É época de Natal e o Epichurus recebe um grande presente
Há algumas semanas recebi uma ligação de Felipe Michelena, mais um amigo e leitor que celebra a oportunidade de reviver as histórias dos tempos da natação: Maga! – disse ele com seu entusiasmo tradicional – a hora que você tiver um tempinho, passa aqui no escritório. Eu tenho muito material e está tudo bem organizadinho. Você pode aproveitar muito para o blog.
A parte da Família Michelena da minha geração é composta por 5 irmãos: Daniela, Felipe, Cristiano, Leonardo e Gustavo. Os pais dessa turma toda são o Luiz Fernando e a Magda, casal que finzinho da década de 70 transferiu-se de Porto Alegre para Curitiba em busca da prosperidade. Magda foi uma ótima nadadora – campeã sulamericana na década de 60. Os filhos mais velhos começaram a nadar ainda em Porto Alegre no Grêmio Náutico União e chegando a Curitiba foram treinar no Clube do Golfinho.
Felipe foi o primeiro a repetir o feito da mãe. Especialista na prova de 200m peito foi campeão, recordista e melhor índice técnico no Campeonato Sulamericano de 1985 em Rosário na Argentina.
Outro peitista é o Leonardo, que foi vice-campeão brasileiro. A Dani era especialista nas provas de borboleta e o Guto nas de crawl.
O Cristiano, conhecido como Castor, foi além. Tornou-se um atleta extraordinário, ícone da nossa geração. Participou dos Jogos Olímpicos de Seoul e Barcelona, conquistou medalhas nos Jogos Panamericanos de Indianápolis e em etapas da Copa do Mundo, ganhou 8 medalhas de ouro no Troféu Brasil de 1988, vencendo as provas do nado livre dos 100m aos 1500m, um grande colecionador de títulos e recordes duradouros.
Quando cheguei ao escritório da Michelena Climatização, instalado na antiga residência da família, tive ótimas lembranças das várias festas que fui convidado. Fui surpreendido pelo trabalho que o Felipe e Dani fizeram com as lembranças esportivas da família. Há uma estante com os principais troféus e objetos mais marcantes da trajetória de cada um e uma caixa com as principais medalhas. Os recortes de jornal foram fotocopiados para não perder qualidade e arquivados, folha por folha, dentro de plásticos em três pastas. Há mais de 20 fitas VHS com as imagens de competições e reportagens, grande parte dele gerado pelo Sr Artur*, pai da Mirian (Miquim), outra grande campeã que defendia o Clube do Golfinho. Além disso, há uma mala com uniformes , cuidadosamente lavados e passados, muitos outros objetos e correspondências, incluindo telegrama de felicitações do Presidente da República.
*Sr Artur é daqueles abnegados que ao invés de curtir as competições batendo papo nas arquibancadas e eventualmente filmar as provas da filha, preferia colocar a filmadora nos ombros, subir num banco na lateral da piscina e passar horas registrando as provas de todos.
O Castor já havia dito e o Felipe confirmou que na casa da Magda, ainda tem uma caixa com os programas de provas das competições que participaram.
Fiquei encantado com aquilo tudo. Colocamos o material em cima da mesa e fizemos uma foto da entrega. Cumpri a risca a solicitação do Felipe de ir direto para casa, sem estacionar o carro em lugar nenhum no caminho e sinto-me recompensado pelo privilégio de ter a confiança e a amizade de pessoas tão queridas e a oportunidade de enriquecer publicações futuras de boas histórias que tenho para contar aos leitores do Epichurus.
Desejo a Família Michelena e aos leitores, que as festas de fim de ano sejam celebradas com um profundo sentimento de amor e proporcionem momentos marcantes.
Muito obrigado pela companhia, leitura e comentários em 2013.
Forte abraço a todos,
Fernando Magalhães
Ótima notícia para o Epichurus!
O Castor é bi-olímpico e quase todo mundo conhece seus feitos, que imagino receberão detalhes magalhãnicos. Quanto ao Felipe, tem a minha idade e assombrou a natação brasileira com a vitória inesperada no JD em 1984 e com o assombroso 2:29 de 1985. Lembro da torcida do Golfinho vibrando com a surpreendente arrancada nos 200 Peito do JD de 1984 e gritando alucinadamente: Pipinho..Pipinho!
Ansioso pelos posts vindouros!
Cordani, obrigado por estas memórias! foram bons momentos, quando achei as 20 fitas de vídeo, montei uma televisão e um vídeo de forma improvisada peguei uma das fitas aleatoriamente e nos primeiros 10 minutos apareceu esta prova no clube do golfinho, me lembro cada braçada desta prova, e da torcida! valeu, um grande abraço!
Grande caleope! Me pergunto como saiu esse tal de caleope…
Show maga… Esse é o espírito!
Super abraço aos meus manos e mana (resíduo gauchesco da familia) 🙂
Hehe, “Caleope”, eu estava nessa final de 1985, acho que na raia 2, fiquei em quinto!
Abraços!
É, o Felipe detonou nessas provas… do Pipinho, eu não lembrava.
O Michelena(Cristiano )foi meu primeiro ídolo “nacional ” minha lembrança inicial foi em um Brasileiro Indantil em Vitória 84.era meu segundo brasileiro.nessa data tirei uma foto com ele que infelizmente não tenho mais para postar.ele todo tímido e eu é mais 2 da minha equipe pedindo para tirar essa foto.Aguardo mais histórias !!
Oi Vivi…
Lembrança boa 84. Foi minha primeira super performance depois de ser PEBA.
Agora… Honra saber que você estava entre as meninas que pediram foto… Na real acho que foram as únicas três.
Beijo Enorme.
Castor
Ídolo desde o infantil B… esse Castorzinho é demais!
Vivi, acha essa foto!
Esmaga + vasta coletânea = vários posts históricos.
Não há como descrever como esta família (bem como as demais) me receberam em Curitiba. Minha eterna gratidão.
A lembrança mais vivida que tenho é da prata do Pan de Indianapolis. Com seu 3:55 negativo, Castor pulou várias etapas e praticamente garantiu sua primeira vaga olímpica.
ô Piu! Grande Piu!
saudadi d’oce sô!
Não desisti de visitar você, gostaria muito de me encontrar com você um dia desses!
grande Abraço
Aaaacho que isso é bullying com uzmineirin da gema.
Passando em Belzonte, não deixe de me procurar.
Abraço.
Boa Piu…
Falta você escrever uns posts das primeiras participações do Brasil na copa do mundo de curta.
Altos contos em Dezenzano del Guarda e Montreal.
Abraço forte!
Tem certeza?? Aqueles que você vazia um barulho estranho com a boca enquanto dormia? Fiz terapia até pouco tempo atrás por conta disso.
Grande abraccio.
Esse “pulou vários degraus” foi assim:
JD em dezembro 4:04 (batendo um recorde que era 4:10) ou seja, já foi um absurdo.
Seletiva (Interfederativo) em maio 4:01.
Eliminatória PAN em julho 3:59 (onde esse menino vai parar?)
Final PAN no mesmo dia 3:55 e prata no peito.
Foi INACREDITÁVEL!
Maga,
Além de todas estas boas recordações o grande prêmio que a natação nos proporcionou foram os amigos, uma lista enorme de amigos, e você sempre presente! muito obrigado por estar sempre lembrando a todos o quanto tudo valeu a pena. É um privilégio ter a sua amizade. Um grande Abraço!
Felipe,
obrigado por tudo: lembrança, disponibilização do acervo, comentário, ligação, carinho e AMIZADE!
Boa Esmaga! Esse achado deve ser um tesouro! Bons tempos e grande familia Michelena! Saudades abrtz!
Sim Munhoz, é!
Ôba, vai ter muito da natação paranaense neste blog daqui prá frente…
Apesar do material ter sido fornecido por um dos meus mais terríveis adversários 😉
Muito legal, né, LAM… expectativa de vc aparecer em várias provas.
Legal Maga! Obrigado pela homenagem! Que esse acervo contribua no trabalho do Epichurus. Abraços a tantos e grandes amigos da natação!!!
Um grande prazer, Léo… vocês são sensacionais!
Forte abraço.
Boas lembranças a natação paranaense teve seus grandes tempos de glória com diversos atletas especiais e talentosos!
Ester Marina?
Que bom vc por aqui!
Que presentão mesmo! Belo post, Esmaga, e, por tabela, excelente homenagem à grande natação paranaense. Seria legal também ver aqui no Epichurus outras histórias de famílias aquáticas proeminentes. Abraços.
Sem dúvida um belo tema Sydney, obrigado.
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Puxa Smaga cada coisa legal que tem por aqui, parabéns pela sua memória, pelo seu esforço de manter tantas histórias ainda vivas. Obrigada pela citação carinhosa de meu pai, ele realmente fazia porque gostava. Me permita copiar a sua citação a ele no face. Íncrivel o acervo Michelena, parabéns.
Eu adoro fazer isso, Miquim.
Gostaria de fazer mais ainda, mas o tempo é sempre curto.
Fico feliz que tenha gostado e não só pode copiar como conto com sua divulgação para que mais pessoas venham ler e comentar.
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Pesquisando um pouco sobre a família Michelena achei esse site aqui na Internet.
Meu nome é
Henrique Michelena Espelocim
Oi, Henrique.
Bom dia!
E você já havia ouvido falar sobre esses “primos”, craques das piscinas?