calendário de provas da escola ou da minha disposição, não me deixava faltar o treino (embora em grande parte das vezes estivéssemos atrasados) foram determinantes para que eu continuasse. E como valeu a pena!
Eu sou de 1969. E você?

1969
Convido-os a deixar as lembranças de como essa mudança na regra impactou sua vida de atleta.
Forte abraço,
Fernando Magalhães

Sobre Fernando Cunha Magalhães

Foi bi-campeão dos 50m livre no Troféu Brasil (87 e 89). Recordista brasileiro absoluto dos 100m livre e recordista sulamericano absoluto dos 4x100m livre. Competiu pelo Clube Curitibano (78 a 90) e pelo Pinheiros/SP (91 a 95). Defendeu o Brasil em duas Copas Latinas. Foi recordista sulamericano master. É conselheiro do Clube Curitibano.

33 comentários em “Eu sou meia-nove. E você?

  1. Rodrigo M. Munhoz
    29 de agosto de 2013

    Boa Esmaga!
    Não consigo imaginar você fundista, apesar de poder imaginar os trienos….
    Vamos fazer uma campanha para conseguir fotos de 1983! Eu também não achei nada lá em casa… Abraços!

    • Fernando Cunha Magalhães
      29 de agosto de 2013

      Então Munhoz, foram dois anos acreditando que era fundista. Depois disso, teve um período em que eu melhorei 4s nos 100m livre e 1s nos 400m livre, aí deu pra sacar.
      Agora, treinando na turma de fundo eu fiquei até 1988.
      Quando fui com a equipe do Projeto Mesbla para o Sundown Swim to Seoul em 88 e ficamos mais uma semana treinando com o Mark Scubert, ainda estava com os fundistas. Cheguei a nadar 18,5km num dia. Isso que eu estava em busca do índice dos 50m livre para a Olimpíada, mas pode crer: tínhamos uma convicção de que estávamos fazendo a coisa certa.

  2. rcordani
    29 de agosto de 2013

    Muito interessante fatiar a infância e adolescência pelos anos natatórios, exatamente como eu faço. Descobri recentemente com bastante surpresa que nem todos fazem isso. O Munhoz por exemplo nem sabe que competições nadou!

    Essa mudança de regras fez com que eu nadasse os 200 medley do MB de 1983 com doze séries e os 200Peito do JD de Juiz de Fora de dez 1984 com 10 séries! E nas provas mais populares (100 Livre) chegava a mais de 20 séries por prova. Só normalizou tudo a partir de 1985.

    Como eu sou do meio do ano o impacto foi mínimo, mas lembro de sentir pena do pessoal de dezembro (Banana, Cassiano, Peano). Já o pessoal de janeiro acabou se dando bem, casos do Jorge Taiar (14/01) e do Edmundinho, que é de primeiro de janeiro!

    • Fernando Cunha Magalhães
      29 de agosto de 2013

      É lembro de assistir o Penteado nadando 1500m (série da manhã) em Porto Alegre – 86, quase duas horas da tarde.
      E foi um pouco mais além: JD87, nadei a 15a e última série de 50m livre, na raia 4. Achei tão chique aquilo!

  3. Lelo Menezes
    29 de agosto de 2013

    Eu sofri muito mais com a tardia puberdade do que com essa mudança de regra. Eu era bom nadador no Infantil A, mas o Infantil B foi sofrível. Inclusive nadei o MB de 1982 como “gato”! rsrsrsrs! Não por ter adulterado a idade,mas sim a piscina. Conseguimos o índice pro MB nadando em piscina curta no Palestra de Ribeirão Preto, mas oficialmente publicando que os tempos foram dados em piscina longa no Moura Lacerda. Assim fui no meu 1o MB, já que no Infantil A nadava no ECP que era contra levar garotos tão jovens numa competição de nível brasileiro. Eu nadei o MB de 1983 e embora não me lembre da minha performance (era muito PEBA), me lembro dos duelos sensacionais do Marcio Santos vs Rodrigo Munhoz, vencidos sempre pelo primeiro, para desespero do nosso blogueiro craque infantil.

    • Fernando Cunha Magalhães
      29 de agosto de 2013

      Interessante que só me dei conta que o ECP não mandava os infantis para brasileiros aqui nos comentários do Epichurus.
      Quanto a corajosa revelação de nadar como “gato” breve farei uma revelação de uma situação em que fui na onda dos dirigentes. E tem até diploma.
      Falando em Marcio Santos, carioca da gema, craque e meu colega no Sulamericano de 87. Fazia um batuque no teto do ônibus que não era brincadeira. Muito divertido.
      E que sina do Munhoz: de craque infantil a PEBA!

  4. paolettifilippini
    29 de agosto de 2013

    Olá, Magalhães.
    Assim como o Munhoz, não me lembro bem das competições e sou de 1975 então talvez em 1983 – 1984 estivesse preocupada com o Jovem Pan Kibon. rsrsrs
    Vocês às vezes citam a puberdade como algo que os meninos esperavam com ansiedade em função de uma consequente melhora de performance no entanto, para as meninas (e acho que posso falar com certa propriedade com 2 irmãs e 1 filha nadadoras) os técnicos adoravam aquelas que tinham a puberdade tardia.
    Ótimo texto, como sempre!!!
    Beijos a todos

    • Fernando Cunha Magalhães
      29 de agosto de 2013

      Oi Paoletti,

      Essa questão da puberdade é impactante porque nessa fase, ganha quem já chegou lá e ficou mais forte e não aquele que se dedica mais ou tem a melhor técnica. Como muitos são ansiosos e tem pouca visão de médio ou longo prazo, esse fator foi responsável por muita gente parar de nadar.

      E esses não estavam percebendo que a possibilidade de vencer não é a coisa mais importante do esporte.

      Agora, a puberdade tardia era almejada pelas meninas porque dava tempo de crescer mais?

      • Celio Brandão Filho
        30 de agosto de 2013

        A questão da puberdade acaba sendo um divisor de águas. Quando vem cedo, na maior parte das vezes acaba determinando um cessamento do crescimento. Em contrapartida existe toda a virada de desempenho. Uma das coisas que me afastou da pscina, além de alguns problemas pessoais foi exatamente a perda da motivação por uma puberdade um pouco mais tardia, quando vi aqueles nadadores que nunca tiveram tempo para disputar pódio, me ultrapassando e para quem estava acostumado ao ouro, começar a ver outros pegando suas medalhas. Sem tiar o mérito deles, mas é difícl entender isto com 12 anos..

      • Fernando Cunha Magalhães
        30 de agosto de 2013

        Que pena Célio, até o Djan passou por isso, e vc, com esse tamanho todo, poderia ter ido beeeeem longe na natação.

  5. Celio Brandão Filho
    30 de agosto de 2013

    Pois bem Maga, eu sou de 1959. São exatos 10 anos de diferença. mas uma coisa é certa, não mudou em nada com referência a idade em que despontamos na natação. Estourei cedo, ainda petiz e fui nadar o sul-americano infanto-juvenil, representando o Brasil em 1971. Na votlta fomos recebidos pelo Presidente da República no palácio das Laranjeiras. Era o Gen. Médice. Claro que os bastidores políticos não eram de nosso conhecimento, até porquê tinha a censura em todos os meios de comunicação.
    Mas as fotos de nossos pódios, pré fotografia digital e recortes de jornal são bem parecidos….

    • Fernando Cunha Magalhães
      30 de agosto de 2013

      Olá Célio, bom vê-lo novamente por aqui.
      Que história bacana. Não sabia que vc havia frequentado a seleção.
      Vc tem a foto com o Sr. Garrastazu?
      A trilha sonora do encontro foi “Eu te amo meu Brasil”?
      Preciso ver essas fotos.

  6. Tite Clausi
    30 de agosto de 2013

    Grande Maga.
    Eu sou 64. Comecei a nadar em 74 e até ir nadar como sócio atleta no Curitibano em 78 a natação era um misto de diversão com amigos e chataeação pela rotina. Nas piscinas do CC foram onde as amizades se firmaram e o prazer em nadar e competir surgiram. Apesar de ter uma vida dupla em finais de semana como um apaixonado pelo surf.
    Não lembro muito bem das categorias e lembro que até a categoria adulta eu era um meia boca aquático..hehe
    Tive uma história de mudança de rumo também. Eu era nadador de costas, cheguei a bater o recorde estadual dos 100 e de repente acabou. Desaprendi a nadar o estilo e vieram frustrações e derrotas. Na verdade eu não era muito bom mas o nível da natação estadual no estilo costas é que era baixo. Um belo dia, um técnico olhou pra mim e disse: Vc não é nadador de costas, vc é nadador de borboleta. E desde então foi o que fiz. O costas até hoje é minguado e o borboleta me levou as glórias que alcancei.
    P.S. : A volta ás piscinas está firme. Quarta semana de treinos (média de 2,5 / 3,0 km / dia – pelo menos 4 x semana).
    O corpo e a alma já são outros!!!!
    Grande abraço.
    Tite Clausi

    • Fernando Cunha Magalhães
      30 de agosto de 2013

      Quanto riso, ó, quanta alegria!
      Esse ritmo de treinos está ótimo.

      Queridaço, devo esclarecer que a terminologia epichuriana para “meia boca aquático” é PEBA.

      E lembro de muitos e muitos detalhes da história que vc resumiu nessas linhas. Como é bom relembrar.

      Abraços.

      • Tite Clausi
        9 de setembro de 2013

        Boa Maga.
        Então eu era um baita PEBA!!!!! hahahha
        Grande abraço.

  7. Aécio Barcelos Amaral
    31 de agosto de 2013

    Sou um pouco mais velho, de 1960, então fui petiz/infantil no início dos anos 70.
    Naquele tempo os meninos considerados baixinhos pelos pais faziam tratamento para crescer orientados por médicos, tudo direitinho, baseados em hormônios.
    E aí vem o problema: Nós, de tamanho “normal” (não que os outros não fossem normais, apenas os pais os achavam baixos…) ainda não tínhamos nem os pelos nas partes baixas e “eles” tinham até barba! O que aconteceu foi que esses hormônios antecipavam a idade biológica, antecipavam a puberdade, e eles cresciam rapidamente, ficavam muito fortes e davam cada cacete na gente que dava dó…. Só que naquele tempo ninguém sugeriu ou pensou que isso era doping.
    Dos que me lembro que fizeram esse tratamento, e que estavam, naquela época, do meu tamanho, chegam hoje no máximo à altura do meu ombro. Entendo que o método apenas antecipava o crescimento, e eles só chegaram mais cedo à altura final. Porém, levaram todas as nossas medalhas.

    • Fernando Cunha Magalhães
      1 de setembro de 2013

      Puxa vida Aécio, com 10 anos de defasagem, não sei se aconteceu e eu não fiquei sabendo ou se a prática já havia caído em desuso.
      Sobre sua história, esse pessoal deve se arrepender a beça do que fez ou não?
      E provavelmente nem sabem onde estão aquelas medalhas.
      E vc, ainda na ativa… e isso é muito legal.
      Abraços.

      • Aécio Barcelos Amaral
        2 de setembro de 2013

        Oi Fernando!
        Na verdade, acho que ninguém fez por mal. Era só um tratamento médico muito caro que iria colocar o filho baixinho na mesma altura dos outros.
        Sou da geração do Djan (59), do Matiolli (60), do Ciro (60), e apesar de ter nadado em Campeonato Brasileiro Infantil (Porto Alegre, início de 1973), nenhum deles se destacou.

      • Fernando Cunha Magalhães
        2 de setembro de 2013

        Aécio,
        o Djan já havia me contado que não pegou nenhuma seleção nas categorias de base.
        Essa história do Campeonato de Porto Alegre deveria ser contada para pais e atletas dessa faixa etária que vão se antecipando em concluir não ter talento porque não vencem desde cedo.

  8. Aécio Barcelos Amaral
    2 de setembro de 2013

    Mas agora vou aumentar a polêmica……..
    Na preparação para o Camp. Brasileiro Infantil, nosso treinador nos levava dia sim, dia não, há uma farmácia para tomar injeção na veia. Ele chamava de “tiaminose”, que eu acho que era glicose. Sei que minha mãe nunca soube disso, mas parece que era uma prática normal na época e a gente nem achava estranho, pois os mais velhos, Juvenis e Aspirantes, quando estavam se preparando para suas maiores competições iam à farmácia também.
    Nessa época as seringas ainda eram de vidro e as agulhas eram usadas centenas de vezes, e em pessoas diferentes.
    Na cidade, se quisesse praticar esporte, ou você jogava bola ou nadava. Não tinha muita opção.
    E o treinador do futebol aplicava essa mesma “tiaminose” na molecada, só que dentro do vestiário mesmo.
    Como resultado, a maior parte do time de futebol está morta, vítima da hepatite “C”.

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de setembro de 2013

      Provavelmente o técnico nem fervia a seringa. Que loucura! Um crime contra esses jovens.
      E incrível como o meio influencia o comportamento humano – garotada infantil indo até a farmácia para tomar injeção – e todos acreditando que era a coisa certa a ser feita.
      Importantíssimo esse seu comentário, Aécio.
      Obrigado por compartilhar por aqui.

  9. Alvaro Pires Vreco
    2 de setembro de 2013

    Segue meu comentario agradecendo ao Maga por tel colocado minha foto. Eu sou de outubro 71 e essa foto eh de 82, muito provavelmente do carioca de inverno de 82. O Alberto (Oliveira) e o Marcio (Santos) eram imbativeis no Brasil. Acho q fiz 1″08 nessa competicao se nao me engano mas nao tenho certeza. Foi meu ultimo ano de petiz e ultimo sem ano civil. Fiz bastante “graca” em mirim e petiz (principalmente nos anos fortes) mas infantil foi uma grande bosta. Quase sempre fui o mais veloz do Fla da minha idade (se tivesse prova de 50 em petiz eu seria c certeza um dos melhores do brasil). Mas veio o infantil e o downgrade gigante veio c a instituicao do ano civil somado a puberdade tardia. Ainda fiz o indice do mauricio becken super inchado em 83 mas em 84 nem o indice fiz. Por causa disso minha natacao quase chegou ao fim em 85 mas o Alberto (Klar) me resgatou. Me incentivou, treinou e me fez campeao carioca no ano seguinte. Conversou comigo, explicou a diferenca de forca, me fez treinar mais e focar nos resultados. E eles vieram enquanto tive saco p treinar na madruga. Nao sai de peba mas, pelo menos, deu p fazer graca novamente.
    gr ab
    Vreco

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de setembro de 2013

      Belo relato Vreco e mais uma vez, homenageada a competência do Alberto. Um grande técnico!

  10. Alvaro Pires Vreco
    2 de setembro de 2013

    Caramba soh agora vi esse ultimo comentario do Aecio, verdadeira bomba !!! E vem ao encontro do q eu penso. P refletir : qdo um atleta eh pego nao seria o caso de investigar o tecnico tb ?? E em muitas vezes puni-lo, jah q, na minha opiniao, a simples omissao do tecnico seria passivel de gancho. Fora q o tecnico tb eh um educador e assim o rigor na apuracao teria q ser maior. Fora isso uma pena nao ter anti-doping em categorias menores jah q grande parte do doping eh feita ali. Eu imagino muita coisa na minha epoca soh de observar o q acontecia.

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de setembro de 2013

      Bomba mesmo.
      Vou concordar num ponto e discordar em outro:
      mesmo assustado com as revelações, a princípio não acho que deva ser instituído o exame anti-doping para a garotada. Agora na questão do doping de adultos concordo plenamente com a investigação sobre os técnicos.

  11. Paoletti Filippini
    2 de setembro de 2013

    Magalhães, com dias de atraso … claro que o crescimento, em tese, era maior com a puberdade tardia, mas acredito que, no caso das meninas, junto com o força extra que a puberdade trazia, também trazia quadril, seios e maior % de gordura, o que significava, entre outras coisas, maior dificuldade para controlar o peso e TPM … nada fácil!!!! Mas como não sou da área esportiva,estou só conjecturando …
    Beijos

    • Fernando Cunha Magalhães
      2 de setembro de 2013

      De fato, lembro de vários casos de garotas prodígias que não conseguiram manter suas performances espetaculares quando se tornaram adolescentes.

  12. Pingback: Parque Aquático Julio de Lamare, muito prazer! « Epichurus

  13. Alberto Oliveira
    30 de agosto de 2015

    Olá Fernando, depois de 02 anos dessa matéria, descobri seu site agora, me desculpe! sou o Alberto Oliveira da foto anexa na matéria “Eu sou meia-nove. E você?” sou de 71 e hoje com 44 anos (ainda jovem, mas com pouco cabelo rsrsrsrsrs). Lembro muito bem dessa foto e das mudanças de categorias, mas gostaria de tecer alguns comentários sobre o que o Aécio escreveu. Uns dos motivos de ter abandonado a natação repentinamente e ter tido um desgosto muito grande com a mesma foi esse “tratamento hormonal” que ele comentou. Sim, existiu isso na UGF com muitos atletas considerados “de estatura pequena” e eu como possuia um tamanho normal, nunca fui chamado para fazer. Mas como descobri isso? Achava estranho nos treinamentos logo no início do ano, junto com muitos atletas considerados “pequenos”, onde eles não conseguiam nadar 1 hora seguida e nas competições esses atletas não tinham bons resultados que repentinamente a aprtir do meio do ano em diante, onde as competições são as mais importantes, esses atletas, por por milagre, batiam Recodes e mais Recordes e nadavam feitos loucos. Somente para retratar minha vida nessa época, eu treinava as 05:30hs da manhã, largava as 06:45hs e ia para o colégio Piedade. Na parte da tarde, inciava os treinamentos as 16:30hs com musculação, corrida e iniciava na água as 17:30hs e largava as 20:30hs ou até as 21:00hs. Era uma vida dura! inclusive com treinamentos aos sábados. Treinava muito e tudo inciou aos 3 anos de idade devido a uma Bronquite a qual hoje infelizmente meus filhos também possuem, mas nada melhor que um judô e futebol, porque natação, nem para os meus filhos eu desejo mais, somente na TV e fotos do passado. Para ganhar deles, tinhamos que tirar o coração pela boca e isso me deixava muito intrigado e a outros também, pois como no início do ano até o meio do ano eram pessoas sem expressão, e a partir do meio do ano em diante, não eram os mesmos com certeza. Até que um dia, falei para os meus pais que ia abandonar a natação, devido a não enteder isso e minhã mãe foi conversar com o técnico e logo depois fui chamado juntamente com a minha mãe por um Diretor para uma reunião onde me “convidaram” a fazer o tal exame de crescimento a base de hormônios e me disse nome por nome quem estava realizando tais testes com hormônio para crescimento e para minha não surpresa, eram todos que eu desconfiava, passou a ser uma realidade. Minha mãe e o meu pai recusaram na hora esse tratamento. Meu pai foi conversar com um tio médico (já falecido) e ele confirmou categoricamente que isso é Doping, pois aumenta consideravelmente a força e a resistência do indivíduo, aumentando seus batimentos cardíacos de forma considerável e seria como o indivíduo estivesse sob o efeito de drogas, sem contar aumento dos seios e deformações fisícas como efeito colateral. Após isso, larguei a natação e fiquei muito decepcionado com tudo isso, pois me sacrificava, tanto eu como minha família, nos treinos e competições para que esses considerados “pequenos” pudessem, baseados em “tratamentos médicos”, a qual hoje entendo agora como Doping, conseguissem seus resultados. Talvez não eles (atletas), mas seus pais e seus técnicos, tendo sua realização pessoal baseada em remédios aplicados em seus filhos. As pessoas que nadavam comigo na época, sabem como eu treinava e o esforço que fazia para quando chegar nas competiçoes conseguisse o melhor resultado. Devo lembrar que nós éramos jovens, talvez crianças sem maldades, mas com certeza os seus pais e técnicos sabiam o que ocorria. Espero que hoje isso não aconteça mais, pois infelizmente em nossa época quase não se falava em exame anti doping, isso era um tema que nunca havia sido conversado, mas tenho certeza que se tivessem feito exames anti doping nessa época, muitos não estavam sendo mencionados em seus textos ou falados aqui no Blog, mas sim, seriam temas de vergonha e de como em nossa época existiam coisas estranhas que nunca foram discutidas ou comentadas. Hoje sei o nome de cada um, cada ex atleta, homem e mulher, sim, mulheres também, que se submetiam a esse falado “tratamento hormonal”, mas com certeza alguns irão negar devido a serem referências na natação atual, mas no sub consciente deles hoje, como pais de família, sabem muito bem o que fizeram e a trapaça que se submeteram através de seus pais para alcançar os resultados. Fico muito feliz que alguém tenha comentado sobre isso e publicado, talvez assim não façam com seus filhos o que fizeram com eles, pois natação sempre foi pra mim o significado de saúde, disciplina, superação, alegria e perdi tudo isso ao descobrir essa trapaça. Um grande abraço para vocês e continuem divulgando o passado, é sempre bom ver e encontrar grandes amigos do passado.

    • Álvaro Pires Vreco
      31 de agosto de 2015

      Alberto meu amigo, que prazer reencontra-lo. Adversário direto desde mirim, qdo eu ainda era do Fluminense. Era um dos melhores atletas 71 do Brasil ateh juvenil A. Em mirim e petiz era o número 1. Relato forte, imagino inclusive q isso tenha lhe gerado algumas inimizades. Ainda mora no Rio ? Ab Alvaro

      • Alberto Oliveira
        31 de agosto de 2015

        Com está Álvaro, tudo bem com você? sim, ainda moro no RJ. Inimizades nessa época não, mas acho que agora, depois do post, terei várias, principalmente quem participou disso, pois quem nadou limpo na nossa época, com certeza agora deve estar feliz em saber que foi honesto e fez o melhor para sua saúde. Infelizmente não tinha como pactuar com isso e abandonei após o carioca do mesmo ano ao saber o que estavam fazendo. Não lembro bem o ano pois a memória começa a faltar depois de muitos anos. rsrsrsrsrsrs. Fica um grabde abraço para você e para os amigos dessa época e espero rever vocês pessoalmente.

        abs,

      • Alvaro Pires Vreco
        31 de agosto de 2015

        Alberto foi no ano de 86 q vc parou se nao me engano. Vou deixar aqui meu email vrecop@yahoo.com . Tem FB ? Manda uma mensagem p mim se puder, vamos combinar alguma coisa. Perguntei de vc p algumas pessoas da gama e eles nao souberam me informar. abcao

  14. Fernando Cunha Magalhães
    30 de agosto de 2015

    Oi Alberto,
    A foto que ilustra o post foi enviada pelo Vreco. Bacana a coincidência de você se encontrar no topo do pódio aqui no nosso blog. Você tinha essa foto?
    Uma curiosidade real, mas também um pretexto para não entrar direto no tema bombástico central do seu comentário.
    É possível sentir em seu texto, o quanto isso tudo ainda o incomoda tantos anos depois e a satisfação pela brecha aberta pelo Aécio que o deixou a vontade para soltar a caneta.
    Muito triste!
    Sinto-me privilegiado em não ter sabido dessas histórias na época, assim, no trabalho mental durante os treinamentos não havia essa variável em questão, se perdia, era porque ainda não havia treinado o suficiente, talvez fosse menos talentoso, mas não me via vítima deste tipo de trapaça.
    Imagino que para os seus pais, deve ter sido muito tranquilo declinar da proposta, e que isso deva dar uma paz interior sempre que o assunto vem à tona.
    Da minha parte, agradeço a confiança e a leitura do nosso blog. Enviarei seu comentário aos editores da Swim Channel, quem sabe eles queiram aprofundar o assunto numa futura reportagem.
    Forte abraço e uma ótima semana!

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Publicado às 29 de agosto de 2013 por em História da natação, Natação e marcado , , .
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