EPICHURUS

Natação e cia.

Finkel 2015, impressões e imagens

Quase trinta anos depois, fui assistir um Finkel no Pinheiros. “Finkel no Pinheiros” foi quase uma tradição dos anos 80, com versões em 1984, 1986, 1987 e 1988. A entrada pela Hans Nobiling não ajudou no flashback, naquela época a gente entrava pelo boliche. As fotos abaixo são do Finkel de 1987.

Em 2015, vi as provas de sexta e de sábado, mas as imagens são apenas de sábado, quando munido da câmera fotográfica da minha filha tentei conseguir uma credencial de jornalista para o Epichurus, a qual foi negada (tinha que ter pedido com antecedência e tals). O prejuízo jornalístico não foi grande, pois tive que subir para arquibancada e (acho que) tirei fotos mais legais do que se tivesse ficado na área de imprensa.

Vamos então às impressões, seguida das imagens.

  • O clima era de descontração e cansaço, os principais nadadores estavam na terceira competição importante seguida (entenda).
  • A descontração ficou por conta do fato de que essa competição não valia índice olímpico e nem era seletiva para nada.
  • Uma pena a ausência dos dois maiores nadadores brasileiros, Thiago Pereira, com febre, e Cesar Cielo, contundido. Outra ausência importante foi a do nosso melhor fundista da atualidade, Brandon Pierry, que estava em viagem para o Mundial Júnior.
  • Os nadadores vão tão rápido hoje em dia, que se você não olhar pra o pé deles dá a impressão que estão de pé de pato. Impressionante!
  • A disputa pelo título geral da competição estava acirradíssima, porém a gritaria de parte a parte pelas equipes estava tímida a meu ver. Na verdade, a equipe do Corinthians que nem estava disputando mais o título era a mais animada. Apenas no finalzinho, quando o Minas Tenis Clube ganhou o 4 estilos feminino e praticamente garantiu o título, os mineiros comemoraram de forma mais efusiva. (Li depois na Yesswim que sábado foi o dia mais animado, imagino os outros então.)
  • O Pinheiros ganhou o 4 estilos masculino, mas por conta da contagem geral, quem comemorou na água foram os mineiros.
  • Levei meu filho nadador (11), que ficou contentíssimo ao ver, encontrar e até tirar foto com os ídolos. Soltei-lhe o clássico “olha filho, eles não são ETs, são pessoas como nós, tem dois braços e duas pernas como todo mundo”.
  • Sobre os ídolos: alguns estavam mal humorados (podem ter ido mal na prova, são humanos), outros mais simpáticos, mas sabem do papel que representam e do que vivem, então foram de forma geral bastante atenciosos. Menção honrosa nesse quesito (dentre os que eu pedi a foto ali na saída) para os campeões pan-americanos Leo de Deus, Guilherme Guido, Henrique Rodrigues e Etiene Medeiros.

Acompanhe na galeria abaixo as fotos do domingo, todas elas com legendas explicativas embaixo.

Os resultados completos você vê aqui.

Eu não assistia natação de alto nível ao vivo há quase vinte anos, foi um bom esquenta para as olimpíadas. E convenhamos, uma das coisas que mais melhorou entre 1987 e 2015 foram…  as câmeras fotográficas!

Sobre rcordani

Palmeirense, geofísico, ex diretor da CBDA e nadador peba.

16 comentários em “Finkel 2015, impressões e imagens

  1. Luiz Alfredo Mäder
    24 de agosto de 2015

    tive a sorte de assistir vários dias de competição desta vez… vi a Aussie fazer 2’24″09 RIPMDP

    • rcordani
      24 de agosto de 2015

      Lamento dizer, mas a MDP já sucumbiu há anos…

  2. Anna Paula Fumis
    24 de agosto de 2015

    Que legal, Renato! Não deu prá eu ir, mas recebi uma mensagem do meu irmão dizendo que ver o Pinheiros gritar o Curupira Guaribá Sararaca Itapeuá arrepiou! E pensar que criamos esse grito há…. hum…. bom… MUITOS anos atrás!

    • rcordani
      24 de agosto de 2015

      Tulipa, o grito de vocês está intacto! Só que hoje em dia poucos gritam…

  3. Lelo Menezes
    24 de agosto de 2015

    O flashback pra mim começou pelo cheiro. Cheguei no ECP na quarta-feira, quase 20h, e ao sentir o cheiro de cloro voltei décadas no tempo. A verdade é que me deu uma baita saudades! Sentei na arquibancada achando que cheguei para a última prova já que o 4x200m masculino estava pra começar. Até isso mudou! O 4x200m feminino foi depois do masculino. Algo que não rolava na minha época.

    A primeira pessoa que reconheci foi o Rodney Finizzola. Estava caminhando ao lado da raia 1. Pensei “Caramba, o cara continua na ativa!” Vi o Coaracy logo em seguida e me pareceu caminhar com dificuldades. Os dois ali me fizeram voltar no tempo. Um deja-vu de 20 anos atrás. Reparei que pelas telas de TV a impressão é que as coisas mudaram demais nessas duas décadas. Já ali na arquibancada tudo parecia igual! A mesma piscina, os mesmos dirigentes, os mesmos gritos de guerra. Tudo muito igual! Sai da piscina e caminhei de volta ao escritório com a falsa sensação de que eu tinha me aposentado “outro dia”. Parecia que tinha sido ontem.

    Consegui voltar no dia seguinte mais cedo. Cheguei pra ver a final do 100m Peito masculino. Logo na entrada dei de cara com o Gustavo “Alemão” Lima. Bom revê-lo e uma boa coincidência encontra-lo minutos antes de assistir a prova que duelamos tantas vezes no passado.

    O 100m Peito foi muito disputado e os tempos impressionam, mas ao ver a prova ali, ao vivo, o que mais me chamou a atenção foi como “assassinaram” o estilo. A pernada deu lugar ao “coice”. Palavra feia, mas não tenho como descreve-la melhor. O estilo encurtou e visualmente ficou feio. Lógico que mais eficiente, mas me entristeceu ficar com a sensação que o estilo mais “técnico” da natação agora me parece uma competição de força bruta. Ganha quem tem o coice mais forte. Acho que a nostalgia misturado com a crise de meia idade me causaram um sensação melancólica em relação ao meu estilo. Sinais do tempo!

    Logo em seguida avistei, ou melhor, nos avistamos mutuamente, o Teófilo “Tetê” Ferreira. Ao lado dele, de cabelos grisalhos, André “Chicaguinho” Teixeira, quem eu não via há duas décadas. Tetê é dirigente e André técnico do juvenil do MTC. Insistiram que eu descesse até o “recinto” dos nadadores. O fiz! Na entrada já deu de cara com o Gustavo “Pirula” Borges! Batemos um breve papo. O Pirula eu ainda encontro de vez em quando. Já o Tetê e o André não. Ficamos uma meia hora ali batendo papo e relembrando os bons tempos. Foi muito bacana! Me falaram que festa de fim de competição não existe mais! Uma pena! Engraçado como décadas não apagam as boas amizades. Prometi tomar uma cerveja com eles num boteco, mas desisti depois de pensar na logística. A idade me pregando peças de novo.

    Faz exatos 20 anos do meu último título importante, exatamente o título do Finkel, em 1995. De lá pra cá muita coisa mudou na natação, muita coisa mesmo, mas cá entre nós, ao vivo, parece tudo igualzinho…

    • rcordani
      24 de agosto de 2015

      Hehe, o cheiro de cloro não me bateu no flasback, visto que estou treinando regularmente, já o sr…

      O que impressionou negativamente foi a qualidade do som, não deu para ouvir uma palavra do que dizia o Rodolfo Carneiro!

    • Julian Romero
      25 de agosto de 2015

      Não se pode achar que é normal você ver que uma competição ao vivo não mudou muita coisa em 20 anos… A gente vê praticamente “shows” ocorrendo em outros eventos, e aí sentamos na arquibancada pra assistir passivamente uma competição que dura 2 horas ou mais, motivado mais pela sensação de lembranças e fortes amizades. É legal, mas isso infelizmente não adiciona ao esporte, ao contrário, meio que “elitiza” a participação de público que tenha apenas forte ligação com o esporte… O que é engraçado, porque pensamos que isso – o evento – está popularizando o esporte.

  4. Rodrigo M. Munhoz
    24 de agosto de 2015

    Puotz… Sensacional esse relato e ótimas fotos!
    Dessa vez não pude ir a nenhum dia, devido a compromissos profissionais e familiares, mas me senti um pouco mais próximo com essas imagens. Valeu!
    Achei legal a sua conversa com seu filho sobre como os campeões não são ETs. Se quiser, eu complemento essa história com um discurso de “basta treinar e acreditar” na próxima nadada-familia – he he he…
    Abraços!

    • rcordani
      24 de agosto de 2015

      Sacanagem com o menino… mas sim, de vez em quando eu digo que “basta acreditar”! hehe

  5. Rafael Oliveira
    24 de agosto de 2015

    Lelo, boa observação. A natação competitiva, atualmente, é um “assassinato” ao estilo de nado. Isso ficou claro no mundial de Kazan, em todos os estilos o que prevalece é a força física, mesmo numa Era pós-trajes tecnológicos. Raros são os nadadores com uma técnica de encher os olhos. Hoje, o que predomina é o biotipo e força física de nadadores como Manaudou, por exemplo.

    • rcordani
      24 de agosto de 2015

      Acho que não concordo contigo e com o Lelo, Rafael, o que ocorre é que estudos mostraram qual a técnica MAIS RÁPIDA, e é essa que eles usam, e o peito e o crawl mudaram muito da nossa época, por isso aos nossos olhos parece que é “errada”, na força, mas na verdade os errados éramos nós…

  6. Rafael Oliveira
    24 de agosto de 2015

    Realmente, a biomecânica da natação evolui, mas com certeza hoje a força é decisiva. Agora, ver um Ian Thorpe ou Popov nadando é outra experiência.

    • rcordani
      25 de agosto de 2015

      Boa, o Thorpe é mesmo hors-concours. Eu odeio aquele centésimo a menos que o Paul Biedermann fez nos 400L, com traje tecnológico, tirando o Thorpe da tabela dos recordes mundiais imerecidamente.

  7. Pingback: Ribeirão Preto: Mais Pebas que Nunca! | Epichurus

  8. Wiliam Duarte
    21 de outubro de 2015

    Rafael Oliveira, a força física é apenas um dado da natação de alto rendimento dos dias atuais. E digo isto porque o que temos presenciado no Brasil, é uma verdadeira revolução das técnicas de nado, ocasionadas principalmente em razão de estudos da biomecânica e consequente adaptação do atleta. Cito por exemplo os dois primeiros lugares da prova mais rápida da natação, os 50 estilo livre, onde tivemos Bruno Fratus (1º colocado) e Ítalo Manzine (2º colocado), atletas relativamente baixos para os padrões da prova. também tivemos excelentes performances com Gabriel Ogawa (400 medley) e Henrique Martins (100 borbo), todos atletas com baixa compleição física, porém com uma técnica apuradíssima, isto sem falar na velha e tradicional garra!

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